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June 26, 5:02 PM
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‘Padrinho da IA’ crê que há um setor que não será destruído pela tecnologia; saiba qual é

‘Padrinho da IA’ crê que há um setor que não será destruído pela tecnologia; saiba qual é | Inovação Educacional | Scoop.it

CEOs e especialistas concordam que a inteligência artificial (IA) está criando um novo mundo de trabalho, mas muitos estão totalmente divididos sobre como ele será. À medida que os agentes de IA e os robôs entram em cena, o cientista da computação, pioneiro, e apelidado de “padrinho da IA”, Geoffery Hinton, previu que um setor estará a salvo do possível armagedom de empregos: o setor de saúde.
“Eles são muito mais flexíveis”, explicou Hinton, na série do YouTube, The Diary of a CEO.

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Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
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September 10, 2024 9:19 AM
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Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler | Inovação Educacional | Scoop.it

O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa?
Luciano Sathler
É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais
As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática.
Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing.
O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais.
Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho.
A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados.
A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar.
No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes.
Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador".
Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante.
Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos.
Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.

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Entre as mulheres brasileiras, quanto mais escolarizadas, menos filhos têm, diz IBGE | Brasil

Entre as mulheres brasileiras, quanto mais escolarizadas, menos filhos têm, diz IBGE | Brasil | Inovação Educacional | Scoop.it

O nível de instrução de uma mulher afeta diretamente a decisão de ter ou não filhos, bem como a média de número de filhos, por mãe. É o que informaram os pesquisadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesta sexta-feira (27), o IBGE veiculou a pesquisa “Censo Demográfico 2022: Fecundidade e migração, resultados preliminares da amostra”.
No estudo, os pesquisadores investigaram a relação entre fecundidade e nível de instrução, entre as mulheres brasileiras. No mapeamento, foi observado que, quanto maior a escolaridade da mulher, menor Taxa de Fecundidade Total (TFT), que é o número médio de crianças por mulher em idade reprodutiva (15 a 49 anos).
Assim, no Censo 2022, entre as mulheres com curso superior completo, a TFT foi de 1,2 filhos por mulher. No caso das mulheres com ensino médio completo e superior incompleto, foi de 1,4 filhos por mulher ; entre as com ensino fundamental completo e médio incompleto, foi contabilizada taxa média de 1,9 filho por mulher. E, entre as sem instrução e fundamental incompleto, a TFT foi a maior de todas, de 2 filhos por mulher.
A média nacional para esse dado, em todas as faixas de instrução, ficou em 1,55 filho por mulher, detalharam ainda os técnicos do instituto.
Izabel Guimarães Marri, pesquisadora do IBGE, ponderou que há vários fatores a influenciar esse resultado. Um deles pode ser o maior acesso à informação que a mulher escolarizada têm, acerca de métodos contraceptivos, por exemplo.
Outro tópico mapeado pelos técnicos do instituto foi que a idade média de fecundidade, entre mulheres com menor instrução, é menor do que entre aquelas com maior instrução. Esse termo, de idade média de fecundidade, é um indicador demográfico que mensura idade média em que as mulheres têm seus filhos. A idade média de fecundidade nacional, em 2022, ficou em 28,1 anos. Mas, entre as mulheres sem instrução e fundamental incompleto, foi de 26,7 anos; nas com fundamental completo e médio incompleto, foi de 27,3 anos; entre as com ensino médio completo e superior incompleto, 28,4 anos; e nas com ensino superior completo, ficou em 30,7 anos, em 2022.

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Today, 11:37 AM
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Quando a velhice realmente começa, de acordo com a ciência?

Quando a velhice realmente começa, de acordo com a ciência? | Inovação Educacional | Scoop.it

Um estudo liderado por pesquisadores da Universidade Stanford e publicado na revista Nature Medicine concluiu que, de uma perspectiva biológica, o envelhecimento começa aos 78 anos. A descoberta foi baseada em uma análise de proteínas presentes no plasma sanguíneo de mais de 4.200 pessoas entre 18 e 95 anos.
A equipe científica examinou mais de 3.000 proteínas por indivíduo e descobriu que 1.379 delas apresentavam variações significativas relacionadas à idade. Essas flutuações permitiram dividir a vida adulta em três fases: meia-idade (34 a 60 anos), idade adulta tardia (60 a 78 anos) e velhice (78 anos ou mais).
Alterações biológicas detectáveis ​​a partir dos 34 anos
O estudo identificou que os primeiros sinais de deterioração física podem surgir já aos 34 anos, marcando o início de um processo gradual de envelhecimento. A classificação não se baseia em critérios sociais ou culturais, mas sim em indicadores moleculares relacionados ao funcionamento do corpo humano.
A análise de plasma revelou que a produção de certas proteínas muda ao longo do tempo e reflete com precisão o estado biológico do organismo.
Esses dados permitiram estabelecer uma cronologia objetiva do envelhecimento, além das percepções subjetivas da idade.
O estudo também aponta que fatores como o estresse podem acelerar esse processo, embora não modifique a classificação geral de estágios estabelecida com base no comportamento molecular observado.

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Today, 11:29 AM
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Menos da metade dos brasileiros nascidos entre os 50% mais pobres consegue superar renda dos pais

Menos da metade dos brasileiros nascidos entre os 50% mais pobres consegue superar renda dos pais | Inovação Educacional | Scoop.it
Menos da metade (49%) das crianças nascidas entre 1983 e 1990 estão em situação financeira melhor que a do seus pais na vida adulta. Com o nascimento marcando fortemente o futuro na pirâmide de renda, quem nasceu entre os 50% mais pobres dificilmente vai alcançar patamar de renda que os inclua entre os 25% mais ricos. Só 10,8% dos adultos que têm entre 35 e 42 anos conseguiram este grau de ascensão, mostra o Atlas de Mobilidade Social, que o Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS) lança hoje e ao qual O GLOBO teve acesso exclusivo.
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Today, 11:26 AM
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Educação de qualidade exige mais do que investimento

Educação de qualidade exige mais do que investimento | Inovação Educacional | Scoop.it
O Brasil tem ampliado o investimento em educação, mas ainda entrega menos do que poderia. Entre 2013 e 2023, o gasto médio por aluno na educação básica cresceu cerca de 50%, alcançando R$ 12,5 mil por estudante. A reformulação do Fundeb tornou o financiamento mais redistributivo, ampliando o papel da União e permitindo a estados e municípios historicamente subfinanciados expandir sua capacidade orçamentária.

Sem precedentes: Vazamento histórico expõe bilhões de senhas da Apple, Facebook e Google; saiba o que fazer
Mesmo assim, os resultados permanecem aquém das expectativas. A taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais avançou apenas 2,6 pontos percentuais entre 2010 e 2022. No ensino médio, 93,4% dos jovens estão matriculados, mas apenas 64% dos mais pobres frequentam a série adequada à idade. A defasagem, somada à evasão, continua sendo uma das maiores fragilidades da educação brasileira.

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O contraste entre o volume de recursos e os resultados alcançados é evidente. Roraima está entre os estados com maior gasto por aluno, mas apresenta as piores taxas de escolarização no ensino médio. Ceará e Pernambuco, com investimentos per capita mais modestos, avançaram de forma consistente graças à articulação entre gestão pedagógica, foco em alfabetização e uso de metas claras.

MAIS SOBRE EDUCAÇÃO

Brasil decepciona com avanço lento do ensino

Baixa mobilidade social é problema renitente no Brasil
A assimetria levou instituições de controle a investigar as causas. Um relatório recente do Tribunal de Contas da União apontou que, embora o aumento de recursos seja condição necessária, não garante avanços proporcionais sem qualidade no gasto e foco em resultados. Em 2023, 17 estados ampliaram suas despesas via Fundeb, mas em 13 deles cresceu também a proporção de jovens fora da escola. Não se trata, portanto, de quanto se gasta, e sim de como se gasta.

O desafio brasileiro está menos na magnitude do orçamento e mais na inteligência alocativa. A cultura de avaliação ainda é incipiente. O ciclo orçamentário raramente parte de evidências. Ferramentas como o spending review, largamente usadas em democracias maduras, precisam ser incorporadas à administração pública brasileira para requalificar a gestão fiscal e educativa.

Nesse contexto, merece destaque o programa Pé-de-Meia, concebido pelo Ministério da Educação para mitigar a evasão no ensino médio por meio de incentivos financeiros. Trata-se de medida promissora, desde que esteja ancorada no Orçamento público e sujeita às regras do novo arcabouço fiscal. A boa política educacional não deve prescindir da responsabilidade fiscal — ao contrário, deve reafirmá-la como condição para sua sustentabilidade de longo prazo.

O novo Plano Nacional de Educação, em discussão no Congresso, é uma oportunidade para reformular a estratégia nacional com base em diagnóstico rigoroso, metas realistas e monitoramento contínuo. Mais que prometer universalização, é preciso assegurar equidade. Mais que ampliar o gasto, é necessário vinculá-lo a políticas com impacto demonstrado: escolas de tempo integral, formação docente continuada, reforço escolar individualizado.

A História recente mostra que avanços são possíveis mesmo em contextos de adversidade. Mas, sem mecanismos que convertam investimento em aprendizagem — e que corrijam o curso quando isso não acontece —, estaremos condenados a repetir os mesmos erros, com orçamentos crescentes e resultados decepcionantes. Educação de qualidade custa caro, sim. Mas o desperdício custa ainda mais.
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IES buscam renda extra

IES buscam renda extra | Inovação Educacional | Scoop.it
Entre as iniciativas em curso na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) estão a locação da infraestrutura ociosa, parcerias com empresas e instituições estrangeiras, além da disputa por fundos de fomento à educação. “Buscamos constituir uma reserva financeira robusta, capaz de gerar fluxo permanente de recursos para apoiar a missão institucional”, explica Edison Simoni, professor e reitor da Fecap.
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Do Não à Esperança

Do Não à Esperança | Inovação Educacional | Scoop.it
que te mantém acordado à noite? O que te faz levantar da cama de manhã?

Nos últimos cinco anos, fiz essas duas perguntas a milhares de pessoas do ensino superior por meio do meu Hope Circuits Institute, um grupo de reflexão que trabalha com faculdades e universidades para desenvolver comunidades onde as pessoas constroem relacionamentos significativos e podem realmente prosperar. 

As respostas à primeira pergunta variam amplamente: modelos de financiamento falidos, aumento da polarização política, declínio nas humanidades, crise de liderança, abismo demográfico, deterioração da confiança pública em faculdades e universidades, ataques à liberdade acadêmica, lacunas na acessibilidade e equidade para os alunos. Nos últimos meses, os entrevistados expressaram crescente ansiedade com as ações do governo Trump que afetam o ensino superior, incluindo o cancelamento de bilhões em financiamento para pesquisa e os esforços para desmantelar o Departamento de Educação dos EUA. As instituições estão enfrentando dificuldades financeiras, cortes em programas e demissões em massa. Muitos de nós paramos de ler notícias sobre ensino superior porque elas nos fazem chorar. Mapeie essas 
questões específicas da educação em convulsões sociais mais amplas – a crise climática, a desigualdade de renda, o partidarismo, o racismo e outras formas de intolerância – e os motivos para o desespero parecem absolutamente monolíticos.

Apesar da variedade de respostas à minha primeira pergunta, quando pergunto às pessoas a minha segunda pergunta sobre o que as faz levantar da cama todas as manhãs, recebo uma resposta consistente: porque a educação importa, agora mais do que nunca. De fato, muitas pessoas no meio acadêmico compartilham a crença de que o ensino superior é o único setor profissional cujo propósito final é a esperança. Faculdades e universidades têm o mandato de se envolver em um trabalho que a indústria e o governo não podem: estamos no negócio de tornar o mundo melhor, mais justo, mais humano por meio da preservação do conhecimento, do seu compartilhamento e da criação de novas maneiras de nos entendermos e de entendermos o mundo. Como membros do meio acadêmico, perseveramos apesar da queda de financiamento, da perda de confiança pública, do aumento do tamanho das turmas e dos cortes em programas, porque o empreendimento acadêmico — por meio de pesquisa, ensino, engajamento comunitário e advocacy — tem o mandato de "desafiar o real em nome do possível" (minha definição favorita de "esperança", do teórico literário Ira Shor).

Então, como metabolizamos este momento de extraordinária urgência — repleto de incerteza, ruptura e horror — para construir mentalidades suficientemente esperançosas para responder às mudanças e até mesmo ao colapso de todo o setor? Devemos nos engajar na construção de movimentos sociais que nos unam por meio de um propósito compartilhado. E precisamos de esperança — agora mais do que nunca — para inspirar universidades a se unirem entre si, governos estaduais e locais, organizações sem fins lucrativos, entidades internacionais e outros para sustentar e expandir esforços científicos e humanísticos. A esperança pode nos ajudar a unir campi, captar ex-alunos e doadores e reconquistar a confiança pública enquanto atuamos como líderes na construção de uma sociedade democrática, mesmo com as ações governamentais atuando para controlar as decisões acadêmicas e corroer a autonomia institucional.

Como encontrar a esperança? Precisamos voltar aos fundamentos e lembrar o propósito público das nossas instituições. De fato, as escolhas que fizermos nos próximos anos moldarão o novo paradigma do ensino superior para as gerações futuras.

Ao resgatarmos a esperança, devemos nos perguntar e perguntar uns aos outros:

Como resistimos ao despotismo distópico e construímos futuros criativos?
Como encontramos esperança neste momento de desespero, desconfiança e esgotamento?
Como conseguimos sair da cama todas as manhãs?
Em junho de 2020, comecei a fazer essas perguntas a reitores, reitores, professores, funcionários e alunos de faculdades e universidades. Minha motivação nasceu de uma necessidade muito pessoal. As escolas haviam fechado por causa da pandemia de COVID-19, então eu estava educando meus filhos pequenos em casa. Ao mesmo tempo, minha carga de trabalho como administradora triplicou da noite para o dia, e meu marido foi diagnosticado com câncer de pulmão com risco de morte. Perguntar às pessoas onde elas encontravam esperança em suas vidas cotidianas não era apenas um exercício de reflexão; era uma tábua de salvação.

Sobrecarregada com a COVID, os cuidados com as crianças, a assistência e o câncer, eu queria me esconder debaixo das cobertas — e em muitos dias consegui. A única maneira de passar do desespero e da estagnação para a esperança e a ação foi uma conversa de cada vez. Uma conversa se transformou em trezentas entrevistas com pessoas de todo o ensino superior. Ouvi histórias de esperança e desespero, desgosto e alegria, raiva e amor. Muitas pessoas com quem conversei estavam prosperando apesar, e não por causa, dos sistemas em que trabalhavam, e quase todas descreveram o uso das mesmas técnicas para passar da negação para a esperança. A partir dessas técnicas, desenvolvi dez ferramentas conceituais que podem nos ajudar a passar de respostas padrão — que os humanos desenvolveram para sobreviver em sistemas falidos — para respostas aprendidas que podem oferecer alternativas estruturais criativas ao desespero e ao florescimento central: 

Desacelere e pause. Esta primeira ferramenta conceitual é a mais desafiadora para mim porque, diante de uma crise, eu acelero: trabalho mais, fico até mais tarde, construo coalizões, inicio forças-tarefa, me esforço mais. No entanto, viver em modo de crise permanente leva ao esgotamento, ao desengajamento e à desintegração. Como nos lembra o acadêmico nigeriano Bayo Akomolafe: "Os tempos são urgentes: vamos desacelerar".

Traga os sistemas à tona. Ao desacelerarmos, podemos começar a enxergar estruturas e sistemas subjacentes, de outra forma invisíveis, que moldam nossos comportamentos, mentalidades e ações. 

Pratique o pensamento divergente. Seja usando novas metáforas ou entrelaçando conhecimentos interdisciplinares, a prática do pensamento divergente abre possibilidades e fomenta a criatividade, incentivando múltiplas perspectivas e abordagens interdisciplinares que nos ajudam a explorar soluções não convencionais para desafios complexos. 

Comprometa-se a desaprender e reaprender. "Sempre fizemos assim" não se justifica mais. Esta ferramenta nos incentiva a abandonar suposições e crenças que não nos servem mais, e talvez nunca tenham servido a muitos, para que possamos abrir espaço para formas de pensar mais alinhadas com o nosso mundo em rápida evolução. 

Viva as perguntas. Abraçando a incerteza e a complexidade, esta ferramenta nos convida a refletir sobre as perguntas em vez de buscar respostas imediatas, fomentando uma investigação mais profunda e o crescimento.

Permaneça com o problema. Em um setor que às vezes cai em positividade tóxica (precisamos apenas seguir em frente, nos concentrar e trabalhar mais), precisamos de uma dose de esperança crítica. Ao olhar para os problemas com clareza, podemos reformular o desconforto como uma característica, e não uma falha, do processo de aprendizagem.

Reimagine a autoridade e a expertise. Esta ferramenta desafia hierarquias tradicionais e convida a abordagens mais colaborativas e inclusivas para a tomada de decisões, reconhecendo que a expertise existe em múltiplas formas e perspectivas. Devemos abraçar a diversidade de experiências vividas, a interseccionalidade e os diferentes tipos de conhecimento para obter insights sobre o que é possível construir futuros criativos.

Adote uma abordagem sistêmica. Esta ferramenta nos capacita a abordar as causas-raiz em vez dos sintomas, criando soluções mais sustentáveis ​​e abrangentes para os problemas. 

Mude sua linguagem, mude o mundo. A linguagem molda a realidade, e esta ferramenta enfatiza como mudar nossa linguagem pode influenciar a maneira como pensamos, nos relacionamos com os outros e gerar mudanças no mundo. 

Construa uma comunidade intencional. Esta ferramenta promove o apoio e a colaboração coletivos, reconhecendo o poder do propósito compartilhado e do cuidado mútuo na criação de redes transformadoras e resilientes que nos ajudam a enfrentar desafios juntos. Utilizo este conjunto de ferramentas conceituais todos os dias, seja durante uma reunião difícil, em resposta a um e-mail rude ou quando um projeto para. Carrego comigo uma lista impressa das ferramentas porque preciso de um lembrete diário sobre como metabolizar momentos de profunda ruptura. O que me faz levantar da cama de manhã é a convicção de que só podemos fazer este árduo trabalho de esperança juntos. Junte-se a mim. 
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Reduzir desemprego jovem requer engajamento

O Brasil enfrenta desafios significativos na educação e inserção dos jovens no mercado de trabalho. Dados do Censo da Educação Superior 2023, divulgados em outubro passado, mostram que um em cada cinco jovens de 18 a 24 anos não havia concluído o ensino médio nem frequentava a escola. Além disso, segundo uma análise do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre), a taxa de informalidade entre pessoas dessa faixa etária é altíssima: 41,7%, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C) no 1.º trimestre de 2024. Ou seja, quatro em cada dez jovens que estavam trabalhando no período o faziam de maneira precarizada, sem carteira assinada.
Diante desse contexto, a Educação Profissional Tecnológica (EPT), ainda pouco difundida no País, mostra-se, mais uma vez, uma modalidade capaz de apoiar a preparação dos estudantes para as exigências do mercado. Primeiro, por oferecer uma formação prática alinhada às necessidades das empresas, tornando-os aptos a ocuparem vagas que exigem mais complexidade e conhecimento técnico, que, por sua vez, oferecem melhores salários e possibilidades de avanço na carreira. Segundo porque, por ter um foco mais “mão na massa”, a educação profissional tende a gerar mais interesse dos jovens, além de prepará-los para a próxima fase de suas vidas, seja no mercado de trabalho, seja no ensino superior, para aqueles que assim desejarem.
A oferta de EPT, infelizmente, ainda é baixa no Brasil. Apesar do aumento de 12,1% no número de matrículas de 2022 a 2023, chegando a 2,4 milhões de estudantes, segundo o Censo Escolar, a modalidade ainda responde por apenas 10% do total de matrículas do ensino médio. Uma maneira de potencializar essa oferta é a partir da participação de mais empresas nesse processo. Isso porque um dos grandes gargalos é o governo conseguir ofertar cursos conectados com o mercado, que precisa tanto atrair professores especializados numa diversidade de temas como também ofertar laboratórios para as práticas equipados com itens de última geração.
Existem dezenas de iniciativas mundo afora que buscam equacionar esse desafio. Uma delas é alemã, com seu sistema dual. Nele, há uma combinação entre teoria e prática e ocorre tanto nas escolas profissionalizantes quanto nas empresas. Os aprendizes estudam na escola profissionalizante as bases técnicas, assim como matérias gerais, tais como alemão e matemática, e aproximadamente dois terços do tempo de formação é dedicado à prática na empresa. Ali, os aprendizes recebem todo o apoio dos formadores.
Para garantir bons resultados no modelo, empresas, escolas profissionalizantes e governo trabalham em conjunto, com atenção à qualidade da formação e à inserção dos jovens no mercado. Além disso, o governo alemão estabelece normas rígidas de formação e aplica provas que atestam e garantem a qualidade da formação.
Com isso, as empresas se beneficiam ao capacitar profissionais de acordo com suas necessidades, enquanto os jovens recebem uma formação sólida e remunerada pela empresa, que os prepara para uma carreira de sucesso, além de os conectar rapidamente ao mercado de trabalho.
O sistema pode servir de inspiração ao Brasil para desenvolver novas estratégias capazes de superar o desafio da inclusão produtiva dos jovens no mercado de trabalho. Mudar essa realidade exige um engajamento multissetorial, com participação de governo, empresariado e sociedade civil organizada de modo a garantir mais oportunidades à juventude brasileira.
Entre as metas do Plano Nacional de Educação de 2014 estava a de número 11, focada em triplicar as matrículas da educação profissional tecnológica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e ao menos 50% da expansão no segmento público. No fim dos dez anos, o Brasil contabilizou avanços significativos na ampliação de vagas na rede pública, mas isso ainda não se refletiu na ampliação da empregabilidade de jovens.
Este ano, o Ministério da Educação (MEC), a sociedade civil, os Estados e União voltam a discutir as metas da Educação para os próximos dez anos e seria muito importante que o setor produtivo também fizesse parte desse processo, pois tem muito a contribuir.
Uma política de ensino técnico profissionalizante integrada com as empresas tem muito mais chances de cumprir o seu papel, que é, efetivamente, incluir a população no mercado de trabalho. O Brasil é um dos poucos países que ainda encaram sua juventude como problema, e não como potencial de crescimento e desenvolvimento.
Precisamos desta sinergia entre políticas públicas e setor privado para vencer o desafio do desemprego e da informalidade juvenil. Oferecer capacitação de qualidade para as novas gerações é apoiar o acesso desses jovens a melhores oportunidades, que ofereçam, de fato, uma trilha de crescimento profissional promissora a todos eles.
Promover a inserção produtiva do jovem brasileiro é um investimento necessário não apenas para suas trajetórias de vida isoladas, mas também para o avanço do País.

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Currículo de referência para curso técnico em bioeconomia

Currículo de referência para curso técnico em bioeconomia | Inovação Educacional | Scoop.it
versão reduzida do currículo em bioeconomia foi criada para formar profissionais para uma indústria em ascensão que une economia e ecologia, faz uso inteligente dos recursos naturais, é sustentável e tem papel essencial para o desenvolvimento do Brasil. Tem uma carga horária de 1.000 horas, distribuídas em módulos que podem ser adaptados para oferta concomitante ou subsequente ao ensino médio.
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Today, 8:16 AM
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Criado primeiro mestrado profissional em docência

Criado primeiro mestrado profissional em docência | Inovação Educacional | Scoop.it
Ministério da Educação (MEC) criou o primeiro programa de pós-graduação em docência na Educação Profissional e Tecnológica (ProfDocênciaEPT). Ele visa qualificar professores das redes públicas de educação básica em exercício na EPT, tem nível de mestrado profissional e oferece 100 vagas ao todo.
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June 26, 5:20 PM
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Surfar ou afogar? A escolha brasileira diante do tsunami da IA

Surfar ou afogar? A escolha brasileira diante do tsunami da IA | Inovação Educacional | Scoop.it
Historicamente, País é mais conservador na adoção de novas tecnologias
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June 26, 5:19 PM
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‘É preciso ter cuidado com conexões íntimas com IA’, diz nome histórico da área ao

‘É preciso ter cuidado com conexões íntimas com IA’, diz nome histórico da área ao | Inovação Educacional | Scoop.it
No ano passado, a Microsoft comprou a Inflection por US$ 650 milhões com o objetivo principal de ter Suleyman no comando de sua divisão de IA. Assim, o pesquisador amenizou o discurso mais distópico em relação à tecnologia e adotou uma visão mais otimista sobre as aplicações da tecnologia. Ele conversou com o Estadão para o especial Tecnologia em Transformação, o quarto capítulo da série de especiais temáticos que o jornal publicará até o fim de 2025, dentro das celebrações de seus 150 anos.
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June 26, 5:07 PM
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Para construir o futuro, é preciso muito mais do que o Plano Brasileiro de IA

Para construir o futuro, é preciso muito mais do que o Plano Brasileiro de IA | Inovação Educacional | Scoop.it
A revolução de IA não cabe em um PDF e precisa ser tratada como obsessão nacional
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Censo 2022 mostra um país com menos filhos e menos mães 

Censo 2022 mostra um país com menos filhos e menos mães  | Inovação Educacional | Scoop.it

Mulheres mais escolarizadas tendem a ter filhos mais tarde
A fecundidade vai se tornando mais tardia conforme as mulheres atingem maiores níveis de instrução. A idade média da fecundidade para o grupo sem instrução e ou com ensino fundamental incompleto foi de 26,7 anos. No grupo com ensino fundamental completo e médio incompleto, esse indicador sobre para 27,3 anos.
Para o contingente de mulheres com ensino médio completo e superior incompleto, a idade média de fecundidade chegava a 28,4 anos, e para aquelas com ensino superior completo, a 30,7 anos.
Número médio de filhos é menor entre as mulheres de 50 a 59 anos com mais instrução
O número médio de filhos para as mulheres de 50 e 59 anos vem recuando nas últimas décadas, com diferentes intensidades, dependendo do nível de instrução.
De 2000 a 2022, a queda mais acentuada ocorreu entre as mulheres com ensino fundamental completo e médio incompleto, cujo número médio de filhos passou de 3,8 para 2,1.
Em 2022, essas médias continuaram a se reduzir, mas os níveis de instrução permaneceram determinantes. O número médio de filhos entre as mulheres com 50 a 59 anos foi de 2,8 no grupo sem instrução ou com fundamental incompleto, de 2,1 filhos para aquelas com ensino fundamental completo e médio incompleto, de 1,8 para aquelas com ensino médio completo e superior incompleto e, finalmente, de 1,5 para o grupo que completou o ensino superior.

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Só delivery? iFood bate R$ 2 bilhões em crédito para restaurantes e expande benefícios corporativos 

Só delivery? iFood bate R$ 2 bilhões em crédito para restaurantes e expande benefícios corporativos  | Inovação Educacional | Scoop.it

Em um esforço de comunicar que seus serviços vão além do delivery, o iFood faz um anúncio duplo nesta sexta-feira (27/6), com o crescimento de verticais do seu ecossistema de soluções. A mais jovem, iFood Pago, lançada há um ano, bateu a marca de R$ 2 bilhões de crédito concedidos para cerca de 40 mil empreendedores. A outra é o iFood Benefícios, que chega aos 5 anos com 850 mil usuários ativos.
De acordo com o unicórnio, a frente de fintech soma mais de 175 mil contas ativas, com crescimento acelerado entre pequenos e médios estabelecimentos. Entre os produtos disponíveis estão uma plataforma que facilita a gestão do fluxo de caixa e a Maquinona, máquina de pagamentos lançada há um ano em São Paulo, onde soma 800 restaurantes usuários.
A partir de março deste ano, a ferramenta se expandiu para outras capitais: Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e Brasília. A meta é alcançar 4 mil restaurantes até março de 2026 e, para isso, novas cidades devem receber a solução em breve. O iFood não revelou quais são as próximas capitais no radar.
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Segundo Thomas Barth, COO do iFood Pago, a vertical alcançou R$ 1 bilhão em carteira ativa de crédito na semana passada. A meta é chegar a R$ 3,5 bilhões concedidos até março de 2026. "Parecia algo muito longe e impossível quando começamos a operação, foi muito especial [bater essa meta]. Isso nos coloca como principal banco para restaurantes no Brasil”, declarou, em encontro com jornalistas nesta quinta-feira (26/6).
Ele afirma que a análise para a concessão é feita a partir de dados internos do iFood, como avaliação dos clientes no aplicativo e atrasos na entrega de pedidos. A garantia vem dos recebíveis de transações futuras. De acordo com Barth, o uso da inteligência artificial reduziu em 5 vezes o risco da concessão, o que gerou menor inadimplência – o iFood não divulgou a sua taxa de inadimplentes.

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Educação e as instituições

Educação e as instituições | Inovação Educacional | Scoop.it

“O baixo nível de instrução dos países pobres é causado por instituições econômicas que falham em criar incentivos para que pais eduquem seus filhos e instituições políticas que não conseguem induzir o governo a construir, financiar e apoiar escolas e os desejos dos pais e das crianças. O preço que essas nações pagam pela baixa escolarização da população e pela falta de mercados inclusivos é alto: não conseguem mobilizar seu talento natural.” O trecho acima é do livro “Por que as nações fracassam”, de Daron Acemoglu e James A. Robinson, que há duas semanas foram anunciados como vencedores do prêmio Nobel de Economia, ao lado de Simon Johnson.
Educação não é o tema principal do trabalho de Acemoglu e Robinson. A tese central dos autores no livro é de que o crescimento econômico e a prosperidade das nações estão associados a instituições políticas e econômicas inclusivas (que geram incentivos para o desenvolvimento econômico e social dos indivíduos), enquanto instituições extrativistas (baseadas na exploração do trabalho para benefício de uma pequena elite) tradicionalmente levam a estagnação e pobreza. Mas muitos outros autores já estudaram, em mais profundidade, a relação entre as instituições políticas e econômicas com a educação, corroborando o argumento de que sociedades mais inclusivas (e, portanto, menos desiguais) foram mais bem-sucedidas no desenvolvimento de seus sistemas educacionais.
Num estudo publicado em 2000 (“Schooling, Suffrage, and the Persistence of Inequality in the Americas, 1800–1945”), por exemplo, Elisa Mariscal e Kenneth Sokoloff concluem não ser surpresa que, “com este tipo de extrema desigualdade na distribuição de renda, capital humano e poder político, os governos locais na América Latina tenham fracassado em organizar escolas mantidas com impostos e abertas a todos”.
Em sua tese “O atraso em meio à riqueza: uma história econômica da educação primária em São Paulo, 1835 a 1920”, o historiador Renato Perim Colistete chega à conclusão semelhante: “Olhando em retrospectiva, é difícil evitar a conclusão de que as elites econômicas mostraram-se eficazes na resistência à tributação de suas propriedades e rendas durante todo o período de debates e reformas da instrução pública no século XIX e início do século XX”
As causas do atraso educacional brasileiro, porém, não estão relacionadas somente ao subfinanciamento. O caráter elitista e excludente da educação brasileira não foi obra do acaso. Pelo contrário, nosso sistema educacional foi moldado para ser assim, ao contrário dos sistemas educacionais de países desenvolvidos, que, nos termos de Acemoglu e Robinson, poderiam ser classificados como inclusivos.
Nas décadas de 40 e 60, por vezes equivocadamente retratadas como épocas de ouro da educação, mais da metade dos alunos que ingressavam na primeira série do primário (hoje ensino fundamental) abandoava a escola após sucessivas reprovações, sem chegar sequer à segunda série. E apenas míseros 6% conseguiam completar o colegial (hoje ensino médio) no início dos anos 70. Em vez de ter como objetivo expandir ao máximo o acesso e conclusão da educação básica para formação em massa de capital humano, a lógica do sistema era, desde os primórdios da educação básica, de que apenas os mais “aptos” mereciam progredir, resultando em taxas de repetência absurdamente altas até para padrões latino-americanos. E o pior é que, até hoje, há quem defenda esse modelo arcaico, e que nos levou até aqui.

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Baixa mobilidade social é problema renitente no Brasil

Baixa mobilidade social é problema renitente no Brasil | Inovação Educacional | Scoop.it
No Brasil, quem nasce pobre tem chance mínima de ser rico quando chega à idade adulta. O Atlas da Mobilidade, do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), fundado pelos economistas Arminio Fraga e Paulo Tafner, traça os contornos desse problema renitente, relacionado à desigualdade.
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Como as mudanças em itinerários desafiam a flexibilização do ensino médio

Como as mudanças em itinerários desafiam a flexibilização do ensino médio | Inovação Educacional | Scoop.it

No ensino médio brasileiro, a carga horária total é de 3 mil horas ao longo de três anos, com um aumento na Formação Geral Básica para 2.400 horas, abrangendo disciplinas como Português, Inglês, Artes, Educação Física, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas. Isso representa um aumento em relação à carga horária anterior de 1.800 horas. Com essas mudanças recentes, a carga horária para os Itinerários Formativos foi ajustada para 600 horas, exceto para a Formação Técnica e Profissional, que pode ser de até 1.200 horas, conforme estabelecido pelo MEC.
A nova normativa do CNE estabelece diretrizes para os Itinerários Formativos que não são de Formação Técnica e Profissional, cujo já possui uma normativa específica. Ela define o que deve ser incluído nesses itinerários para assegurar que eles sejam caminhos de aprofundamento nas quatro áreas específicas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza, devendo ser ofertados por escolas públicas e privadas em ao menos duas opções, com possibilidade de combinação entre as áreas do conhecimento.

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Desemprego no Brasil cai para 6,2%, taxa de informalidade em mínimas

Desemprego no Brasil cai para 6,2%, taxa de informalidade em mínimas | Inovação Educacional | Scoop.it

No Brasil, o IBGE divulgou hoje os dados de desemprego, que recuou para 6,2%, atingindo uma nova mínima histórica. O número total de pessoas ocupadas chegou a 103 milhões, das quais cerca de 25% atuam por conta própria. Desses trabalhadores autônomos, apenas 27% possuem CNPJ, o que revela alto grau de informalidade, ainda que este índice esteja em queda e hoje esteja em 37% — o menor da série.
A má notícia é que o rendimento médio mensal das pessoas ocupadas continua baixo: R$ 3.457. Quando comparamos com o público do CadÚnico, utilizado para o pagamento do Bolsa Família, que contempla cerca de 90 milhões de brasileiros com renda média de R$ 700, temos um retrato nítido da desigualdade. Vale lembrar que há sobreposição: muitas pessoas trabalham informalmente e também estão cadastradas no CadÚnico.
Em resumo, a boa notícia é que o desemprego no Brasil está no menor nível da história. A má notícia é que ainda temos um mercado de trabalho de baixa renda, com empresas pouco produtivas e salários muito inferiores aos padrões internacionais. Em países como França, Itália, Holanda, Finlândia, EUA, Japão, Coreia e Taiwan, o rendimento médio é da ordem de R$ 30 a R$ 35 mil por mês — cerca de 10 vezes superior à média brasileira.

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Cogna (COGN3) capta US$ 100 mi com IFC, do Banco Mundial

Cogna (COGN3) capta US$ 100 mi com IFC, do Banco Mundial | Inovação Educacional | Scoop.it
Os recursos da captação financiarão pelos próximos três anos a transformação digital das atividades de graduação e da pós-graduação da Kroton
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Currículo de referência para curso técnico em bioeconomia (versão completa - 51 componentes)

Currículo de referência para curso técnico em bioeconomia (versão completa - 51 componentes) | Inovação Educacional | Scoop.it
A estrutura do curso é apresentada em 12 módulos que abordam tópicos variados, desde a introdução à bioeconomia e sustentabilidade até gestão ambiental, empreendedorismo, marketing, comercialização e desenvolvimento de projetos sustentáveis. Cada módulo é composto por vários componentes curriculares com respectivos conteúdos e número de horas, totalizando 51 componentes com alto grau de detalhamento (ementa; perfil docente; competências e habilidades; objetos de conhecimento; prática e fazeres escolares; avaliação; referências bibliográficas).
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Today, 8:20 AM
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Empowering the Workforce in the Context of a Skills-First Approach

Empowering the Workforce in the Context of a Skills-First Approach | Inovação Educacional | Scoop.it
This report explores the emergence of a skills-first approach in labour markets in OECD countries, and what opportunities and challenges arise from the adoption of skills-first approaches in light of demographic shifts and the green and digital transition. Through original data analysis and the examination of case studies from OECD countries, the report illustrates when and how individuals signal their skills, and to what extent employers adopt skills-based hiring practices, and whether these efforts allow them to reach a broader and diverse talent pool. A skills-first approach can lead to better job matching and adaptability, but barriers to its successful adoption remain. These include unequal access to digital tools, challenges in validating skills, and employers’ reluctance to trust non-traditional credentials. Its novelty also raises questions about accessibility and potential impacts on job quality and workplace conditions. The report highlights key policy actions to support the adoption of skills-first practices, calling on governments to standardise skills recognition, invest in lifelong learning, improve labour market intelligence, and lead by example by adopting skills-first practices in the management of the public sector workforce.
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Prêmio Capes Futuras Cientistas 2025 recebe

Prêmio Capes Futuras Cientistas 2025 recebe | Inovação Educacional | Scoop.it
té 17 de julho de 2025 estão abertas as inscrições para o Prêmio Capes Futuras Cientistas 2025. Podem participar alunas, professoras e tutoras de escolas públicas estaduais. A intenção da iniciativa é elevar a participação feminina em espaços de desenvolvimento científico das áreas de ciências exatas.
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June 26, 5:20 PM
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Saúde, dinheiro, moradia, Justiça e mais: como a IA pode mudar o futuro do Brasil

Saúde, dinheiro, moradia, Justiça e mais: como a IA pode mudar o futuro do Brasil | Inovação Educacional | Scoop.it
Na visão de Luiz Fernando Joaquim, sócio da Deloitte e especialistas em soluções de tecnologia para o setor de saúde, a IA terá um papel integrador, focado em eliminar a papelada, melhorando a organização de informações. A tecnologia será especialmente útil para antecipar diagnósticos e identificar padrões precoces, como possíveis casos de diabete ou câncer em estágios iniciais, além de reforçar práticas preventivas.
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June 26, 5:10 PM
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A IA virou um grande problema para quem procura emprego e para quem quer contratar; entenda

A IA virou um grande problema para quem procura emprego e para quem quer contratar; entenda | Inovação Educacional | Scoop.it

Katie Tanner, consultora de recursos humanos em Utah, sabia que aquela vaga seria popular: ela era totalmente remota, exigia apenas três anos de experiência e era para uma empresa de tecnologia.
Mesmo assim, a profissional ficou chocada com as respostas vindas do LinkedIn. Após 12 horas, 400 candidaturas haviam sido enviadas. Em 24 horas, havia 600. Alguns dias depois, havia mais de 1,2 mil, quando ela removeu a publicação. Três meses depois, ela ainda está trabalhando no número de candidatos.
“É uma loucura”, disse ela. “Você fica enterrado em currículos.”
O número de candidaturas enviadas pelo LinkedIn aumentou mais de 45% no último ano. A plataforma está registrando uma média de 11 mil candidaturas por minuto, e as ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa estão contribuindo para esse dilúvio.
Com uma simples solicitação, o ChatGPT, o chatbot desenvolvido pela OpenAI, insere todas as palavras-chave de uma descrição de emprego em um currículo. Alguns candidatos estão dando um passo além, pagando por agentes de IA que podem encontrar empregos de forma autônoma e se candidatar em seu nome. Os recrutadores dizem que está ficando mais difícil saber quem está realmente qualificado ou interessado, e vários dos currículos são muito parecidos.
“É um ‘tsunami de candidatos’ que só tende a aumentar”, disse Hung Lee, um ex-recrutador que escreve um boletim informativo sobre o setor.
IA para lidar com IA
Nas empresas, a solução para lidar com tantos currículos gerados por IA é usar ainda mais IA. O CEO do Chipotle, Scott Boatwright, disse em uma conferência este mês que sua ferramenta de triagem e agendamento de chatbot de IA (chamada Ava Cado) reduziu o tempo de contratação em 75%.
A HireVue, uma plataforma popular de entrevistas por vídeo com IA, oferece aos recrutadores a opção de fazer com que a IA avalie as respostas e classifique os candidatos.
Mas os candidatos também podem usar a IA para trapacear nessas entrevistas, e algumas empresas adicionaram avaliações de habilidades mais automatizadas no início do processo de contratação. Por exemplo, a HireVue oferece jogos com IA para avaliar habilidades como reconhecimento de padrões e memória de trabalho, além de um “teste” virtual que testa a inteligência emocional ou habilidades como contar trocos. Às vezes, disse Lee, “acabamos em uma situação do tipo IA versus IA”.
Os candidatos que usam identidades falsas são outro problema. Emi Chiba, analista de tecnologia de recursos humanos da Gartner, disse ao DealBook que os relatos de candidatos que usavam identidades falsas estavam crescendo rapidamente.
Um relatório que Chiba publicou com outros analistas do Gartner, em abril, calculou que, até 2028, cerca de um em cada quatro candidatos a emprego poderia ser inventado. Entre suas recomendações estava a de que as empresas implantassem um software de verificação de identidade mais sofisticado.
Alguns recrutadores dizem que não vale a pena postar vagas no LinkedIn. Para resolver o problema, a plataforma adicionou ferramentas para ajudar tanto os candidatos quanto os recrutadores a restringir seu foco, incluindo um agente de IA que pode escrever mensagens de acompanhamento, conduzir bate-papos de triagem com candidatos, sugerir os melhores candidatos e pesquisar possíveis contratações usando linguagem natural.
Um recurso que mostra aos candidatos em potencial o quanto suas qualificações correspondem a uma descrição de cargo, oferecido pelo LinkedIn para assinantes premium em janeiro, reduziu em 10% a taxa de candidaturas a cargos de “baixa correspondência”, de acordo com a empresa.
Os riscos são muitos. As preocupações de que o uso da IA na contratação possa introduzir preconceitos levaram a ações judiciais e a uma série de legislações estaduais americanas. A Lei de IA da União Europeia classifica a contratação em sua categoria de alto risco, com as restrições mais rigorosas e, embora nenhuma lei federal dos EUA trate especificamente do uso de IA na contratação, as leis antidiscriminação podem entrar em ação.
“Não é permitido discriminar, e é claro que a maioria dos empregadores está tentando não discriminar, mas é mais fácil falar do que fazer”, disse Marcia Goodman, sócia da Mayer Brown, que representa, principalmente, empregadores.
Esse é um ciclo perpétuo? O problema não é tanto o fato de os candidatos estarem usando IA - uma habilidade que muitos empregadores dizem querer - mas sim o fato de estarem sendo desleixados. Alexa Marciano, diretora administrativa da Syndicatebleu, uma agência de recrutamento, disse que os candidatos estão reagindo ao uso de triagem automatizada pelos recrutadores. “É realmente frustrante para os candidatos, porque eles investem tempo criando cartas de apresentação e currículos muito bem elaborados”, disse ela.
Jeremy Schifeling, um coach de carreiras que realiza regularmente treinamentos de busca de emprego com foco em tecnologia em universidades, disse que poderia ver esse vai-e-vem por algum tempo. “À medida que os alunos ficam mais desesperados, eles dizem: ‘Bem, não tenho outra opção a não ser aumentar a aposta com essas ferramentas pagas para automatizar tudo’. E tenho certeza de que os recrutadores vão elevar o nível novamente.”
Ele argumenta que o resultado final será a autenticidade de ambos os lados. Mas, segundo ele, “acho que muitas pessoas vão perder muito tempo, muito poder de processamento e muito dinheiro até chegarmos a essa conclusão”.

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June 26, 5:06 PM
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Estudos acusam Uber de aumentar os lucros às custas de motoristas e passageiros

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Pesquisas feitas no Reino Unido e Estados Unidos questionam a transparência dos algoritmos da empresa; empresa diz que sua precificação é projetada para ser transparente e justa
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