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October 16, 2012 11:31 PM
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Piso, bolsas e carreira são promessas para valorizar professor

Investir na valorização dos professores brasileiros é fundamental para mudar a realidade do ensino no País. Especialistas são unânimes ao afirmar que, se o Brasil quiser superar desafios na área como a erradicação do analfabetismo e garantir a aprendizagem de crianças e adolescentes, precisa mudar a carreira desses profissionais. Condições de trabalho ruins e salários baixos espantaram jovens talentos da profissão.

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Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
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September 10, 2024 9:19 AM
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Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler | Inovação Educacional | Scoop.it

O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa?
Luciano Sathler
É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais
As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática.
Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing.
O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais.
Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho.
A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados.
A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar.
No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes.
Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador".
Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante.
Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos.
Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.

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IA na música: 'hits sintéticos' e acordos de seus criadores com gravadoras geram polêmica

IA na música: 'hits sintéticos' e acordos de seus criadores com gravadoras geram polêmica | Inovação Educacional | Scoop.it
Se olhar bem a ilustração acima, gerada pelo prompt que você lê na moldura em volta deste texto, verá que não foi assim tão de repente quanto se pensava — os sinais vêm de algum tempo. Mas 2025 termina com a impressão de que, de repente, no espaço de um ano, muito daquilo que um dia foi ficção científica para a música de fato aconteceu, como mostra esta reportagem, a primeira de uma série em que o GLOBO trata das mudanças que a inteligência artificial já fez e ainda pode fazer na produção artística contemporânea.

A saudável alternância de sensações do rock — que vai de Beatles a Geese — foi abalada no ano de 2025 pela chegada do Velvet Sundown, banda que se anuncia em seu perfil no Spotify como “um projeto de música sintética guiado pela direção criativa humana, mas composto, interpretado e visualizado com o auxílio da inteligência artificial”.

Ainda em 2025, Xania Monet se tornou a primeira artista de IA a obter execuções suficientes de suas músicas nas rádios para estrear na parada da Billboard. Criada pela poeta Talisha Jones usando o aplicativo Suno, a cantora virtual assinou um contrato de US$ 3 milhões com a produtora Hallwood Media.

Na Billboard
Mas não foi só. A IA também esteve por trás de hits virais do streaming, como o grupo Breaking Rust (que chegou ao nono lugar na parada de artistas emergentes da Billboard e ao primeiro posto na parada Country Digital Song Sales), ou a música “We are Charlie Kirk”, do projet gospel Spalexma, que se tornou um meme popular no TikTok e alcançou o topo da lista Viral 50 do Spotify nos EUA. Isso tudo, sem falar na enxurrada de música country pornô que tomou o TikTok, toda ela produzida por máquinas.

“Para pessoas mais velhas e menos conectadas, esta pode ser a primeira experiência com música totalmente gerada por IA, e é um pouco assustador como muitas parecem não perceber que o que estão ouvindo não é humano”, escreveu o jornalista americano Kieran Press-Reynolds no site Pitchfork.

Sucesso até no Brasil, especialmente com os produtores da Blow Records (que estouraram este ano com “Predador de perereca”, versão de um funk recente, do MC Jhey, feita como se fosse um pop de 1982), os aplicativos de música por IA, como o Suno e o Udio, logo acionaram um alarme na indústria. Afinal, para fazer o que fazem, eles foram treinados a partir de um vasto catálogo de músicas pertencente a grandes gravadoras. A Associação da Indústria Fonográfica dos Estados Unidos (RIAA) entrou até com um processo judicial contra as empresas de IA por violação de direitos autorais, tentando acabar com a festa.

Mas, este ano, tudo mudou: a indústria não só resolveu a questão fora dos tribunais, como a Universal Music firmou parceria com a Udio e a Warner Music com a Udio e a Suno. Essas gravadoras também se acertaram com uma nova empresa de IA, a Klay, que se tornou a primeira a conseguir o apoio das três gigantes da música gravada no mundo, fechando negócio também com a Sony Music (as conversas com gravadoras independentes estão em andamento).

'Música virou commodity'
Autodefinida como “a música libertada”, a Klay se anuncia como uma plataforma holística “que expande as possibilidades artísticas e preserva o valor da música”. A ser lançada oficialmente nos próximos meses, ela promete, com aquele papo mole de coach: “Dentro do sistema da Klay, os fãs podem moldar suas jornadas musicais de novas maneiras, garantindo que os artistas e compositores participantes sejam devidamente reconhecidos e recompensados.”

Para o compositor e premiado produtor Felipe Vassão (conhecido pelos vídeos no Instagram e TikTok em que comenta aspectos da produção musical), 2026 será o ano em que o mercado da música se movimentará ainda mais “para normalizar a IA como um produto palatável”.

— A gente está entrando num mundo onde se assume finalmente com todas as letras que música virou commodity, onde o grande interesse é espremer o máximo que você puder de dinheiro do consumo musical, e não de criatividade — acusa. — As duas pontas mais importantes do nosso ecossistema, que é quem faz música e quem consome música, estão sendo tratados como lixo. Até vejo nos streamings algumas alternativas, que estão querendo ser levadas mais a sério criativamente, mas no mainstream acho que vai acontecer é a fabricação da relevância da música de IA como o normal. Vão forçar a barra para ter realmente um artista de IA no topo das paradas.

O que não falta, no entanto, são defensores da IA como instrumento de criação musical. Eles vão de Neil Jacobson, CEO da Hallwood Media (que contratou Xania Monet), o produtor Timbaland (um gênio das batidas, que já trabalhou com Madonna e Justin Timberlake, de que este ano lançou seu próprio artista de IA, TaTa Taktumi) e o ex-gerente geral da Atlantic Records Paul Sinclair, que em 2025 se tornou diretor musical da Suno. Já para outros, como Tom Poleman, diretor de programação da iHeartRadio, e Aurelien Herault, diretor de inovação da Deezer, é hora de agir para impedir a proliferação sem controle da IA nas plataformas.
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Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025

“A mudança, todos sabemos, é irreversível. Só conseguiremos restaurar-lhe a harmonia se construirmos uma educação que a aceite, a ilumine e a conduza em sentido humano”. O pensador Anísio Teixeira, precursor do conceito de educação integral no país, já refletia sobre isso em 1963, em “Mestres de Amanhã”, quando alertava para as ansiedades e esperanças em torno de uma escola atravessada pela “explosão contemporânea dos conhecimentos, com o desenvolvimento da tecnologia e com a extrema complexidade consequente da sociedade moderna”. Passadas seis décadas, suas palavras ecoam com ainda mais força diante da chegada irreversível da Inteligência Artificial (IA). Quais são, então, os antigos e novos desafios que se abrem para a educação brasileira?
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Mais de 20% dos vídeos exibidos para novos usuários do YouTube são "lixo de IA", revela estudo

Mais de 20% dos vídeos exibidos para novos usuários do YouTube são "lixo de IA", revela estudo | Inovação Educacional | Scoop.it

Conteúdo de baixa qualidade gerado por IA está saturando as redes sociais e gerando cerca de US$ 117 milhões por ano, segundo dados.
Mais de 20% dos vídeos que o algoritmo do YouTube mostra para novos usuários são "lixo de IA" – conteúdo de baixa qualidade gerado por IA, projetado para acumular visualizações, segundo pesquisa .
A empresa de edição de vídeo Kapwing analisou 15.000 dos canais mais populares do YouTube no mundo – os 100 melhores em cada país – e descobriu que 278 deles contêm apenas conteúdo gerado por IA de baixa qualidade .
Juntos, esses canais de IA para conteúdo amador acumularam mais de 63 bilhões de visualizações e 221 milhões de inscritos, gerando cerca de US$ 117 milhões (R$ 90 milhões) em receita a cada ano, segundo estimativas.
Os pesquisadores também criaram uma nova conta no YouTube e descobriram que 104 dos primeiros 500 vídeos recomendados em seu feed eram conteúdo de baixa qualidade produzido por inteligência artificial. Um terço dos 500 vídeos eram "conteúdo de má qualidade", uma categoria que inclui conteúdo de baixa qualidade produzido por inteligência artificial e outros conteúdos de baixa qualidade criados para monetizar a atenção.
Os resultados representam um panorama de uma indústria em rápida expansão que está saturando as principais plataformas de mídia social – do X ao Meta e ao YouTube – e definindo uma nova era de conteúdo: descontextualizado, viciante e internacional.
Uma análise do The Guardian deste ano revelou que quase 10% dos canais de crescimento mais rápido do YouTube eram conteúdo gerado por inteligência artificial, acumulando milhões de visualizações apesar dos esforços da plataforma para conter o "conteúdo inautêntico".
Os canais encontrados pela Kapwing têm distribuição e audiência global. Eles contam com milhões de inscritos: na Espanha, 20 milhões de pessoas, ou quase metade da população do país, seguem os canais de IA em alta. Os canais de IA têm 18 milhões de seguidores no Egito, 14,5 milhões nos EUA e 13,5 milhões no Brasil.
O canal Bandar Apna Dost , o mais assistido no estudo, é sediado na Índia e já acumula 2,4 bilhões de visualizações. Ele apresenta as aventuras de um macaco rhesus antropomórfico e um personagem musculoso inspirado no Incrível Hulk, que luta contra demônios e viaja em um helicóptero feito de tomates . A Kapwing estimou que o canal poderia faturar até US$ 4,25 milhões. Seu proprietário não respondeu ao contato do The Guardian.
Rohini Lakshané, pesquisadora em tecnologia e direitos digitais, afirmou que a popularidade de Bandar Apna Dost provavelmente se deve ao seu absurdo, aos seus tropos hipermasculinos e ao fato de não ter um enredo, o que o torna acessível a novos espectadores.
O canal Pouty Frenchie , com sede em Singapura, tem 2 bilhões de visualizações e parece ter como público-alvo crianças. Ele narra as aventuras de um buldogue francês – desde passeios até uma floresta de doces, passando por refeições com sushi de cristal – muitas delas acompanhadas por risadas de crianças. A Kapwing estima que o canal fature quase US$ 4 milhões por ano. O Cuentos Facinantes , com sede nos EUA, também parece ter como público-alvo crianças com histórias em quadrinhos e possui 6,65 milhões de inscritos – o que o torna o canal com mais inscritos entre os analisados ​​no estudo.
Enquanto isso, o canal The AI ​​World , com sede no Paquistão, apresenta vídeos curtos gerados por inteligência artificial sobre inundações catastróficas no país, com títulos como "Pobres Pessoas", "Famílias Pobres" e "Cozinha na Enchente". Muitos desses vídeos têm como trilha sonora uma música chamada "Ambiente Relaxante de Chuva, Trovão e Relâmpago para Dormir". O canal já acumula 1,3 bilhão de visualizações.
É difícil dizer exatamente qual a importância desses canais em comparação com a vasta quantidade de conteúdo já existente no YouTube. A plataforma não divulga informações sobre o número de visualizações anuais, nem quantas delas são de conteúdo gerado por IA.
Mas por trás dessas cenas inusitadas de florestas de doces e desastres, existe uma indústria semiestruturada e crescente de pessoas que tentam encontrar novas maneiras de monetizar as plataformas mais poderosas do mundo usando ferramentas de IA.
“Existem grandes grupos de pessoas no Telegram, WhatsApp, Discord e fóruns trocando dicas e ideias [e] vendendo cursos sobre como criar uma espécie de conteúdo irrelevante que seja interessante o suficiente para gerar renda”, disse Max Read , jornalista que escreveu bastante sobre conteúdo irrelevante gerado por IA.
“Eles têm o que chamam de nichos. Um que notei recentemente são vídeos de inteligência artificial de panelas de pressão explodindo no fogão.”
Embora os criadores de conteúdo gerado por IA estejam por toda parte, Read afirmou que muitos vêm de países de língua inglesa com conectividade à internet relativamente forte, onde o salário médio é menor do que o que eles podem ganhar no YouTube.
“São principalmente países de renda média, como a Ucrânia, muitas pessoas na Índia, Quênia, Nigéria e um número considerável no Brasil. Também vemos o Vietnã. Lugares com relativa liberdade de acesso às redes sociais online”, disse ele.
Nem sempre é fácil ser um criador de conteúdo de IA. Para começar, os programas para criadores no YouTube e no Meta nem sempre são transparentes sobre quem pagam pelo conteúdo e quanto, disse Read. Além disso, o ecossistema de conteúdo de IA está cheio de golpistas: pessoas que vendem dicas e cursos sobre como criar conteúdo viral – que muitas vezes ganham mais dinheiro do que os próprios produtores de conteúdo de IA.
Mas, pelo menos para alguns, é um meio de vida. E embora novas ideias que chamam a atenção — como panelas de pressão explodindo — surjam constantemente, quando se trata de conteúdo gerado por IA, a criatividade humana importa muito menos do que os algoritmos que distribuem o conteúdo no Meta e no YouTube.
“Esses sites são enormes máquinas de teste A/B por natureza”, disse Read. “Quase tudo que você possa imaginar, você já encontra no Facebook. Então a questão é: como encontrar o que está funcionando bem e como escalar isso? Como criar 10 cópias?”
Um porta-voz do YouTube disse: “A IA generativa é uma ferramenta e, como qualquer ferramenta, pode ser usada para criar conteúdo de alta ou baixa qualidade. Continuamos focados em conectar nossos usuários a conteúdo de alta qualidade, independentemente de como ele foi produzido. Todo o conteúdo enviado ao YouTube deve estar em conformidade com nossas diretrizes da comunidade e, se constatarmos que algum conteúdo viola uma política, nós o removemos.”

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Como a esquerda mantém o monopólio ideológico na educação

Como a esquerda mantém o monopólio ideológico na educação | Inovação Educacional | Scoop.it
O domínio da esquerda sobre aspectos fundamentais da educação tem afastado o ensino de seu verdadeiro propósito perdagógico, transformando-o em instrumento para manutenção do controle ideológico. A educação brasileira, em vez de priorizar qualidade e resultados, tornou-se refém de políticas públicas orientadas por militância progressista.

Por meio da criação de legislações que a favorecem e da restrição de repasses de verbas, a esquerda mantém as escolas, especialmente as salas de aula, como uma espécie de “caixa-preta”, impondo políticas que dificultam a entrada de profissionais e projetos que não estejam politicamente alinhados ao seu modus operandi.

Anamaria Camargo, mestre em Educação pela Universidade de Hull e presidente do Livre pra Escolher, alerta para os riscos desse domínio ideológico diante da qualidade da educação. “O que se espera de uma educação básica é formar pessoas éticas, capazes e independentes. O que o Estado, dominado pela esquerda, tem feito é exatamente o oposto: formar pessoas manipuláveis, autocentradas e emocionalmente frágeis. Um desastre”, analisa.

Resistência em parceria público-privadas demonstra seleção ideológica
Um exemplo que evidencia essa busca por alinhamento ideológico na educação brasileira está nas parcerias público-privadas (PPP). Recentemente, a Justiça de Minas Gerais impediu a expansão do “Projeto Somar”, do governo estadual, após uma ação movida pelo Sindicato Único dos Trabalhadores de Educação de Minas Gerais. O projeto já apresentava resultados positivos, como a redução da ausência de professores e melhora no desempenho escolar.

Curiosamente, enquanto há forte resistência contra parcerias entre governo estadual e gestão privada, a Lei do Fundeb, principal legislação sobre financiamento da educação básica pública, permite o repasse de recursos públicos para as Escolas Família Agrícola (EFAs), muitas delas vinculadas a movimentos sociais, como o Movimento dos Sem Terra (MST). Esse contraste evidencia como recursos públicos são direcionados apenas para quem está ideologicamente alinhado.

O mestre em Administração pela UFMG, Thiago Alvim, que atua no fomento de projetos educacionais, critica essa seletividade ideológica. “É como se tivéssemos uma parte da sociedade civil organizada legítima para ser parceira do Estado e outra nem tanto. É um movimento forte, que tem grande resistência à diversidade de ideias. Tão forte que conseguiu institucionalizar a exceção apenas para esse grupo de organizações na própria Lei do Fundeb”, afirma.

Ideologia na educação especial está acima de apoio a alunos
Escolas especializadas, como APAEs e Pestalozzis, também recebem recursos do Fundeb. Porém, recentemente, o ministério da Educação (MEC) apresentou um decreto que dificultaria esse repasse e previa que 100% das matrículas fossem em escolas regulares, inclusive para alunos com deficiência, mesmo sem o suporte adequado. Diferentemente do ensino regular, as instituições especializadas não seguem agendas ideológicas.

Após pressão de famílias e parlamentares, especialmente no Senado Federal, o MEC recuou e alterou o decreto, garantindo a continuidade das escolas especializadas e a possibilidade de repasses orçamentários.

Outro ponto polêmico foi a resistência do MEC para homologar o parecer 50 do Conselho Nacional de Educação (CNE), que trata do atendimento educacional de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Grande parte da oposição ao documento se deu porque ele reforçava o direito à presença de um acompanhante especializado em sala de aula, responsável por garantir a aplicação do plano de ensino individualizado (PEI) para alunos com autismo. O episódio revela a resistência à transparência, mantendo a sala de aula como um espaço inacessível, sem qualquer forma de fiscalização. O texto só foi homologado pela pasta após ajustes feitos pelo CNE.

Pais precisam saber sobre distorções na educação
Camargo aponta diversas outras diretrizes e normas que revelam a influência da esquerda no ensino. Um documento sobre a formação de docentes, do CNE, orienta que cursos e programas de professores da educação básica valorizem “diversidade étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa”. Já o Plano Nacional de Ensino (PNE), aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados, determina que o ensino integral inclua temas transversais como democracia, relações étnico-raciais e direitos humanos.

“Quando um pai ou uma mãe ouve palavras como ‘diversidade’, acha que é algo positivo, mas não é. Quando se fala em ‘direitos humanos’, isso pode incluir pautas como uso de banheiro feminino por meninos que se identificam como meninas ou até ‘direito ao aborto’. A esquerda chama tudo isso de ‘direitos humanos'”, alerta Camargo.

Para a especialista, a forma de combater esse domínio é dar transparência aos efeitos nocivos das práticas ideológicas presentes nas escolas. “É importante que os pais saibam o que está acontecendo nas escolas de seus filhos. Apenas uma parcela muito pequena da sociedade é a favor de pautas progressistas woke. É fundamental, então que essa maioria entenda o que está acontecendo e se envolva para pressionar as autoridades por mudanças”, conclui.
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December 27, 8:24 AM
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MEC publica portaria que permite faculdade ter cursos de enfermagem presencial em polos de EAD

MEC publica portaria que permite faculdade ter cursos de enfermagem presencial em polos de EAD | Inovação Educacional | Scoop.it

O Ministério da Educação (MEC) publicou, hoje (26), portaria autorizando grupos de ensino a ter cursos presenciais de enfermagem nos polos de ensino a distância (EAD) que, por sua vez, receberão um credenciamento de instituição de ensino, como antecipado pelo Valor em setembro.
A graduação de enfermagem nas modalidades on-line e semipresencial foram extintas dentro das regras do novo marco regulatório. Ou seja, agora, esse curso só pode ser ministrado de forma presencial.
Atualmente, quase metade dos 478 mil alunos matriculados nessa graduação estuda na modalidade EAD.
Apenas instituições de ensino com nota 4 ou mais (de um ranking que vai até 5), sem histórico recente de punições ou processos de supervisão serão elegíveis.
A faculdade deve ter pelo menos uma outra graduação presencial na área da saúde, com limite de 100 vagas anuais. Além disso, o grupo precisa já ter, no mínimo, 40 alunos de enfermagem.
Pelas novas regras, os grupos educacionais poderão solicitar abertura de curso de enfermagem em campus em cidades onde, anteriormente, só oferecia essa graduação na modalidade EAD.
Segundo o Citi, entre as companhias de sua cobertura, a Cogna seria a principal beneficiada por ter 9% dos atuais alunos de ensino a distância matriculados em programas de enfermagem (o equivalente a 7,6% do total). Na sequência vem Ser Educacional, com 4,6% de estudantes dessa graduação no EAD (1,8% do total), seguida por Ydqus, com 1,6% de matriculados em enfermagem estudando on-line, (1,1% do total de matriculados).
A Vitru, líder no mercado de EAD, dever ser a mais beneficiada porque praticamente toda a sua operação é no formato EAD, e abre-se um novo negócio para a companhia, que passa a ter cursos presenciais numa estrutura de polos, cujo custo é menor. O grupo tem cerca de 1 milhão de alunos matriculados em cursos a distância e 2,6 mil polos no país, com boa parte deles já estruturada com laboratórios.
A Uniter também deve ser impactada positivamente dentro dessa mesma lógica. O grupo, do empresário Wilson Picler, tem cerca de 500 mil alunos exclusivamente em cursos on-line, com vários polos que receberam investimentos em laboratórios.
Segundo o MEC, os pedidos devem ser enviados dentro de 30 dias após a publicação da portaria e serão priorizadas até 30% das solicitações sob um calendário regulatório extraordinário.

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December 27, 8:11 AM
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Acordo da OpenAI com a Disney vai impulsionar o Sora?

Acordo da OpenAI com a Disney vai impulsionar o Sora? | Inovação Educacional | Scoop.it
A visão de levar pela primeira vez a magia dos personagens da Disney ao Sora contrasta com o fato de que usuários já vêm criando animações piratas na plataforma, com várias contas produzindo trailers imaginários e outros conteúdos no estilo característico dos filmes da Disney e da Pixar.

Perfis não oficiais usaram logotipos dos estúdios e retrataram personagens semelhantes ao Buzz Lightyear, de "Toy Story", e à criança do filme "Up – Altas Aventuras". Em geral, porém, essas contas acumularam apenas algumas centenas de seguidores, com as mais populares alcançando pouco mais de mil curtidas.

A recepção limitada ao conteúdo no estilo Disney no app reflete a dificuldade mais ampla do Sora em atrair usuários suficientemente engajados para justificar seus altos custos operacionais.

Apesar de ter saltado para o topo das listas de download no lançamento, o Sora não conseguiu transformar esse interesse inicial em uma audiência diária habitual comparável à de redes sociais tradicionais como TikTok ou YouTube.


O app oferece uma experiência semelhante à rolagem de vídeos no TikTok ou no Reels do Instagram, com a diferença de que os próprios usuários criam os vídeos que compartilham a partir de comandos simples fornecidos ao modelo de IA.

Cerca de 25% dos 7 milhões de usuários mensais do Sora abrem o aplicativo diariamente, segundo estimativas da Sensor Tower, com um tempo médio de uso de 13 minutos por dia.

Aplicativos de redes sociais convencionais, como o TikTok, mantêm usuários engajados por até 90 minutos diários, de acordo com a empresa de inteligência de mercado.

Audiências têm demonstrado aversão ao chamado "slop", termo usado na indústria de IA para descrever conteúdo de baixo valor gerado por IA. Usuários do Sora entram e saem do app porque só dá para aguentar uma certa quantidade desse tipo de conteúdo, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

Outro problema é o custo elevado para a OpenAI de permitir que usuários experimentem o Sora gratuitamente. Analistas do Cantor Fitzgerald estimam que provedores de modelos de vídeo gastem, em média, US$ 1,30 para gerar um vídeo de dez segundos, enquanto a consultoria SemiAnalysis estima que uma consulta média ao ChatGPT custe cerca de meio centavo de dólar.

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Relembre personagens icônicos da Disney

Embora Mickey não tenha sido o primeiro personagem criado pela empresa que na época ainda se chamava Disney Brothers Studio, o ratinho é sua Divulgação/DisneyMAIS


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A geração de vídeo é muito mais complexa e exige muito mais poder computacional que o processamento de texto para chatbots. A SemiAnalysis afirmou que a diferença entre o Sora e o ChatGPT se assemelha à comparação entre a eficiência de combustível de um jato e a de uma picape.

Wei Zhou, chefe de pesquisa em utilidades de IA da SemiAnalysis, disse: "A resolução dos vídeos gerados pelo Sora é baixa porque eles precisam otimizar custos e considerar seus recursos computacionais, junto com o ChatGPT e a pesquisa. Eles são uma empresa e precisam pensar em resultados de negócio, e o Sora é caro de operar".

Bill Peebles, chefe do Sora na OpenAI, disse em outubro que "a economia é completamente insustentável" e que a empresa precisou limitar o número de vídeos gratuitos que os usuários podem gerar. Atualmente, usuários recebem uma quantidade limitada de créditos diários para criar vídeos gratuitamente, podendo comprar mais.

O Sora está entre os produtos da OpenAI que Altman planeja deixar em segundo plano até o próximo ano, após declarar um "código vermelho" em um memorando interno na semana passada e orientar funcionários a se concentrarem em manter o chatbot ChatGPT à frente de rivais como Google e Anthropic.

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Diante dos altos custos e da tração limitada do Sora, o acordo com a Disney permite à OpenAI evitar o risco de uma disputa judicial cara por propriedade intelectual.

O acordo de três anos torna a Disney o primeiro estúdio de Hollywood a licenciar seu conteúdo para a OpenAI. Usuários do Sora poderão escolher entre cerca de 200 personagens da Disney, Marvel, Pixar e Star Wars —embora o acordo não inclua a imagem nem a voz de atores. Assim, usuários podem criar vídeos com uma versão animada de Han Solo, mas não com o rosto ou a voz rouca de Harrison Ford.

A Disney ficará com uma participação de US$ 1 bilhão na startup, avaliada em US$ 500 bilhões, e receberá garantias para comprar mais ações a um preço simbólico ao longo do tempo, em troca do licenciamento de seus personagens.

A parceria fica aquém das ambições da OpenAI de fazer com que estúdios de Hollywood adotem o Sora para a produção de filmes, mas mantém a empresa fora da mira jurídica da Disney.

Bob Iger, CEO da Disney, afirmou: "Temos sido agressivos na proteção da nossa propriedade intelectual". O grupo de Hollywood enviou nesta semana uma notificação extrajudicial ao Google, acusando a empresa de violar direitos autorais "em escala massiva" ao copiar obras sem autorização para treinar serviços de IA.

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O Google afirmou que mantém "uma relação de longa data e mutuamente benéfica com a Disney e continuará dialogando", acrescentando que utiliza dados públicos para desenvolver sua IA e conta com "controles adicionais e inovadores de direitos autorais".

Empresas de IA enfrentam ações judiciais movidas por organizações de mídia, autores e editoras de notícias. Em setembro, a Anthropic fechou um acordo de US$ 1,5 bilhão em um processo movido por autores que alegavam que seu conteúdo foi usado para treinar o modelo Claude. Outros casos contra Meta e Stability, pelo uso de livros e fotos no treinamento de modelos, não tiveram êxito nos tribunais.

"Litígios estão se mostrando um instrumento contundente para todos os lados, com resultados imprevisíveis", disse Joel Smith, sócio de propriedade intelectual do escritório internacional Simmons & Simmons. "A recuperação de danos por uso passado é sempre difícil e cara de quantificar."

Segundo Smith, acordos de conteúdo costumam ser "mais diretos" e podem abranger tanto o "uso retrospectivo de conteúdo quanto o uso futuro".
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Desconectar talvez deva ser sua resolução para 2026

Desconectar talvez deva ser sua resolução para 2026 | Inovação Educacional | Scoop.it

Se a pergunta é por onde começar, o que proponho para 2026 é olhar para a forma como usamos o nosso tempo e atenção. Hunt Allcott e colegas acompanharam quase três mil usuários do Facebook e sortearam metade para desativar a conta por quatro semanas, enquanto o restante seguiu como sempre. Ao fim do mês, quem saiu da rede relatou bem-estar mais alto, menos sintomas de depressão e ansiedade e mais tempo com amigos e família fora da tela, além de reduzir o uso do Facebook mesmo depois do experimento. O grupo de tratamento sabia um pouco menos sobre detalhes factuais da eleição, mas também estava menos polarizado politicamente e se dizia melhor de humor. A renda, a cidade e o emprego eram os mesmos; o que mudou foi só um pedaço da exposição ao feed.
Pessoa segurando um celular com aplicativos de redes sociais visíveis na tela - DenPhoto - 29.jul.18/Adobe Stock
Matthew Killingsworth, com um aplicativo que perguntava várias vezes ao dia como as pessoas se sentiam, encontrou outro pedaço da história. No conjunto de mais de 30 mil norte-americanos, o bem-estar experiencial continuou aumentando com o logaritmo da renda em toda a faixa observada, inclusive bem acima do número que costuma circular como "teto da felicidade"; não apareceu um platô claro a partir de US$ 75 mil por ano.
Em paralelo, Andrew Jebb e coautores, usando dados de 1,7 milhão de pessoas em 164 países, estimaram pontos de "saciedade" em torno de US$ 60 mil a US$ 75 mil anuais para bem-estar emocional e cerca de US$ 95 mil para avaliação geral da vida. Após estes patamares, retornos bem menores, especialmente em países mais ricos. Em conjunto, esses resultados sugerem que o dinheiro segue importante, sobretudo para quem ainda não alcançou conforto básico, mas que a felicidade de cada real extra encolhe bastante após certo nível.
Para boa parte da classe média urbana que já consegue pagar contas, comer fora de vez em quando e planejar férias, o problema deixa de ser apenas a renda e passa a ser o cotidiano que essa renda está financiando. O salto entre um e dois salários mínimos é enorme, mas entre 20 e 21, nem tanto. A próxima promoção dificilmente terá o mesmo impacto emocional da primeira carteira assinada ou do primeiro aluguel fora da casa dos pais. Se o salário já garante o básico e mais um pouco, discutir felicidade significa discutir o uso do tempo que ele compra: quantas horas vão para deslocamento, quantas para vídeos curtos, quantas para relações ou para descanso.
O experimento de Allcott mostra que tirar um único aplicativo da rotina já produz diferença mensurável no humor e na forma como nos envolvemos com notícias e política. Desconexão aqui não precisa ser um gesto radical de jogar o celular fora. Pode significar menos rede social, mas também menos envolvimento emocional com o ciclo de notícias, menos hábito de abrir o portal a cada meia hora, menos disposição para entrar em todas as brigas do dia.
Em dezembro, fiz uma versão doméstica desse experimento, trabalhando normalmente, mas tratando a coluna como pausa do ciclo de notícias. Em vez de comentar sobre usar alguma crise política como gancho, escrevi sobre presentes, literatura, brigas de família e usos práticos da evidência. Ao ajustar tempo e atenção, mesmo com o resto constante, a experiência do dia mudou. Uma hora a menos de redes ou de engajamento emocional com o noticiário tende a virar uma hora a mais de sono, conversa, leitura ou lazer, e isso pesa mais para a felicidade do que acrescentar metas ambiciosas que morrem em fevereiro.

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December 26, 3:47 PM
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Nosso rei, nosso sacerdote, nosso senhor feudal – como a IA está nos levando de volta à Idade das Trevas

Nosso rei, nosso sacerdote, nosso senhor feudal – como a IA está nos levando de volta à Idade das Trevas | Inovação Educacional | Scoop.it
Desde o Iluminismo, temos tomado nossas próprias decisões. Mas agora a IA pode estar prestes a mudar isso.

Sexta-feira, 26 de dezembro de 2025, 05:00 GMT

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TNeste verão, me vi enfrentando o trânsito nas ruas escaldantes de Marselha. Em um cruzamento, meu amigo no banco do passageiro me disse para virar à direita em direção a um lugar conhecido por sua sopa de peixe. Mas o aplicativo de navegação Waze nos instruiu a seguir em frente. Cansado, e com o Renault parecendo uma sauna sobre rodas, segui o conselho do Waze. Momentos depois, estávamos presos em uma obra.

Um momento trivial, talvez. Mas um que captura, talvez, a questão definidora da nossa era, em que a tecnologia permeia quase todos os aspectos das nossas vidas: em quem confiamos mais – em outros seres humanos e nos nossos próprios instintos, ou na máquina?

O filósofo alemão Immanuel Kant definiu o Iluminismo como "a saída do homem de sua imaturidade autoimposta". Imaturidade, escreveu ele, "é a incapacidade de usar o próprio entendimento sem a orientação de outro". Durante séculos, esse "outro" que dirigia o pensamento e a vida humana era frequentemente o sacerdote, o monarca ou o senhor feudal – aqueles que alegavam ser a voz de Deus na Terra. Ao tentar compreender os fenômenos naturais – por que os vulcões entram em erupção, por que as estações mudam – os humanos buscavam respostas em Deus. Na formação do mundo social, da economia ao amor, a religião serviu como nosso guia.

Kant argumentava que os seres humanos sempre tiveram a capacidade de raciocinar. Simplesmente nem sempre tiveram a confiança para usá-la. Mas com a Revolução Americana e, posteriormente, com a Revolução Francesa, uma nova era despontava: a razão substituiria a fé, e a mente humana, livre das amarras da autoridade, se tornaria o motor do progresso e de um mundo mais moral. “ Sapere aude !” ou “Tenham coragem para usar seu próprio entendimento!”, exortava Kant a seus contemporâneos.

Dois séculos e meio depois, podemos nos perguntar se estamos silenciosamente regredindo à imaturidade. Um aplicativo nos dizendo qual caminho seguir é uma coisa. Mas a inteligência artificial ameaça se tornar nosso novo "outro" – uma autoridade silenciosa que guia nossos pensamentos e ações. Corremos o risco de ceder a coragem, arduamente conquistada, de pensar por nós mesmos – e desta vez, não a deuses ou reis, mas a um código.

O ChatGPT foi lançado há apenas três anos e uma pesquisa global, publicada em abril, já revelou que 82% dos entrevistados usaram IA nos últimos seis meses. Seja para decidir terminar um relacionamento ou em quem votar, as pessoas estão recorrendo às máquinas em busca de conselhos. De acordo com a OpenAI, 73% das solicitações dos usuários dizem respeito a tópicos não relacionados ao trabalho . Ainda mais intrigante do que nossa dependência do julgamento da IA ​​no dia a dia é o que acontece quando a deixamos falar por nós. Escrever agora está entre os usos mais comuns do ChatGPT, perdendo apenas para solicitações práticas, como dicas de faça-você-mesmo ou culinária. A escritora americana Joan Didion disse certa vez : "Escrevo inteiramente para descobrir o que estou pensando". O que acontece quando paramos de escrever? Paramos de descobrir?

Preocupantemente, algumas evidências sugerem que a resposta pode ser sim. Um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) utilizou eletroencefalografia (EEG) para monitorar a atividade cerebral de redatores de ensaios que tiveram acesso a inteligência artificial (IA), mecanismos de busca como o Google ou nenhum acesso. Aqueles que puderam contar com a IA apresentaram a menor atividade cognitiva e tiveram dificuldades para citar seus trabalhos com precisão. Talvez o mais preocupante tenha sido que, ao longo de alguns meses, os participantes do grupo com IA se tornaram cada vez mais preguiçosos, copiando blocos inteiros de texto em seus ensaios.

O estudo é pequeno e imperfeito, mas Kant teria reconhecido o padrão. "Preguiça e covardia", escreveu ele, "são as razões pelas quais uma proporção tão grande de homens... permanece em imaturidade por toda a vida, e por que é tão fácil para outros se estabelecerem como seus guardiões. É tão fácil ser imaturo."

Sem dúvida, o apelo da IA ​​reside na sua conveniência. Ela economiza tempo, dispensa esforço e – crucialmente – oferece uma nova maneira de se eximir da responsabilidade. Em seu livro de 1941, "O Escape da Liberdade", o psicanalista alemão Erich Fromm argumentou que a ascensão do fascismo poderia ser explicada, em parte, pela preferência das pessoas em abrir mão da sua liberdade em troca da certeza reconfortante da subordinação. A IA oferece uma nova maneira de se livrar desse fardo de ter que pensar e decidir por si mesmo.

O maior fascínio da IA ​​reside na sua capacidade de realizar tarefas que a nossa mente não consegue: analisar oceanos de dados e processá-los a uma velocidade sem precedentes. Afinal, foi por isso que, sentada no carro em Marselha, decidi confiar na máquina em vez da minha amiga no banco do passageiro (uma decisão que ela interpretou como um insulto). Com acesso a todos os dados, certamente a aplicação deveria saber o que era melhor – ou pelo menos era o que eu pensava.

O problema é que a IA é uma caixa preta . Ela produz conhecimento, mas sem necessariamente aprofundar a compreensão humana. Não sabemos realmente como a IA chega às suas conclusões – até mesmo os programadores admitem isso. Tampouco podemos verificar seu raciocínio com base em critérios claros e objetivos. Portanto, quando seguimos os conselhos da IA, não somos guiados pela razão. Voltamos ao reino da fé. In dubio pro machina : na dúvida, confie na máquina – esse pode se tornar o nosso princípio orientador do futuro.

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A IA pode ser uma aliada formidável para os humanos na investigação racional. Ela pode nos ajudar a inventar medicamentos, nos libertar de "empregos inúteis" ou de tarefas que exigem pouco raciocínio e oferecem pouca satisfação. Melhor ainda. Mas Kant e seus contemporâneos não defenderam a razão em detrimento da fé apenas para que os humanos pudessem construir prateleiras melhores ou ter mais tempo livre. O pensamento crítico não se tratava apenas de eficiência – era uma prática de liberdade e emancipação humana.

O pensamento humano é complexo e repleto de erros, mas nos força a debater, a duvidar, a confrontar ideias e a reconhecer os limites da nossa própria compreensão. Ele constrói confiança, tanto individual quanto coletivamente. Para Kant, o exercício da razão nunca se resumiu ao conhecimento; tratava-se de capacitar as pessoas a se tornarem agentes de suas próprias vidas e a resistir à dominação. Tratava-se de construir uma comunidade moral alicerçada no princípio compartilhado da razão e do debate, em vez da crença cega.

Com todos os benefícios que a IA traz, o desafio é o seguinte: como podemos aproveitar sua promessa de inteligência sobre-humana sem corroer o raciocínio humano, a pedra angular do Iluminismo e da própria democracia liberal? Essa talvez seja uma das questões definidoras do século XXI. E é uma questão que faríamos bem em não delegar à máquina.
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December 26, 3:46 PM
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On Not Using Generative AI - by Lance Eaton, Ph.D.

On Not Using Generative AI - by Lance Eaton, Ph.D. | Inovação Educacional | Scoop.it
I’ve been in a lot of conversations about where we should be using generative AI with faculty, staff, students, and those outside education. It’s a tricky line to figure out because it is so contextual.

In a conversation with my partner and friends last night, we were trying to figure out where does it fit. It reminded me of the section “The Big Twisty Knotty Problem for Education” in this post and some of what I was poking at in this post from last year on generative AI divides.
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December 26, 3:45 PM
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AI Plagiarism Considerations Part 1: AI Plagiarism Detectors

AI Plagiarism Considerations Part 1: AI Plagiarism Detectors | Inovação Educacional | Scoop.it
This is part of a three-part series (here is part 2 and part 3). In this post, I’ll talk about navigating the discussion of AI plagiarism-checkers. The second one will discuss ways of engaging with students when AI-plagiarism is involved, and finally, I’ll end with recommendations on “the talk” that faculty should be thinking about having with students at the start of a class
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December 26, 3:40 PM
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A gestão intermediária está morta

A gestão intermediária está morta | Inovação Educacional | Scoop.it

Todo mundo está obcecado em saber se a IA vai roubar seus empregos. Estão fazendo a pergunta errada.
Enquanto as manchetes gritam sobre a IA substituindo trabalhadores — 41% dos empregadores planejam reduzir o quadro de funcionários, metade dos empregos de nível inicial estão desaparecendo — elas estão ignorando a verdadeira transformação. A questão não é quem será substituído, mas o que acontecerá com todos os que permanecerem.
Eis a verdade controversa: a IA não está apenas eliminando empregos. Ela está eliminando todo o conceito de gestão tradicional. E isso pode ser a melhor coisa que poderia acontecer à sua carreira.
O GRANDE ACHATAMENTO
A gestão intermediária existe principalmente por um motivo: servir como roteadores humanos de informação. Os gerentes agregam dados de baixo para cima, filtram-nos e os repassam para cima. Eles recebem a estratégia de cima, traduzem-na e a disseminam para baixo. Essencialmente, são o middleware organizacional.
Mas o que acontece quando a IA consegue encaminhar informações instantaneamente, revelar insights automaticamente e coordenar o trabalho de forma integrada? O middleware torna-se redundante.
Na Fireflies, provamos que isso não é apenas uma teoria.
Operamos com hierarquia mínima — colaboradores individuais ganham mais do que gerentes. Nossa IA registra todas as conversas, acompanha todas as decisões e garante que nada passe despercebido. O resultado? Uma organização radicalmente horizontal, onde todos atuam como CEOs de suas respectivas áreas.
BEM-VINDOS À ERA DOS MINI-CEOS.
Quando a informação flui livremente e a IA se encarrega da coordenação, algo profundo acontece: todos os funcionários ganham o contexto e as ferramentas que antes eram reservadas aos executivos.
Imagine a seguinte situação: um gerente de sucesso do cliente (CSM) percebe, durante três ligações com clientes, que os usuários estão com dificuldades com a mesma funcionalidade. Em vez de agendar reuniões e elaborar relatórios, o CSM consulta sua equipe de IA para analisar padrões em todas as conversas com os clientes. Em poucos minutos, os dados mostram que 47% dos clientes corporativos mencionam esse ponto de atrito. A equipe de IA então elabora uma proposta de melhoria para a funcionalidade, notifica a equipe de produto e, ao final do dia, a proposta é priorizada para o próximo sprint.
Essa ação costumava exigir três departamentos e cinco níveis de aprovação. Agora, é uma única pessoa com o auxílio de inteligência artificial que toma decisões em nível executivo.
Ou imagine um representante de vendas que usa inteligência conversacional para monitorar menções à concorrência em todas as ligações de vendas da empresa. Ele identifica um padrão de preços, ajusta sua estratégia de proposta e fecha três negócios que teriam sido perdidos. Sem necessidade de equipe de operações de vendas. Sem comitê de preços. Apenas inteligência em tempo real e ação autônoma.
Isso não é teatro de empoderamento. É uma reorganização fundamental do poder.
RESISTIR É INÚTIL.
As organizações tradicionais vão resistir a isso. Elas vão criar "comitês de IA" e "forças-tarefa de transformação" repletas de gerentes de nível médio, cujos papéis estão desaparecendo. Vão adicionar camadas para gerenciar a tecnologia que deveria eliminar camadas.
Eles vão perder.
Enquanto eles debatem estruturas de governança, seus concorrentes estão liberando exércitos de mini-CEOs, pois cada funcionário conta com colegas de IA que multiplicam seu impacto por dez. Cada pessoa toma decisões na velocidade do pensamento, não na velocidade da burocracia.
É A SUA VEZ
A escolha é clara: evoluir ou tornar-se irrelevante.
Se você é um funcionário, comece a agir como um mini-CEO hoje mesmo. Use a IA para expandir seu alcance. Tome decisões que vão além da sua alçada. As regras antigas ficaram para trás.
Se você é um líder, pare de proteger hierarquias que a tecnologia já tornou obsoletas. Dê aos seus colaboradores colegas de IA e autonomia radical. Sim, é assustador abrir mão do controle. Mas a alternativa — ver os concorrentes se moverem dez vezes mais rápido que você — é ainda mais assustadora.
O futuro do trabalho não é sobre humanos versus IA. É sobre humanos com superpoderes de IA, atuando em organizações radicalmente horizontais, onde todos pensam e agem como donos.
A gestão intermediária está morta. Vida longa ao mini-CEO.

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December 26, 3:34 PM
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What Is ‘Functional Freeze’? - The New York Times

What Is ‘Functional Freeze’? - The New York Times | Inovação Educacional | Scoop.it
The term has been popularized on social media to describe numbness and low motivation. Experts offer ways to break out of these feelings.
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Opinion | Sal Khan: A.I. Will Displace Workers at a Scale Many Don’t Realize - The New York Times

Opinion | Sal Khan: A.I. Will Displace Workers at a Scale Many Don’t Realize - The New York Times | Inovação Educacional | Scoop.it
Há algumas semanas, a caminho de encontrar um amigo no Vale do Silício, cruzei com três carros autônomos da Waymo que deslizavam pelo trânsito. Esses carros estão por toda parte agora, movendo-se como se sempre tivessem feito parte da paisagem. Quando cheguei, o deslumbramento com aqueles carros futuristas deu lugar a uma visão muito mais preocupante do que nos aguarda.

Meu amigo me contou que um enorme call center nas Filipinas — um centro no qual sua empresa de capital de risco havia investido — acabara de implantar agentes de IA capazes de substituir 80% de sua força de trabalho. O tom de sua voz não era triunfante. Estava carregado de profundo desconforto. Ele sabia que milhares de trabalhadores dependiam desses empregos para pagar comida, aluguel e remédios. Mas eles estavam desaparecendo da noite para o dia. Pior ainda, nos próximos anos isso poderia acontecer em todo o setor de call centers filipino, que representa diretamente de 7% a 10% do PIB do país.

Essa conversa ficou na minha cabeça. O que está acontecendo nas Filipinas está ligado ao que está acontecendo nas ruas de São Francisco; Phoenix; Austin, Texas; Atlanta; e Los Angeles — as cidades onde os carros autônomos já circulam.

Acredito que a inteligência artificial irá substituir trabalhadores em uma escala que muitas pessoas ainda não percebem. Em menos de uma década, Uber e Lyft reduziram drasticamente o setor de táxis. Carros autônomos poderão substituir motoristas humanos — uma das maiores ocupações masculinas nos Estados Unidos — com a mesma rapidez. Assim que os veículos autônomos dominarem o transporte por aplicativo, as rotas de entrega e o transporte rodoviário de longa distância não ficarão muito atrás. Nos próximos anos, a IA e a robótica provavelmente reduzirão significativamente a necessidade de mão de obra humana em ocupações tão diversas quanto o trabalho em armazéns e a engenharia de software. Já vimos o deslocamento econômico causado pela globalização e pela imigração levar à frustração e à divisão. A próxima onda, impulsionada pela automação, chegará mais rápido e terá um impacto mais profundo.

Por isso, meu amigo decidiu destinar 1% dos lucros da sua empresa para ajudar pessoas a adquirirem novas habilidades para o mercado de trabalho, demonstrando o que significa liderança na era da IA. Acredito que todas as empresas que se beneficiam da automação — o que inclui a maioria das empresas americanas — deveriam seguir esse exemplo e destinar 1% dos seus lucros para ajudar a requalificar as pessoas que estão sendo substituídas.
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Today, 10:00 AM
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IA na literatura: robôs que 'escrevem' sem bloqueio criativo preocupam autores, que buscam direitos na justiça

IA na literatura: robôs que 'escrevem' sem bloqueio criativo preocupam autores, que buscam direitos na justiça | Inovação Educacional | Scoop.it
Enquanto isso, diversos livros produzidos (assumidamente ou não) com auxílio de IA foram catalogados este ano em sites como Goodreads, uma rede social de livros em que usuários avaliam e resenham obras. Usuários fizeram listas só com possíveis obras do gênero, onde aparecem autores com mais de 50 títulos publicados apenas em 2025.

A quatro mãos com a IA?
Em julho, a Editora Kotter se viu obrigada a cancelar a edição de 2025 de seu concurso de literatura, filosofia e política, tamanha a quantidade do uso de IA nas obras recebidas. Segundo a editora, 40 textos apresentaram sinais óbvios do uso de IA, enquanto 60 mostraram “fortes indícios”.

— A IA no mercado editorial não deixa de ser um paradoxo — diz Bernardo Bueno, coordenador do curso de Escrita Criativa na PUCRS. — Ao mesmo tempo que temos uma ferramenta que pode ser usada para criar um texto teoricamente sem autoria, temos também um reforço da autoria, porque uma obra literária ainda depende muito do nome associado a ela. Compramos o livro de um autor porque queremos saber o que ele tem a nos dizer. Será que as pessoas vão se acostumar a comprar livros feitos por robôs?

Diante da popularização dos modelos de linguagem, os escritores debatem agora o uso ético e sustentável dessas ferramentas. Até que ponto um escritor pode recorrer à inteligência artificial? Especialistas costumam distinguir entre ferramentas usadas para auxiliar o trabalho com o texto, como revisão, organização de informações ou apoio à etapa de ideação, e os sistemas de IA generativa propriamente ditos, capazes de produzir um texto novo do zero.

De acordo com Bueno, é sobretudo nesse segundo caso que aparecem os maiores impasses. Ele lembra que, até há pouco, a IA era tratada como curiosidade ou uma técnica no curso de escrita criativa. Mas, na primeira aula do segundo semestre de 2023, os alunos já estavam trazendo suas angústias sobre o desenvolvimento recente das IAs generativas.

— Será que vamos conseguir trabalhar a quatro mãos com a IA? Ou teremos também uma perspectiva mais artesanal da escrita, entendida como algo feito à mão, no sentido de feito por uma única pessoa, um ser humano? Eu, particularmente, acredito que vamos conviver com diferentes modelos. Chamo isso de “teoria dos três instantes”. Se entrarmos hoje em uma livraria, já é possível perceber passado, presente e futuro coexistindo — diz Bueno.

“Interregno”
Professor de Literatura na Universidade de São Paulo, Philippe Willemart é um dos intelectuais que vêm se dedicando a pensar as relações entre escrita literária e a IA. Neste semestre, ele lançou “A escritura e a arte na era da inteligência artificial”, livro em que reflete sobre os limites da escrita automatizada. Usando suas pesquisas na Crítica Genética, campo que analisa manuscritos e rascunhos para desvendar a formação da escritura de um autor, ele defende a singularidade do processo criativo humano frente ao avanço dos modelos de linguagem.

Willemart lembra que a escritura vai além do ato de redigir textos: é um processo biológico e neurológico que envolve sentidos (visuais, sonoros e olfativos) e sentimentos bem humanos, aos quais a IA não tem acesso. Há ainda o “tempo de maturação” da escritura, com seus rascunhos, mudanças de rotas e achados acidentais que aparecem no meio do caminho — o que o pesquisador chama de “imponderável”.

— A resposta quase instantânea dos modelos de linguagem comprova sua capacidade incrível de calcular os dados necessários para responder ao prompt, mas não tendo vivido o que (o escritor francês) Pascal Quignard chama de “interregno”, isto é, o tempo de vida situado entre a concepção e a apropriação da fala que todos tivemos, ele desconhece a fonte de vida psíquica que reúne sentimentos e fontes do desejo — explica Willemart.

Acostumado a experimentações narrativas com ferramentas tecnológicas, o escritor Leonardo Villa-Forte concorda que o trabalho literário com esmero toma distância da padronizada automática. Ou, em alguns casos, brinca com ele. Em um de seus contos publicados este ano na “Antologia latino-americana de literatura eletrônica”, foi criado a partir de diálogos com chatbots de empresas comerciais.

— Se delegarmos uma boa parte de nossas tarefas de leitura e escrita à IA, o mais provável é que cada vez nos tornemos menos capazes de gerar alguma coisa que produza diferença, que provoque um ruído produtivo, criativo, de uma inquietude explosiva ou bela, enfim, algo artístico, já que estaremos automatizando o processo e nos alienando da musculação necessária ao treinamento da escrita e ao desenvolvimento do imaginário — diz Villa-Forte.

A popularização dos modelos de linguagem também traz polêmicas econômicas e jurídicas. Nos textos produzidos por sistemas de IA, é muitas vezes impossível saber quem de fato criou o texto e se os autores e artistas cujas obras alimentaram esses sistemas estão sendo remunerados. Processos judiciais revelaram este ano que algumas empresas de IA coletaram obras de autores baixando milhões de cópias digitais piratas de livros. Ou seja, seus escritos foram usados para treinar máquinas sem que eles soubessem.

Literatura orgânica
Em julho, o autor best-seller David Baldacci prestou depoimento no Congresso americano durante uma audiência sobre direitos autorais e inteligência artificial. Ele relatou que viu seu próprio filho pedir ao ChatGPT para criar uma trama “no estilo de David Baldacci”.

“Tudo em que trabalhei a vida toda agora pode estar em posse de outra pessoa que sequer conheço e pode ser usado para escrever os livros errados que são, na verdade, meus livros”, disse Baldacci, que está entre os 17 escritores que processam a OpenAI e a Microsoft por uso indevido de suas obras.

Autor de “Escrever é humano — Como dar vida à sua escrita em tempos de robôs”, um dos livros de 2025 que trataram da angústia tecnológica no mundo literário, o escritor e jornalista Sérgio Rodrigues lembra que os escritores são “a parte mais fraca” nas negociações pela regulação da IA. Ainda assim, diz ele, será preciso encontrar formas de corrigir as atuais violações criativas. O que não significa, contudo, que será possível conter o avanço da IA, que veio para ficar.

— No futuro teremos a literatura orgânica, aquela em que uma pessoa escolhe palavras uma por uma, e o texto com ambições artísticas produzido com aditivos robóticos, um simulacro cada vez bem-feito — prevê Rodrigues. — Este vai se diferenciar progressivamente da literatura como a conhecemos, a ponto de merecer outro nome. A literatura orgânica vai ficar restrita a um nicho cada vez menor, mas não vai desaparecer. Talvez até tenha seu valor aumentado para os poucos que continuarem a cultivá-la. Só ela me interessa.
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Today, 9:47 AM
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Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025

Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025 | Inovação Educacional | Scoop.it
Indicadores, análises e desafios organizados para quem atua, pesquisa ou formula políticas educacionais.
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Pais na China usam tecnologia de IA para monitorar a lição de casa dos filhos

Pais na China usam tecnologia de IA para monitorar a lição de casa dos filhos | Inovação Educacional | Scoop.it
Quando está ocupada, Lu Qijun coloca o celular na mesa do filho antes que ele comece a fazer a lição de casa.

A câmera está ligada — e permanece ligada.

Quando o filho da Sra. Lu se curva, uma voz calma ao telefone o lembra de se sentar ereto. Quando ele mexe na caneta, a voz lhe diz para parar. E quando seu ritmo diminui, a voz o incentiva a trabalhar mais rápido.

A Sra. Lu, jornalista de televisão na província de Guangdong, no sul da China, não está na sala.

A voz pertence a Dola, um chatbot de inteligência artificial chinês desenvolvido pela ByteDance, a empresa por trás do TikTok.

De acordo com a plataforma chinesa de estatísticas QuestMobile, a Sra. Lu é uma das cerca de 172 milhões de usuárias mensais do aplicativo.

Além de monitorar as tarefas de casa, o aplicativo também funciona como um tutor.


Lu Qijun afirma que a IA consegue monitorar seu filho fazendo a lição de casa quando ela está ocupada. ( Fornecido )

Nas redes sociais, a Sra. Lu compartilha vídeos divertidos de seu filho reagindo às instruções do chatbot, atraindo milhares de visualizações de pais chineses.

Segundo ela, o apelo não se baseava apenas na conveniência.

Com a desaceleração do crescimento econômico da China, muitas famílias estão reavaliando quanto podem gastar com educação.

China intensifica medidas contra aulas particulares.

Acredita-se que Pequim queira aliviar a pressão sobre crianças e pais, e aumentar a taxa de natalidade do país, reduzindo as despesas familiares.

Aulas particulares, antes comuns entre os milhões de famílias de classe média urbana da China, tornaram-se mais difíceis de justificar, mesmo que muitos alunos continuem a dedicar várias horas por dia aos estudos e às aulas extracurriculares.

"Dola pode ficar de olho nele para mim." Disse a Sra. Lu.
"Os pais ficam receosos de gastar muito dinheiro, para depois acabarem com um 'filho desempregado'", disse ela, referindo-se a um meme chinês popular usado para descrever jovens adultos desempregados, apesar de anos de investimento em sua educação.


Dola é um aplicativo de IA de propriedade da controladora da TikTok, ByteDance. ( Reuters: Dado Ruvic/Ilustração )

O aplicativo permite que a Sra. Lu carregue livros sobre criação de filhos e materiais de estudo nos quais confia, para que ele possa adaptar as orientações às necessidades de seu filho.

Dola também pode verificar a lição de casa do filho, explicar por que suas respostas estão incorretas e gerar perguntas semelhantes com base em seus erros.

"É como ter meu próprio guia de maternidade", disse ela.

"Agora posso ler um livro ou responder mensagens enquanto ele faz o dever de casa."

A IA é usada para contornar conflitos.

Alguns pais dizem que o aplicativo também os ajuda a evitar conflitos com seus filhos. ( Reuters: Anita Li )

Na maioria das escolas chinesas, espera-se que os pais permaneçam intimamente envolvidos muito depois do término do período escolar.

As tarefas de casa e as aulas extras costumam preencher as horas depois da escola, com os professores atribuindo tarefas e fornecendo feedback por meio de grupos de bate-papo para pais em plataformas de mídia social como o WeChat.

Espera-se que os pais respondam, enviem atualizações e relatem o progresso de seus filhos.

Para muitas famílias trabalhadoras, as exigências podem ser constantes.

A maioria dos pais que criam filhos hoje em dia pertence à geração moldada pela política do filho único na China e precisa sustentar quatro pais idosos enquanto cria seus próprios filhos.

Nos contextos familiares tradicionais, espera-se que as mães tenham um emprego, administrem a casa e assumam a responsabilidade principal pela supervisão da educação dos filhos após a escola.

Alguns pais dizem que o aplicativo também os ajuda a evitar conflitos com seus filhos.

Wu Yuting, da província central de Henan, tem dois filhos no ensino fundamental.

Ela e o marido costumavam sentar-se ao lado dos filhos enquanto eles faziam a lição de casa, uma rotina que muitas vezes terminava em frustração.

"Meus filhos se comportam melhor na presença de IA." Disse a Sra. Wu.
"Eles acham que eu falo demais."


Os pais acreditam que fazer o dever de casa com diligência leva ao sucesso acadêmico. ( Reuters: Kim Kyung-Hoon )

A Sra. Wu disse que o bot de IA falou com os filhos em um tom calmo — um contraste com a tensão que pode facilmente surgir entre pais e filhos após um longo dia.

A Dra. Qi Jing, professora associada do Centro de Pesquisa em Equidade Social da Universidade RMIT, afirmou que a linguagem usada pelos sistemas de inteligência artificial foi projetada para soar paciente e encorajadora.

"Se os pais utilizarem a IA como parte da aprendizagem dos filhos, podem estar evitando conflitos que precisam ser resolvidos", disse ela.

"O cérebro [das crianças] precisa de conflito, luta e desafios para se desenvolver adequadamente."

Uma ferramenta, não um substituto.

A educação sempre foi fundamental para os valores familiares chineses e vista como o principal caminho para a ascensão social e a segurança a longo prazo. ( Reuters: Thomas Peter )

Com o uso cada vez mais amplo da IA ​​na educação, as ferramentas voltadas para o aprendizado estão atraindo um número crescente de usuários.

Dados da QuestMobile mostram que o aplicativo de aprendizagem da Dola, Dola Aixue, tem cerca de 8,76 milhões de usuários ativos mensais.

Para pais como a Sra. Lu, a tecnologia continua sendo uma ferramenta — usada com cuidado e ajustada conforme necessário.

Ela limitou a frequência com que o dispositivo falava, depois de perceber que muitos comandos estavam distraindo seu filho.

"Só o uso quando estou muito ocupada... Se tenho tempo, ainda prefiro sentar-me com ele", disse ela, citando preocupações com a dependência emocional.

" Ele ainda é muito jovem. Não quero que ele o trate como um animal de estimação. "

Pais aguardam ansiosamente do lado de fora dos centros de exame enquanto seus filhos fazem o vestibular na China. ( Reuters )

Elaine Zhou, uma mãe que mora em Xangai e trabalha na área de educação internacional, disse que seus dois filhos usaram ferramentas de IA para pesquisar perguntas e verificar a lição de casa.

No entanto, ela manteve-se cautelosa em relação à supervisão liderada por IA e manifestou preocupações quanto ao uso excessivo, à privacidade e à exposição a conteúdo inadequado para crianças.

"Para as crianças, a IA é altamente eficiente e fácil de usar", disse a Sra. Zhou.

" Mas também pode reduzir o processo de pensamento que eles realizam. "
Traçando a linha
Especialistas afirmam que é essencial estabelecer limites claros.

A Dra. Qi Jing afirmou que a inteligência artificial não possui a compreensão contextual necessária para substituir a supervisão de pais ou professores.

"A IA certamente pode ser usada, dependendo de como."


Na China, os estudantes são conhecidos por dedicarem horas e horas à preparação para os exames. ( Reuters: China Daily )

Ela disse que comportamentos como brincar com uma caneta ou fazer uma breve pausa não necessariamente indicam distração, mas podem fazer parte do processo de pensamento da criança.

Jeannie Paterson, codiretora do Centro de IA e Ética Digital da Universidade de Melbourne, afirmou que os produtos de IA projetados para crianças devem incluir limites de tempo de uso, linguagem apropriada para a idade e proteções contra conteúdo prejudicial.

O professor Paterson alertou que a interação excessiva com a IA pode enfraquecer o envolvimento das crianças com o mundo real e prejudicar o desenvolvimento de habilidades sociais essenciais.

"Os desenvolvedores devem monitorar o desempenho cuidadosamente em busca de sinais de que a IA não está alinhada com os melhores interesses da criança", disse ela.

Ela também argumentou que os desenvolvedores devem ter cuidado para não sugerir às crianças que a tecnologia está viva ou possui emoções humanas.

"A IA é uma ferramenta, não uma amiga." ela disse.
"Pode ajudar em algumas tarefas, mas não se importa nem ama a criança."
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Today, 9:35 AM
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Guerra moderna: com drones e IA, empresas militares dos EUA atraem investidores

Guerra moderna: com drones e IA, empresas militares dos EUA atraem investidores | Inovação Educacional | Scoop.it
Mudança na dinâmica das guerras tem feito as forças armadas mundo afora aumentarem os seus orçamentos, o que tem impulsionado as ações de empresas de defesa
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December 27, 8:12 AM
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Apenas uma rede social avisa que vídeo de IA é falso

Com a proliferação de ferramentas de inteligência artificial capazes de gerar vídeos e imagens falsas cada vez mais realistas, as empresas de tecnologia criaram um plano para evitar a confusão em massa.

Companhias como a OpenAI, criadora do ChatGPT, prometeram inserir em cada vídeo falso um marcador à prova de adulteração para sinalizar que foi gerado por IA. Plataformas como Facebook e TikTok afirmaram que exibiriam esses marcadores aos usuários.


Mas testes conduzidos pelo Washington Post em oito grandes plataformas mostraram que apenas uma delas acrescentou um aviso a um vídeo criado por IA. Essa identificação, feita pelo YouTube, do Google, estava escondida na descrição do vídeo, visível apenas para quem clicasse nela.

Além disso, todas as plataformas testadas removeram do vídeo o marcador digital que indicava ser um conteúdo falso, impedindo qualquer verificação de sua procedência.


Ícones de aplicativos de redes sociais - Dado Ruvic/Reuters
Os vídeos gerados por IA têm hoje um poder de manipulação sem precedentes, graças a avanços técnicos que tornam os falsos praticamente indistinguíveis dos reais e à ampla disponibilidade da tecnologia.

Mesmo assim, nenhuma das plataformas testadas seguiu integralmente o padrão de marcação de conteúdo com IA que as próprias empresas de tecnologia vêm promovendo há anos.

Avanços recentes na IA deixaram o público digital "incapaz de lidar com a escala e o realismo" do conteúdo falso, afirmou Arosha Bandara, pesquisador da Open University, no Reino Unido, que estuda a rotulagem de materiais criados por IA. "Um sistema robusto de divulgação é essencial", acrescentou.

O Post testou as plataformas usando um vídeo criado com o Sora, o novo e poderoso aplicativo de criação de vídeos da OpenAI.

Christa Muldoon, porta-voz do Google, afirmou que o padrão Content Credentials, usado para marcar arquivos de mídia e testado pelo jornal, é apenas uma parte da estratégia da empresa para garantir que as pessoas tenham acesso a informações sobre como o conteúdo foi produzido. "Reconhecemos que a adoção levará tempo, e esse trabalho está em andamento", disse.

Meta, OpenAI, TikTok, Snapchat e X (antigo Twitter) não responderam aos pedidos de comentário. LinkedIn e Pinterest recusaram comentar. O Post mantém uma parceria de conteúdo com a OpenAI.

A ascensão da IA aumentou as preocupações com conteúdos manipulados ou enganosos. Em 2021, seis empresas —entre elas Microsoft, Adobe e BBC— uniram-se para desenvolver o Content Credentials, um padrão técnico que acrescenta metadados a arquivos de mídia, revelando como o conteúdo foi produzido.

Arquivos marcados com Content Credentials contêm metadados invioláveis, com detalhes como o modelo da câmera usada, o software de edição ou o sistema de IA que gerou o material. Mas o Content Credentials é um sistema voluntário —e, se as plataformas não o implementam, ele se torna praticamente inútil.


Para verificar quais redes sociais aplicam o padrão, o Post gerou um vídeo com o Sora e confirmou que ele incluía os dados de Content Credentials, mencionando o software e as frases "Criado com IA generativa" e "Emitido pela OpenAI". O mesmo vídeo foi publicado em oito plataformas diferentes, usando as configurações padrão.

Nenhuma das redes manteve os metadados do Content Credentials nem permitiu que usuários tivessem acesso a eles. Apenas o YouTube mostrou alguma indicação de que o vídeo não era real —um aviso na descrição do vídeo, visível apenas para quem clicasse para expandi-la. O texto dizia "Conteúdo alterado ou sintético" e não mencionava IA.

Google (dona do YouTube), Meta (controladora do Facebook e do Instagram) e Microsoft (proprietária do LinkedIn e da OpenAI) fazem parte do comitê diretivo da coalizão que mantém o Content Credentials. TikTok é membro regular, e o antigo Twitter também era até ser comprado por Elon Musk e rebatizado como X.

TikTok e LinkedIn disseram no ano passado que implementariam o padrão para rotular vídeos gerados por IA. A Meta anunciou que usaria o Content Credentials para identificar imagens criadas por IA, e o Pinterest fez promessa semelhante em abril deste ano —mas nenhuma das duas se comprometeu a aplicá-lo em vídeos. O Snapchat, por sua vez, não parece ter ligação com o padrão.


Andrew Jenks, presidente-executivo da coalizão, afirmou em nota que os usuários precisam ter acesso a informações sobre "como o conteúdo foi produzido, incluindo quais ferramentas foram usadas". Segundo ele, o setor "deve continuar aprimorando seus processos para garantir que esse nível de transparência seja possível e eficaz".

Google, OpenAI e outras empresas de IA assumiram, ainda durante o governo Biden, o compromisso de desenvolver sistemas como o Content Credentials para "garantir que os usuários saibam quando um conteúdo foi gerado por IA".

O Sora, lançado pela OpenAI neste mês, representa um grande teste para o potencial criativo e comercial dos vídeos realistas produzidos por IA —mas também para seus riscos. O aplicativo é capaz de gerar pequenos clipes que inserem o rosto de uma pessoa real em praticamente qualquer cenário. Usuários podem autorizar que suas imagens sejam utilizadas por outros em suas criações.


Em uma página intitulada "Lançando o Sora de forma responsável", a OpenAI afirma que adiciona metadados de Content Credentials a todos os vídeos, chamando o padrão de "assinatura de referência do setor". Os testes do Post mostram, porém, que a indústria não está usando esse padrão de forma consistente.

A OpenAI cita outras medidas de mitigação, mas todas têm limitações.

A empresa adiciona uma marca d’água transparente a todos os vídeos criados com o Sora, mas admite que pode removê-la no futuro. Já há serviços que retiram essa marca online, e uma versão do Sora voltada a desenvolvedores de software não inclui nem a marca d’água nem os metadados de Content Credentials. Usuários do plano pago podem baixar alguns vídeos gerados sem qualquer marca, segundo a documentação da própria empresa.

A OpenAI também afirma inserir marcadores invisíveis de autenticidade nos vídeos e ter criado um sistema que os detecta "com alta precisão", mas o recurso é de uso interno. O projeto SynthID, do Google, faz algo semelhante, mas também não está disponível ao público.

Outras empresas vendem ferramentas que tentam detectar manipulações analisando padrões em imagens ou vídeos, mas esses sistemas têm se mostrado pouco confiáveis —e ainda não foram amplamente adotados pelas redes sociais.

Enquanto isso, a indústria tecnológica continua lançando produtos que permitem a qualquer pessoa criar vídeos cada vez mais convincentes em questão de segundos.
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December 27, 8:07 AM
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Volta da digital? Fraude com IA ameaça biometria facial

Volta da digital? Fraude com IA ameaça biometria facial | Inovação Educacional | Scoop.it
Hoje, é possível copiar a aparência de alguém usando apenas uma foto e inteligência artificial, o que faz os softwares de reconhecimento facial se tornarem alvo de questionamentos. Instituições financeiras, marketplaces e empresas de saúde, que dependem da tecnologia na segurança, reforçam seus sistemas com mais camadas de biometria. O retorno das impressões digitais é um dos protocolos esperados para o ano que vem.

A Unico, que diz atender 4 dos 5 maiores bancos e 9 das 10 maiores varejistas do país, registrou um aumento de 900% nos episódios de fraudes sofisticadas (incluindo o uso de deepfakes) contra a verificação de identidade, ao comparar os dados de 2025 com o ano passado.

"Essa tendência reforça que ficou mais barato para os criminosos executarem esse tipo de golpe e reforça a relevância de aplicar prova de vida no reconhecimento facial", diz Davi Reis, consultor de tecnologia da Unico. Ele se refere à tecnologia que analisa desde movimentos faciais até a circulação sanguínea sob a pele para confirmar que há uma pessoa real.


Catarina Pignato/Folhapress
"Com as evoluções das ameaças, a tendência é que exista um novo ciclo de inovação, como é o caso de uso de infravermelho para mapeamento de veias da mão, em ascensão na China", afirma o consultor da Unico.

A concorrente Identy.io chegou com uma nova proposta: resgatar a análise do desenho formado pelas papilas, os sulcos da pele nas pontas dos dedos. Diferentemente do rosto, já exposto nas redes sociais ou no perfil do WhatsApp, são poucas as pessoas que esbanjam fotos em alta resolução das mãos, diz o gerente-executivo da companhia, Eduardo Ferrazzi.

Segundo ele, a Identy.io já firmou contrato com um grande banco brasileiro, e a tecnologia é popular no México e em países da América Central. A empresa diz ser capaz de coletar a digital com uma foto.

Para compensar a falta de qualidade das imagens, a empresa usa um filtro com inteligência artificial que completa os padrões das pontas dos dedos. Os requisitos técnicos de câmera e sistema do smartphone pedidos pela Identy.io estão em linha com o que os próprios apps dos bancos pedem por critérios de segurança, afirma Ferrazzi. "Não vamos impor uma barreira tecnológica para o cliente de baixa renda."

O Banco Popular Dominicano, por exemplo, começou a criar contas digitais com a tecnologia em 2024. O tempo de cadastro leva cinco minutos, segundo dados da instituição financeira.

No Brasil, há um desafio pela falta de uma base de digitais de toda a população brasileira. O Serpro disponibiliza as imagens registradas durante a emissão de carteiras de motoristas, mas quem não tem habilitação está descoberto. A Identy.io diz que compensa esse vácuo com dados armazenados no aparelho e mantidos pela própria instituição financeira que será sua cliente.

As exigências da LGPD (Lei geral de proteção de dados) para armazenamento das digitais são as mesmas cobradas no reconhecimento facial —a coleta de informações biométricas requer cuidados redobrados.


Entidades que representam bancos e instituições de pagamentos reforçam a segurança do reconhecimento facial, associado a outras camadas de proteção. Para isso, cruzam metadados do celular (como geolocalização, rede de conexão e aparelho) e usam inteligência artificial para barrar ataques ao código em tempo real.

Em simulação feita para a Folha, a Identy.io fez um teste da própria solução e mostrou que a imagem deepfake feita por um dos softwares usados pela reportagem seria barrada. O bloqueio seria provocado pela fonte da imagem, uma câmera virtual criada pelo aplicativo, em vez do dispositivo plugado ao celular ou computador.

O app retorna "insecure camera feed" —frase em inglês para câmera não confiável. O problema, diz Ferrazzi, é que nem todas as instituições financeiras usam as técnicas mais recentes. "Hoje, não basta pedir para o cliente movimentar o rosto, essa é uma tecnologia de geração anterior."

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Veja como recuperar o dinheiro levado no golpe do limpa tudo

Ao ser roubado, o primeiro passo é desconectar suas contas e apagar seus dados de forma remota em um computador ou outro celular Catarina Pignato/Catarina PignatoMAIS


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A Unico, que ainda tem no reconhecimento facial um dos seus principais métodos, desenvolve sua tecnologia de prova de vida no Casaquistão. "Bloqueamos desde ataques mais básicos, que usam ferramentas poderosas desenvolvidas para propósito de entretenimento; até ataques avançados, com técnicas como aprendizado de máquina e equipamentos caros", diz Reis.

Fabricantes de smartphones como Apple, Samsung e Huawei também estão reforçando suas câmeras com sensores de radiação eletromagnética e infravermelha dedicados à prova de vida.
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December 26, 3:59 PM
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Prefeitura volta atrás e libera escola de luxo no antigo Colégio São Paulo, no Arpoador

Prefeitura volta atrás e libera escola de luxo no antigo Colégio São Paulo, no Arpoador | Inovação Educacional | Scoop.it
Avaliado em cerca de R$ 250 milhões, o imóvel ocupa um dos endereços mais valorizados e estratégicos do mercado imobiliário carioca. A unidade deve iniciar as atividades em 2027, com mensalidades que chegam a cerca de R$ 16 mil
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December 26, 3:47 PM
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Workshop Resources for Student Supports

Workshop Resources for Student Supports | Inovação Educacional | Scoop.it
I recently had the pleasure of doing a workshop around applications of generative AI with the Student Success division at Suffolk University. I was excited for two reasons. First, the opportunity to engage with other folks in higher ed in addition to faculty energized me and challenged me—things that always put a smile on my face. Second, Suffolk University is the third institution to which I am an alumn that has asked me to talk (North Shore Community College was the first, followed by UMASS Boston…the ball’s in your court, Salem State University—just saying).
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December 26, 3:45 PM
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On Building an AI Policy for Teaching & Learning

On Building an AI Policy for Teaching & Learning | Inovação Educacional | Scoop.it
Hey folks—we have a policy and I’m pretty sure it’s the first of its kind in the country. So let me back up and explain. Over the course of 2023 as generative AI appeared and institutions scrambled to figure out what they were going to do, I had a thought about how my institution could deal with it in a way that made sense for us. I realized it would be important for the policy to include and even be driven by our students. So in December 2022 (yes, when ChatGPT was just a wee lil thing), I convinced my Provost to let me run a course on AI & Education. In it, the students and I would play with, learn about, and consider how generative AI fits into education. From that, we would develop a policy for usage for faculty and students, test it out, and then make that our policy (You can get the fuller detailed process in this post.).
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December 26, 3:44 PM
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4 Steps for Supporting Faculty with GenAI

4 Steps for Supporting Faculty with GenAI | Inovação Educacional | Scoop.it
Recently, I did a very meta thing. I gave a talk to folks in a center for teaching and learning about how we talk with faculty around thinking, navigating, and engaging with generative AI. This post is an edited version of that talk wherein I mark out (from my experience) what are the important moves and approaches to supporting faculty in this space as we continue to make sense of generative AI in the teaching and learning landscape.
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December 26, 3:37 PM
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People Who Achieve the Most Later in Life Typically Start Off Dabbling in Disciplines, Study Shows

People Who Achieve the Most Later in Life Typically Start Off Dabbling in Disciplines, Study Shows | Inovação Educacional | Scoop.it

Um novo estudo sugere que as pessoas que atingem o auge em suas áreas geralmente se aventuraram em várias disciplinas quando jovens.
Segundo um novo estudo, jovens prodígios — as estrelas adolescentes do esporte, os estudantes do ensino médio que ascendem rapidamente nos rankings do xadrez ou fazem descobertas científicas — geralmente não são as mesmas pessoas que atingem o ápice em suas áreas na idade adulta. E os dois grupos iniciam suas trajetórias de maneiras muito diferentes.
O estudo, publicado na quinta-feira na revista Science, descobriu que o sucesso de elite na juventude normalmente começa com o foco em uma única coisa: um pianista não toca nenhum outro instrumento; um nadador evita as pistas de atletismo. Mas as pessoas que alcançam os maiores resultados mais tarde na vida geralmente começam com um envolvimento menos focado em múltiplas disciplinas e com menos sucesso inicial.
“Ao comparar os desempenhos dos indivíduos nos níveis mais altos de realização”, escreveram os pesquisadores, “as evidências sugerem que o desempenho máximo posterior está negativamente associado ao desempenho inicial”.
Há exceções, claro, aquelas estrelas em ascensão que acabam por explorar os limites da capacidade humana. Basta olhar para Simone Biles ou Mozart, cujas habilidades excepcionais eram evidentes desde a infância. Mas, na maioria das vezes, as elites de longo prazo progridem lentamente e eventualmente superam os prodígios.
O novo estudo analisou 19 conjuntos de dados existentes, abrangendo mais de 34.000 adultos de alto desempenho em todo o mundo, incluindo conjuntos abrangentes que incluíam, por exemplo, todos os laureados com o Prêmio Nobel de Química e Física até a data de publicação desses conjuntos de dados. Também foram analisados ​​66 estudos sobre jovens prodígios e pessoas que estavam logo abaixo do nível de elite em suas áreas. A pesquisa foi conduzida por um cientista do esporte, um economista do esporte e dois especialistas em psicologia.
O modelo juvenil — um foco precoce em uma única disciplina com rápida progressão — tem sido uma visão comum de como as pessoas atingem o ápice de suas capacidades, escreveram os pesquisadores, porque estudos sobre alto desempenho frequentemente se concentram em jovens. Mas os pesquisadores não tinham certeza se as descobertas desses estudos poderiam ser extrapoladas para os adultos de alto desempenho.
Descobriram que não conseguiam. As pessoas que atingem o auge em suas áreas — os laureados com o Prêmio Nobel, por exemplo — geralmente exploram diversas disciplinas na infância e progridem mais gradualmente em sua área de atuação final ao longo de um período mais longo.
Esses padrões se mantiveram em todas as disciplinas analisadas pelos pesquisadores, incluindo atletismo, música, ciência e xadrez.
Arne Güllich, cientista esportivo da Universidade RPTU de Kaiserslautern-Landau, foi um dos autores do estudo. "Em disciplinas muito diferentes, com perfis de habilidades muito distintos e estruturas etárias muito diferentes em termos de idade de início e idade de pico de desempenho, o padrão de desenvolvimento dos melhores atletas do mundo é muito semelhante", disse o Dr. Güllich em entrevista.
Os padrões eram visíveis entre os indivíduos de desempenho mais excepcional e aqueles logo abaixo deles; pense nos laureados com o Prêmio Nobel e naqueles que alcançaram o ápice em premiações científicas de âmbito nacional. Ambos os grupos são de alto desempenho, mas as pessoas que atingiram o pico absoluto — os laureados com o Prêmio Nobel — geralmente demonstraram uma progressão mais gradual, com um início multidisciplinar.
Como selecionamos os especialistas em saúde com quem conversamos.  Os repórteres do Times frequentemente passam semanas entrevistando médicos, pesquisadores e outros profissionais da saúde para apurar uma matéria. Buscamos líderes em suas áreas, ficamos atentos a possíveis conflitos de interesse e tentamos obter uma variedade de pontos de vista.
Aqui está mais informação sobre o nosso processo.
“Há algo de esperançoso aqui para aqueles de nós que não fomos crianças prodígio”, disse Dean Keith Simonton, professor emérito de psicologia da Universidade da Califórnia, Davis, que não participou da pesquisa, mas fez parte do processo de revisão por pares. “Muitas vezes, a tartaruga vence a lebre.”
No entanto, a análise apresenta limitações. A pesquisa examinou dados de dois tipos de estudos: estudos prospectivos, que observaram jovens de alto desempenho ao longo do tempo, e estudos retrospectivos, que analisaram a infância de adultos de alto desempenho. Não se tratavam de estudos randomizados, nos quais diferentes grupos de crianças eram designados para realizar uma ou várias atividades.
Ellen Winner, pesquisadora sênior do Projeto Zero de Harvard , que estudou crianças prodígio e não participou do novo estudo, disse que gostaria de ter conhecido os resultados dos estudos prospectivo e retrospectivo separadamente.
Sua hipótese, segundo ela, era de que a maioria das crianças prodígio não atingia o auge em sua área na idade adulta, mas que a maioria dos adultos que atingiam o auge em sua área eram, na verdade, "reconhecidos como incomuns quando crianças".
“Se for esse o caso, isso significaria que muitos prodígios se esgotam, mas aqueles que alcançam o sucesso vêm do grupo de prodígios que não se esgotaram”, escreveu ela. “Suspeito que os que florescem tardiamente (eles existem) sejam menos comuns do que os que florescem precocemente e continuam a florescer.” Mas, com estudos prospectivos e retrospectivos combinados na análise, é mais difícil distinguir entre os dois.
E embora algumas conquistas sejam fáceis de mensurar — ou a pessoa se classifica para as Olimpíadas ou não —, outras, como o desempenho cognitivo, são mais difíceis. A Dra. Winner afirmou que não estava claro como a análise mensurou o desempenho cognitivo na infância. Ela também observou que, em algumas áreas, o estudo utilizou salários de adultos como indicador de sucesso, algo que alguns estudos anteriores também fizeram, mas que não é necessariamente a forma como profissionais de determinada área mediriam o sucesso.
O Dr. Güllich afirmou que a maioria dos profissionais de maior destaque na análise "não estavam entre os melhores de sua geração quando jovens, mas demonstraram um aumento significativo na melhoria de desempenho por volta da metade de suas carreiras".
O estudo não confirma o motivo disso, mas os pesquisadores apresentaram três hipóteses, e o Dr. Güllich afirmou que todas provavelmente desempenharam um papel.
Primeiro, crianças que experimentam uma variedade de atividades podem ter mais chances de encontrar uma na qual sejam excepcionalmente boas. Segundo, alguém pode desenvolver uma maior capacidade de aprendizado após ser desafiado desde cedo por uma variedade de tarefas e situações. Terceiro, crianças que concentram todos os seus esforços em uma única atividade correm o risco de desenvolver lesões por esforço repetitivo ou sofrer de esgotamento mental.
“Muitos deles desistem prematuramente, porque esse padrão de envolvimento está associado a um risco maior”, disse o Dr. Güllich. “Talvez você seja muito melhor em outra área, mas nunca saberá disso porque não tentou.”
Então, crianças, experimentem novas atividades. Quem sabe — vocês podem até ganhar um Prêmio Nobel.

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December 26, 3:33 PM
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What Is a Grief Attack? - The New York Times

What Is a Grief Attack? - The New York Times | Inovação Educacional | Scoop.it
Jane Griffin, de 71 anos, sabia que seu marido estava morrendo — ele convivia com demência de corpos de Lewy há mais de uma década. Mas ela não imaginava como perdê-lo em abril daquele ano a afetaria.

Algo pequeno, como ver uma de suas comidas favoritas no supermercado, poderia "me levar a uma espiral descendente", disse a Sra. Griffin.

Ela se sentia inesperadamente tensa, com o coração acelerado enquanto uma onda de emoções a invadia. "Ninguém poderia ter me preparado para essa sensação de extrema ansiedade", disse a Sra. Griffin, que mora no Arizona.

Ela estava tendo o que alguns pesquisadores chamam de "ataque de luto", um termo usado há anos para descrever uma onda repentina de angústia avassaladora enraizada no luto. Também é conhecido por outros nomes: crises de luto, espasmos de luto ou pânico relacionado à perda, entre outros. Embora o fenômeno seja familiar para terapeutas e muitas pessoas que perderam um ente querido, especialistas em luto estão agora estudando os sintomas e circunstâncias específicos associados aos ataques de luto e tentando classificar sua gravidade, que pode variar de desconfortável a debilitante.

“É como um ataque de pânico, que — posso atestar pessoalmente — é horrível, mas com a mais profunda tristeza por cima, e todos esses sintomas te atingindo ao mesmo tempo”, disse Sherman Lee, professor associado de psicologia na Universidade Christopher Newport em Newport News, Virgínia. “É realmente um fenômeno fascinante que te abala profundamente se você já passou por isso.”
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