Inovação Educacional
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Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
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Por que a microcertificação deve estar no radar de todo gestor

Por que a microcertificação deve estar no radar de todo gestor | Inovação Educacional | Scoop.it

Trabalhabilidade. Skills visibility. Empregabilidade. Upskilling. Reskilling.
A educação está em constante transformação e estes são alguns dos termos que estão ganhando força na Europa e nos Estados Unidos. Todos têm a ver com um tipo de especialização cada vez mais demandada pelo mercado e por alunos (e ex-alunos, como veremos adiante): as microcertificações.
Também chamados de microformações, tratam-se de cursos rápidos que desenvolvem habilidades específicas, que serão empregadas – e comprovadas – no curto prazo. Geralmente, ocorrem a distância ou em encontros rápidos e dinâmicos, dando flexibilidade para a educação continuada de profissionais ou estudantes.
O crescimento da procura está relacionado à educação por competência, em que interessa muito mais o que o profissional de fato consegue entregar do que os diplomas que ostenta na parede. No entanto, a comprovação se faz necessária para que os recrutadores ou algoritmos encontrem a mão de obra que procuram – e é aí que aparece a skill visibility. Mais eficiente do que saber onde e quando um profissional concluiu a graduação é entender rapidamente, por exemplo, que ferramentas ele domina ou que competências específicas acumula e que serão importantes para as tarefas a ele delegadas. 
– Duas forças estão movendo tudo isso. A primeira é a longevidade: as pessoas precisam trabalhar por mais tempo. A segunda são as mudanças no mundo do trabalho, fazendo com que elas precisem aprender mais sobre o que fazem ou dominem coisas novas – analisa o membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Científico da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) Luciano Sathler.
Quando a opção é por aprender coisas novas, o caminho é o chamado upskilling, ou seja, incrementar o hall de competências. Aqueles que buscam aprender mais sobre funções que já exercem se encaixam no conceito de reskilling. Os dois são fundamentais em função da longevidade referida por Sathler, caso contrário, a colocação no mercado de trabalho fica seriamente comprometida.
Eis que aparecem outros dois termos importantes para compreender a tendência das microcertificações: empregabilidade e trabalhabilidade. O primeiro se refere à formação pensada para inserir e estabilizar o estudante no mercado de trabalho. Já o segundo tem a ver com o desenvolvimento de competências complementares, mas que se mostram cada vez mais essenciais, como as chamadas soft skills e o domínio de ferramentas específicas de acordo com a carreira escolhida.
O papel das instituições
Feito este preâmbulo, é hora de entender o que tudo isso tem a ver com a realidade das instituições de ensino. Na verdade, tudo. Estar alinhado com o que o mercado de trabalho demanda é o ponto mais óbvio, mas, com um pouquinho de estratégia, dá para tirar ainda mais coisas do cenário apresentado.
Olhando para a educação formal, tem-se uma reorganização do Ensino Médio, a partir das novas diretrizes e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), estruturado sobre eixos e itinerários de aprendizagem de acordo com competências. O aluno começa a ser orientado para o que pretende desenvolver na vida profissional e até mesmo pessoal. Neste contexto, o currículo passa a prever uma gama de atividades que podem extrapolar os limites físicos das escolas.
– Parte da carga horária poderá ser trabalho voluntário, ou em uma empresa, visita guiada a museu. E aí o que acontece? O aluno vai terminar o Ensino Médio com o diploma, mas também pode ter certificados de curso técnico, microcertificado de voluntariado e experiência no campo de trabalho durante uma semana. Esse conjunto de microcertificados vai falar tanto ou mais do que o diploma de Ensino Médio – detalha Sathler.
Uma grande possibilidade é a formatação de parcerias com instituições de Ensino Superior. É comum que laboratórios fiquem ociosos boa parte do tempo, especialmente em cursos noturnos. A parceria entre escolas e universidades pode garantir uma formação mais completa, com diversos microcertificados que vão aumentar a trabalhabilidade dos alunos e, de quebra, ainda estimulam o vínculo com o nível superior e aproximam o futuro universitário e a instituição.
IES e as microcertificações
Se é vantagem para as escolas de Ensino Médio, que vão oferecer novas oportunidades e competências aos estudantes, é mais ainda para as faculdades e universidades. Além de ocuparem espaços até então ociosos, divulgam o trabalho e a estrutura para prospectar futuros alunos.
Para os que já estão na sala de aula, o movimento é de repensar as unidades curriculares ao redor das competências e habilidades. Dando dinamismo, é possível desmembrar as trilhas de ensino em uma arquitetura curricular que ofereça dezenas de microcertificações ao longo do curso. Atividades complementares, de extensão, atividades práticas, eventos ou, inclusive, cada unidade curricular pode dar origem a um microcertificado. Desta forma os alunos podem concluir cada semestre com uma série de habilidades comprovadas (novamente a ideia de skill visibility).
– Elas têm de estar registradas de uma forma digital e a tendência é que aconteça em blockchain, para que os algoritmos encontrem. As competências ficam visibilizadas em uma carteira digital de habilidades. Esse movimento já está na União Europeia, nos Estados Unidos e na Ásia. Está chegando no Brasil – alerta Sathler.
A comprovação dessas competências tem passado muito por ferramentas digitais. O próprio LinkedIn, rede social profissional, tem algoritmos que filtram a busca por prestadores de serviço ou profissionais que aleguem determinadas habilidades. Com a chamada Carteira Digital de Competências e Habilidades, já em prática em outros países, isso fica muito mais fácil e confiável.
Se as microcertificações aproximam os futuros alunos e intensificam a visibilidade da formação dos atuais, falta apenas falar dos ex-alunos. Para Sathler, eles não existem mais: a oportunidade está em oferecer cursos rápidos, flexíveis e acessíveis como opção de formação continuada. Por isso, as microcertificações devem fazer parte da estratégia dos gestores de Instituições de Ensino Superior.
– Para permanecer relevante, tenho que me integrar ao ecossistema de inovação e ajudar a desenvolvê-lo na tríade universidade, empresas e governos. O que nós estamos entregando não está sendo valorizado pelo mercado de trabalho. As pessoas estão se diplomando e indo trabalhar fora da sua área de formação ou em empregos que exigem menos do que um diploma – aponta Sathler
Segundo ele, há um desalinhamento entre os serviços prestados pelas instituições de Ensino Superior e o que o mundo do trabalho está demandando. E as instituições, especialmente de EAD, que estão muito focadas em ênfase conteudista, são as que mais colaboram com essa desvalorização do diploma. No entanto, elas é que podem ser o principal motor para reverter isso, desde que mudem a oferta para que os alunos possam interagir com professores e colegas, focando nas microcertificações e na trabalhabilidade.
Cooperativismo gaúcho já se beneficia das microcertificações
Criada há mais de 10 anos, a Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo (Escoop) oferece o curso de graduação de Tecnólogo em Gestão de Cooperativas, além de diversas pós-graduações focadas no tema e ainda mais customizadas, como gestão financeira para cooperativas de crédito.  
No Congresso Brasileiro do Cooperativismo de 2019, as entidades foram desafiadas a melhorar o nível de profissionalização e governança das cooperativas. Um ano depois, viram a procura por cursos on-line disparar – até mesmo em função da pandemia. A saída foi oferecer opções ainda mais rápidas e dinâmicas.
– Temos módulos de até 50 horas, mas conseguimos calibrar para mais ou para menos de acordo com cada cooperativa e o nível de maturidade dos conselheiros – explica o diretor-geral da Escoop e gerente-geral do Sescoop/RS, José Máximo Daronco.
Os conselheiros a que se refere são os que atuam na gestão das cooperativas. Anualmente, os conselhos fiscais passam por renovação de dois terços de seus quadros e os novos ocupantes precisam compreender as atribuições do cargo. Outro curso atua na formação de coordenadores de núcleos – que possivelmente se tornarão conselheiros nos anos seguintes.
– Intensificamos o projeto de segurança cibernética para empresas de segmentos como energia e infraestrutura. Fizemos o primeiro módulo, com 20 horas, já estamos no segundo e, no começo de 2023 devemos ter o terceiro, além de ampliar para outros ramos, como agro e crédito – conta Daronco.
O maior desafio para oferecer os cursos, segundo ele, é ter um conjunto de professores devidamente preparados. Para driblar este obstáculo, a Escoop busca pessoas que estão dentro das cooperativas.
As aulas são síncronas para permitir maior interação, indo ao encontro do que defende Luciano Sathler. Mas isso também demanda um domínio por parte dos professores, que,  além de conhecerem o dia a dia das cooperativas, precisam dominar a metodologia de atuação no modo virtual, mantendo o engajamento dos participantes. 
O resultado tem agradado a instituição, parceiros e alunos. Os dirigentes das cooperativas reportam que os alunos voltaram às atividades com uma capacidade maior de observação e que novas visões foram implementadas.
– A formação continuada desperta o senso crítico, permitindo a melhoria nos processos de tomada de decisão dentro das cooperativas e, também, uma participação mais efetiva dessas pessoas no processo democrático que a cooperativa constrói para decisões. Devemos proporcionar cada vez mais a educação continuada – conclui Daronco.

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Com 40 mil profissionais capacitados, programa Residência em TIC será ampliado para atender desafios da indústria

Com 40 mil profissionais capacitados, programa Residência em TIC será ampliado para atender desafios da indústria | Inovação Educacional | Scoop.it
Iniciativa do MCTI é realizada em 33 institutos de pesquisa e universidades de todas as regiões do país, e tem parceria com mais de 200 empresas do setor de TICs
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A escola americana que mescla sala de aula e museu infantil

A escola americana que mescla sala de aula e museu infantil | Inovação Educacional | Scoop.it
Localizada em Pittsburgh, instituição foi considerada uma das melhores invenções de 2022 pela revista Times ao inserir elementos para aprendizado na disposição do espaço físico
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Tutores inteligentes: ficção e realidade para o problema de Bloom

Tutores inteligentes: ficção e realidade para o problema de Bloom | Inovação Educacional | Scoop.it

O estudo mostra que alunos com tutoria individualizada apresentam níveis de aprendizagem significativamente mais altos (+2 desvios padrão) do que aqueles ensinados em uma sala de aula com um professor e 30 alunos. O problema seria a demanda por profissionais e o alto custo para realizar as tutorias em larga escala. A tutoria costuma ser um privilégio que poucos estudantes podem acessar.
Já na década de 80, Bloom imaginava que a tecnologia poderia fornecer respostas a esse problema. Mas ele ficaria surpreso com os avanços recentes da Inteligência Artificial, que tornou possível a criação de robôs (bots), capazes de identificar e propor estratégias de aprendizagem de forma personalizada para cada estudante. Ao fazer isso, podem atuar como assistentes virtuais para professores, auxiliando-os a criar experiências de aprendizagens que integrem momentos individuais e coletivos e atendam às necessidades de todos os seus alunos.

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ChatGPT Will Not Replace Teachers But Could Act As A Teaching Assistant

ChatGPT Will Not Replace Teachers But Could Act As A Teaching Assistant | Inovação Educacional | Scoop.it

Embora ferramentas de IA como o ChatGPT tenham potencial para transformar a educação, um desafio fundamental é a falta de confiabilidade. Como um chatbot que às vezes dá errado pode fazer parte da escola?
A primeira vez que um aluno faz uma pergunta ao ChatGPT e recebe uma resposta bem escrita, as possibilidades parecem infinitas. Isso é até que a resposta seja simplesmente imprecisa. Esses resultados decorrem do fato de a IA ser um “transformador pré-treinado generativo”, ou GPT, em que o treinamento é sobre aprender a gerar texto escrito corretamente e não sobre a compreensão do assunto subjacente.
Em vez de ver o ChatGPT como um oráculo que substitui a relação aluno-professor, é melhor vê-lo como um assistente de ensino – capaz de fazer uma grande quantidade de trabalho braçal de rotina, mas que precisa de revisão e, às vezes, de correções por um ser humano.
Um exemplo notável de confiar na IA é a recente decisão do Bacharelado Internacional de permitir que os alunos citem o ChatGPT em suas redações. Existem preocupações sobre esta política, ou seja, alguns dos perigos em tratar essas respostas bem escritas como uma fonte confiável – conteúdo impróprio, falta de compreensão do contexto, falta geral de veracidade.
Embora essas limitações sejam significativas para os educadores que ensinam ou para os alunos que escrevem trabalhos, elas são muito menos problemáticas para os professores que trabalham com professores ou assistentes de pesquisa. Qualquer pessoa que ocupe essas funções conhece os perigos de depender desse tipo de trabalho sem revisão, mesmo apreciando os benefícios de um assistente.
Um post recente da Loyola University Maryland School of Education reflete essa perspectiva. Ele identifica tarefas como gerar planos de aula, fornecer feedback aos alunos ou criar questionários ou testes prontos para o ChatGPT. Essas tarefas que poderiam ter sido tradicionalmente entregues a um assistente de ensino agora podem ser terceirizadas para a IA.
Outro uso potencial é fazer com que a IA extrapole notas em exposições de formato mais longo. Por exemplo, ao fornecer feedback sobre o trabalho de um aluno, um instrutor pode anotar observações gerais e alguns pontos específicos e, em seguida, passar as coisas para a IA para transformar as notas em um conjunto mais formal de comentários ou até mesmo em um relatório de progresso mais detalhado para pais. Embora um professor precise revisar o resultado antes da distribuição, isso não é diferente de como as coisas funcionam com o uso responsável de assistentes humanos.
A Khan Academy e o projeto Khanmigo fornecem um terceiro exemplo de como o ChatGPT pode ser usado como assistente de ensino. Criado em colaboração com a Open AI, a Khan Academy descreve o Khanmigo como sendo capaz de ajudar os alunos como um tutor virtual ou parceiro de debate ou para ajudar os professores com tarefas administrativas, como a geração de planos de aula.
Cada uma dessas abordagens de ensino-assistente tem potencial para beneficiar os alunos precisamente porque não estão sendo apresentadas como fontes incontestáveis, mas, em vez disso, estão usando a IA como uma ferramenta para aumentar a eficácia do professor.
Quanto à possibilidade de substituição de professores, há duas coisas que o ChatGPT não poderá fazer tão cedo. A primeira é estabelecer a conexão emocional com os alunos que é a marca registrada de um bom ensino. A segunda é servir como professor de registro nas transcrições.
Esse sistema de transcrições e as correspondentes cartas de recomendação produzidas por professores que trabalharam com alunos de uma forma definida é a moeda corrente na qual as instituições educacionais negociam. No final das contas, um componente-chave de uma educação não é a aquisição do conhecimento que está sendo ensinado, mas o registro formal de que um determinado aluno foi ensinado por uma pessoa em particular, em um momento específico, em um local específico e com um determinado resultado.
Mesmo que o ChatGPT forneça novos métodos para aquisição de conhecimento, levará muito tempo até que ele substitua o sistema de transcrição/recomendação estabelecido. Por esse motivo, se não houver outro, os professores não devem se preocupar com o fato de seu novo assistente de IA colocá-los fora do emprego tão cedo.

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Por que alguns professores universitários estão adotando o ChatGPT

Por que alguns professores universitários estão adotando o ChatGPT | Inovação Educacional | Scoop.it

Antes do início do ano acadêmico de 2022-2023, o ChatGPT provavelmente não estava no radar de muitos professores e alunos universitários . Mas menos de um ano depois, muitos no ensino superior dizem que não conseguem imaginar a vida sem ele.
Lançado em novembro de 2022 pela startup OpenAI, com sede em San Francisco, o ChatGPT pode elaborar ensaios, resolver equações matemáticas, escrever ou verificar a precisão do código HTML e debater ideias para design gráfico, bem como concluir outras tarefas. A ferramenta de inteligência artificial pode gerar texto legível sob demanda em uma ampla variedade de estilos e vozes e para diversas finalidades.
Ele foi descrito como "revolucionário" pelo co-fundador da Microsoft, Bill Gates, mas as opiniões sobre seu lugar na educação variam. Alguns educadores K-12 são céticos, citando preocupações éticas e o potencial de os alunos usarem isso para trapacear . Essas e outras preocupações também existem no ensino superior, mas também há um sentimento de otimismo e vontade entre alguns educadores universitários de se envolver com os vastos recursos do ChatGPT. Muitos o veem como um lugar permanente no mundo profissional em que os alunos entrarão.
“Com a inteligência artificial e o ChatGPT, o conhecimento está cada vez mais disponível para qualquer pessoa que saiba como pesquisá-lo”, diz Andrew Hsu, presidente do College of Charleston, na Carolina do Sul. “Então, como ensinamos os alunos no futuro a se prepararem para para este mundo em rápida mudança?" Eu acho que é algo com o qual o ensino superior terá que lidar nos próximos anos."
De janeiro a março de 2023, o ChatGPT registrou mais de 3,3 bilhões de usuários em todo o mundo, segundo dados do similarweb, que rastreia o tráfego da web. O ChatGPT registrou mais de 1,6 bilhão de usuários apenas em março, um aumento de quase 56% em relação ao mês anterior.
Especialistas em tecnologia educacional dizem que alunos e educadores estão usando a ferramenta em um ritmo raramente visto em outras inovações. Como o ChatGPT continua a reivindicar o ensino superior, aqui estão algumas maneiras pelas quais os educadores dizem que ele pode ser útil.
Ajudando os alunos a desenvolver habilidades comercializáveis
O ChatGPT pode fazer muito, mas ainda requer um ser humano para usá-lo de forma eficaz. Muitas profissões estão começando a procurar pessoas que possam fazer isso, dizem os especialistas, e os gerentes de contratação esperam que os candidatos demonstrem proficiência em ferramentas como o ChatGPT.
Isso inclui habilidades como verificação de fatos e edição, já que parte do que o ChatGPT gera não é factual ou gramaticalmente correto. Ser capaz de julgar se algo que veio do ChatGPT é fato ou desinformação se tornará essencial, dizem os especialistas, assim como saber como solicitar ferramentas de IA para obter os melhores resultados.
“Na ciência da computação ou em qualquer disciplina relacionada à computação, sempre dizemos lixo entra, lixo sai”, diz Hsu. “Isso também é verdade para qualquer algoritmo de IA. Se você alimentá-lo com desinformação suficiente, vai gerar desinformação. É aí que o conhecimento humano é necessário.”
O mercado está mudando rapidamente e as empresas que não adotarem ferramentas de IA como o ChatGPT podem ficar para trás, diz Rajesh Talpade, vice-presidente sênior de produto da D2L, uma empresa de tecnologia educacional que cria plataformas de gerenciamento de aprendizado.
É por isso que Diane Gayeski, professora de comunicação estratégica no Ithaca College , em Nova York, diz que está exigindo seu uso em suas aulas.
"Já é uma ferramenta em nosso setor, portanto, para as pessoas que estão escrevendo marketing de conteúdo, elas já estão usando ferramentas como o ChatGPT para ajudá-las com pelo menos alguns primeiros rascunhos", diz ela. "É uma ferramenta que sinto (é) necessária para ensinar."
Habilitando Novas Oportunidades de Ensino
Enquanto alguns educadores expressaram preocupação com o potencial de os alunos usarem o ChatGPT para plagiar e trapacear, outros dizem que a ferramenta representa uma oportunidade única para os professores reavaliarem suas avaliações de uma forma que beneficie tanto a eles quanto aos alunos.
“Acho que isso nos forçará a ensinar de maneira diferente, ou pelo menos ensinar a escrever de maneira diferente”, diz Hsu. “Mas, para mim, acho que precisamos adotar esse tipo de tecnologia porque, no futuro, acho que vamos usá-la regularmente, gostemos ou não.”
Cabe aos professores criar o conteúdo do curso e as avaliações que não podem ser concluídas ou acessadas facilmente por meio do ChatGPT, dizem os especialistas. Isso cria uma oportunidade para os professores se concentrarem na aplicação do aluno e na compreensão do conteúdo, e não apenas em sua redação, diz Gayeski.
Em última análise, é a habilidade de pesquisar e exibir as informações que os professores estão mais interessados ​​em ver dos alunos, dizem os educadores.
Um caminho sábio a seguir seria os professores avaliarem os alunos de uma maneira que ambas as partes possam se envolver em tempo real, diz Gayeski. O que parece em sua aula é permitir que os alunos usem o ChatGPT para obter conhecimento básico básico sobre os tópicos, mas ter a verdadeira essência da avaliação proveniente de apresentações ou ensaios que exigem que os alunos extraiam diretamente do conteúdo que foi entregue apenas em sala de aula.
Em outras palavras, ainda cabe aos alunos fazer o trabalho pesado.
"Se eu exigir que meus alunos escrevam uma redação incorporando discussões que tivemos em sala de aula ou exemplos que forneci em sala de aula, isso deve ser um trabalho original", diz ela. "O ChatGPT não consegue encontrar o que falei há duas semanas."
Aumentando a Produtividade
Uma das principais funções da IA ​​é automatizar certas tarefas. Os professores estão usando o ChatGPT para criar avaliações, auxiliar na classificação, criar programas de estudos ou concluir outras tarefas mundanas ou demoradas.
Os professores também o estão usando para gerar perguntas ou tarefas para alunos específicos com base no que eles precisam. É uma forma de personalizar ou adaptar suas aulas, mas de forma eficiente.
“Há muito trabalho inovador acontecendo para tornar a vida mais fácil para os professores”, diz Talpade. “Há outras coisas acontecendo no nível do aluno também.”
Os alunos podem usá-lo para resolver problemas de matemática prática e verificar seu processo de resolução de uma equação. Ele também pode ser usado como uma ferramenta de tutoria para alunos, especialmente aqueles que estudam um idioma estrangeiro, diz Melissa Loble, diretora de experiência do cliente da Instructure, uma empresa de tecnologia educacional que cria sistemas de gerenciamento de aprendizado para faculdades.
Loble, que também ensina um programa de certificação de e-learning na Universidade da Califórnia, Irvine , observa que o ChatGPT pode traduzir com precisão, mesmo em certos dialetos. Enquanto isso, os alunos das aulas de ciência da computação podem verificar seu código no ChatGPT, e os alunos das aulas de marketing podem fazer workshops para clientes em potencial.
O ChatGPT também tem a capacidade de criar escrita em uma variedade de tons ou vozes.
“Às vezes, esse é um conceito difícil de ensinar porque os alunos tendem a escrever em um tom muito genérico ou com sua própria voz”, diz Gayeski. Quando se trata de tarefas como adaptar uma mensagem para cinco públicos diferentes, “o ChatGPT pelo menos tenta Nisso."
Apoiando os alunos em seu aprendizado
Para alguns alunos, um obstáculo para a produtividade é começar. Outros podem encontrar um obstáculo no meio de um projeto. Onde quer que eles tenham dificuldades, o ChatGPT pode ajudar a preencher a lacuna para superar a parte de um projeto que normalmente os impede, dizem os especialistas.
"Além disso, o ChatGPT pode nivelar o campo de jogo para alunos com necessidades distintas, como alunos que são neurodivergentes e aprendem de maneira única ou alunos que estão aprendendo em um segundo idioma", Ashley Chiampo, diretora de aprendizado da empresa de tecnologia educacional Emérito, escreveu em um e-mail. "Ele tem a possibilidade de tornar o aprendizado mais eficiente e eficaz, fornecendo experiências personalizadas para os alunos, adaptadas às suas habilidades e necessidades. Ao fornecer suporte de aprendizado exatamente quando o aluno está travado ou precisa de ajuda adicional, reduz a frustração e aumenta a probabilidade do curso conclusão".
Enquanto o mundo da educação lutava para responder à ascensão do ChatGPT, Edward Tian, ​​aluno do último ano da Universidade de Princeton, em Nova Jersey, lançou o GPTZero em janeiro de 2023 – um aplicativo que permite que professores e professoras verifiquem a originalidade do trabalho de alguém e detectem qualquer Texto gerado pelo ChatGPT. No primeiro mês, o aplicativo atendeu 500.000 usuários, diz ele. Agora, mais de 6 milhões de pessoas o usaram e quase 90.000 o usam diariamente, diz ele.
Ele diz que alguns de seus professores em Princeton adotaram "uma abordagem laissez-faire" para o ChatGPT, enquanto outros são mais cautelosos. Ele tem suas preocupações, assim como outros, particularmente que o excesso de confiança possa impedir os alunos de fazer trabalhos originais ou que os usuários possam não demonstrar cautela sobre sua propensão a fornecer informações incorretas.
Mas, em última análise, diz ele, as faculdades devem adotar a tecnologia, caso ainda não o tenham feito.
“Essas ferramentas de IA são o futuro, e os alunos merecem a chance de conhecê-las em nossa educação, especialmente porque estamos entrando em um mundo de IA”, diz ele.

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As escolas americanas que proibiram a Bíblia por ser 'vulgar e violenta'

As escolas americanas que proibiram a Bíblia por ser 'vulgar e violenta' | Inovação Educacional | Scoop.it
A proibição ocorreu após uma reclamação dos pais de que o livro tem conteúdo impróprio para crianças.
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Marco Legal das Criptomoedas entra em vigor no Brasil em junho; saiba o que esperar

Marco Legal das Criptomoedas entra em vigor no Brasil em junho; saiba o que esperar | Inovação Educacional | Scoop.it
Lei foi aprovada e sancionada em 2022 e tem como foco o funcionamento de corretoras no Brasil e crimes envolvendo ativos digitais
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Majority of Americans have heard of ChatGPT, but few have tried it

Majority of Americans have heard of ChatGPT, but few have tried it | Inovação Educacional | Scoop.it

About six-in-ten U.S. adults (58%) are familiar with ChatGPT, though relatively few have tried it themselves, according to a Pew Research Center survey conducted in March. Among those who have tried ChatGPT, a majority report it has been at least somewhat useful.
ChatGPT is an open-access online chatbot that allows users to ask questions and request content. The versatility and human-like quality of its responses have captured the attention of the media, the tech industry and some members of the public. ChatGPT surpassed 100 million monthly users within two months of its public launch in late November 2022, setting a world record as the fastest-growing web application. Due to these factors, the Center chose to ask Americans about ChatGPT specifically rather than chatbots or large language models (LLMs) more broadly.

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Educação, mercado de trabalho e desigualdade racial

Qualquer tratamento injusto ou preconceituoso com base na raça de um indivíduo pode ser entendido como discriminação racial. Entre outras consequências, esse tipo de discriminação pode resultar em barreiras no mercado de trabalho e restrições de oportunidades para certos grupos. Entenda conceitos centrais deste debate
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Quais os principais fatores que provocam a falta de professores

Quais os principais fatores que provocam a falta de professores | Inovação Educacional | Scoop.it
Pesquisa mostra como falta de apoio psicológico, absenteísmo e inadequação docente são três dos grandes problemas que afetam o ensino e, consequentemente, a aprendizagem
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SP oferece exoesqueleto para tratamento de paraplégicos

SP oferece exoesqueleto para tratamento de paraplégicos | Inovação Educacional | Scoop.it

A Rede Lucy Montoro, serviço de saúde do governo de São Paulo especializado em reabilitação, vai passar a oferecer dois exoesqueletos robóticos para o tratamento de pessoas paraplégicas.
O equipamento é um suporte que possibilita ao paciente com paralisia ficar em pé e realizar movimentos como sentar e agachar. O robô é usado no tratamento de quem sofreu danos na medula e possui limitações motoras causadas por outras doenças, como mal de Parkinson e sequelas de AVC (Acidente Vascular Cerebral).

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Bilionário aos 24, Alexandr Wang faz IA para Defesa de EUA 

Bilionário aos 24, Alexandr Wang faz IA para Defesa de EUA  | Inovação Educacional | Scoop.it

Alexandr Wang, 26, lidera a primeira empresa a treinar uma inteligência artificial com dados sigilosos do governo norte-americano, a Scale AI. Ele é filho de físicos emigrantes da China, que hoje trabalham no laboratório de armas nucleares de Los Alamos, no Novo México.
Wang reuniu seu primeiro bilhão de dólares aos 24 anos, com o principal negócio da Scale AI: subcontratar pessoas para limpar e rotular dados usados para treinar grandes modelos de linguagem.
Isso garantiu US$ 250 milhões (R$ 1,25 bilhão) em receita à empresa em 2022, ante US$ 28 milhões (R$ 140 milhões) que a criadora do ChatGPT, OpenAI, teve no mesmo período. A Scale AI é uma das poucas empresas rentáveis do ramo, junto com a agora trilionária Nvidia

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“Ou as universidades se reestruturam, ou correrão o risco de se tornarem irrelevantes", alerta presidente da Fapesp

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Ciência, Marco Antonio Zago afirma que a Ciência não está conseguindo acompanhar as mudanças da sociedade, o que faz com que os jovens se distanciem da carreira acadêmica
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Etarismo no doutorado: 'Sou idosa e não queriam me ouvir'

Etarismo no doutorado: 'Sou idosa e não queriam me ouvir' | Inovação Educacional | Scoop.it

A segregação fez Sônia desistir do curso e readequar a agenda para voltar às aulas na Unifesp, e o retorno virou motivo de questionamento mesmo entre amigos. Uma colega mais nova, também professora, perguntou durante um café se permitiam idosos no doutorado e sentenciou que ninguém aceitaria orientá-la.
"É lógico que existe limitação, mas o preconceito é muito maior do que a limitação. Eu podia ter continuado, mas fui excluída durante todo o tempo que estive lá. E se fosse uma bolsa de estudos? E se eu dependesse dela? O preconceito tira o seu sonho, então você tem sempre que ter outro. Eu tinha outro, eu vou continuar", diz a professora.

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Goldman Says AI Will Spur US Productivity Jump, Global Growth - Bloomberg

Goldman Says AI Will Spur US Productivity Jump, Global Growth - Bloomberg | Inovação Educacional | Scoop.it
Goldman economists see AI complementing two-thirds of US jobs
Goldman says AI adoption could boost annual world GDP by 7%
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O "VALE DO SILICIO" NA USP | A atrasada bolha de inovação prometida há 20 anos pelo governo estadual

O governo de São Paulo insiste, há 20 anos, em criar uma versão do Vale do Silício em uma área isolada do IPT, na Cidade Universitária da USP. Apesar das dezenas de milhões de reais já gastos e até a transferência da Secretaria de Desenvolvimento Econômico para lá, poucas empresas foram atrás. Sem transporte público na porta, isolado, onde professores e alunos pegam carro até pra almoçar. Apenas uma escola privada, feita com doações de banqueiros do BTG (mas que tem cancela pra controlar o acesso) foi construída. O Google promete abrir um centro de engenharia no espaço, o oposto das sedes cada vez mais urbanas e centrais da empresa em Nova York ou Londres.
Será que estão achando que o Centro de SP já tem empresa demais, que o comércio de rua não precisa ter mais gente circulando a pé, ou que o trânsito é uma maravilha? De politicos querendo ser o novo Juscelino a empresarios querendo ter um campus da Apple para chamar de seu, vamos ver como essas bolhas da inovação pioram o trânsito das cidades e ajudam a esvaziar a vida nas cidades.
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LinkedIn continua relatando recordes de engajamento – Agência de Bolso

LinkedIn continua relatando recordes de engajamento – Agência de Bolso | Inovação Educacional | Scoop.it

A Microsoft explica: “Estamos passando por uma ‘Grande Reorganização’ em todo o mercado de trabalho, à medida que mais pessoas em mais lugares do que nunca repensam como, onde e por que trabalham. Nesta nova economia, o LinkedIn tornou-se uma missão crítica para conectar criadores com suas comunidades, candidatos a emprego com empregadores, alunos com habilidades e vendedores com compradores”.
Além disso, o LinkedIn também informou que seu negócio de Soluções de Vendas, liderado por sua plataforma Sales Navigator (que agora tem mais de um milhão de usuários pagantes) atingiu US$ 1 bilhão em receita no ano. Essa foi a primeira vez que esse marco foi atingido, o que também aponta para o crescente valor que o LinkedIn tem para profissionais de marketing, com os insights adicionais e as ferramentas que a plataforma oferece facilitando mais oportunidades. Em outra frente, o Service Marketplace do LinkedIn também ajudou a conectar quase 3 milhões de freelancers e pequenas empresas a novas oportunidades.
A Microsoft também diz que os eventos no LinkedIn estão aumentando, com mais de 24mil eventos criados e 1,5 milhão de RSVPs todas as semanas. Inclusive, a plataforma adicionou recentemente novas ferramentas para seus eventos, incluindo salas de áudio, com fluxos de vídeo em grupo também a caminho.

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Sebrae lança cursos a distância para servidores públicos

Sebrae lança cursos a distância para servidores públicos | Inovação Educacional | Scoop.it
O Sebrae está oferecendo os dois primeiros cursos à distância (EAD) voltados para gestão publica: InovaGov – Inovação nos Governos e LGPD para a Administração Pública. De curta duração — 12 e 6 horas, respectivamente —, os conteúdos foram liberados gratuitamente na plataforma da instituição. Os interessados podem se inscrever pelo Portal Sebrae. Aqueles que concluírem a carga horária receberão certificados. O prazo para concluir a formação é de 15 dias.
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O que muda com a entrada em vigor do Marco Legal das Criptomoedas?

O que muda com a entrada em vigor do Marco Legal das Criptomoedas? | Inovação Educacional | Scoop.it
Lei 14.478/2022 foi aprovada no fim do ano passado e passa a valer a partir de junho. Ainda é necessário regulamentá-la
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Extinção da humanidade pela Inteligência Artificial? 

Extinção da humanidade pela Inteligência Artificial?  | Inovação Educacional | Scoop.it
Especialistas da indústria assinaram uma nova carta alertando para a priorização dos esforços de regulação da IA, equiparando-os aos de pandemias ou de uma guerra nuclear. Por quê?
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Centros de síntese em ecologia e ciências ambientais: produção de dados e novos conhecimentos

Centros de síntese em ecologia e ciências ambientais: produção de dados e novos conhecimentos | Inovação Educacional | Scoop.it
Conheça os principais marcos sobre a criação de centros de síntese em ecologia e ciências ambientais, no Brasil e no mundo, e sua importância em gerar novos conhecimentos para informar a política e a gestão ambiental
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O gargalo dos dados raciais para a educação infantil no Censo Escolar

O gargalo dos dados raciais para a educação infantil no Censo Escolar | Inovação Educacional | Scoop.it
Introduzir incentivos e informações padronizadas a respeito dos instrumentos de coleta nas escolas pode acarretar em melhora significativa no levantamento das informações raciais
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Talento é igual entre gêneros, diz Maryna Viazovska

Talento é igual entre gêneros, diz Maryna Viazovska | Inovação Educacional | Scoop.it

E a sra. é apenas a segunda mulher a receber a Medalha Fields. Como pensa que isso pode impactar a vida de garotas que se interessam por matemática e ciências? Entendo que servir de exemplo é algo que pode ajudar. Além disso, é fundamental que haja suporte e encorajamento da família e das pessoas que tenham importância na vida das garotas e das jovens mulheres.
O talento é uniformemente distribuído entre gêneros, etnias, nacionalidades… Para mim, isso não é um teorema que eu tenha que provar —é um axioma, um princípio. Quando vemos que os números não estão batendo, ou seja, que essas pessoas não estão adequadamente representadas, significa que temos um problema que, como sociedade, devemos trabalhar para reverter.

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Perfumista é quase tão raro quanto astronauta; entenda 

Perfumista é quase tão raro quanto astronauta; entenda  | Inovação Educacional | Scoop.it

No país, a liderança da perfumaria é disputada de igual para igual entre as brasileiras Natura e Boticário. "Mas o Boticário teve um crescimento acelerado em 2022, aproveitando a reabertura das lojas", diz Mariana. Além de O Boticário, o grupo é dono das marcas Eudora, Quem Disse Berenice?, Vult, O.U.i, Truss Professional, Dr. Jones, das varejistas Beleza na Web e Beautybox, além de ter a licença no Brasil para marcas como Australian Gold e Revlon.
O grupo entrou em um novo momento, com a reinauguração, no final do ano passado, do seu centro de pesquisa e desenvolvimento de produtos, chamado de "Laboratório do Futuro". A empresa foi a primeira a fazer uso da inteligência artificial para produzir um perfume –o Egeo, lançado em 2019. Desde então, os investimentos em tecnologia se aceleraram.
Nos últimos quatro anos, a empresa multiplicou por dez os investimentos na área (não revelados). Em pessoal, a equipe passou de 200 para 2.500 pessoas, no esforço para trazer mais inovação e qualidade aos produtos. O uso de inteligência artificial para criar novas fragrâncias continua, muitas vezes combinado a técnicas tradicionais, como a do headspace, criada nos anos 1970 para absorver alguns microgramas de moléculas responsáveis pela produção de odores.
"Em 2018, em uma viagem a Cuba, fomos ao Jardim Botânico e descobrimos uma palmeira com cheiro amadeirado, meio cítrico. Rapidamente usamos o headspace para captar este cheiro", diz Cesar Veiga, referindo-se ao mais recente cheiro que descobriu.
O cheiro novo é traduzido em uma fórmula ou ingredientes, que passam a integrar um banco de dados, abastecido com outras fórmulas, ingredientes, história da perfumaria e pesquisas com consumidores. A partir dessa análise, a inteligência artificial é capaz de identificar padrões e novas combinações para aquele novo cheiro. Nada que intimide Veiga, pelo contrário. "Um perfumista tem à disposição em torno de 3.000 ingredientes, sendo 350 de origem natural e mais de 2.500 de origem sintética", diz ele.
Para construir uma fórmula, o perfumista pode levar de seis meses a dois anos, afirma. "Mas em 24 horas o computador me mostra várias ideias com potencial de dar certo. Seleciono e vou para a bancada dar o toque final, a sensibilidade humana", diz ele. "A máquina é uma ferramenta, não um substituto do perfumista."
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL É USADA PARA PRESTAR SERVIÇOS DE BELEZA
No Boticário, a inteligência artificial também vem sendo usada no controle de qualidade dos produtos, diz Juliana Canellas, diretora de qualidade. "Temos um produto digital desenvolvido internamente, o Lyra, que está pronto para cruzar dados sobre fórmulas e embalagens com os testes de estabilidade de um produto, antes que ele seja lançado", diz Juliana, referindo-se aos testes para conferir a eficácia de itens como cremes e maquiagens.
O objetivo é diminuir o tempo de chegada do produto ao consumidor final, além de reduzir custos com os testes. "Reunimos os dados dos últimos 14 anos, envolvendo 3.000 estudos de estabilidade, com 7.500 testes feitos ao ano, e vamos começar a cruzar essas informações", afirma. "A nossa expectativa é adiantar o lançamento de um produto entre 60 e 90 dias, além de gerar uma economia de R$ 6 milhões ao ano com testes de estabilidade."
A concorrência, por sua vez, também está se mexendo quando o assunto é inteligência artificial, mas com uso voltado a serviços. O consumidor que chegar a uma das nove lojas da Natura pode ter um diagnóstico personalizado dos danos sofridos pelos seus cabelos. Um dispositivo acoplado ao celular, associado a um algoritmo de inteligência artificial proprietário, aumenta em 20 vezes a imagem do fio de cabelo para observar os danos. A partir daí, o consumidor tem acesso a mais de 15 mil combinações de produtos da linha Natura Lumina para tratamento.
Já a multinacional de perfumes e cosméticos L'Oréal comprou, em 2018, a empresa de inteligência artificial ModiFace, especializada em realidade aumentada. Desde então, foram mais de 1.400 serviços oferecidos. Um deles é o Effaclar Spotscan, da marca La Roche-Posay.
"A cliente tira três selfies e recebe uma recomendação personalizada da rotina de beleza que ela precisa adotar", diz Guilherme Eler, diretor de novos negócios e inovação do grupo no Brasil. "Depois que a ferramenta foi lançada, a taxa de conversão em vendas dobrou e o tíquete médio ficou 25% maior."

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EUA: Justiça pode vetar raça como critério em universidade

EUA: Justiça pode vetar raça como critério em universidade | Inovação Educacional | Scoop.it

A experiência em Michigan e em estados como a Califórnia —o primeiro a proibir ações afirmativas, em 1996—, onde universidades embranqueceram após a medida, mostram que "substituir a questão da raça pela classe econômica não resolve o problema chave dos sistemas de racismo estrutural históricos e ainda existentes nos EUA", diz Sara Kaplan, diretora do Centro de Pesquisa e Política Antirracista da American University.
Para ela, proibir ações afirmativas teria impactos dos mais variados, desde o aumento da disparidade de renda até a mudança nas prioridades da pesquisa acadêmica, tornando a produção científica do país menos diversa.

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