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Inovação Educacional
September 10, 2024 9:19 AM
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O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa? Luciano Sathler É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática. Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing. O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais. Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho. A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados. A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar. No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes. Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador". Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante. Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos. Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano. O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.
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Today, 8:49 AM
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Os recursos da captação financiarão pelos próximos três anos a transformação digital das atividades de graduação e da pós-graduação da Kroton
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Today, 8:23 AM
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A estrutura do curso é apresentada em 12 módulos que abordam tópicos variados, desde a introdução à bioeconomia e sustentabilidade até gestão ambiental, empreendedorismo, marketing, comercialização e desenvolvimento de projetos sustentáveis. Cada módulo é composto por vários componentes curriculares com respectivos conteúdos e número de horas, totalizando 51 componentes com alto grau de detalhamento (ementa; perfil docente; competências e habilidades; objetos de conhecimento; prática e fazeres escolares; avaliação; referências bibliográficas).
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Today, 8:20 AM
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This report explores the emergence of a skills-first approach in labour markets in OECD countries, and what opportunities and challenges arise from the adoption of skills-first approaches in light of demographic shifts and the green and digital transition. Through original data analysis and the examination of case studies from OECD countries, the report illustrates when and how individuals signal their skills, and to what extent employers adopt skills-based hiring practices, and whether these efforts allow them to reach a broader and diverse talent pool. A skills-first approach can lead to better job matching and adaptability, but barriers to its successful adoption remain. These include unequal access to digital tools, challenges in validating skills, and employers’ reluctance to trust non-traditional credentials. Its novelty also raises questions about accessibility and potential impacts on job quality and workplace conditions. The report highlights key policy actions to support the adoption of skills-first practices, calling on governments to standardise skills recognition, invest in lifelong learning, improve labour market intelligence, and lead by example by adopting skills-first practices in the management of the public sector workforce.
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Today, 8:13 AM
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té 17 de julho de 2025 estão abertas as inscrições para o Prêmio Capes Futuras Cientistas 2025. Podem participar alunas, professoras e tutoras de escolas públicas estaduais. A intenção da iniciativa é elevar a participação feminina em espaços de desenvolvimento científico das áreas de ciências exatas.
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June 26, 5:20 PM
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Na visão de Luiz Fernando Joaquim, sócio da Deloitte e especialistas em soluções de tecnologia para o setor de saúde, a IA terá um papel integrador, focado em eliminar a papelada, melhorando a organização de informações. A tecnologia será especialmente útil para antecipar diagnósticos e identificar padrões precoces, como possíveis casos de diabete ou câncer em estágios iniciais, além de reforçar práticas preventivas.
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June 26, 5:10 PM
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Katie Tanner, consultora de recursos humanos em Utah, sabia que aquela vaga seria popular: ela era totalmente remota, exigia apenas três anos de experiência e era para uma empresa de tecnologia. Mesmo assim, a profissional ficou chocada com as respostas vindas do LinkedIn. Após 12 horas, 400 candidaturas haviam sido enviadas. Em 24 horas, havia 600. Alguns dias depois, havia mais de 1,2 mil, quando ela removeu a publicação. Três meses depois, ela ainda está trabalhando no número de candidatos. “É uma loucura”, disse ela. “Você fica enterrado em currículos.” O número de candidaturas enviadas pelo LinkedIn aumentou mais de 45% no último ano. A plataforma está registrando uma média de 11 mil candidaturas por minuto, e as ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa estão contribuindo para esse dilúvio. Com uma simples solicitação, o ChatGPT, o chatbot desenvolvido pela OpenAI, insere todas as palavras-chave de uma descrição de emprego em um currículo. Alguns candidatos estão dando um passo além, pagando por agentes de IA que podem encontrar empregos de forma autônoma e se candidatar em seu nome. Os recrutadores dizem que está ficando mais difícil saber quem está realmente qualificado ou interessado, e vários dos currículos são muito parecidos. “É um ‘tsunami de candidatos’ que só tende a aumentar”, disse Hung Lee, um ex-recrutador que escreve um boletim informativo sobre o setor. IA para lidar com IA Nas empresas, a solução para lidar com tantos currículos gerados por IA é usar ainda mais IA. O CEO do Chipotle, Scott Boatwright, disse em uma conferência este mês que sua ferramenta de triagem e agendamento de chatbot de IA (chamada Ava Cado) reduziu o tempo de contratação em 75%. A HireVue, uma plataforma popular de entrevistas por vídeo com IA, oferece aos recrutadores a opção de fazer com que a IA avalie as respostas e classifique os candidatos. Mas os candidatos também podem usar a IA para trapacear nessas entrevistas, e algumas empresas adicionaram avaliações de habilidades mais automatizadas no início do processo de contratação. Por exemplo, a HireVue oferece jogos com IA para avaliar habilidades como reconhecimento de padrões e memória de trabalho, além de um “teste” virtual que testa a inteligência emocional ou habilidades como contar trocos. Às vezes, disse Lee, “acabamos em uma situação do tipo IA versus IA”. Os candidatos que usam identidades falsas são outro problema. Emi Chiba, analista de tecnologia de recursos humanos da Gartner, disse ao DealBook que os relatos de candidatos que usavam identidades falsas estavam crescendo rapidamente. Um relatório que Chiba publicou com outros analistas do Gartner, em abril, calculou que, até 2028, cerca de um em cada quatro candidatos a emprego poderia ser inventado. Entre suas recomendações estava a de que as empresas implantassem um software de verificação de identidade mais sofisticado. Alguns recrutadores dizem que não vale a pena postar vagas no LinkedIn. Para resolver o problema, a plataforma adicionou ferramentas para ajudar tanto os candidatos quanto os recrutadores a restringir seu foco, incluindo um agente de IA que pode escrever mensagens de acompanhamento, conduzir bate-papos de triagem com candidatos, sugerir os melhores candidatos e pesquisar possíveis contratações usando linguagem natural. Um recurso que mostra aos candidatos em potencial o quanto suas qualificações correspondem a uma descrição de cargo, oferecido pelo LinkedIn para assinantes premium em janeiro, reduziu em 10% a taxa de candidaturas a cargos de “baixa correspondência”, de acordo com a empresa. Os riscos são muitos. As preocupações de que o uso da IA na contratação possa introduzir preconceitos levaram a ações judiciais e a uma série de legislações estaduais americanas. A Lei de IA da União Europeia classifica a contratação em sua categoria de alto risco, com as restrições mais rigorosas e, embora nenhuma lei federal dos EUA trate especificamente do uso de IA na contratação, as leis antidiscriminação podem entrar em ação. “Não é permitido discriminar, e é claro que a maioria dos empregadores está tentando não discriminar, mas é mais fácil falar do que fazer”, disse Marcia Goodman, sócia da Mayer Brown, que representa, principalmente, empregadores. Esse é um ciclo perpétuo? O problema não é tanto o fato de os candidatos estarem usando IA - uma habilidade que muitos empregadores dizem querer - mas sim o fato de estarem sendo desleixados. Alexa Marciano, diretora administrativa da Syndicatebleu, uma agência de recrutamento, disse que os candidatos estão reagindo ao uso de triagem automatizada pelos recrutadores. “É realmente frustrante para os candidatos, porque eles investem tempo criando cartas de apresentação e currículos muito bem elaborados”, disse ela. Jeremy Schifeling, um coach de carreiras que realiza regularmente treinamentos de busca de emprego com foco em tecnologia em universidades, disse que poderia ver esse vai-e-vem por algum tempo. “À medida que os alunos ficam mais desesperados, eles dizem: ‘Bem, não tenho outra opção a não ser aumentar a aposta com essas ferramentas pagas para automatizar tudo’. E tenho certeza de que os recrutadores vão elevar o nível novamente.” Ele argumenta que o resultado final será a autenticidade de ambos os lados. Mas, segundo ele, “acho que muitas pessoas vão perder muito tempo, muito poder de processamento e muito dinheiro até chegarmos a essa conclusão”.
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June 26, 5:06 PM
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Pesquisas feitas no Reino Unido e Estados Unidos questionam a transparência dos algoritmos da empresa; empresa diz que sua precificação é projetada para ser transparente e justa
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June 26, 5:05 PM
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Mas é a terceira lição que me deixa genuinamente inquieta. Um CEO chinês perguntou a executivos brasileiros onde suas empresas estariam em 30 anos. O silêncio constrangedor que se seguiu revelou nosso maior problema. Estamos tão ocupados apagando incêndios que esquecemos de construir à prova de fogo. Eles pensam em gerações; nós mal conseguimos pensar além do próximo trimestre.
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June 26, 5:04 PM
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A controvérsia começa pelos próprios dados. O experimento recrutou apenas 54 pessoas, entre 18 a 39 anos, todas moradoras de uma única região, Boston, e estudantes de grandes universidades locais. Elas foram divididas em três grupos: um escreveu com apoio do ChatGPT, outro utilizou apenas a busca do Google, e o terceiro não teve acesso a nenhuma ferramenta. Em uma quarta sessão opcional, alguns participantes trocaram de grupo, o que permitiu analisar os efeitos do uso reverso das ferramentas. Para a quarta fase, apenas 18 pessoas permaneceram. Ao final do experimento, as pessoas que chegaram à quarta fase foram observadas por apenas 4 horas. Durante as atividades, os pesquisadores usaram eletroencefalogramas (EEGs) para monitorar a atividade cerebral. Segundo os autores, os participantes que escreveram sem qualquer auxílio tiveram maior conectividade neural, desempenho mais alto nos textos e demonstraram maior recordação das ideias que escreveram. Já os usuários de IA apresentaram menor engajamento cerebral e dificuldade para citar trechos dos próprios textos, mesmo poucos minutos depois de escrevê-los.
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June 26, 5:03 PM
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Como resultado, os líderes do Vale do Silício agora estão falando sobre a criação de superinteligência, que seria ainda mais poderosa do que a AGI. Esse também é um termo vagamente definido, mas geralmente se refere a uma máquina mais poderosa do que o cérebro humano.
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June 26, 5:00 PM
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Com apenas 19 anos, Wang abandonou o MIT para fundar a Scale AI em 2016, uma decisão que rapidamente se provou acertada. A empresa começou a oferecer soluções de rotulação de dados e avaliação de modelos de IA, serviços essenciais para o treinamento de modelos de aprendizado de máquina utilizados por gigantes da tecnologia.
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June 26, 4:59 PM
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“Na prática, os gestores de inteligência artificial fazem a ponte entre tecnologia e estratégia de negócio”, define Gustavo Caetano, CEO da mineira Samba Tech, startup fundada em 2004 que começou como plataforma de gestão de vídeos e migrou para um modelo focado em IA. “São eles que precisam entender os objetivos da empresa e identificar como a IA pode ajudar a alcançá-los.”
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Inovação Educacional
Today, 8:52 AM
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que te mantém acordado à noite? O que te faz levantar da cama de manhã?
Nos últimos cinco anos, fiz essas duas perguntas a milhares de pessoas do ensino superior por meio do meu Hope Circuits Institute, um grupo de reflexão que trabalha com faculdades e universidades para desenvolver comunidades onde as pessoas constroem relacionamentos significativos e podem realmente prosperar.
As respostas à primeira pergunta variam amplamente: modelos de financiamento falidos, aumento da polarização política, declínio nas humanidades, crise de liderança, abismo demográfico, deterioração da confiança pública em faculdades e universidades, ataques à liberdade acadêmica, lacunas na acessibilidade e equidade para os alunos. Nos últimos meses, os entrevistados expressaram crescente ansiedade com as ações do governo Trump que afetam o ensino superior, incluindo o cancelamento de bilhões em financiamento para pesquisa e os esforços para desmantelar o Departamento de Educação dos EUA. As instituições estão enfrentando dificuldades financeiras, cortes em programas e demissões em massa. Muitos de nós paramos de ler notícias sobre ensino superior porque elas nos fazem chorar. Mapeie essas questões específicas da educação em convulsões sociais mais amplas – a crise climática, a desigualdade de renda, o partidarismo, o racismo e outras formas de intolerância – e os motivos para o desespero parecem absolutamente monolíticos.
Apesar da variedade de respostas à minha primeira pergunta, quando pergunto às pessoas a minha segunda pergunta sobre o que as faz levantar da cama todas as manhãs, recebo uma resposta consistente: porque a educação importa, agora mais do que nunca. De fato, muitas pessoas no meio acadêmico compartilham a crença de que o ensino superior é o único setor profissional cujo propósito final é a esperança. Faculdades e universidades têm o mandato de se envolver em um trabalho que a indústria e o governo não podem: estamos no negócio de tornar o mundo melhor, mais justo, mais humano por meio da preservação do conhecimento, do seu compartilhamento e da criação de novas maneiras de nos entendermos e de entendermos o mundo. Como membros do meio acadêmico, perseveramos apesar da queda de financiamento, da perda de confiança pública, do aumento do tamanho das turmas e dos cortes em programas, porque o empreendimento acadêmico — por meio de pesquisa, ensino, engajamento comunitário e advocacy — tem o mandato de "desafiar o real em nome do possível" (minha definição favorita de "esperança", do teórico literário Ira Shor).
Então, como metabolizamos este momento de extraordinária urgência — repleto de incerteza, ruptura e horror — para construir mentalidades suficientemente esperançosas para responder às mudanças e até mesmo ao colapso de todo o setor? Devemos nos engajar na construção de movimentos sociais que nos unam por meio de um propósito compartilhado. E precisamos de esperança — agora mais do que nunca — para inspirar universidades a se unirem entre si, governos estaduais e locais, organizações sem fins lucrativos, entidades internacionais e outros para sustentar e expandir esforços científicos e humanísticos. A esperança pode nos ajudar a unir campi, captar ex-alunos e doadores e reconquistar a confiança pública enquanto atuamos como líderes na construção de uma sociedade democrática, mesmo com as ações governamentais atuando para controlar as decisões acadêmicas e corroer a autonomia institucional.
Como encontrar a esperança? Precisamos voltar aos fundamentos e lembrar o propósito público das nossas instituições. De fato, as escolhas que fizermos nos próximos anos moldarão o novo paradigma do ensino superior para as gerações futuras.
Ao resgatarmos a esperança, devemos nos perguntar e perguntar uns aos outros:
Como resistimos ao despotismo distópico e construímos futuros criativos? Como encontramos esperança neste momento de desespero, desconfiança e esgotamento? Como conseguimos sair da cama todas as manhãs? Em junho de 2020, comecei a fazer essas perguntas a reitores, reitores, professores, funcionários e alunos de faculdades e universidades. Minha motivação nasceu de uma necessidade muito pessoal. As escolas haviam fechado por causa da pandemia de COVID-19, então eu estava educando meus filhos pequenos em casa. Ao mesmo tempo, minha carga de trabalho como administradora triplicou da noite para o dia, e meu marido foi diagnosticado com câncer de pulmão com risco de morte. Perguntar às pessoas onde elas encontravam esperança em suas vidas cotidianas não era apenas um exercício de reflexão; era uma tábua de salvação.
Sobrecarregada com a COVID, os cuidados com as crianças, a assistência e o câncer, eu queria me esconder debaixo das cobertas — e em muitos dias consegui. A única maneira de passar do desespero e da estagnação para a esperança e a ação foi uma conversa de cada vez. Uma conversa se transformou em trezentas entrevistas com pessoas de todo o ensino superior. Ouvi histórias de esperança e desespero, desgosto e alegria, raiva e amor. Muitas pessoas com quem conversei estavam prosperando apesar, e não por causa, dos sistemas em que trabalhavam, e quase todas descreveram o uso das mesmas técnicas para passar da negação para a esperança. A partir dessas técnicas, desenvolvi dez ferramentas conceituais que podem nos ajudar a passar de respostas padrão — que os humanos desenvolveram para sobreviver em sistemas falidos — para respostas aprendidas que podem oferecer alternativas estruturais criativas ao desespero e ao florescimento central:
Desacelere e pause. Esta primeira ferramenta conceitual é a mais desafiadora para mim porque, diante de uma crise, eu acelero: trabalho mais, fico até mais tarde, construo coalizões, inicio forças-tarefa, me esforço mais. No entanto, viver em modo de crise permanente leva ao esgotamento, ao desengajamento e à desintegração. Como nos lembra o acadêmico nigeriano Bayo Akomolafe: "Os tempos são urgentes: vamos desacelerar".
Traga os sistemas à tona. Ao desacelerarmos, podemos começar a enxergar estruturas e sistemas subjacentes, de outra forma invisíveis, que moldam nossos comportamentos, mentalidades e ações.
Pratique o pensamento divergente. Seja usando novas metáforas ou entrelaçando conhecimentos interdisciplinares, a prática do pensamento divergente abre possibilidades e fomenta a criatividade, incentivando múltiplas perspectivas e abordagens interdisciplinares que nos ajudam a explorar soluções não convencionais para desafios complexos.
Comprometa-se a desaprender e reaprender. "Sempre fizemos assim" não se justifica mais. Esta ferramenta nos incentiva a abandonar suposições e crenças que não nos servem mais, e talvez nunca tenham servido a muitos, para que possamos abrir espaço para formas de pensar mais alinhadas com o nosso mundo em rápida evolução.
Viva as perguntas. Abraçando a incerteza e a complexidade, esta ferramenta nos convida a refletir sobre as perguntas em vez de buscar respostas imediatas, fomentando uma investigação mais profunda e o crescimento.
Permaneça com o problema. Em um setor que às vezes cai em positividade tóxica (precisamos apenas seguir em frente, nos concentrar e trabalhar mais), precisamos de uma dose de esperança crítica. Ao olhar para os problemas com clareza, podemos reformular o desconforto como uma característica, e não uma falha, do processo de aprendizagem.
Reimagine a autoridade e a expertise. Esta ferramenta desafia hierarquias tradicionais e convida a abordagens mais colaborativas e inclusivas para a tomada de decisões, reconhecendo que a expertise existe em múltiplas formas e perspectivas. Devemos abraçar a diversidade de experiências vividas, a interseccionalidade e os diferentes tipos de conhecimento para obter insights sobre o que é possível construir futuros criativos.
Adote uma abordagem sistêmica. Esta ferramenta nos capacita a abordar as causas-raiz em vez dos sintomas, criando soluções mais sustentáveis e abrangentes para os problemas.
Mude sua linguagem, mude o mundo. A linguagem molda a realidade, e esta ferramenta enfatiza como mudar nossa linguagem pode influenciar a maneira como pensamos, nos relacionamos com os outros e gerar mudanças no mundo.
Construa uma comunidade intencional. Esta ferramenta promove o apoio e a colaboração coletivos, reconhecendo o poder do propósito compartilhado e do cuidado mútuo na criação de redes transformadoras e resilientes que nos ajudam a enfrentar desafios juntos. Utilizo este conjunto de ferramentas conceituais todos os dias, seja durante uma reunião difícil, em resposta a um e-mail rude ou quando um projeto para. Carrego comigo uma lista impressa das ferramentas porque preciso de um lembrete diário sobre como metabolizar momentos de profunda ruptura. O que me faz levantar da cama de manhã é a convicção de que só podemos fazer este árduo trabalho de esperança juntos. Junte-se a mim.
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Today, 8:37 AM
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O Brasil enfrenta desafios significativos na educação e inserção dos jovens no mercado de trabalho. Dados do Censo da Educação Superior 2023, divulgados em outubro passado, mostram que um em cada cinco jovens de 18 a 24 anos não havia concluído o ensino médio nem frequentava a escola. Além disso, segundo uma análise do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre), a taxa de informalidade entre pessoas dessa faixa etária é altíssima: 41,7%, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) no 1.º trimestre de 2024. Ou seja, quatro em cada dez jovens que estavam trabalhando no período o faziam de maneira precarizada, sem carteira assinada. Diante desse contexto, a Educação Profissional Tecnológica (EPT), ainda pouco difundida no País, mostra-se, mais uma vez, uma modalidade capaz de apoiar a preparação dos estudantes para as exigências do mercado. Primeiro, por oferecer uma formação prática alinhada às necessidades das empresas, tornando-os aptos a ocuparem vagas que exigem mais complexidade e conhecimento técnico, que, por sua vez, oferecem melhores salários e possibilidades de avanço na carreira. Segundo porque, por ter um foco mais “mão na massa”, a educação profissional tende a gerar mais interesse dos jovens, além de prepará-los para a próxima fase de suas vidas, seja no mercado de trabalho, seja no ensino superior, para aqueles que assim desejarem. A oferta de EPT, infelizmente, ainda é baixa no Brasil. Apesar do aumento de 12,1% no número de matrículas de 2022 a 2023, chegando a 2,4 milhões de estudantes, segundo o Censo Escolar, a modalidade ainda responde por apenas 10% do total de matrículas do ensino médio. Uma maneira de potencializar essa oferta é a partir da participação de mais empresas nesse processo. Isso porque um dos grandes gargalos é o governo conseguir ofertar cursos conectados com o mercado, que precisa tanto atrair professores especializados numa diversidade de temas como também ofertar laboratórios para as práticas equipados com itens de última geração. Existem dezenas de iniciativas mundo afora que buscam equacionar esse desafio. Uma delas é alemã, com seu sistema dual. Nele, há uma combinação entre teoria e prática e ocorre tanto nas escolas profissionalizantes quanto nas empresas. Os aprendizes estudam na escola profissionalizante as bases técnicas, assim como matérias gerais, tais como alemão e matemática, e aproximadamente dois terços do tempo de formação é dedicado à prática na empresa. Ali, os aprendizes recebem todo o apoio dos formadores. Para garantir bons resultados no modelo, empresas, escolas profissionalizantes e governo trabalham em conjunto, com atenção à qualidade da formação e à inserção dos jovens no mercado. Além disso, o governo alemão estabelece normas rígidas de formação e aplica provas que atestam e garantem a qualidade da formação. Com isso, as empresas se beneficiam ao capacitar profissionais de acordo com suas necessidades, enquanto os jovens recebem uma formação sólida e remunerada pela empresa, que os prepara para uma carreira de sucesso, além de os conectar rapidamente ao mercado de trabalho. O sistema pode servir de inspiração ao Brasil para desenvolver novas estratégias capazes de superar o desafio da inclusão produtiva dos jovens no mercado de trabalho. Mudar essa realidade exige um engajamento multissetorial, com participação de governo, empresariado e sociedade civil organizada de modo a garantir mais oportunidades à juventude brasileira. Entre as metas do Plano Nacional de Educação de 2014 estava a de número 11, focada em triplicar as matrículas da educação profissional tecnológica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e ao menos 50% da expansão no segmento público. No fim dos dez anos, o Brasil contabilizou avanços significativos na ampliação de vagas na rede pública, mas isso ainda não se refletiu na ampliação da empregabilidade de jovens. Este ano, o Ministério da Educação (MEC), a sociedade civil, os Estados e União voltam a discutir as metas da Educação para os próximos dez anos e seria muito importante que o setor produtivo também fizesse parte desse processo, pois tem muito a contribuir. Uma política de ensino técnico profissionalizante integrada com as empresas tem muito mais chances de cumprir o seu papel, que é, efetivamente, incluir a população no mercado de trabalho. O Brasil é um dos poucos países que ainda encaram sua juventude como problema, e não como potencial de crescimento e desenvolvimento. Precisamos desta sinergia entre políticas públicas e setor privado para vencer o desafio do desemprego e da informalidade juvenil. Oferecer capacitação de qualidade para as novas gerações é apoiar o acesso desses jovens a melhores oportunidades, que ofereçam, de fato, uma trilha de crescimento profissional promissora a todos eles. Promover a inserção produtiva do jovem brasileiro é um investimento necessário não apenas para suas trajetórias de vida isoladas, mas também para o avanço do País.
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Today, 8:22 AM
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versão reduzida do currículo em bioeconomia foi criada para formar profissionais para uma indústria em ascensão que une economia e ecologia, faz uso inteligente dos recursos naturais, é sustentável e tem papel essencial para o desenvolvimento do Brasil. Tem uma carga horária de 1.000 horas, distribuídas em módulos que podem ser adaptados para oferta concomitante ou subsequente ao ensino médio.
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Today, 8:16 AM
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Ministério da Educação (MEC) criou o primeiro programa de pós-graduação em docência na Educação Profissional e Tecnológica (ProfDocênciaEPT). Ele visa qualificar professores das redes públicas de educação básica em exercício na EPT, tem nível de mestrado profissional e oferece 100 vagas ao todo.
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June 26, 5:20 PM
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Historicamente, País é mais conservador na adoção de novas tecnologias
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June 26, 5:19 PM
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No ano passado, a Microsoft comprou a Inflection por US$ 650 milhões com o objetivo principal de ter Suleyman no comando de sua divisão de IA. Assim, o pesquisador amenizou o discurso mais distópico em relação à tecnologia e adotou uma visão mais otimista sobre as aplicações da tecnologia. Ele conversou com o Estadão para o especial Tecnologia em Transformação, o quarto capítulo da série de especiais temáticos que o jornal publicará até o fim de 2025, dentro das celebrações de seus 150 anos.
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June 26, 5:07 PM
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A revolução de IA não cabe em um PDF e precisa ser tratada como obsessão nacional
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June 26, 5:06 PM
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Como alertou a cientista da computação Melanie Mitchell, no livro “Artificial Intelligence: A Guide for Thinking Humans”, essa antropomorfização leva a expectativas desalinhadas e avaliações imprecisas. Pesquisas mostram que esses modelos falham sistematicamente em tarefas que exigem raciocínio causal ou entendimento do senso comum – precisamente porque não possuem as estruturas cognitivas que fundamentam o raciocínio humano.
Apesar de suas capacidades impressionantes, os LLMs têm limitações significativas. Com frequência, produzem informações falsas com aparente confiança (as chamadas “alucinações de IA”), reproduzem vieses dos dados de treinamento, não acessam informações em tempo real e não verificam fatos de forma independente.
Além disso, têm dificuldades com raciocínio lógico matemático, abstrações, manutenção de contexto em interações longas e uso eficaz da memória. Mas, acima de tudo, não possuem qualquer forma de consciência ou experiência do mundo físico, o que os impede de fazer julgamentos genuínos sobre situações que envolvem empatia, dilemas éticos ou vivências humanas.
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June 26, 5:04 PM
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Quando testadas em um cenário específico, as IAs apresentam até 96% em uma taxa de chantagem
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June 26, 5:03 PM
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Ele alertou especificamente que as novas gerações estão em maior risco, uma vez que nunca tiveram acesso tão rápido à informação
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Inovação Educacional
June 26, 5:02 PM
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CEOs e especialistas concordam que a inteligência artificial (IA) está criando um novo mundo de trabalho, mas muitos estão totalmente divididos sobre como ele será. À medida que os agentes de IA e os robôs entram em cena, o cientista da computação, pioneiro, e apelidado de “padrinho da IA”, Geoffery Hinton, previu que um setor estará a salvo do possível armagedom de empregos: o setor de saúde. “Eles são muito mais flexíveis”, explicou Hinton, na série do YouTube, The Diary of a CEO.
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June 26, 4:59 PM
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A China se tornou o segundo país a realizar testes clínicos bem sucedidos de implantes de chips cerebrais. Em março deste ano, o Centro de Excelência em Ciência do Cérebro e Tecnologia da Inteligência, com sede em Xangai, realizou a cirurgia em um paciente humano. Até então, apenas os EUA tinham esse feito. As informações foram divulgadas pelo jornal Global Times, no sábado, 14.
Segundo a publicação, o paciente envolvido no procedimento perdeu os quatro membros em um acidente, há 13 anos. O implante cerebral, conhecido como BCI, permite que o paciente consiga usar o pensamento para controlar movimentos de dispositivos eletrônicos.
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June 26, 4:54 PM
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A OpenAI, dona do ChatGPT, tem um plano para reformular o ensino superior — incorporando suas ferramentas de inteligência artificial (IA) em todas as facetas da vida universitária.
Se a estratégia da empresa for bem-sucedida, as instituições fornecerão aos alunos assistentes de IA para orientá-los e ensiná-los desde o dia da orientação até a formatura. Os professores fornecerão bots de estudo de IA personalizados para cada turma. Os serviços de carreira oferecerão chatbots de recrutadores para os alunos praticarem entrevistas de emprego. E os alunos de graduação poderão ativar o modo de voz do chatbot para serem questionados em voz alta antes de uma prova.
Uma campanha publicitária da OpenAI em Chicago divulgou o ChatGPT para estudantes universitários durante a época dos exames finais Foto: Jamie Kelter Davis/NYT PUBLICIDADE
A OpenAI chama seu argumento de venda de “universidades nativas de IA”.
“Nossa visão é que, com o tempo, a IA se torne parte da infraestrutura central do ensino superior”, disse Leah Belsky, vice-presidente de educação da OpenAI, em uma entrevista. Da mesma forma que as faculdades fornecem contas de e-mail aos alunos, ela disse que em breve “todos os alunos que vierem ao campus terão acesso à sua conta de IA personalizada”.
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Para difundir os chatbots nos campi, a OpenAI está vendendo serviços de IA premium para universidades para uso de professores e alunos. Ela também está realizando campanhas de marketing com o objetivo de fazer com que alunos que nunca usaram chatbots experimentem o ChatGPT.
Algumas universidades, incluindo a Universidade de Maryland e a Universidade Estadual da Califórnia (Cal State), já estão trabalhando para tornar as ferramentas de IA parte da experiência cotidiana dos alunos. No início de junho, a Universidade Duke começou a oferecer acesso ilimitado ao ChatGPT para alunos, professores e funcionários. A instituição também lançou uma plataforma universitária, chamada DukeGPT, com ferramentas de IA desenvolvidas pela Duke.
NEWSLETTER Estadão Pílula Um resumo leve e descontraído dos fatos do dia, além de dicas de conteúdos, de segunda a sexta. EXCLUSIVA PARA ASSINANTES INSCREVA-SE Ao se cadastrar nas newsletters, você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade. A campanha da OpenAI faz parte de uma crescente corrida entre gigantes da tecnologia para conquistar universidades e alunos com seus chatbots. A empresa está seguindo os passos de rivais como Google e Microsoft, que há anos se esforçam para levar seus computadores e softwares às escolas e conquistar os alunos como futuros clientes.
A competição está tão acirrada que Sam Altman, diretor executivo da OpenAI, e Elon Musk, que fundou a rival xAI, publicaram anúncios rivais nas redes sociais neste ano, oferecendo serviços de IA premium gratuitos para estudantes universitários durante o período de exames. Então, o Google aumentou a aposta, anunciando acesso gratuito para estudantes ao seu serviço de chatbot premium “até as provas finais de 2026”.
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A OpenAI deu início à recente tendência de educação em IA. No final de 2022, o lançamento do ChatGPT pela empresa, que pode produzir ensaios e trabalhos acadêmicos com som humano, ajudou a desencadear uma onda de trapaças alimentadas por chatbots. Ferramentas de IA generativa como o ChatGPT, que são treinadas em grandes bancos de dados de textos, também inventam coisas, o que pode enganar os estudantes.
Menos de três anos depois, milhões de estudantes universitários usam regularmente chatbots de IA como auxiliares de pesquisa, redação, programação de computadores e geração de ideias. Agora, a OpenAI está aproveitando a popularidade do ChatGPT para promover os serviços de IA da empresa para universidades como a nova infraestrutura para o ensino superior.
O serviço da OpenAI para universidades, o ChatGPT Edu, oferece mais recursos, incluindo certas proteções de privacidade, do que o chatbot gratuito da empresa. O ChatGPT Edu também permite que professores e funcionários criem chatbots personalizados para uso universitário. A OpenAI oferece aos consumidores versões premium de seu chatbot por uma taxa mensal.
A iniciativa da OpenAI de tornar o ensino superior mais baseado em IA equivale a um experimento nacional com milhões de estudantes. O uso desses chatbots nas escolas é tão novo que seus potenciais benefícios educacionais a longo prazo e possíveis efeitos colaterais ainda não foram estabelecidos.
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Alguns estudos iniciais descobriram que terceirizar tarefas como pesquisa e redação para chatbots pode diminuir habilidades como o pensamento crítico. E alguns críticos argumentam que as faculdades que apostam tudo nos chatbots estão ignorando questões como riscos sociais, exploração de mão de obra pela IA e custos ambientais.
O esforço de marketing da OpenAI nos campi surge em um momento em que o desemprego aumentou entre os recém-formados — especialmente em áreas como engenharia de software, onde a IA agora está automatizando algumas tarefas antes realizadas por humanos. Na esperança de impulsionar as perspectivas de carreira dos alunos, algumas universidades estão correndo para fornecer ferramentas e treinamento em IA.
A Cal State anunciou este ano que disponibilizaria o ChatGPT para mais de 460 mil alunos em seus 23 campi para ajudá-los a se preparar para a “futura economia impulsionada pela IA da Califórnia”. A Cal State disse que a iniciativa ajudaria a tornar a instituição “o primeiro e maior sistema universitário do país capacitado pela IA”.
Algumas universidades afirmam que estão adotando as novas ferramentas de IA em parte porque querem que suas instituições ajudem a orientar e desenvolver proteções para as tecnologias.
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As big techs estão finalmente apanhando nos tribunais dos EUA; leia análise “Você está preocupado com as questões ecológicas. Você está preocupado com a desinformação e o preconceito”, disse Edmund Clark, diretor de informação da Cal State, em uma recente conferência sobre educação em San Diego. “Bem, junte-se a nós. Ajude-nos a moldar o futuro.”
No ano passado, a OpenAI lançou o ChatGPT Edu, seu primeiro produto para universidades, que oferece acesso à mais recente inteligência artificial da empresa. Clientes pagantes, como universidades, também obtêm mais privacidade: a OpenAI afirma que não usa as informações que alunos, professores e administradores inserem no ChatGPT Edu para treinar sua IA.
Ainda no ano passado, a OpenAI contratou Belsky para supervisionar seus esforços na área de educação. Veterana em startups de tecnologia educacional, ela trabalhou anteriormente na Coursera, que oferece cursos universitários e de treinamento profissional.
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Ela está seguindo uma estratégia dupla: comercializar os serviços premium da OpenAI para universidades por uma taxa e, ao mesmo tempo, anunciar o ChatGPT gratuito diretamente aos alunos. A OpenAI também reuniu recentemente um painel de estudantes universitários para ajudar seus colegas a começarem a usar a tecnologia.
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IA em uso Entre esses estudantes estão usuários avançados como Delphine Tai-Beauchamp, estudante de ciência da computação na Universidade da Califórnia, em Irvine. Ela usou o chatbot para explicar conceitos complicados do curso, bem como para ajudar a explicar erros de codificação e fazer gráficos diagramando as conexões entre as ideias.
“Eu não recomendaria que os alunos usassem a IA para evitar as partes difíceis do aprendizado”, disse Tai-Beauchamp. Ela recomendou que os alunos experimentassem a IA como um auxílio aos estudos. “Peça para ele explicar algo de cinco maneiras diferentes.”
Belsky disse que esse tipo de sugestão ajudou a empresa a criar sua primeira campanha publicitária voltada para estudantes universitários.
“Você pode me testar sobre os músculos da perna?”, perguntou um outdoor do ChatGPT, publicado em Chicago. “Me dê um guia para dominar este programa de cálculo 101”, disse outro.
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Belsky disse que a OpenAI também começou a financiar pesquisas sobre os efeitos educacionais de seus chatbots.
“O desafio é: como você realmente identifica quais são os casos de uso da IA na universidade que são mais impactantes?”, disse Belsky durante um evento de IA em dezembro na Cornell Tech, em Nova York. “E então, como você replica essas melhores práticas em todo o ecossistema?”
Alguns membros do corpo docente já criaram chatbots personalizados para seus alunos, enviando materiais do curso, como notas de aula, slides, vídeos e questionários, para o ChatGPT.
Jared DeForest, presidente do departamento de biologia ambiental e vegetal da Universidade de Ohio, criou seu próprio bot de tutoria, chamado SoilSage, que pode responder às perguntas dos alunos com base em seus artigos de pesquisa publicados e conhecimentos científicos. Limitar o chatbot a fontes de informação confiáveis melhorou sua precisão, disse ele.
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“O chatbot com curadoria me permite controlar as informações nele contidas para obter o produto que desejo no nível universitário”, disse o professor DeForest.
Mas mesmo quando treinada com materiais específicos do curso, a IA pode cometer erros. Em um novo estudo — “A IA pode ter horário de atendimento?” — professores de faculdades de direito carregaram um livro de casos de direito de patentes em modelos de IA da OpenAI, Google e Anthropic. Em seguida, eles fizeram dezenas de perguntas sobre direito de patentes com base no livro de casos e descobriram que todos os três chatbots de IA cometeram erros jurídicos “significativos” que poderiam ser “prejudiciais ao aprendizado”.
“Essa é uma boa maneira de desviar os alunos do caminho certo”, disse Jonathan S. Masur, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Chicago e coautor do estudo. “Portanto, acho que todos precisam respirar fundo e desacelerar um pouco.”
A OpenAI disse que o livro de casos de 250 mil palavras usado para o estudo tinha mais do que o dobro do tamanho do texto que seu modelo GPT-4o pode processar de uma vez. A Anthropic disse que o estudo tinha utilidade limitada porque não comparava a IA com o desempenho humano. O Google disse que a precisão de seu modelo melhorou desde que o estudo foi realizado.
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Belsky disse que um novo recurso de “memória”, que retém e pode consultar interações anteriores com um usuário, ajudaria o ChatGPT a adaptar suas respostas aos alunos ao longo do tempo e tornaria a IA “mais valiosa à medida que você cresce e aprende”.
Especialistas em privacidade alertam que esse tipo de recurso de rastreamento levanta preocupações sobre a vigilância de longo prazo das empresas de tecnologia.
Da mesma forma que muitos alunos hoje convertem suas contas do Gmail fornecidas pela escola em contas pessoais quando se formam, Belsky imagina os alunos formados levando seus chatbots de IA para seus locais de trabalho e usando-os por toda a vida.
“Seria a porta de entrada para o aprendizado — e para a vida profissional a partir daí”, disse Belsky.
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