Inovação Educacional
591.2K views | +0 today
Follow
Inovação Educacional
Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
Your new post is loading...
Your new post is loading...
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

O belo, o bom e o básico no Ensino Superior brasileiro em 2024

O belo, o bom e o básico no Ensino Superior brasileiro em 2024 | Inovação Educacional | Scoop.it

Por Luciano Sathler.

Muitas lideranças à frente de Instituições de Ensino Superior (IES) estão com dúvidas sobre o que fazer para enfrentar o cenário, que foi profundamente alterado nos últimos anos e, ao que tudo indica, terá sua transformação acelerada daqui para frente.

Muitos já desistiram. De 2018 a agosto de 2023, houve o descredenciamento voluntário de 245 Instituições de Ensino Superior (IES) e outros 79 processos desse tipo estavam em andamento junto ao MEC. 

Ao mesmo tempo, 700 novos pedidos de credenciamento institucional foram protocolados junto ao MEC, sendo 478 destes focados em Educação a Distância. Esses dados eu obtive junto ao Ministério da Educação, após uma consulta com base na Lei da Transparência. 

A julgar pelas notícias das novas IES que já conseguiram se credenciar, há um novo modelo nascente, com pouco ou nenhum capital imobilizado em imóveis, modelos pedagógicos inovadores e atuação em nichos, tais como negócios, tecnologia, agro ou economia criativa, por exemplo.

O BÁSICO 

Para quem quiser permanecer no segmento é urgente alcançar a máxima eficiência nas atividades-meio, com intensificação de uso da tecnologia para melhorar a experiência dos estudantes, suas famílias, as empresas e a comunidade que se relacionam com a IES. 

Finanças, contabilidade, gestão de espaços físicos, compras, marketing, captação e financiamento dos alunos são exemplos de processos e áreas que passaram por uma ampla profissionalização, especialmente após a ascensão dos grandes grupos consolidadores. 

Claro que a sustentabilidade econômico-financeira é a base para tanto, por isso trata-se de uma busca permanente adequar-se aos melhores indicadores de gestão.

O BOM 

Diante do acirramento do cenário competitivo, as Instituições de Ensino Superior (IES) que buscam se diferenciar e serem percebidas por melhor qualidade precisarão estabelecer fortes vínculos com a comunidade na qual se inserem, especialmente com o desenvolvimento de arquiteturas curriculares que permitam maior diálogo com o mundo do trabalho. 

Realizar a extensão universitária e a pesquisa aplicada intrinsecamente relacionadas ao ensino, numa trajetória marcada por certificações intermediárias e microcertificações que ressaltem as competências desenvolvidas ao longo do curso, com foco primordial no desenvolvimento regional.

As mudanças no mundo do trabalho pedem que os discentes sejam apoiados já durante os estudos para ampliar o sucesso da sua inserção profissional, para que atuem na mesma área de sua formação, tenham uma renda mais alta do que as pessoas que concluíram apenas o Ensino Médio e a capacidade de aprender sempre para manter a sua trabalhabilidade, um conceito que é mais amplo do que a empregabilidade. 

As carteiras digitais de competências, parte do movimento dos Learning Employment Records – LER, tornam-se algo a ser individualizado, pois armazenam e compartilham comprovações de experiências, estudos e trabalhos com segurança e interoperabilidade, para que a gestão algorítmica valorize os egressos ao longo da vida. 

As IES que quiserem ter perenidade precisarão colaborar com a maior sofisticação da matriz produtiva dos locais onde estão para gerar mais oportunidades de trabalho, especialmente de caráter empreendedor, o que vai ajudar que seus diplomas sejam também mais valorizados pela sociedade. 

Todas as IES precisam ter a sua própria estratégia para a EAD e o Ensino Híbrido, mesmo que seja para assumir um posicionamento fortemente calcado no presencial. Caso seja essa a opção, é preciso ressignificar os encontros síncronos no mesmo local, para que sejam mobilizados pelas metodologias ativas. 

O melhor é estabelecer um modelo próprio de EAD, ainda que como estratégia para blindar a sua região de influência aproveitando a força da marca e a presença de um campus bem estruturado. Ao ponto do estudante ser beneficiado com tudo de melhor que uma Instituição oferece no presencial, seja qual for a modalidade que escolha.

O BELO

As plataformas de inteligência artificial (IA) geradoras de imagens, textos, áudios, vídeos, avaliações de aprendizagem e capazes de criar agentes conversacionais que interagem com as pessoas são um fenômeno de crescente adoção nas Instituições de Ensino Superior (IES). 

Torna-se cada vez mais fácil, econômico e rápido criar, remixar ou atualizar recursos didáticos digitais com a utilização de IA, com pouca ou nenhuma intervenção humana. As empresas que trabalham com a oferta de conteúdos e os docentes enfrentarão desafios diante dessa realidade, a exemplo do que já está acontecendo com os roteiristas e atores do audiovisual, jornalistas e empresas de mídia, agências de propaganda e marketing, arquitetos, engenheiros, advogados, dentre outros setores que têm a informação como sua matéria-prima principal.  

Os tutores virtuais habilitados por IA se tornarão cada vez mais presentes na vida dos estudantes e de qualquer um interessado em aprender, seja algo oferecido pelas IES ou mesmo um assistente pessoal a fazer parte do cotidiano, Inteligência Artificial embarcada nos carros, aparelhos celulares, na televisão e até em outros eletrodomésticos. 

A tradução simultânea e a sincronização labial permitirão que a internacionalização seja uma possibilidade ao alcance de quaisquer IES, independentemente do porte ou localização. Professores e pesquisadores de outros países poderão interagir com estudantes no Brasil de forma síncrona ou assíncrona, com a mesma familiaridade que as videochamadas e a troca de mensagens instantâneas são praticadas hoje por ampla parcela da população. As fronteiras físicas se dissolvem e será comum concorrer com universidades mundialmente renomadas, com o fim da barreira da linguagem. 

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

José de Souza Martins: Éramos felizes e não sabíamos

José de Souza Martins: Éramos felizes e não sabíamos | Inovação Educacional | Scoop.it

Antes das redes sociais, nossa consciência das necessidades da vida tinha outros valores de referência, que eram valores sociais próprios da condição humana
Por José de Souza Martins
Na entrega do anteprojeto do novo Código Civil ao Congresso Nacional, o ministro Alexandre de Moraes referiu-se a variadas transformações ocorridas na sociedade brasileira, novos tipos de contratualidade social, que o tornam necessário. Ressaltou “a questão de costumes, novas relações familiares, novas modalidades de se tratar das questões do direito de família e sucessões, a tecnologia, a inteligência artificial, novas formas de responsabilidade civil”.
Ele poderia ter arrolado muitas outras modalidades de relacionamento que expressam a realidade atualizada do país e sofreram câmbios significativos. Aos olhos dos mais antigos, bloqueados no meio do caminho das mudanças, a sociedade está tomada por crescentes anomalias, até mesmo inaceitáveis para muitos.
Uma ideologia repressiva e punitiva, de cada vez mais numerosas pessoas, já domina a formação de partidos e de bancadas partidárias nas casas do Congresso; domina novas “religiões” e até mesmo disfarça religiões em partidos políticos, o que viola a Constituição e as leis. Um conjunto extenso de metamorfoses sociais tornou a sociedade brasileira disfuncional e patológica.
As redes sociais tornaram-se não só poderosos instrumentos de difusão cultural e de democratização do conhecimento. Mas, ao mesmo tempo, diluíram e mistificaram a consciência crítica e reveladora dessas graves anomalias e transformações. O anormal passou a fazer parte da normalidade. A anomalia passou a ser concebida como um direito em nome do direito à liberdade de opção, mesmo que antissocial. O que motivava estranheza e repulsa tornou-se ódio, base ideológica de um programa de mudança para não mudar.
Sociedades atrasadas mudam relativamente depressa por impulso de fatores invisíveis. As causas da mudança eficaz que nos move mais rapidamente nem mesmo estão aqui. E as que estão aqui só muito lentamente se transformam em motivação e fator das mudanças sociais e políticas que carecemos. Estamos sempre em atraso com nossos carecimentos.
O desenvolvimento das tecnologias das redes sociais e a rapidez de sua disseminação são acompanhados pelo dedo indicador, mas não o são pelo cérebro, pela cultura e pela consciência. Esse descompasso abriu caminho para o poder de manipulação das consciências, à qual chegam os aproveitadores dessa fragilidade muito mais depressa do que o bom senso.
A criminalidade econômica, a política e a religiosa acrescentam-se rapidamente ao elenco de criminalidades que já ameaçavam as sociedades antes das redes sociais. O crime se moderniza antes da modernização da Justiça e o elenco de criminosos se dilata.
Há também as categorias sociais que não só não mudaram como radicalizaram suas antiquadas concepções de vida e dos valores que lhes são referências. Temos saudade do que nunca fomos, queremos voltar para onde nunca estivemos.
É o caso dos militares, cuja organização é estamental, de um passado que nunca teve um lá adiante atualizado à luz das mudanças sofridas pela sociedade, como se não fizessem parte dela. São movidos por carências suas e não da sociedade.
Já na ditadura militar, mas também recentemente, no bolsonarismo, deram evidentes indicações de grande dificuldade para aceitar e reconhecer as significativas mudanças sociais e políticas que iam na direção até mesmo de uma nova concepção de democracia. Socializados para fazer a guerra contra uma sociedade de inimigos imaginários, têm agido no sentido de reduzir a sociedade brasileira aos limites de uma cultura autoritária de quartel.
Também querem a volta a um passado que não houve, os grupos que encontraram nas religiões antidemocráticas e não só fundamentalistas mais do que um refúgio contra as tentações de satanás, uma fortaleza da mentalidade de guerra que os motiva. São os de religiões antirreligiosas de enquadramento dos pobres de espírito, que nas religiões do poder se sentem seguros contra as crescentes incertezas do mundo. Insurgem-se contra a necessidade de modernização das mentalidades.
Antes das redes sociais éramos felizes não porque delas não carecíamos. Nossa consciência das necessidades da vida tinha outros valores de referência, que eram valores sociais próprios da condição humana. Havia uma consciência clara do que era ser gente e do que não o era.
Não sabíamos que éramos felizes porque nos bastava a esperança do que éramos. Hoje achamos que somos felizes com o mundo fantasioso das redes sociais, mas já não sabemos o que somos. Elas desumanizaram o nosso mundo e o liquefizeram. Usurparam-nos a consciência da esperança. Trocaram nossa consciência possível por uma consciência meramente provável, o destino de todos como um mero e cinzento talvez.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Lucro da Microsoft sobe 20% no 3º trimestre fiscal

Lucro da Microsoft sobe 20% no 3º trimestre fiscal | Inovação Educacional | Scoop.it
A empresa de tecnologia reportou lucro líquido de US$ 21,9 bilhões no período; a receita da companhia avançou 17%, para US$ 61,9 bilhões
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

IA precisa de supervisão da ONU

IA precisa de supervisão da ONU | Inovação Educacional | Scoop.it

Sucesso da Agência Internacional de Energia Atômica tem mostrado que somos capazes de exercer a cautela e de proibir a busca cega por avanços tecnológicos quando o futuro da humanidade e do planeta estão em jogo
Por Peter Kirchschläger
Nos últimos anos, muitos cientistas e líderes do setor de tecnologia têm soado os alarmes a respeito da inteligência artificial (IA) e feito alertas terríveis, do tipo que não se ouviam desde a era nuclear. Elon Musk, por exemplo, disse que a “IA é muito mais perigosa que as armas nucleares”, o que o levou a fazer uma importante pergunta: “Por que não temos uma supervisão reguladora? Isso é insano”.
O falecido Stephen Hawking argumentou de forma parecida: “A menos que aprendamos como nos preparar para, e como evitar, o potencial de riscos, a IA poderia ser o pior evento na história de nossa civilização. Ela traz perigos, como poderosos armamentos autônomos, ou novas maneiras para que uma minoria oprima uma maioria”.
Dadas as consequências de potencial catastrófico de uma IA sem freios, há uma clara necessidade de barreiras de proteção internacionais para garantir que essa tecnologia emergente - mais precisamente chamada de sistemas baseados em dados - sirva ao bem comum. Em termos mais específicos, isso significa garantir que os direitos humanos sejam respeitados em todo o mundo, inclusive on-line.
Para esse fim, os governos deveriam adotar uma regulamentação que promova sistemas baseados em dados voltados a proteger os menos poderosos dos mais poderosos, garantindo que os direitos humanos sejam respeitados, protegidos, implementados e concretizados em todo o ciclo de vida desses sistemas, o que inclui o projeto, desenvolvimento, produção, distribuição e uso.
Tão importante quanto, a ONU precisa urgentemente criar uma Agência Internacional de Sistemas Baseados em Dados (IDA, na sigla em inglês), um órgão internacional de fiscalização da IA que promoveria usos seguros, protegidos, sustentáveis e pacíficos para essas tecnologias, garantiria que elas respeitem os direitos humanos e fomentaria a cooperação no campo. Um órgão que também teria autoridade regulatória para ajudar a decidir sobre a aprovação do uso de produtos de IA no mercado. Dadas as semelhanças entre os sistemas baseados em dados e as tecnologias nucleares, o melhor modelo para tal instituição seria a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), até porque é uma das poucas agências da ONU com poder para mostrar os “dentes”.
Dadas as consequências de potencial catastrófico de uma IA sem freios, há uma clara necessidade de barreiras de proteção internacionais para garantir que essa tecnologia emergente, mais precisamente chamada de sistemas baseados em dados, sirva ao bem comum
O sucesso da AIEA tem mostrado que somos capazes de exercer a cautela e de proibir a busca cega por avanços tecnológicos quando o futuro da humanidade e do planeta estão em jogo. Depois de as bombas em Hiroshima e Nagasaki terem revelado as consequências humanitárias devastadoras da guerra nuclear, a pesquisa e desenvolvimento no campo da tecnologia nuclear foram limitados para evitar resultados ainda piores. Isso foi possível graças a uma estrutura internacional - a AIEA - equipada com fortes mecanismos para garantir o cumprimento de suas normas.
Um número cada vez maior de especialistas tem defendido a criação de uma IDA e apoiado a criação de sistemas baseados em dados fundamentados no respeito aos direitos humanos. O “Elders”, um grupo independente de líderes mundiais fundado por Nelson Mandela, reconhece os enormes riscos da IA e a necessidade de uma agência internacional como a AIEA “para gerenciar essas poderosas tecnologias dentro de sólidos protocolos de segurança” e garantir que elas sejam “usadas de maneiras coerentes com o direito internacional e tratados de direitos humanos”. Em consequência, o grupo busca incentivar os países a enviarem uma solicitação à Assembleia Geral da ONU para que a Comissão de Direito Internacional (CDI) elabore um tratado internacional criando uma nova agência de segurança de IA.
Entre os nomes influentes favoráveis a um marco regulatório para a IA que seja legalmente obrigatório está Sam Altman, executivo-chefe da OpenAI, cujo lançamento público do ChatGPT no fim de 2022 deu início à corrida armamentista da IA. Em 2023, Altman defendeu uma agência internacional capaz de, entre outras coisas, “inspecionar sistemas, exigir auditorias, testar a conformidade com padrões de segurança, [e] impor restrições aos graus de implantação e níveis de segurança”. Até o papa Francisco enfatizou a necessidade de criar uma instituição multilateral que examine as questões éticas resultantes da IA e regulamente seu desenvolvimento e uso por meio de "um tratado internacional" de cumprimento obrigatório.
A ONU, por sua vez, destacou a importância de promover e proteger os direitos humanos em sistemas baseados em dados. Em julho de 2023, o Conselho de Direitos Humanos adotou por unanimidade uma resolução sobre “novas tecnologias digitais emergentes e direitos humanos”, na qual se destaca que essas tecnologias hoje “talvez careçam de regulamentação adequada” e a necessidade “de medidas eficazes para prevenir, mitigar e remediar os impactos adversos de tecnologias do tipo nos direitos humanos”. Para esse propósito, a resolução pede o estabelecimento de estruturas que permitam a realização de avaliações de impacto e das devidas análises internas e que garantam soluções eficazes, a supervisão humana e a responsabilidade legal.
Mais recentemente, em março, a Assembleia Geral da ONU adotou por unanimidade a resolução “Aproveitando as oportunidades de sistemas de IA seguros, protegidos e confiáveis de sistemas de inteligência artificial para o desenvolvimento sustentável”. Essa resolução histórica reconhece que “os mesmos direitos que as pessoas tem off-line também precisam ser protegidos on-line, inclusive ao longo do ciclo de vida dos sistemas de inteligência artificial”.
Agora que a comunidade internacional reconhece a necessidade imperativa de proteger os direitos humanos em sistemas baseados em dados, o próximo passo é óbvio. A ONU agora precisa traduzir esse consenso global em ações, criando uma IDA.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Davos 2020: A Agenda de Melhoria de Competências

Davos 2020: A Agenda de Melhoria de Competências | Inovação Educacional | Scoop.it
Olhando para as minhas notas da reunião do Fórum Económico Mundial em Davos, em 2013, vejo que foi dominada por profundas preocupações sobre o impacto da tecnologia no trabalho. A questão era se a engenhosidade tecnológica seria de alguma forma a ruína do nosso modo de vida humano. Não creio que alguém tenha compreendido os mecanismos exactos através dos quais o impacto das tecnologias humanas se desenrolaria, mas havia preocupações palpáveis ​​de que nem tudo seria positivo.

Dentro de alguns anos, essas vagas preocupações começaram a tomar forma. Na reunião de Davos de 2017, as consequências da tecnologia no trabalho tornaram-se mais claras, com alguns economistas do trabalho a fazerem previsões de que milhões de pessoas poderiam perder os seus empregos e poderiam ser potencialmente substituídas pela IA ou pela robótica. A melhoria das competências para desempenhar os aspetos mais humanos do trabalho ou competências adjacentes, ou a requalificação para tipos de trabalho completamente diferentes, começaram a emergir como os únicos caminhos para garantir que todos continuariam a ter oportunidades de trabalhar.

Receba atualizações sobre liderança transformativa

Recursos baseados em evidências que podem ajudá-lo a liderar sua equipe com mais eficiência, entregues mensalmente em sua caixa de entrada.


INSCREVER-SE
política de Privacidade

Se 2013 foi o ano das preocupações e 2017 o ano das consequências, então 2020 é o ano dos compromissos. Este ano, em Davos, foi lançada uma iniciativa chamada Revolução de Requalificação , que viu empresas e governos comprometerem-se a requalificar e a melhorar as competências de mil milhões de pessoas em todo o mundo até 2030.

Por trás das promessas públicas de ajudar a requalificar os trabalhadores nesta nova economia, há um incômodo “Por que se preocupar?” perguntas de todas as partes interessadas que ameaçam inviabilizar os esforços. Essas perguntas incluem:

Por que uma empresa pagaria para que alguém fosse qualificado quando essa pessoa poderia sair pela porta com as habilidades recém-adquiridas – e, mais importante, levar essas habilidades para um concorrente?
Porque deveria um governo pagar para que alguém seja qualificado quando não está claro que essas novas competências terão um impacto positivo na sua produtividade e, portanto, na saúde da economia - especialmente numa altura em que existem outras necessidades concorrentes, como os cuidados de saúde? , no erário público?
Porque é que um trabalhador estaria motivado para se requalificar quando não tem tempo nem dinheiro e quando não consegue prever se a competência que está a adquirir o tornará mais comercializável? ( Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico sugerem que depois dos 35 anos, as pessoas têm menos probabilidade de se sentirem motivadas para melhorar ou requalificar.)
Estava a pensar sobre estas questões num painel não relacionado em Davos que discutiu as profundas implicações do aumento das temperaturas globais no derretimento do gelo ártico. Houve um amplo acordo de que algo tinha de ser feito – e rápido. Mas um grande investidor de fundos do painel fez duas perguntas cruciais: “Por que alguém agiria? Quais são os incentivos para mudar o comportamento?”

As suas perguntas foram impopulares, mas penso que ele destacou uma questão fundamental sobre as questões relativas às alterações climáticas — e, na verdade, também sobre a requalificação e a melhoria de competências. Quais são as motivações para mudar?

O papel crítico dos incentivos
Parece-me que, para que os compromissos assumidos em matéria de melhoria de competências sejam concretizados, então as questões sobre o que irá incentivar esses compromissos têm de ser abordadas de frente.

Aqui estão quatro tipos de incentivos para o comprometimento com a qualificação que foram discutidos em Davos em 2020:

Incentivos fiscais. Neste momento, em muitas jurisdições fiscais, investir em robótica e IA tem uma vantagem contabilística sobre o investimento em pessoas. Podem ser necessárias alterações nas estruturas fiscais nacionais das sociedades para que, do ponto de vista contabilístico, o dinheiro que uma empresa gasta em formação seja considerado uma despesa de capital, da mesma forma que o investimento em maquinaria (como um robô) é atualmente.

Apoio fiscal. Os governos podem disponibilizar aos seus cidadãos uma conta de aprendizagem individualizada, que é uma quantia em dinheiro a ser gasta à discrição dos indivíduos. Este é um incentivo com o qual os governos de Singapura e de França estão a colaborar.

Incentivos de relatórios. Coloca-se a questão de saber o que irá responsabilizar as empresas pelos compromissos que fazem em termos de gastos com requalificação ou pelo número de pessoas que requalificam ou requalificam. A empresa francesa de outsourcing Adecco, por exemplo, comprometeu-se publicamente a melhorar as competências de 5 milhões de pessoas até 2030. Mas como será isso medido? Uma possibilidade é uma iniciativa lançada pelo Conselho Empresarial Internacional do Fórum Económico Mundial para que as empresas apresentem relatórios públicos sobre 22 medidas não financeiras , incluindo despesas com formação.

Artigos relacionados
Líderes eficazes articulam valores – e vivem de acordo com eles | Morela Hernández e Catherine Summers
As vantagens inesperadas de permitir que os funcionários definam suas funções | Benjamin Laker e Stefania Mariano
Por que precisamos, precisamos e queremos agir em relação ao clima | André Winston
Mandatos de retorno ao escritório: como perder seus melhores desempenhos | Brian Elliott
Sinalização de incentivos. O governo pode incentivar o interesse e a motivação dos trabalhadores na requalificação, fornecendo informações mais claras sobre as tendências futuras do emprego. O Ministério do Trabalho alemão está a desenvolver este incentivo de sinalização, destacando, através dos seus centros de emprego, os locais e categorias prováveis ​​de perda e criação de emprego.

Existe um amplo consenso de que os milhares de milhões de trabalhadores cujos empregos foram afectados pela tecnologia merecem uma oportunidade de requalificação. E há um consenso crescente sobre como isso pode ser alcançado . No entanto, sem reconhecer e reforçar os mecanismos destes quatro incentivos potenciais, existe o perigo de que a conversa sobre compromisso simplesmente ande em círculos. Apoiar, medir e partilhar tendências sobre requalificação são passos cruciais a adotar neste momento.

SOBRE O AUTOR
Lynda Gratton ( @lyndagratton ) é professora de práticas de gestão na London Business School e diretora do programa Estratégia de Recursos Humanos em Empresas em Transformação da escola. Ela é coautora de The 100-Year Life: Living and Working in an Age of Longevity (Bloomsbury, 2016).
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

China alerta Blinken que EUA devem escolher entre “cooperação ou confronto”

China alerta Blinken que EUA devem escolher entre “cooperação ou confronto” | Inovação Educacional | Scoop.it
A China alertou nesta quinta-feira os Estados Unidos que os dois países devem escolher entre "confronto ou cooperação", enquanto o secretário de Estado americano, Antony Blinken, inicia sua visita oficial ao país, em meio a ameaças de sanções contra Pequim por seu apoio à Rússia na guerra.
"Se a China e os EUA escolherem cooperação ou confronto, isso afeta o bem-estar de ambos os povos, das nações e também o futuro da humanidade", afirmou o secretário do partido de Xangai, Chen Jining, em reunião com Blinken.
A viagem do secretário de Estado americano ocorre em meio ao aumento das tensões bilaterais, com acusações dos EUA de que a China estaria apoiando a máquina industrial militar da Rússia na guerra contra a Ucrânia.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Educação e mudança climática

Educação e mudança climática | Inovação Educacional | Scoop.it
“Educação e mudanças climáticas” foi o tema da Live do Valor desta quinta-feira, 25. O encontro, organizado pelo Valor e pelo Valor Social - área de responsabilidade social da Globo -, contou com a participação de Thiago Martins, diretor de Operações e Gestão Ambiental da Globo, e Maria Isabel Amando de Barros, especialista em infâncias e natureza do Instituto Alana. Para Barros, o papel da comunicação é fundamental e deve criar diálogos entre a sociedade e escola, que tem função importante ao ouvir e entender o que as crianças têm a dizer sobre pautas como o meio ambiente. Na avaliação de Martins, as crianças são a base de tudo na sociedade. “A gente precisa ter ali uma primeira infância muito bem instruída se de alguma maneira a gente quer criar uma ‘smart city’ no futuro”, afirmou. Barros afirmou que, segundo estudo da Unesco, 95% dos docentes têm interesse em clima, mas 30% deles não sabem como aplicar o tema em sala de aula.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Grupos de ensino superior se preparam para nova onda de consolidação no setor

Grupos de ensino superior se preparam para nova onda de consolidação no setor | Inovação Educacional | Scoop.it

Uma nova onda de consolidação no setor de ensino superior começa a ser desenhada, com grandes grupos educacionais em conversas para uma possível combinação de negócios e faculdades menores também em busca de aquisições para este ano. Entre os players, Cruzeiro do Sul, Vitru, Yduqs e Clariens (faculdades de medicina do Mubadala) têm se mostrado abertos à tese de que uma fusão poderia destravar valor, gerar mais liquidez ao papel das empresas do setor, que tem ficado fora do radar dos investidores. Alguns deles já estão com assessores financeiros para dar andamento a essas tratativas, segundo o Valor apurou.
Entre 2015 e 2022, a receita líquida do setor de ensino superior (considerando apenas graduação) caiu de R$ 71 bilhões para R$ 58 bilhões. Essa queda de 18,3% é devido à redução do Fies, programa de financiamento estudantil do governo, e a crise econômica. Os nove maiores grupos - Afya, Ânima, Cruzeiro do Sul, Kroton, Ser Educacional, Vitru, Yduqs, Unip e Uninove - detêm 58% de participação de mercado. Os dados são da consultoria Hoper Educação.
Essa não é a primeira vez que transações de M&As (fusões e aquisições, na sigla em inglês) no setor são aventadas. Outras conversas semelhantes já surgiram entre 2021 e 2022, mas não seguiram em frente. Um dos maiores temores é que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) barre a transação como ocorreu com Kroton e Estácio, em 2017. Um dos principais entraves dessa fusão foi a dificuldade em impor medidas anticoncorrenciais no ensino on-line, uma vez que esse segmento não tem barreiras geográficas devido à própria natureza do negócio.
Na época, a Kroton era a líder disparada no EAD (ensino a distância) - esse mercado era fechado, a legislação não permitia abertura de novos cursos on-line e uma combinação entre as duas maiores do ensino superior levaria a superconcentração no segmento de educação digital.
Mas, nos últimos anos, as regras do EAD foram flexibilizadas e esse mercado cresceu exponencialmente, em especial, após a pandemia. Atualmente, no setor privado, há cerca de 4,1 milhões de alunos em cursos on-line e 3,2 milhões no presencial. É com base nessa mudança de cenário associada à redução da alavancagem das companhias, valor das ações de educação patinando e o sinal verde do Cade nas transações que juntaram Ânima com Laureate Brasil e Uniasselvi com Unicesumar, ambas em 2021, que os grandes grupos agora voltaram a conversar, de acordo com fontes a par do assunto.
A Cruzeiro do Sul é o principal ativo de interesse. Isso porque a companhia não está alavancada, seu balanço é redondo, tem uma marca reconhecida, forte presença em São Paulo e cresce, inclusive, nos cursos presenciais. Por outro lado, a empresa tem buscado soluções para aumentar sua fatia na bolsa (“free float”), que hoje é de apenas 12,4% e uma fusão é um dos caminhos para equacionar essa questão. Além disso, o GIC, que é o maior acionista da Cruzeiro do Sul, prefere ativos de maior porte e faria sentido ao perfil do seu portfólio uma combinação de negócios, ainda de acordo com fontes.
Há uma série de combinações que podem dar “match” na visão de quem aposta nessas movimentações.
Uma possibilidade seria uma associação entre Cruzeiro e Vitru, uma vez que essa última atua basicamente em ensino a distância (é a líder deste mercado) e a outra é forte no presencial - seriam operações complementares. Essa transação também poderia ser uma alternativa de saída para os fundos Vinci e Carlyle que estão na Vitru desde 2015, quando ambos estrearam no setor de educação comprando a Uniasselvi por R$ 1 bilhão.
Outra ideia que está sendo apresentada ao mercado envolve Cruzeiro com Yduqs. A dona da Estácio é referência no Rio, mas a sua presença ainda é tímida em São Paulo. Uma das negociações recentes foi com a Universidade São Judas, da Ânima, mas não houve acordo devido a valores.
Uma terceira alternativa seria combinar as operações de Yduqs com a Vitru, que além de ser líder em EAD é dona de uma faculdade de medicina no Paraná bastante cobiçada. Os acionistas de Vitru têm ainda a opção de vender apenas essa faculdade de medicina.
Ainda segundo fontes, o Mubadala Capital, private equity do fundo soberano de Abu Dhabi que, recentemente, montou uma operação de faculdades de medicina, batizada de Clariens, também está no jogo. Em 2023, o Mubadala fez oferta para comprar faculdades de medicina da Estácio no Norte do país. Além de adquirir ativos de medicina, o Mubadala estaria aberto a se juntar a outros grupos que tenham cursos dessa área.
O racional da expectativa do mercado em torno de movimentações está na busca de crescimento, em um momento pós-pandemia em que as empresas estão com balanço mais saudável e melhor preparadas para iniciar conversas. O chefe da área de fusões e aquisições do Bank of America no Brasil, Diogo Aragão, aponta que o setor vive, depois de um impulso que veio com as vagas do EAD, uma barreira de crescimento e que, ao se pensar em geração de valor ao acionista, o M&A acaba se tornando uma das saídas.
O responsável pelo banco de investimento do Citi no Brasil, Eduardo Miras, afirma que as fusões poderiam ainda endereçar falta de liquidez em bolsa de algumas das empresas listadas. Quando uma empresa tem baixa liquidez na bolsa, ou seja, poucas negociações diárias, grandes fundos, incluindo estrangeiros, acabam se afastando do papel, tanto pela dificuldade em se montar uma posição ou para ter certeza sobre a porta de saída do investimento.
Nos últimos três anos, o valor de mercado combinado das sete companhias listadas na B3 e Nasdaq - Ânima, Cogna, Cruzeiro do Sul, Yduqs, Ser Educacional, Afya e Vitru - caiu 22,3% para R$ 21,9 bilhões.
Já a Ser Educacional, que no passado já teve conversas nesse sentido, está aguardando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as liminares nos cursos de medicina. A companhia tem sete ações judiciais que, se aprovadas, colocam a companhia num outro patamar de valor, na visão de Janguiê Diniz, fundador da companhia, disseram fontes.
Há vários anos citadas como potenciais protagonistas nesses movimentos, fontes de mercado já descartam a presença de Unip e Uninove, uma vez que elas sempre se desviaram de aproximação de outros “players” do setor. Na Unip, há um processo complexo envolvendo a herança de João Carlos DiGênio, fundador do grupo que morreu em 2022.
Em paralelo à combinação de negócios entre os líderes de mercado, há chances de empresas de menor porte iniciarem o processo de consolidação devido ao processo de análise no Cade não ter tanta complexidade. Segundo uma fonte, que falou na condição de anonimato, as empresas menores têm mais liberdade para iniciar uma fusão, ao contrário das grandes, que precisam se atentar às questões de concentração frente ao regulador.
O mercado de ensino superior tem em andamento uma série de questões regulatórias envolvendo o EAD e a medicina - os dois segmentos de maior crescimento e que serão decisivas para o crescimento do setor.
Na graduação digital, o ministro do MEC, Camilo Santana, está apertando o cerco e criando um novo marco regulatório para impedir o crescimento desenfreado e sem qualidade. Desde novembro, está proibida abertura de novos cursos EAD de licenciatura e formação de professores. Na sexta-feira, o Conselho Nacional de Educação (CNE) divulgou uma diretriz determinando que essas duas graduações tenham 50% de conteúdo presencial. Há diversas faculdades em que apenas o estágio é presencial.
Em medicina, há uma longa e complexa discussão. Após a pandemia, houve uma avalanche de pedidos de liminares para abertura de cursos fora do programa Mais Médicos, que é o caminho oficial para atuar nessa área. Há uma discussão no STF, cuja votação está empatada, para decidir se algumas dessas ações judiciais podem seguir com seus pleitos. Em caso positivo, haverá a inclusão de cerca de 10 mil novas vagas.
Para efeitos de comparação, há no Brasil cerca de 32 mil vagas de medicina nas escolas particulares e 9,7 mil na rede pública. A nova edição do Mais Médicos, por sua vez, planeja a abertura de outras 10 mil vagas. Diante desse crescimento, há questionamentos sobre quanto tempo essa graduação ainda será tão rentável. Hoje, o curso de medicina tem mensalidade acima dos R$ 10 mil, baixas taxas de inadimplência e evasão.
Para Aragão, do BofA, uma decisão do STF sobre a abertura de novas vagas no curso de medicina pode funcionar como um gatilho de curto prazo para movimentos de consolidação, já que trará melhoria para a estrutura de capital dessas empresas. “Se as vagas não saírem, posterga, mas não tira o ímpeto das empresas se juntarem”, comenta o executivo do BofA.
Procurados pela reportagem, a Yduqs, Vitru, Cruzeiro Sul e Vinci informaram que não comentam rumores de mercado. A Clariens, do Mubadala, negou que esteja interessada em se associar a grupos consolidadores e que fez proposta à Yduqs. A Ser, Carlyle e GIC não retornaram até o fechamento da edição.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Empresas pela educação

Empresas pela educação | Inovação Educacional | Scoop.it
A capacidade das empresas de influenciarem os governos para fortalecer a educação no país é considerada essencial para reduzir os índices de desigualdade no país. Esta foi a conclusão de especialistas em educação ao debateram o tema na live “Educa 2030: Movimento da ONU para incentivar empresas a investir em educação”, feita pelo Valor em parceria com o Valor Social, área de responsabilidade social da Globo. Participaram do encontro Tayná Leite, gerente-executiva de Direitos Humanos e Trabalho do Pacto Global da ONU-Rede Brasil, Priscila Cruz, presidente-executiva do movimento Todos Pela Educação, e Cristovam Ferrara, diretor do Valor Social.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

53% dos MEIs são empregados de outras empresas, sugere estudo

53% dos MEIs são empregados de outras empresas, sugere estudo | Inovação Educacional | Scoop.it

Mais da metade dos microempreendedores individuais (MEIs) no Brasil trabalha, na verdade, como empregados assalariados de outras empresas, segundo estudo. A mesma pesquisa aponta que a chamada pejotização poderia ser reduzida com medidas como redução dos encargos trabalhistas sobre a folha de pagamento.
O trabalho de Bruna Alvarez Mirelli, pesquisadora da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP), sugere que 53% dos MEIs não são microempreendedores “de verdade”, indicando problemas no desenho do programa, que acabam gerando incentivos como o da pejotização e também perdas, sobretudo para a Previdência.
O levantamento usa dados de 2008 a 2019, período em que foram criados mais de 9 milhões de MEIs (quase 70% do total dos CNPJs no país). Para chegar ao resultado, a pesquisadora, mostrou primeiro que o MEI e contratos CLT efetivamente competiam pela preferência das empresas na hora de contratar. Para isso, olhou como a proximidade com antenas 3G afetou a criação de MEIs entre 2008 e 2011, período em que passou a ser possível fazer o registro via internet.
“Ter acesso à internet é essencial para o microempreendedor. Ele vai precisar dela para registrar a empresa, emitir o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) que paga todo mês e também as notas fiscais de cada serviço”, explica a economista.
Os resultados ainda relacionam a facilidade para abrir uma MEI ao comportamento das empresas. Firmas localizadas em regiões mais distantes das antenas acabavam contratando mais empregados sob o regime CLT em comparação com as instaladas mais perto do equipamento.
Mirelli, no entanto, observa que o efeito de diminuição de contratos CLT e crescimento do MEI pode também indicar um aumento do empreendedorismo, que é está dentro do escopo original do programa. “Não é possível dizer, apenas com esse exercício, se essas pessoas partiram para a pejotização”, salienta.
Para entender qual das duas alternativas as pessoas seguiam, a pesquisadora construiu um modelo de equilíbrio geral em que a as pessoas escolhem se tornar empregado com carteira assinada, pejota, microempreendedor ou empresa do setor formal, e alimentou esses modelos com dados da Rais, do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e do Censo de 2010. Replicando como esse modelo se adapta às informações da economia real, como a distribuição dos trabalhadores nas firmas ao longo do tempo, ele encontra que 53% dos que optam pelo MEI optam pela ilegalidade, enquanto 47% se tornam microempreendedores “de verdade”.
“Com base nos resultados, acredito que o custo do trabalhador CLT é um fator importante. A redução desses custos seria boa medida para ajudar a diminuir essas ilegalidades relacionadas ao mercado de trabalho”, diz.
Outros trabalhos recentes também apontam para problemas no desenho do MEI, criado em 2008 com o objetivo de trazer à formalidade a parcela mais vulnerável da população - pessoas que atuam como autônomos ou em pequenos empreendimentos. Ele permite que elas contribuam à Previdência e acessem benefícios como aposentadoria - limitada a um salário mínimo -, auxílio-doença e pensão por morte.
Estudo recente de pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre) mostrou que o MEI responde por quase que todo o crescimento do número CNPJs no Brasil, de 750,2 mil em 2009 para 3,9 milhões em 2023. Olhando apenas para 2021, ano em que houve um pico na criação de MEIs - eles mostraram que 63% deles haviam sido demitidos de um emprego formal. Dentro desse grupo, apenas 22,6% dos desligamentos foram a pedido do trabalhador.
Outro estudo do Ibre, de 2022, mostrou que 31,3% dos MEIs tinham ensino superior completo, proporção muito acima da média nacional, de 15,7%. Já aqueles sem instrução ou com fundamental incompleto - o público-alvo do programa - eram apenas 13,4%. Ao mesmo tempo, analisando pela ótica da renda, os pesquisadores encontraram que 56,4% dos MEI ganhava mais do que dois salários mínimos no terceiro trimestre de 2022, porcentagem maior que a do universo dos empregados com carteira (32,1%).
“Essa explosão de abertura de MEIs pode parecer um salto do empreendedorismo, mas na realidade é apenas uma forma diferente de inserção no mercado de trabalho, mais barata e atrativa. E com o agravante de que contém grande subsídio à Previdência, que um dia precisará ser pago”, diz Fernando de Holanda Barbosa, pesquisador do Ibre.
Pelo foco na população vulnerável, o programa tem alto subsídio do governo. No caso da contribuição ao INSS, ela é limitada a 5% do salário mínimo para o MEI (R$ 70,60 em 2024). Já o trabalhador com carteira assinada do salário mínimo para a Previdência contribui com até 34% salário, divididos entre empregado (7,5% a 14%) e patrão (20%).
A grande diferença entre as contribuições contribui para pressionar a Previdência. Estimativa do especialista em previdência Rogério Nagamine Constanzi prevê que o déficit atuarial dos MEIs pode atingir R$ 1,4 trilhão no futuro. Em suas contas, os MEIs representam cerca de 10% dos contribuintes do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), mas na arrecadação essa participação é de apenas 1%.
“Vale lembrar que uma contribuição em torno de 30% é justamente a que faz a Previdência atuarialmente sustentável ao longo do tempo. Se houvesse uma migração total para o MEI, ele não seria solvente”, ressalta Barbosa, do Ibre. “Por ser uma modalidade relativamente nova, ela ainda não teve efeito sobre o pagamento de aposentadorias. Mas este custo vai chegar.”
O estudo de Mirelle também emulou quatro cenários contrafactuais com medidas para reduzir a pejotização: eliminar o MEI, eliminar a pejotização, elevar a fiscalização e reduzir os encargos trabalhistas. Todos eles resultam em um acréscimo do bem-estar - aqui entendido como a soma de lucros, salários e impostos pagos. Destes, no entanto, o último, uma redução de 20% da tributação sobre a folha de pagamento, obteve os melhores resultados. A medida, no entanto, promove uma queda apenas marginal do número total de MEIs na economia, de 61,5% para 60,9%. E, embora o número de pejotizados no mercado de trabalho caia de 33% para 32,4%, sua proporção dentro do universo de MEIs sobe de 53% para 54%.
Diferentemente dos demais cenários, também há um aumento do salário tanto dos trabalhadores CLT (2,4%) quanto dos pejotizados (4,9%).
“À medida que se reduz o imposto sobre a folha de pagamentos, isso eleva um aumento na demanda por esses trabalhadores e, assim, seus salários. Com isso, parte dos MEIs que antes eram empreendedores ou pejotizados passa ao trabalho com carteira”, explica Mirelli. “Com menos MEIs pejotizados na economia, o salário ofertado a eles aumenta e isso equilibra a proporção de MEIs escolhendo ser pejotizado.”
Para a pesquisadora, os resultados também deixam a pergunta sobre se o regime pejotizado não representa uma nova estrutura no mercado de trabalho, ainda que ilegal. “A pejotização é ruim no sentido de direitos trabalhistas mas, talvez ainda mais depois da pandemia, as pessoas podem estar mais dispostas a aceitar esse tipo de arranjo, que traz mais liberdade em termos de jornada de trabalho, menor burocracia na relação com a empresa.”

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Menos da metade das creches e pré-escolas das crianças brasileiras adotam leitura como rotina

Menos da metade das creches e pré-escolas das crianças brasileiras adotam leitura como rotina | Inovação Educacional | Scoop.it
Levantamento mostra que, das instituições de ensino em que professores leem para e com os alunos, 5% não tinham planejamento pedagógico
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Inteligência artificial e aprendizagem criativa: preocupações, oportunidades e escolhas

Inteligência artificial e aprendizagem criativa: preocupações, oportunidades e escolhas | Inovação Educacional | Scoop.it
Professor do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), Mitchel Resnick analisa como devemos considerar os sistemas de IA como uma nova categoria de recurso educacional, com suas próprias vantagens e limitações
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

CNE limita aulas online em cursos de licenciatura

CNE limita aulas online em cursos de licenciatura | Inovação Educacional | Scoop.it
Resolução aprovada por órgão ainda precisa ser homologada pelo MEC; entidades de ensino a distância afirmam que decisão carece de estudos e justificativa
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Maria Cristina Fernandes: A grama mais verde do vizinho | Eu &

Maria Cristina Fernandes: A grama mais verde do vizinho | Eu & | Inovação Educacional | Scoop.it

Greve nas universidades expõe as desigualdades no serviço público federal e divide professores entre a urgência das reivindicações e o risco de se esvaziar os campi num momento desfavorável da correlação de forças
Luiz-Eduardo Del-Bem tinha 28 anos quando terminou seu doutorado em genética pela Unicamp, em 2013. Seguiu para um pós-doutorado em Harvard no ano seguinte. Em 2018, dois anos depois de voltar ao Brasil, passou num concurso na UFMG. Como professor-adjunto e chefe de departamento, recebe R$ 9,8 mil líquidos. Chefia uma equipe com professores recém-contratados com salário de R$ 7,9 mil líquidos.
Recebe R$ 116 de assistência à saúde suplementar, o que é insuficiente para pagar um plano de saúde, mesmo com o desconto oferecido pelo sindicato. Numa enquete informal que fez por meio do X sobre o tema, colheu 992 respostas e descobriu que está na mesma situação de 30% dos professores universitários.
O custo de importação de um único kit para extração de DNA de solo que usa em suas pesquisas é de US$ 3,5 mil. A publicação de artigo numa revista estrangeira custa, em média, US$ 5 mil. Os financiamentos do CNPq - nunca conseguiu um - vão de R$ 165 mil a R$ 275 mil para projetos de grupos que tenham, no mínimo, de três a cinco doutores com duração de até 36 meses.
Na semana passada, o Ministério da Ciência e Tecnologia liberou o edital do programa de repatriação de talentos. Com um custo total de R$ 1 bilhão, prevê a concessão de uma bolsa para pesquisadores brasileiros (com doutorado) no Brasil de R$ 13 mil líquidos, custeio para compra de equipamentos e manutenção e visitas a centros de excelência no exterior de até R$ 520 mil. Cada pesquisador terá direito a auxílio-alimentação, auxílio-deslocamento e verba para contratação de plano de saúde para a família, além de auxílio-previdência para o recolhimento de contribuição como autônomo.
O programa foi motivado por uma antiga queixa da comunidade científica, a de que o país estava perdendo uma geração de pesquisadores brilhantes atraídos por centros estrangeiros pela ausência de condições de trabalho no Brasil. A reação ao programa exibiu tanto o cobertor curto da verba para ciência no país quanto o fenômeno da “grama sempre mais verde do vizinho” que costuma acompanhar a adoção de políticas públicas. Professores e pesquisadores queixam-se de que há milhares de doutores desempregados no país e que aqueles que estão nas universidades não usufruem das mesmas condições de trabalho.
O Brasil forma 22 mil doutores por ano. Há 300 mil nas universidades. A taxa de reposição é de 10 mil doutores por ano. Então há, de fato, 12 mil sem emprego porque além da inexistência de vagas nas universidades, a taxa de investimento da economia é insuficiente para o setor privado absorvê-los. Por outro lado, há programas do gênero em todo o mundo e a crise pela qual passou a economia brasileira a partir de 2016 dificultou a volta de muitos dos doutores formados no exterior. E, finalmente, as verbas do programa são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, fundo constitucional gerido pela pasta da Ciência e Tecnologia e não pelo MEC, de onde saem os recursos para o custeio das universidades.
Não foi esta a causa da greve de professores das universidades federais, mas desde o geneticista Del-Bem até a ministra da Gestão, Esther Dweck, reconhece-se que o lançamento do programa do CNPq no momento em que se deflagrava a mobilização acabou dando-lhe mais gás.
Ainda que a defasagem salarial - calculada em 40% pelo Dieese - e as condições de trabalho sejam reivindicações comuns, a paralisação não o é. Até o dia 23 de abril, 28 entidades haviam aprovado greve e 15, rejeitado. Mais do que as condições dos colegas a serem repatriados, o que abespinha os grevistas é o tratamento dado a outras carreiras de servidores federais. Na Polícia Federal, o salário de entrada na carreira é quatro vezes maior do que o dos professores de universidades federais, na Defensoria Pública é mais de três vezes e na Receita e na Advocacia-Geral da União é o dobro.
É comum encontrar professores que façam eco a Del-Bem na cobrança de reciprocidade ao apoio de professores que, majoritariamente, apoiaram a eleição de Lula, enquanto outras categorias não o fizeram e tiveram suas demandas atendidas. O exemplo mais comumente usado é o da PF, que teve 22% de aumento no ano passado enquanto os professores, bem como outras categorias de servidores, receberam 9%.
Houve quem defendesse que o governo segurasse o reajuste dos 9% para o segundo ano, movido pela máxima que é a maldade do primeiro ano que lastreia a bondade dos seguintes, mas a pressão de categorias mais fortes acabou prevalecendo, o que tornou difícil não estender o aumento, ainda que mitigado, também para os professores.
Políticas salariais não são movidas por lealdades, mas por correlação de forças, e não há dúvida de que a dos professores está em desvantagem. Professor titular de filosofia na Universidade Federal da Bahia, Daniel Peres reconhece a justiça das demandas, mas discorda que a greve seja o instrumento para alcançá-las neste momento: “Nosso patrão não é o governo, mas a sociedade. E é ela que temos que chamar para nosso lado". Peres, que, no topo da carreira, recebe R$ 14 mil líquidos, vê nas redes sociais, na imprensa e até em manifestações episódicas meios mais eficientes de ganhar a opinião pública numa conjuntura em que o discurso contra as universidades públicas ainda prospera. Nem mesmo o apoio dos alunos, diz, a greve tem.
Não discorda do foco do governo na educação básica mas da disposição de abrir mais universidades e outros 100 institutos técnicos sem dar condição de funcionamento àqueles que foram criados em governos anteriores do PT e sem proporcionar uma carreira com patamar de entrada mais valorizado.
Teme-se ainda que uma greve demorada aprofunde o esvaziamento provocado por pandemia e crise econômica. Levantamento da associação de docentes da UFRJ, por exemplo, mostrou que 43% dos aprovados na chamada regular do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) não se matricularam este ano.
A divisão entre as lideranças dos professores tem sido mal explorada pelo governo. A ala mais radicalizada da greve é liderada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), um condomínio do PSTU, PCB e parte do Psol. É de lá que parte o bombardeio contra o ministro Fernando Haddad.
O risco da greve, num momento em que o governo anda no fio da navalha da opinião pública, é que a ligeira vantagem adquirida pelo presidente nas pesquisas se esfacele se setores já críticos às universidades redobrarem a carga com essa paralisação.
Dois dias depois da deflagração da greve, o ministro da Defesa, José Múcio, esteve na Comissão de Defesa da Câmara dos Deputados acompanhado dos três comandantes das Forças Armadas para defender o Orçamento de sua pasta. A senha foi dada pelo comandante do Exército, Tomás Miné Ribeiro Paiva.
“Convido os senhores a entrar em qualquer quartel. Entrem, por exemplo, em um quartel no norte de Minas Gerais, em Montes Claros, ou mesmo no meio da selva. Vão ver a grama cortada e o quartel limpo e arrumado. Vamos entrar numa universidade qualquer para ver como é que está, em termos de manutenção. Quanto se gasta para mantenir (sic) um quartel? Quanto se gasta para mantenir (sic) uma universidade?”
O lapso de francofilia do general, ao tentar usar o verbo “manter”, quase tira o foco do essencial. Tomás Paiva acabara de defender a manutenção das tropas citando o custo de alimentação por militar/dia (R$ 11,65) no Exército quando, para reforçar a defesa do orçamento militar, achou por bem comparar quartéis a universidades.
Legalista, o general tem sido alvo dos golpistas que o antecederam desde que assumiu o comando do Exército, mas usou a lógica do governo passado que desmerecia reivindicações estudantis, criticando as universidades. O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub chegou a ser condenado na primeira instância a pagar R$ 40 mil por ter dito que as universidades cultivam maconha e fabricam drogas.
Foi essa hostilidade, além da pandemia, reconhece Del-Bem, que inibiu greves ao longo do governo Bolsonaro. E não apenas nas universidades. A ministra Esther Dweck também vê a ausência de reação de servidores, na gestão passada, como decorrência da política de aumento zero. Como não teve para ninguém, não inflacionou a indignação.
Hoje a política salarial dos servidores federais está cercada por 50 tons de gramados verdes e ameaçada pelas nuvens cinzentas do descontrole da economia se o governo perder o prumo nos gastos. No Banco Central, por exemplo, Esther Dweck enfrenta a resistência de servidores que não aceitam um aumento linear com outras carreiras.
No Congresso, depara-se com a ameaça da PEC do quinquênio, a proposta que dá reajuste automático de 5% a cada cinco anos e foi ampliada do Judiciário para carreiras do Executivo, como AGU, Polícia Federal e Receita. Se aprovada, não apenas teria impacto fiscal gigante, como desencadearia demandas dos demais servidores. No governo Bolsonaro, a grama secou pra todo mundo. É no início da rega que os problemas aparecem.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Embrapa pena com royalties e busca complementação de orçamento

Embrapa pena com royalties e busca complementação de orçamento | Inovação Educacional | Scoop.it
A necessidade de aprimorar a arrecadação de royalties das tecnologias desenvolvidas pela empresa e de destinar esses valores para o financiamento das pesquisas continua com um dos principais desafios da Embrapa e alvo de reclamações internas.

A reportagem apurou que, em 2023, a Embrapa arrecadou apenas R$ 40 milhões em royalties. Neste ano, a previsão é captar quase R$ 72 milhões, mas apenas R$ 4 milhões entraram no caixa até agora.

Pesquisadores reclamam da situação. Um deles diz que além de arrecadar pouco e de forma lenta, o recurso não é revertido diretamente para a pesquisa. Atualmente, os valores recebidos de royalties vão para um caixa geral e são usados para bancar outras despesas, explicou.

Em estudo
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o assunto está em estudo pelo Conselho de Administração (Consad) da Embrapa. "Imagina quanta coisa a Embrapa já desenvolveu que poderia estar rendendo uma verdadeira fortuna para retroalimentar a pesquisa, mas o modelo que está até agora não faz a retroalimentação. O Consad está estruturando tecnicamente e juridicamente para que a Embrapa possa continuar avançando, sendo líder na produção de inovação e tecnologia, mas possa receber por isso e não deixar só iniciativa privada enriquecer e ela ficar dependendo de orçamento público", afirmou. em coletiva de imprensa.

A necessidade de melhorar a arrecadação de royalties foi um dos pontos destacado pelo relatório do Grupo de Estudos Avançados de Aprimoramento do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, que avaliou pontos de melhorias na Embrapa.

Nessa quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que é um "absurdo" a Embrapa ter que paralisar pesquisas por falta de dinheiro. Fávaro e Massruhá disseram que os projetos não estão parados, mas que a empresa opera no limite. O custeio é complementado com parcerias público-privadas.

A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, reforçou a necessidade de buscar um "modelo sustentável" de captação de recursos para a empresa, principalmente para custear a pesquisa. "Não adianta ter o carro e não ter o recurso para ter o combustível. É nessa linha que estamos trabalhando agora".

No fim do ano passado, a Globo Rural mostrou a busca por fontes de financiamento da pesquisa agropecuária pela Embrapa. Uma das alternativas avaliadas é a criação de uma “Lei Rouanet” do agro, para captar recursos privados para financiar as descobertas científicas da estatal.

Outras possibilidades são a criação de "check-offs", espécies de fundos usados nos Estados Unidos que permitem a negociação direta com as cadeias produtivas específicas, como soja, milho e algodão, para estabelecer um percentual sobre o valor da produção desses itens a ser destinado ao financiamento da pesquisa. As ideias também foram propostas no relatório do grupo de notáveis que estudou a necessidade de modernização da Embrapa.

"A Embrapa precisa de mais recursos, ela cresceu muito e tem muitos desafios. Para isso, precisamos de um modelo sustentável de custeio da pesquisa. Só com o Orçamento da União, muitas vezes, não conseguimos manter todas as pesquisas. Estamos precisando reforçar o orçamento da Embrapa de custeio para projetos de pesquisa", indicou.

"Como o agro brasileiro avançou muito, temos que aumentar as parcerias e o próprio setor produtivo apoiar um pouco mais as pesquisas da Embrapa", afirmoua presidente da estatal.

"R$ 500 milhões [para custear as pesquisas] não é nada perante tudo o que a Embrapa faz para o Brasil. Acontece que o orçamento público, responsabilidade fiscal, é uma dificuldade de superar", disse o ministro Carlos Fávaro. "[O orçamento] precisa complemento. A Embrapa tem um terço do orçamento (necessário) para pesquisa, para mil projetos sendo desenvolvidos. Ela está gerindo na limitação do seu orçamento. O que o presidente [Lula] convocou é: vamos apertar aqui ou acolá, ele vai indicar o caminho, para a gente trazer mais um pouco de recursos e acelerar mais a pesquisa", completou.

A diretora de Pessoas, Serviços e Finanças da Embrapa, Selma Beltrão, disse que o orçamento discricionário aprovado na LOA de 2024 é de R$ 150,3 milhões para custeio e investimento e outros R$ 87,4 milhões de emendas parlamentares que podem ser aplicados na carteira de projetos da empresa. "Mas, para a Embrapa cumprir os compromissos, seria necessário um orçamento em torno de R$ 500 milhões, patamar que a empresa chegou a alcançar na década passada", disse à reportagem.

A diretora explicou ainda que a Embrapa conta com diversas parcerias com o setor produtivo que garantem o co-financiamento de grande parte dos proejtos. "Na medida que assumimos novos compromissos e projetos, a demanda de contrapartida cresce naturalmente, exigindo mais recursos próprios da empresa para garantir aquisição de insumos, reagentes, manutenção de máquinas, equipamentos laboratoriais, entre outros", afirmou.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Lucro da Alphabet, dona do Google, cresce 57% no 1º trimestre

Lucro da Alphabet, dona do Google, cresce 57% no 1º trimestre | Inovação Educacional | Scoop.it
A gigante de tecnologia informou lucro líquido de US$ 23,66 bilhões no período; os resultados trimestrais superaram as expectativas do mercado americano
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Why Generalists Rule with Generative AI —

Why Generalists Rule with Generative AI — | Inovação Educacional | Scoop.it
In his mega bestseller Range, David Epstein makes the case that generalists, who possess wide-ranging knowledge and diverse skill sets, are primed for success in a world filled with complex challenges and rapid change.

Can you see where I’m going with this?

I’ve trained thousands of professionals on generative AI.

Over and over, I’ve found that those who find the greatest success in using genAI are those with an adaptable approach to problem-solving.

In other words…generalists.

Epstein floods us with evidence that those who draw insights from multiple domains can reach new conclusions and impactful strategies.

Similarly - tools like ChatGPT excel at synthesizing vast amounts of information to create innovative solutions.

This is some serious symbiosis, friends.

If this describes you - if you’ve been exposed to different kinds of careers, been called a jack-of-all-trades, and absorbed a broad range of information through different roles in your career….

Well, get yourself set up on ChatGPT. And tell your friends. Because this is your time.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Redesigning your work is important because... | Lynda Gratton | TEDxLondonBusinessSchool

In this inspiring TEDx talk, Lynda Gratton challenges us to rethink the way we work and redesign our workplaces for the 21st century. With the rapid pace of technological change and the shifting nature of work, traditional models of employment and organizational structures are no longer enough. Gratton, a leading expert in organizational behavior, offers innovative solutions to the challenges we face in the modern workplace. Through her talk, she explores the importance of meaningful work, human connection, and lifelong learning, as well as the need for flexibility and agility in our work environments. Join Gratton as she provides insight and guidance on how we can redesign our workplaces to ensure a sustainable and fulfilling future for all.

Lynda Gratton is one of the foremost global thought-leaders on the future of work, named by ‘Business Thinkers 50’ as one of the top fifteen business thinkers and described as a ‘rock star’ teacher. Lynda is Professor of Management Practice at London Business School, where she received the ‘teacher of the year’ award and designed and directs ‘the future of work’ elective, one of the school’s most popular electives.

Over a decade ago Lynda founded HSM-Advisory, which has supported more than ninety companies around the world to future-proof their business strategy. Her eleven books have sold over a million copies and been translated into more than fifteen languages.

Lynda serves as a Fellow of the World Economic Forum and co-chairs the WEF Council on Work, Wages and Job Creation. Lynda has sat on the advisory board of Japan’s Prime Minister Abe and serves on the advisory board of a number of global companies.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Fome recua 16%, mas ainda afeta 8,7 milhões de pessoas 

Fome recua 16%, mas ainda afeta 8,7 milhões de pessoas  | Inovação Educacional | Scoop.it
Uma em cada quatro casas no país ainda convive com algum tipo de insegurança alimentar, diz pesquisa do IBGE
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Lei de 1967 sobre estrutura da administração pública será revisada

“Esse é um tema arenoso e as pessoas têm dificuldade de debater. Decidimos recorrer à comissão de especialistas porque é um tema que afeta muito na vida prática da administração pública e nas entregas que a administração pública faz”, destacou. Para ela, a comissão deve discutir o melhor modelo para colocar a estrutura organizacional a serviço das necessidades da população.
Celina aponta que a administração indireta tem o propósito de descentralizar a gestão pública, um “tentáculo” da administração direta. “Talvez não seja preciso criar um instituto novo, mas se pensar em instrumentos que permitam que a administração indireta cumpra o propósito para o qual ela foi criada. Esse é o desafio. Como fazer as coisas? Isso também vai ser definido pela comissão”, apontou.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Financiamento é a principal ‘dor’ de startups de impacto 

Financiamento é a principal ‘dor’ de startups de impacto  | Inovação Educacional | Scoop.it

Os dois empreendimentos exemplificam o maior desafio apontado pelo estudo “Startups de Impacto Report Brasil 2023”, elaborado pelo Observatório Sebrae Startups: acesso a financiamento e capital. As duas startups integram o levantamento realizado pela primeira vez no país. Foram observados no total 408 negócios inovadores de impacto socioambiental em todas as regiões do Brasil durante 2023.
O estudo revela ainda que 36% desse tipo de negócio estão baseados na região Norte, onde está a maior concentração de startups de impacto. Roraima e Amapá apresentam, pelo menos, 50 startups de impacto por habitante. Já o eixo Sudeste tem apenas duas por habitante.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Os dados surpreendentes por trás das pessoas com mais de 100 anos | Eu &

Os dados surpreendentes por trás das pessoas com mais de 100 anos | Eu & | Inovação Educacional | Scoop.it

Não. No Reino Unido, Itália, França e Japão, Newman conclui que em vez disso essa “longevidade admirável é [...] prognosticada pela pobreza regional, pobreza na velhice, privação material, baixa renda, altas taxas de criminalidade, região de nascimento remota, piores condições de saúde”. Você leu isso mesmo. Todos são fatores associados à pior saúde da população e à menor probabilidade de se chegar aos 90 anos.
Parece que os mesmos ambientes menos propícios à saúde são os lugares onde surgem pessoas que afirmam ter uma longevidade surpreendente. Tower Hamlets — em vários aspectos o bairro mais carente de Londres — também apresenta a maior proporção de supercentenários.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Grupo defende olhar sistêmico na filantropia

Grupo defende olhar sistêmico na filantropia | Inovação Educacional | Scoop.it
A filantropia carrega um papel fundamental no desenvolvimento do país, e o Brasil tem potencial muito maior para destravar esses recursos. A avaliação é de Cassio França, secretário-geral do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), referência nacional em fortalecimento da filantropia e investimento social privado, escolhido para liderar o grupo de trabalho Filantropia e Desenvolvimento Sustentável no G20.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Mudança climática pode levar mais de 3 milhões de brasileiros à pobreza

Mudança climática pode levar mais de 3 milhões de brasileiros à pobreza | Inovação Educacional | Scoop.it
Os eventos de clima extremo podem colocar de 800 mil a 3 milhões de brasileiros na pobreza, segundo o Relatório sobre Clima e Desenvolvimento para o Brasil, divulgado em maio de 2023 pelo Banco Mundial - globalmente, esse número pode chegar a 3 bilhões de pessoas.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

Internet está dominada pela inteligência artificial 

Internet está dominada pela inteligência artificial  | Inovação Educacional | Scoop.it

A rede que conectava pessoas e armazenava o conhecimento humano não existe mais; está dominada pela inteligência artificial
Nos últimos anos está ganhando força a hipótese de que a internet morreu e só esquecemos de enterrar. A rede que conectava pessoas e armazenava o conhecimento humano não existe mais de acordo com essa teoria. Ou, ao menos, está sendo substituída por uma rede composta por máquinas que falam entre si e conteúdos gerados automaticamente por inteligência artificial.
Por muito tempo essa ideia foi tratada como teoria da conspiração: um alarmismo longe da realidade. No entanto, os sinais de que há algo de podre no reino da internet estão se tornando mais frequentes. Vejamos alguns.
Hoje, 47,4% de todo o tráfego na rede é gerado por robôs. Sabe aquelas preciosas visualizações que o seu post alcançou na sua rede social favorita? Pois é, metade delas são provavelmente visualizações fake, feitas por robôs.
E o pior, 30% são robôs maliciosos, atuando com a intenção de copiar informações ou fazer ataques. Vários são capazes de imitar o humano, se tornando indetectáveis. Enquanto isso, o acesso realmente humano cai a cada ano. De 2021 a 2022, a queda foi de 5,1%. Se a tendência continuar, em breve a internet será terra de ninguém, ou melhor, terra de robôs.
Outro elemento indicativo da morte em curso da rede é a invasão de conteúdo criado por inteligência artificial. Um estudo do Instituto de Estudos do Futuro de Copenhague prevê que 99% do conteúdo que será postado na internet em 5 anos será gerado por inteligência artificial. Ou seja, só 1% será feito por humanos.
Não precisa nem esperar tanto tempo. Em postagem oficial, o Google mencionou no mês passado que está tomando providências contra conteúdos que "parecem criados para [enganar] os mecanismos de buscas, em vez de para pessoas". Por conta disso, muita gente vem adotando uma prática inusitada. Colocar o comando "Before: 2023" nas buscas.
A alegação é que buscar por conteúdos "antes de 2023" gera resultados melhores. Justamente por causa da quantidade de lixo criado por inteligência artificial que vem sendo postado nos últimos 18 meses, já interferindo no ranking das buscas.
Até para encontrar um par romântico a internet está morrendo. Pesquisa da McAfee feita na Índia mostrou que 77% dos usuários de aplicativos de relacionamento já se depararam com perfis feitos por inteligência artificial, inclusive nas fotos. Além disso, 26% dos usuários alegam ter descoberto que estavam conversando com uma inteligência artificial, em vez de uma pessoa real, em sites de paquera.
Outro problema familiar é o uso de robôs em campanhas eleitorais. As eleições deste ano são as primeiras em que a inteligência artificial generativa estará em pleno curso. Dá para esperar novidades nesse campo.
Se tudo continuar assim, é possível que nossa geração terá sido a única a viver o tempo em que a internet era feita por pessoas. Para as gerações futuras, mais acostumadas com robôs do que a gente, essa ideia poderá parecer antiquada ou até grotesca: uma internet humana como um cobertor feito de retalhos, esquecido em algum canto mofado do passado.
Já era – Não pensar na regulação da inteligência artificial
Já é – Pensar em regular IA por meio de modelos de risco
Já vem – Pensar em regular IA por meio de modelos antitruste

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Scoop.it!

'As canetas ficaram cheias d'água', diz aluna pós-enchente

'As canetas ficaram cheias d'água', diz aluna pós-enchente | Inovação Educacional | Scoop.it
Quase dois anos depois de ter a casa alagada, jovem pernambucana conta como conseguiu ser aprovada em vestibular da Universidade Federal de Pernambuco
No comment yet.