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April 14, 2012 11:05 AM
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Diretor da Capes pede demissão

Diretor da Capes pede demissão | Inovação Educacional | Scoop.it

O professor Emídio Cantídio de Oliveira Filho não é mais diretor de Programas e Bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (Capes), órgão responsável pela pós-graduação no País. Oliveira Filho pediu demissão após o Estado revelar que ele está inadimplente com a própria Capes em três convênios de pesquisa, dois deles de 2007.

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Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
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September 10, 9:19 AM
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Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler | Inovação Educacional | Scoop.it

O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa?
Luciano Sathler
É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais
As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática.
Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing.
O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais.
Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho.
A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados.
A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar.
No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes.
Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador".
Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante.
Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos.
Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.

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Debatedores apontam falta de recursos para colégios mantidos por universidades - Notícias

Debatedores apontam falta de recursos para colégios mantidos por universidades - Notícias | Inovação Educacional | Scoop.it
Participantes de debate na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados apontaram que faltam recursos para o funcionamento dos chamados colégios de Aplicação, que são escolas de educação básica mantidas e geridas por instituições de ensino superior. Representante do governo e de instituições de ensino debateram o tema nesta quinta-feira (28).

Embora essas instituições recebam recursos orçamentários específicos,  elas não são atendidas pelos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Fundeb) ou de outro programas do Ministério da Educação (MEC), como Dinheiro Direto na Escola, Educação Conectada, Compromisso Nacional Criança Alfabetizada e Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral.

A presidente do Conselho Nacional de Dirigentes das Escolas de Educação Básica das Instituições de Ensino Superior, Maristela Mosca, destacou que os recursos que são liberados não atendem as necessidades dessas escolas.

“Precisamos reverter essas questões orçamentárias para que a gente possa realmente ser atendido nas nossas necessidades. Nossa dotação orçamentária, neste momento, não dá conta de todo o escopo que nós precisamos para manter essa escola de educação básica de qualidade dentro da universidade”, afirmou.

O diretor do Fundeb, Anderson Santos, reconheceu a carência de recursos dos institutos de educação. “A gente está falando de um universo de 24 escolas, mais de 15 mil alunos. Eles são referência em educação e a gente tem a consciência de que é preciso dar uma atenção maior em termos de repasse de recursos federais para avançar na qualidade da educação”, avaliou.

A deputada Dandara (PT-MG), que coordenou o debate, destacou a importância dos institutos de educação e a necessidade de fortalecer o financiamento desses colégios de Aplicação. “Queremos fortalecer o financiamento desses colégios, que têm notas e avaliações excelentes, são referências em várias formulações e, nesrte momento, estão passando por situações difíceis de financiamento”, afirmou.
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Como transmitir confiança aos filhos desde a primeira infância | Eu &

Como transmitir confiança aos filhos desde a primeira infância | Eu & | Inovação Educacional | Scoop.it
Quando a psicoterapeuta britânica Philippa Perry tinha cerca de 12 anos, um amigo da família lhe perguntou se ela era uma criança feliz. Respondeu que não. Seu pai, furioso, retrucou: “Você tem uma infância idílica. Você é sim muito feliz. Que absurdo”.

Mais preocupado em reagir ao que avaliou ser um ataque da filha, desconsiderou que a menina de fato pudesse estar angustiada. Perdeu a chance de conversar com ela e saber o que a roía por dentro.

Décadas e muitas sessões de análise depois, Perry se tornou especialista em saúde mental. Assina uma coluna de conselhos na revista inglesa “Red”, é apresentadora de TV e rádio, autora best-seller e embaixadora da The School of Life. Seu último trabalho, “O livro que você gostaria que todas as pessoas que você ama lessem” (Companhia das Letras), foi lançado no Brasil no fim de novembro, após uma palestra com plateia apinhada de gente.

A psicoterapeuta tem 67 anos e mora em Londres com o marido, o artista Grayson Perry, com quem tem uma filha chamada Flo. Pela primeira vez no país, estranhou os fios elétricos por toda a parte — “parecem um lindo espaguete preto” —, disse que nunca foi tão beijada na vida e conversou com o Valor na sede da School of Life Brasil, em São Paulo, sobre parentalidade, saúde mental e relacionamentos. A seguir, os principais trechos:

Valor: Conte um pouco sobre sua família.

Philippa Perry: Minha mãe era artista, meu pai engenheiro civil e proprietário de fazendas. Não me faltava nada em termos materiais, mas minha infância não foi muito feliz. Meus pais eram gentis, mas nos viam mais como tarefas do que como pessoas com quem se relacionar. Seguiam o ditado: “Crianças devem ser vistas, não ouvidas”. Eu tinha uma babá e minha irmã outra. O problema é que quando sua babá vai embora, perde-se a figura primária de apego; é como perder um dos pais. Foi minha primeira tragédia. Aos 10 anos fui mandada para um internato. Não conseguia parar de chorar. Tenho essas memórias, mas só as processei mais tarde na terapia. Além disso, eu era disléxica, considerada um caso perdido. Só descobri que tinha um transtorno quando minha filha foi diagnosticada. O psicólogo nos recomendou jogos de palavras. Isso nos aproximou muito.

Valor: Como a sra. decidiu seguir carreira em psicoterapia?

Perry: Minha trajetória profissional foi acidentada. Na escola, não fui levada a sério, então esperava pouco de mim mesma no trabalho. Comecei com empregos variados para pagar o aluguel: fui secretária e assistente jurídica em um escritório que rastreava devedores desaparecidos, uma espécie de detetive particular. Depois, gerenciei um McDonald’s, onde, vindo de um ambiente protegido, experimentei interações culturais diversas. Uma herança inesperada de uma tia mudou minha vida, permitindo-me estudar arte. Meus primeiros trabalhos já exploravam temas psicológicos, que me levaram a ser psicoterapeuta por 30 anos. Aos 50, decidi escrever sobre essa jornada.

Valor: A sra. gostava de escrever antes disso?

Perry: Tive uma “ferida narcísica” quando meu marido começou a ficar famoso. No início, éramos iguais, mas com o tempo, as pessoas passaram a se interessar só por ele. Isso me afetou, pois, com minha vaidade e a sensação de nunca ser boa o suficiente desde a infância, percebia como era doloroso ser ignorada. Refleti sobre o que poderia fazer. Achei que meu trabalho era brilhante, mas pouco visível. Resolvi mostrar isso ao mundo e escrevi uma graphic novel chamada “Couch Fiction” [Ficção de sofá], sobre psicoterapia. O livro me abriu portas como escritora e me trouxe trabalhos em revistas. Percebi que estava pronta para outro passo. Comecei a dar palestras, escrever mais livros e participar de eventos, o que me permitiu impactar mais pessoas.

Valor: Quais as melhores maneiras de nos conectarmos com nossos filhos, parceiros e outras pessoas?

Perry: A coisa mais importante para uma criança é a conexão com os pais ou cuidadores. O segredo é simples: estar presente para nossos bebês. Às vezes, outras tarefas parecem mais urgentes, mas a verdade é que o bebê não estará sempre ali. Durante essa fase, ele é a prioridade. Não é afastando-o que ele aprenderá independência. Pelo contrário, dar atenção e segurança ensina o bebê a confiar em você e no mundo, criando uma base sólida para explorá-lo. Ignorar ou afastar o bebê gera ansiedade, dificultando sua independência. Ele pode crescer repetindo padrões emocionais disfuncionais. Isso pode levar a relacionamentos desastrosos, baseados na busca por algo inalcançável. Na minha experiência como terapeuta, vi muitas pessoas prejudicadas não por pais abusivos, mas por pais bondosos e bem-intencionados que cometeram alguns erros.

Valor: Se muitos erros são cometidos nos primeiros anos de uma criança, como é possível repará-los mais tarde?

Perry: Talvez você tenha aprendido técnicas para fazer seu bebê dormir rapidamente e agora entenda o impacto disso. Ignorar ou afastar a sensibilidade de um filho não o torna mais forte, só piora. Se seu filho ainda é muito apegado, reconheça o que aconteceu: “Acho que errei ao deixar você chorar para dormir. Fiz isso achando que era melhor, mas vejo que te deixou triste. Quero que saiba que estou aqui e te amo”. Reparações assim são poderosas. Se, por exemplo, você colocou seu filho contra o pai após uma separação, diga: “Percebo agora que não foi justo. Eu estava brava, mas isso não significa que ele seja má pessoa. Sinto muito por envolver você nisso”. Muitos pais evitam admitir erros por medo de parecerem ruins, mas ser um bom pai inclui pedir desculpas. Todos erramos, e reconhecer isso é parte do crescimento.

Valor: Com a internet, parece que nosso maior problema não é a falta de conexão, mas o excesso dela. Qual a diferença entre o tipo de conexão que a sra. mencionou e a conexão virtual? Que danos este tipo de conexão pode causar?

Perry: Curtidas no Instagram ou rolar o dedo pelo TikTok oferecem pequenas doses de dopamina, mas não suprem nossas necessidades emocionais e sociais reais. O impacto das redes sociais na vida real é como comer salgadinhos — um lanche rápido que mata a fome momentaneamente, mas não substitui uma refeição nutritiva. A falta de contato real atrofia o músculo social, tornando-nos mais tímidos, isolados e temerosos de rejeição. Outro problema é a tendência crescente de se autodiagnosticar. A internet, por vezes, transforma sentimentos normais como tristeza e solidão em algo patológico, reforçando a ideia de que essas emoções são anormais. Isso contribui para maior ansiedade, solidão e até depressão. Além disso, o sofrimento foi mercantilizado: patologizar emoções humanas comuns alimenta indústrias que vendem desde terapias online até medicamentos. O vício em smartphones e a incapacidade de equilibrar o uso saudável da tecnologia levam a conexões menos autênticas e maior desconexão pessoal.

Valor: O que pensa sobre proibir o uso de smartphones em escolas?

Perry: Acho ótimo. E se minha filha fosse pequena, me uniria a outros pais para proibir também em casa, até que estivesse madura para não ser influenciada pelo contágio social, outro perigo da internet.

Valor: Gostaria que a sra. falasse sobre as práticas de automutilação entre adolescentes, que têm se disseminado na internet.

Perry: Automutilação, anorexia e depressão sempre existiram, mas nunca na escala atual. A automutilação, por exemplo, pode aliviar a dor interna e chamar a atenção dos pais, mesmo que seja escondida. Os pais têm três formas de reagir aos sentimentos das crianças: minimizar, exagerar ou acolher. O ideal é confortar, mostrando que sentimentos ruins passam e que está tudo bem senti-los. Com adolescentes, é importante empatia e compreensão, sem exagero, criando narrativas saudáveis, como: “É normal ter emoções extremas enquanto cresce. Vai passar, você vai ficar bem. Vou lhe dar um dia de descanso e te apoiar enquanto sente isso”. No Reino Unido, há um aumento de jovens, especialmente meninas, questionando identidade sexual, influenciadas pelas redes. Minha teoria é que muitas buscam soluções para os desconfortos de ser mulher, como a atenção indesejada ao crescerem.

Valor: Seu marido, Grayson Perry, adota o crossdressing e tem o alter ego Claire.

Perry: Ele é um artista e expressa isso nas roupas; não é que ele esteja fingindo ser uma mulher. Ele não se sente confortável com terno e gravata, pois isso transmite autoridade e objetificação. Ele prefere se rebelar e ser ele mesmo, um pavão que admiro muito. Mas não posso realmente falar por ele.

Valor: A sra. destaca o papel da comunicação para tornar um relacionamento forte e duradouro. Como podemos nos comunicar melhor?

Perry: O ponto principal é não ter um relacionamento com você mesmo na sua cabeça, nem presumir o que outra pessoa pensa. Verifique. Continue conversando e descobrindo, porque ninguém é imutável.

Valor: Quais estratégias a sra. sugere para uma conversa quando as emoções estão intensas?

Perry: Muitas vezes, gritamos quando nos sentimos inseguros, mas é mais útil explicar o impacto de algo. Se está bravo, diga como se sente em vez de acusar o outro: “Quando você diz que chega às cinco e aparece às sete, imagino o pior, fico preocupado. Pode me avisar quando for se atrasar?”. Isso evita que a frustração acumule e vire uma explosão.

Valor: Como se manter são?

Perry: Existem milhares de definições para insanidade no DSM, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, mas nenhuma para sanidade. O livro descreve centenas de transtornos, e alguns deles são relacionados à rigidez: as pessoas seguem regras do passado, tornando-se tão inflexíveis que acabam quebrando. Por outro lado, há pessoas que vivem sem rumo, caóticas e desorganizadas, como se dirigissem um carro sem volante. A sanidade está no meio: ser flexível e adaptável o suficiente para lidar com as mudanças da vida, e, ao mesmo tempo, ter organização para evitar o caos.

Valor: Em seu livro “Como manter a mente sã”, a sra. diz que altos níveis de estresse resultam em pânico, mas a ausência total dele priva o cérebro de se exercitar. Como encontrar o meio termo?

Perry: Nem todo estresse é ruim. Algo um pouco difícil que nos estresse, e que conseguimos superar, nos faz sentir bem. Sem desafios, em vez de mantermos o mesmo nível, diminuímos. Por isso, é importante enfrentar pequenos desafios, como aprender a pintar, fazer uma aula de desenho ou aprender um novo idioma. Claro, não é bom ter estresse excessivo, como trabalhar três empregos e criar uma família — isso não é sustentável. Podemos, de vez em quando, puxar uma noite sem dormir, mas não deve ser a rotina. Então, precisamos de um pouco de estresse, mas nem demais, nem de menos, como em tudo na vida.
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Globo inaugura novo estúdio de produção virtual no Rio

Globo inaugura novo estúdio de produção virtual no Rio | Inovação Educacional | Scoop.it

A Globo inaugurou nesta quinta-feira (12) o novo Estúdio de Produção Virtual, maior equipamento permanente do tipo na América Latina. O novo espaço já havia sido testado durante a Olimpíada de Paris, com o Estúdio Olímpico, que serviu de cenário para a cobertura dos Jogos 2024 e simulou a vista da capital francesa a partir da Torre Eiffel, com uma projeção da Cidade Luz em 3D ultrarrealista.
O espaço, situado nos Estúdios Globo, em Curicica, na zona Oeste do Rio, tem mais de 1.500 metros quadrados e integra tecnologias de ponta como câmeras com “tracking” de alta precisão e recursos de inteligência artificial e realidade aumentada em mais de 300 metros quadrados de telas de LED. A tecnologia permite que sejam feitas mudanças durante a gravação, enquanto recursos de inteligência artificial recriam virtualmente ambientes a partir de imagens reais. A realidade aumentada é responsável pela inserção de camadas interativas nas cenas, conectando elementos virtuais ao mundo físico. A tecnologia gera ainda redução de uso de recursos e materiais utilizados em cenários convencionais, como madeira, tintas e plásticos.

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Today, 8:07 AM
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Google une-se à Samsung para óculos inteligentes

O Google se uniu à Samsung para concorrer com a Meta e a Apple no renascente mercado de óculos inteligentes e headsets de realidade virtual, quase uma década depois de suspender as vendas ao consumidor de seu controvertido Google Glass.
No ano que vem, a Samsung lançará o primeiro dispositivo baseado em uma nova versão do sistema operacional para smartphones do Google, o Android, que é adaptado para headsets e óculos inteligentes. O Google, de propriedade da Alphabet, descreve essa nova versão como a “próxima geração da computação”.
O “Projeto Moohan” [Infinito, em coreano], como foi batizado, não é a primeira colaboração entre o Google e a Samsung. Há 15 anos, sua aliança em torno de smartphones com o sistema Android criou o primeiro concorrente sério do iPhone. A parceria atual foi anunciada dez meses depois de a Apple lançar seu headset Vision Pro.
No entanto, embora seja o lançamento mais ousado da Apple em uma nova categoria de produtos desde o iPhone, o Vision Pro é caro e tem tido dificuldades para atrair os consumidores, com uma estimativa de venda de centenas de milhares.
Ao mesmo tempo, os óculos inteligentes da Meta com a marca Ray-Ban tiveram um sucesso inesperado. O dispositivo, produzido em parceria com a gigante dos óculos e lentes de contato EssilorLuxottica, combina câmeras com um assistente virtual de áudio em uma armação leve. O Google anunciou que planeja disponibilizar seu novo sistema Android XR para fabricantes de óculos inteligentes e headsets de realidade virtual e aumentada.
“Os avanços na inteligência artificial têm tornado a interação com computadores mais natural e coloquial”, avaliou o Google em um post em seu blog nesta quinta-feira. “Este ponto de inflexão permite que novos dispositivos de realidade estendida (XR), como headsets e óculos inteligentes, sejam capazes de entender qual é sua intenção e o mundo ao seu redor, e assim ajudar você a fazer coisas de maneiras completamente novas.”
De acordo com uma fonte familiarizada com o Projeto Moohan, o headset da Samsung oferece telas de alta fidelidade e uma experiência de usuário semelhantes às do Vision Pro, mas será lançado a um preço “substancialmente” menor do que o produto da Apple, que custa US$ 3.500.
A colaboração entre as parceiras visa obter vantagem para concorrer com a Meta e a Apple
O Android XR representa a mais nova tentativa do Google de retomar o Google Glass, o óculos inteligente futurista que foi anunciado pela primeira vez por seu laboratório de projetos inovadores X em 2011. Mas o estilo incomum do Glass, com uma câmera e uma tela minúscula, sofreu com limitações técnicas, como a curta duração da bateria, e com disputa sobre privacidade. O dispositivo foi retirado da venda a consumidores em 2015, embora os esforços para vendê-lo para o setor empresarial tenham continuado por vários anos.
O Google já tentara entrar no mercado da realidade virtual antes, com seus dispositivos Cardboard e Daydream, que usavam um smartphone como tela. Mas o suporte para o Daydream foi descontinuado em 2019.
A empresa, que tem sede no Vale do Silício, espera que a última onda de inovações na área da inteligência artificial, que trouxe avanços no reconhecimento de imagem e na capacidade de manter conversas com assistentes virtuais, a ajude a se dar melhor desta vez.
Nesta semana o Google mostrou uma versão atualizada do protótipo de seu Projeto Astra, um sistema para smartphones e óculos inteligentes que permite aos usuários fazer perguntas sobre o que suas câmeras veem. O sistema é alimentado por uma nova versão de sua plataforma Gemini AI.

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Versus: Suposto herdeiro de fundador da Unip e Objetivo negocia quinhão do inventário a fundos

Versus: Suposto herdeiro de fundador da Unip e Objetivo negocia quinhão do inventário a fundos | Inovação Educacional | Scoop.it
O inventário bilionário de João Carlos Di Genio, que construiu um império da educação com as marcas Unip e Objetivo, tem atraído o interesse de investidores especializados em direitos hereditários. O empresário morreu há três anos.

No centro dessa disputa está um suposto filho de Di Genio, que entrou na Justiça alegando ser herdeiro do empresário e teria, assim, direito a um quinhão dos bens, estimados em mais de R$ 30 bilhões. Essa quantia inclui apenas o patrimônio que está no Brasil e não considera o montante atualizado das dezenas de imóveis da família. O interesse de investidores não é à toa: trata-se do maior inventário em curso no país.

Em 2022, logo após a morte de Di Genio, o suposto herdeiro, Bruno Augusto de Mello Pará, de 37 anos, cedeu seu eventual direito hereditário em operações registradas em cartório. Ele repassou 15% da sua suposta herança para o engenheiro Jabor Descio Sobrinho e outros 10% para o advogado especializado em sucessão Marcelo Fábio Barone Pontes, que, por sua vez, negociou uma parcela dessa fatia para o empresário Fernando Fantauzzi. Seriam eles que estão arcando com os custos do processo, incluindo advogados. Segundo fontes, os três estão oferecendo no mercado os recebíveis dos direitos hereditários de Bruno para fundos especializados.

Esse tipo de investimento no Brasil começou a se desenvolver junto com a indústria de “special sits” (de situações especiais). No caso do direito hereditário, há vários formatos, mas, no geral, o suposto herdeiro cede o direito a um fundo que passa a atuar no processo, muitas vezes com advogados de peso e equipes e investigação. No final, em caso de ganho, os valores são divididos, conforme o acordado.

O risco, contudo, é grande porque ainda depende da comprovação de que Bruno é realmente filho de Di Genio.

O Valor apurou que alguns fundos abordados já declinaram, depois de analisar o caso. Um primeiro teste de DNA foi feito em 2013 e o resultado deu negativo. Porém, segundo fontes, esse diagnóstico está sendo questionado pelo suposto filho do empresário. Um segundo exame foi solicitado, mas ainda não realizado. Uma das possibilidades para Bruno comprovar sua ligação biológica seria realizar novos exames de DNA com a irmã e sobrinhos de Di Genio, além dos seus irmãos por parte de mãe a fim de comprovar ligações e assim, partir para um pedido de exumação do corpo do empresário — que vem sendo evitado, mas que em algum momento deve ocorrer porque é um procedimento comum em processos como esses de sucessão familiar.


— Foto: Arte/Valor
Como Bruno ainda não apresentou uma comprovação de que é filho biológico de Di Genio, a viúva do empresário, Sandra Miessa, conseguiu liminar para afastá-lo do inventário.

O mesmo processo mostra que Fernando Di Genio Barbosa, sobrinho do empresário e ex-diretor da Unip, também tentou participar do inventário e igualmente foi afastado. Fernando trabalhava com Di Genio desde os seus 17 anos e por cerca de duas décadas cuidou exclusivamente dos negócios de comunicação do empresário que, atualmente, estão no nome de Fernando e suas duas irmãs. Seu pai, Oswaldo Barbosa (marido da irmã do empresário), era o gestor das fazendas de Di Gênio. Tão logo o empresário morreu, Fernando e Oswaldo foram afastados da Unip e fazendas, respectivamente, numa decisão da viúva.

O patrimônio do empresário, que não deixou testamento, envolve a Universidade Unip, o colégio Objetivo, cinco fazendas de gado Nelore em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rondônia, além de grupos de mídia como emissoras de rádio e TV. Somente, o negócio de ensino superior tem faturamento de cerca de R$ 2 bilhões e praticamente todos os seus campi, instalados em grandes áreas localizadas em regiões nobres de São Paulo, são próprios. Di Genio tinha um maiores patrimônios imobiliários do país. Vários concorrentes, fundos e investidores já tentaram comprar a Unip, mas o empresário sempre foi avesso às ofertas.

O processo tem pesos pesados da área jurídica. Do lado da viúva de Di Genio, Sandra Miessa, estão o ex-presidente Michel Temer, atuando como consultor nas negociações, e o escritório HOC — Huck Otran e Camargo. Do lado de Bruno, estão o advogado Arnaldo Wald Filho, cujo escritório é famoso por litígios, e Barci de Moraes, que tem na equipe a esposa e filhos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e Gabriel Chalita, ex-secretário municipal de educação de São Paulo.

Segundo fontes, Bruno afirma em sua ação de investigação de paternidade cumulada com petição de herança, que sua mãe, Patrícia Mello, trabalhava na década de 1980 no setor de matrículas no Colégio Objetivo e teria se relacionado com Di Genio. Do relacionamento, teria nascido Bruno, que acabou sendo registrado por Pedro Antônio de Madureira Pará, marido de sua mãe à época. A defesa alega que esse registro, contudo, não é condizente com a realidade e aponta que Patrícia estava, na ocasião, internada com depressão puerperal.

Na ação, segundo fontes, há e-mails enviados por Bruno a Di Genio, comunicação, contudo, nunca respondida por ele, mas, sim, por sua esposa, Sandra Miessa — mãe dos três filhos de Di Genio. Nessas trocas de mensagens, Bruno se refere, em diversos momentos a Di Genio como seu pai, sendo que, nas respostas, de Sandra não há nenhuma menção nesse sentido. Sandra é a inventariante do processo e seus filhos, na época, ainda eram todos menores de idade.

A defesa de Bruno alega que durante toda sua vida, Di Genio, foi o único responsável pelo custeio do lar, visto que sua mãe, após seu nascimento, deixou de exercer atividades fora do lar. No mesmo documento, ainda segundo fontes, há alegações, na tentativa de comprovar vínculo, que o fundador da Unip estava presente em todos os finais de semana e datas comemorativas. Frisa, ainda, que ele custeou viagens, estudos, saúde e faculdade, por exemplo. Fora isso, aponta que o empresário depositava quase R$ 23 mil mensalmente.

De todo modo, em umas das ações de Bruno apontam que a paternidade socioafetiva também deve ser considerada. Ainda de acordo com fontes, um dos trechos do processo diz que: “o vínculo de filiação, que não exige necessariamente do liame genético, advêm também da existência do afeto e interesse notório” e que a ação tem como objetivo “apurar a paternidade post mortem, quer biológica, quer socioafetiva”. Esse pedido não estava na ação inicial, mas foi incluída quando Bruno mudou seus advogados.

O cunhado de Di Genio, Oswaldo Pereira Barbosa, marido da irmã do empresário Ana Ida Di Genio Barbosa e pai de Fernando, admitiu em escritura pública, “que conhece o autor (Bruno) desde seu nascimento, sempre na qualidade de filho do Di Genio, pois foi assim que ele foi apresentado”. O documento também está anexado ao processo, disseram interlocutores próximos ao processo.

Os advogados de Sandra Miessa alegam, por outro lado, que houve que houve má-fé de Bruno. Ele teria omitido um e-mail, escrito à Sandra, que sua mãe havia relatado que Di Genio era estéril e que já era herdeiro em outras ação de inventário, de Pedro Madureira Pará — marido de sua mãe que o registrou como filho e morreu em 2017. Seu corpo foi cremado, dificultando a comprovação de paternidade. Fontes que tiveram acesso ao processo relatam que um dos argumentos da defesa da viúva é que Bruno teria ficado mais de dez anos sem entrar em contato, o que afastaria a hipótese de relação duradoura para o vínculo afetivo, e que não foi anexada uma única foto entre Bruno e Di Genio. Além disso, o empresário nunca teria comparecido a nenhum evento familiar.

Sobre o custeio das contas de Bruno por Di Genio, ainda segundo fontes, a defesa alega que o empresário sempre foi conhecido pela sua generosidade, sendo que há relatos de pagamentos de diversas despesas para terceiros. E, que Sandra é quem respondia às mensagens de Bruno porque Di Genio não desejava manter contato com Bruno e teria orientado a esposa a responder, de forma educada, que não seria possível se encontrarem. Por fim, alegam que o interesse de Bruno foi meramente financeiro.

Procurados pela reportagem, Sandra informou, por meio de comunicado, que “na qualidade de inventariante do saudoso João Carlos Di Genio e mãe de seus três filhos, esclarece que o processo judicial de inventário corre em segredo de Justiça e envolve interesse de menor, de sorte que está impedida de tecer qualquer comentário a respeito. Sobre pretensões de terceiros e aventadas, questionáveis e não reconhecidas cessões do fantasioso direito hereditário, informa que o pretenso filho foi afastado do processo de inventário e condenado em multas por litigância de má-fé. Todas as determinações judiciais estão sendo seguidas à risca pela inventariante, cuja preocupação é preservar seus filhos e a memória de João Carlos Di Genio.”

Bruno Augusto de Mello Pará foi procurado por e-mail, mas não retornou. A reportagem tentou contato por e-mail e telefone com o escritório Barci de Moraes, mas não obteve retorno. Já o escritório Wald disse que não comenta processos em curso.

O Valor tentou contato por e-mail com Jabor Descio Sobrinho e Marcelo Fábio Barone Pontes e mensagens por telefone com Fernando Fantauzzi, Fernando Di Genio e Michel Temer, que não responderam.
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December 12, 3:47 PM
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Diretrizes para o uso ético e responsável da Inteligência Artificial Generativa

Live de lançamento do livro "Diretrizes para o uso ético e responsável da Inteligência Artificial Generativa: um guia prático para pesquisadores", de Rafael Cardoso Sampaio, Marcelo Sabbatini e Ricardo Limongi

Com a presença dos autores Rafael Sampaio e Marcelo Sabbatini

Mediação: Nara Scabin (Intercom)
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December 12, 9:46 AM
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CNS RECOMENDA AO MEC EXIGÊNCIA DE ENSINO PRESENCIAL PARA GRADUAÇÕES DA SAÚDE - Conselho Regional de Farmácia da Paraíba - PB

CNS RECOMENDA AO MEC EXIGÊNCIA DE ENSINO PRESENCIAL PARA GRADUAÇÕES DA SAÚDE - Conselho Regional de Farmácia da Paraíba - PB | Inovação Educacional | Scoop.it
O Conselho Nacional de Saúde (CNS), através da Recomendação nº 40, de 6 de dezembro de 2024, “recomenda ao Ministério da Educação (MEC) que reconheça a especificidade e defina a exigência da modalidade de ensino presencial para os cursos da área da saúde, nos novos referenciais de qualidade e marco regulatório para oferta de cursos de graduação na modalidade a distância”.

No documento, a instância máxima do controle social no âmbito da saúde destaca aconselhamentos ao MEC, dentre os quais:

- Que acate, com a máxima celeridade, as recomendações do CNS nos novos referenciais de qualidade e marco regulatório para oferta de cursos de graduação na modalidade a distância;

- Que seja assegurada, unicamente, a presencialidade na formação em saúde, no âmbito da graduação;

- Que sejam vedados o credenciamento e a autorização de cursos de graduação na modalidade EaD na área da saúde;

- Que as atividades com uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) não devem ultrapassar 20% da carga-horária total do curso, não devendo ser incluídas nessa metodologia/ estratégia de ensino aprendizagem as disciplinas de caráter assistencial.
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December 12, 4:46 AM
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Na Finlândia, adultos e crianças são ‘alfabetizados’ em mídia digital

Na Finlândia, adultos e crianças são ‘alfabetizados’ em mídia digital | Inovação Educacional | Scoop.it

“Dados são o novo petróleo”. A frase, cunhada pelo cientista de dados britânico Clive Humby em 2006, foi popularizada pela revista “The Economist”, num artigo publicado em 2017. Embaixador para a área de tecnologia do Ministério das Relações Exteriores da Finlândia, Stefan Lindström, discorda da definição, repetida com frequência na internet: “Dados são o novo plutônio. Você pode utilizá-los de forma pacífica, benéfica para a sociedade [assim como o combustível nuclear pode ser usado], para gerar energia. Ou você pode construir uma bomba nuclear”, compara o diplomata, que tem na ponta da língua uma definição curta e direta sobre qual é o seu trabalho: “Eu vendo valores”.
Sim, num país como a Finlândia, onde 94% da população têm acesso à internet, a discussão sobre a digitalização da sociedade é permeada não por debates sobre as melhores tecnologias, mas pelos valores que devem nortear a coleta, o armazenamento e o uso de dados dos 5,6 milhões de habitantes.
Há pelo menos três décadas, o censo demográfico é feito on-line. “Eu nunca usei um cheque”, conta Pekka Rehn, de 58 anos, vice-diretor geral da Agência Digital Finlandesa. “Eu sei o que é um talão de cheques. Mas, nos anos 1980, quando eu cheguei na idade de usar cheques, o serviço bancário já era digitalizado”, conta.
O país ocupa o topo do ranking do Índice de Economia e Sociedade Digital (DES), publicado pela União Europeia (UE) em 2022, a partir de dados de 28 países do continente. A UE conta com um programa de transformação digital com metas e objetivos a serem cumpridos até 2030. Entre as finalidades do programa, chamado “Década Digital”, está a disponibilidade on-line de 100% dos serviços públicos essenciais relacionados à abertura e à operação de empresas, à vida em família (nascimento, morte e dados de saúde) e a contratações e demissões, entre outros.
Na Finlândia, fazer a declaração de imposto de renda já requer um esforço mínimo. Empregadores e bancos fornecem diretamente à agência tributária governamental, equivalente à Receita Federal brasileira, os dados dos contribuintes, explica Mikko Mattinen, diretor da Agência Digital Finlandesa. As informações podem ser consultadas pelo cidadão, para fazer ajustes eventuais. “Você pode inclusive pedir correção retroativa”, esclarece Mattinen, referindo-se a declarações de renda de anos anteriores.
Dados médicos da população também já são armazenados em formato digital, num repositório de informações mantido pela agência de seguridade social finlandesa, a Kela. A atualização é feita pelos profissionais de saúde, a cada consulta, exame ou procedimento. O paciente pode acessar tanto os próprios dados quanto os de seus filhos.
Em uma etapa mais recente, a Finlândia investe € 11 milhões para digitalizar o registro digital de eventos relacionados à morte e herança de seus cidadãos. A ideia por detrás da iniciativa é simplificar ao máximo procedimentos legais como o inventário e a subsequente partilha de bens, podendo até automatizá-los. Como parte do projeto, está prevista a implementação até 2027 de um sistema de registro da propriedade de imóveis inteiramente digitalizado.
A coleta e armazenamento de dados de toda a população suscita, naturalmente, discussões sobre privacidade e sobre possível uso indevido das informações pelo governo. “Não é só uma questão de tecnologia. É também uma questão de confiança”, reconhece Rehn, da Agência Digital Finlandesa, referindo-se a um dos valores que permitiu à digitalização avançar tanto no país nórdico. “Os dados não estão numa só agência. Não é como colocar todos os ovos na mesma cesta”, pondera.
A governança de dados engloba, além de previsíveis aspectos tecnológicos, questões relacionadas à economia, à segurança (pessoal e nacional) e perpassa até o campo dos direitos humanos. “Os direitos digitais são os novos direitos fundamentais [do ser humano”, afirma Tiina Härkönen, executiva do fundo público finlandês de apoio à inovação Sitra. “Você não pode mais separar a vida física da vida digital. Elas estão entrelaçadas”, argumenta.
Como exemplo, Härkönen - que ocupou cargos executivos na área de marketing e análise de dados em grandes empresas - cita o caso concreto de um contrato de publicidade digital assinado entre uma varejista e uma “big tech” que incluía o compartilhamento de dados de compras feitas por clientes em lojas físicas, como forma de “avaliar os resultados da campanha”. Isso permite, por exemplo, que um consumidor receba em seu perfil nas redes sociais anúncios relacionados a um produto adquirido numa loja de rua.
“Jamais deixe alguém dizer que você está pagando [por um serviço] com os seus dados. Para ser capaz de pagar com seus dados, você precisa entender qual é a moeda e qual é a transação: o que eu ganho com a minha moeda - chamada de ‘dados’ - e, acima de tudo, o que eu perco”, argumenta Härkönen.
A proteção contra violações do direito de privacidade e outros possíveis abusos por parte das plataformas digitais depende não só de regulação, mas também do processo de “alfabetização” de adultos e crianças em relação à mídia digital, sustenta Härkönen. “As crianças não entendem de modelos de negócios. Não entendem, por exemplo, que algoritmos as impulsionam a consumir produtos desnecessários”, destaca.
O esforço de décadas rendeu novamente à Finlândia em 2023 a primeira posição no Índice de Alfabetização Midiática, elaborado por uma organização não governamental búlgara, a partir de dados de 47 países europeus e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD). A Finlândia lidera o ranking desde a sua primeira publicação, em 2017.
Consultora sênior do Kavi, Julia Alajärvi lista, entre as razões para o sucesso finlandês nessa área, a ampla abordagem adotada pelo país em termos de educação midiática. “Nem sempre é preciso ter dispositivos digitais [para desenvolver o pensamento crítico das pessoas sobre o que elas veem e leem na internet]. Os livros podem ajudar muito”, diz Alajärvi, citando o fato de o país contar com uma ampla rede de bibliotecas.
Apesar de todo o estímulo à leitura, dados do Ministério da Educação e Cultura Finlandês indicam que o número de bibliotecas públicas vem encolhendo ao longo das últimas décadas. Caiu 37% entre 1990 e o ano passado, de 1.150 para 721.
A confiança na mídia e nas instituições governamentais - polícia, autoridades de defesa nacional, sistema educacional e judiciário, incluídos - é outro fator que contribui para tornar a sociedade finlandesa menos permeável à desinformação digital. Entre 47 mercados analisados este ano na pesquisa Digital News Report, do Reuters Institute, a Finlândia é o país em que a população mais confia na imprensa - 69% dizem acreditar “na maior parte das notícias, na maioria das vezes”. No Brasil, esse percentual é de 43%.
A confiança dos finlandeses nas instituições, no entanto, está longe de ser inabalável, conforme demonstram pesquisas de opinião realizadas nos últimos anos. “Depois da pandemia de covid-19, houve um forte declínio da confiança no sistema de saúde”, conta Alajärvi.
Na economia digital, a confiança de empresas e investidores está relacionada a outro valor: a segurança dos dados. “A conectividade segura vai se tornar um fator-chave para decisões de investimento”, sustenta o embaixador Stefan Lindström.
O impacto dessa transição promete ser amplo. “Se você olhar hoje a “Fortune 500” [a lista das 500 maiores corporações dos Estados Unidos pelo critério da receita total], 90% do valor das companhias consiste em dados. Anteriormente, eram prédios e equipamentos, dinheiro, estoques e terra. Hoje, o valor das companhias vem de patentes, marcas, dados de clientes e software”, compara o diplomata, que viveu durante nove anos no Vale do Silício, na Califórnia.
Do ponto de vista geopolítico, Lindström enxerga três abordagens principais para questão do uso de dados. Na Europa, onde a regulação é mais estrita, há - de acordo com ele - um esforço para proteger os usuários da internet e dar a eles o direito sobre seus próprios dados.
Nos Estados Unidos, a abordagem passa pelo empoderamento das empresas: as grandes plataformas digitais podem usar os dados dos usuários de maneira mais livre, quando comparada às restrições impostas pela União Europeia.
“E em países autoritários, o governo é o dono dos dados”, diz o diplomata. Como exemplo ele cita a “classificação de crédito social” - um programa do governo chinês que avalia a “confiabilidade” de indivíduos e empresas. “Se você tem multas ou já foi preso por bebedeira ou qualquer outro motivo, sua pontuação cai e você não pode tirar passaporte, comprar passagens de transporte público ou alugar um apartamento”, explica. Mais que a tecnologia, são princípios políticos, econômicos e sociais que ditam o rumo da digitalização.

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December 11, 3:46 PM
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Conheça as tendências que vão impactar a indústria nos próximos 16 anos

Conheça as tendências que vão impactar a indústria nos próximos 16 anos | Inovação Educacional | Scoop.it
Rede de Observatórios do Sistema Indústria mapeou as macrotendências globais que podem afetar a indústria brasileira até 2040 e sugere ações de como os setores poderão se organizar para aproveitar as oportunidades e se defender de ameaças
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December 11, 2:51 PM
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‘Quadro fiscal com Lula 3 está bem pior do que com Dilma 2’, diz ex-diretor do BC

‘Quadro fiscal com Lula 3 está bem pior do que com Dilma 2’, diz ex-diretor do BC | Inovação Educacional | Scoop.it
Segundo ele, a situação fiscal do País com Lula 3 está “bem pior” do que com Dilma 2, porque os juros, que incidem sobre a dívida pública, estão mais ou menos no mesmo nível daquela época, mas o endividamento está muito maior e crescendo de forma mais acelerada. “A taxa de juros real (acima da inflação) que o Tesouro está praticando hoje está no mesmo nível da que vigorava no pico da crise de 2015 e 2016″, afirma. “Só que, agora, como a dívida bruta está perto de 80% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto lá atrás estava em 57% do PIB, ela cresce muito mais rápido. É um quadro muito mais delicado.”
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December 11, 2:12 PM
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MEC reconhece curso superior de criptomoedas do grupo Cogna (COGN3)

MEC reconhece curso superior de criptomoedas do grupo Cogna (COGN3) | Inovação Educacional | Scoop.it
De acordo com apuração do Livecoins, a Portaria SERES/MEC Nº 696, de 9 de dezembro de 2024, reconhece novos cursos em modalidade à distância no Brasil.

Com registro no e-MEC de número 202212349 e a oferta de 500 vagas anuais, o curso Blockchain, Criptomoedas e Finanças na Era Digital – Tecnólogo está reconhecido, ofertado pela Faculdade Anhanguera. Para se formar no curso, os alunos precisam completar a carga horária mínima de 2 anos e serem aprovados nas disciplinas.

A reportagem apurou que a graduação tem um custo mensal a partir de R$ 138,00 por mês, neste final de 2024. Além disso, indica que os salários de profissionais formados neste mercado podem conseguir boas remunerações, em médias salariais que vão de R$ 8.500,00 a R$ 12 mil.

A faculdade em questão é parte do grupo Cogna Educação (COGN3) desde 2014, sendo uma das principais na oferta de cursos EAD no país, inclusive de pós-graduação, entre outros.
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December 11, 12:46 PM
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Expectativa de vida importa menos do que viver com saúde - 06/12/2024 - Equilíbrio - Folha

Expectativa de vida importa menos do que viver com saúde - 06/12/2024 - Equilíbrio - Folha | Inovação Educacional | Scoop.it
Alguns influenciadores da longevidade ganharam notoriedade ao focar nesse primeiro número, alegando que podem estender radicalmente a vida humana com drogas experimentais ou protocolos rigorosos de dieta, exercício e suplementos. Mas a maioria dos especialistas que estudam o envelhecimento está tentando focar no segundo elemento: não em nossas expectativas de vida, mas na "duração de saúde" —o número de anos que uma pessoa vive sem doenças graves, particularmente aquelas relacionadas ao envelhecimento.
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Today, 10:31 AM
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ANPD fiscaliza 20 empresas por falta de Encarregado e canal de comunicação adequado

ANPD fiscaliza 20 empresas por falta de Encarregado e canal de comunicação adequado | Inovação Educacional | Scoop.it
utoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) iniciou um processo de fiscalização envolvendo 20 empresas de grande porte que não indicaram o contato do Encarregado pelo tratamento de dados pessoais, conforme exigido pelo Artigo 41 da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A medida também se estende a organizações que, além de não disponibilizarem um canal de comunicação adequado para atender aos titulares de dados, oferecem canais que não são efetivos, dificultando o exercício de direitos como acesso, correção e exclusão de dados pessoais. 
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Today, 8:34 AM
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Cancelada audiência pública com o ministro da Educação

Cancelada audiência pública com o ministro da Educação | Inovação Educacional | Scoop.it
Foi cancelada a audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados com o ministro da Educação, Camilo Santana, prevista para terça-feira (17) para prestar esclarecimentos sobre diversos assuntos relacionados à pasta.

Por decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), todas as reuniões de comissões da Câmara foram canceladas até o fim do ano para priorizar as votações no Plenário.

Disparidade nas contas de 2023
Sobre o pedido da vinda do ministro, parlamentares querem explicações sobre a suposta distorção de R$ 2,7 bilhões apontada pela Controladoria-Geral da União (CGU) nas contas do ministério, referente ao exercício de 2023.

Os congressistas argumentam que, diante de um valor tão alto, é preciso que o ministro esclareça as circunstâncias e razões que levaram a tais discrepâncias.

Pagamento sem autorização
O deputado Gustavo Gayer (PL-GO), por sua vez, quer esclarecimentos sobre notícia de que o governo federal pagou, neste ano, R$ 3 bilhões para estudantes do ensino médio, sem autorização do Congresso Nacional. Os pagamentos seriam relacionados ao programa Pé-de-Meia.

"A lei que criou o programa obriga o governo a enviar todos os anos para o Congresso o valor que deseja pagar como incentivo aos estudantes. O presidente chegou a vetar esse trecho da lei, mas o Congresso derrubou o veto", relembra Gayer.

Apresentação na Universidade do Maranhão
O deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) cobra explicações sobre a apresentação "erótica" da cantora Tertuliana Lustosa na Universidade do Maranhão.

Bilynskyj quer saber quais foram as providências adotadas pelo ministério em relação a esse evento e discutir mecanismos de supervisão das atividades realizadas nas universidades públicas.

Celular nas escolas
Já o deputado Rodrigo Valadares (União-SE) quer que Camilo Santana fale sobre a proibição do uso de telefones celulares em ambientes escolares. "Ainda que se tenha a problemática do mau uso por parte de estudantes, professores e funcionários, compreendemos que o caminho da proibição não seria o mais prudente", afirma o parlamentar.

Ele argumenta que o ambiente educacional precisa estar integrado à tecnologia e que o celular seria um importante instrumento para a realização de atividades escolares.

Educação infantil
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), por seu turno, quer discutir a Resolução CNE/CEB 1, de 2024, que institui as diretrizes operacionais nacionais de qualidade e equidade para a educação infantil.

"Em primeiro lugar, ela desconsidera a educação infantil como etapa preparatória para o ensino fundamental, em desacordo com diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)", afirma Ferreira.

"Além disso, a resolução extrapola o poder regulamentar ao introduzir conceitos sobre arranjos familiares que divergem das definições constitucionais e do Código Civil."

Balanço
Por fim, o deputado Pedro Uczai (PT-SC) quer que o ministro faça um balanço da gestão do Ministério da Educação em 2024, expondo suas iniciativas, planos e projetos prioritários.
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Today, 8:24 AM
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2025 será um ano auspicioso para a EPT

Os avanços no campo da educação profissional nos permitirão ampliar as oportunidades oferecidas às nossas juventudes e com isso criar um futuro mais auspicioso para o país
Estamos chegando ao fim de 2024 e é com otimismo que enxergo o próximo ano para a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) no país. Isso se deve aos avanços evidentes que marcaram 2024 no âmbito federal e estadual, o que nos permite dizer que 2025 promete ser auspicioso. E isso não é retórica.
Sempre trago neste espaço um olhar para políticas de educação e de trabalho que contemplem as juventudes, as urgências do nosso país e a necessidade de um esforço conjunto, de diferentes setores da sociedade, para avançarmos. Nunca é demais lembrar que 88,8% das matrículas de ensino médio estão na rede pública. Isso quer dizer que a grande maioria da população adulta em breve será egressa da escola pública. As políticas públicas de educação e inclusão produtivas são urgentes para que o Brasil avance e não fique atolado em problemas evitáveis.
Voltando às boas notícias sobre a EPT, neste ano, no âmbito federal, políticas determinantes para o avanço desta modalidade entraram em pauta. A primeira que quero destacar é a proposta de lei para a Política Nacional de Educação Profissional e Tecnológica (PNEPT), uma importante etapa do que determina a lei 14.645/2023 que dispõe sobre a EPT e foi promulgada em agosto de 2023.
Essa lei coloca a modalidade de ensino em outro patamar de desenvolvimento. Para isso, foi instituído pelo Ministério da Educação (MEC), em abril, o Grupo de Trabalho Interinstitucional (GTI), responsável por produzir subsídios e entregar um relatório final ao MEC para a construção da Política Nacional de EPT. Este GTI reuniu representantes de diversos ministérios, conselhos, instituições de ensino, setor produtivo, organizações não governamentais e associações de trabalhadores e estudantes e teve uma condução exemplar pelo MEC por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Foram cinco meses em que os grupos se reuniram regularmente - seis reuniões por mês - para discutir e validar os principais pontos organizados em cinco eixos. A boa notícia é que o documento chegou às mãos do ministro Camilo Santana em novembro, será analisado e lançado publicamente em breve.
Desta forma, 2025 deve começar fazendo valer o marco referencial, em um esforço conjunto e coletivo do GTI e caminhando com firmeza para a constituição da Política Nacional de Educação Profissional e Tecnológica. Outro fato importante foi a criação da Diretoria de Educação Profissional e Tecnológica no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). A importância deste fato reside no grande avanço que representa, para promover a qualidade da EPT e termos, finalmente, avaliação dos cursos técnicos e seus resultados.
Ainda há dois desafios, bastante estratégicos, a superar: a qualidade dos cursos e a dificuldade de acesso
Dentro deste panorama de esforços conjuntos, destacam-se ações, no âmbito estadual, de governos comprometidos em ampliar suas políticas de educação profissional e trazer novas oportunidades para as juventudes. E aqui, merece destaque o caso do Piauí. O Estado, com muita ousadia, se propôs a meta de ter EPT em 100% de suas escolas de ensino médio. E, vale dizer, o governo estadual tem feito disso uma prioridade e se dedicado e se comprometido publicamente a atingir esta meta. Os avanços têm ocorrido e, atualmente, 37,5% da rede estadual de educação oferece EPT nas escolas.
Aqui vale destacar que o estado não se contentou com as metas propostas pelo Plano Nacional de Educação (PNE) e se desafia a atingir números elevados, comparáveis aos dos países nórdicos, por exemplo. A gestão tem olhado para as melhores práticas dos países desenvolvidos que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e transformado a realidade local.
O Piauí tem no radar o plano de levar a EPT para onde ela não está, alcançando jovens e adultos. Segundo os dados do Censo Escolar 2023, 27,6% da oferta de EJA (Educação de Jovens e Adultos) no Estado é integrada à educação profissional, fazendo do Piauí o único Estado brasileiro a cumprir a Meta 10 do PNE. Somente com oferta da rede estadual, o Piauí conseguiu ultrapassar a meta estabelecida de oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de EJA, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional, técnica e tecnológica.
E, justamente por estarmos em um momento de fortalecimento da EPT, precisamos observar também os desafios. Destaco dois deles, bastante estratégicos e, ainda a superar: a qualidade dos cursos e a dificuldade de acesso. A EPT precisa ser democratizada e estar ao alcance de toda a população. Pesquisa recente do Itaú Educação e Trabalho mostrou que apesar do seu potencial, a modalidade não chega para todos e os mais prejudicados são os jovens em situação socioeconômica vulnerável - por isso também casos como o do Piauí, que buscam democratizar o acesso, são relevantes. Temos, ainda, muito a caminhar e o diálogo do setor produtivo com a educação profissional é determinante para que a EPT possa estar sempre atualizada, com uma formação alinhada com as fronteiras das novas economias.
Por fim, não posso terminar o ano sem fazer referência ao fato de que o Brasil sediará a COP30 no ano que vem. Isso significa que o nosso país irá liderar as discussões sobre a questão ambiental e emergência climática, e a educação precisa estar mais presente neste debate com a disposição de enfrentar a urgência e a condição emergencial que o tema impõe. Precisamos aproveitar todas as oportunidades e criar novas para engajar as juventudes nas questões ambientais, fortalecer sua consciência e prepará-las para enfrentar os desafios ambientais.
Os avanços no campo da educação profissional nos permitirão ampliar as oportunidades oferecidas às nossas juventudes e, com isso, criar um futuro mais auspicioso para o país. Precisamos fazer a nossa parte: priorizar o que é sustentável e justo, nos engajar com a construção deste futuro para o país e crescer nosso compromisso com as juventudes, herdeiras deste futuro que se constrói hoje.
A educação e o trabalho fazem parte da solução para termos um país com prosperidade. É preciso ressaltar que ambos, educação e trabalho, articulados, podem mudar o nosso país para melhor! Feliz 2025!

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Quem foi Cesar Lattes, o físico brasileiro sete vezes indicado ao Nobel

Quem foi Cesar Lattes, o físico brasileiro sete vezes indicado ao Nobel | Inovação Educacional | Scoop.it

Com exceção dos cientistas, Cesar Lattes (1924-2005) é conhecido no Brasil principalmente por duas razões. Primeiro, porque seu nome batiza a plataforma de currículos acadêmicos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em seguida, porque o cientista curitibano foi o brasileiro que mais se aproximou de receber um prêmio Nobel, com sete indicações entre 1950 e 1956.
Mas esse é um retrato de um esquecimento, como tantos outros que caracterizam um país acostumado a se reconhecer como “sem memória”. Isto fica evidente com a leitura da alentada biografia de Lattes publicada no ano do seu centenário. O livro “Cesar Lattes: uma vida — Visões do infinito”, dos jornalistas Marta Góes e Tato Coutinho, revela o nível de celebridade que o físico experimental manteve desde a descoberta do méson pi (ou píon), em 1947, até a década de 1990. Seu nome frequentou manchetes, sua atividade era acompanhada pelo público geral e seu nome foi cantado na avenida Marquês de Sapucaí por Cartola e Carlos Cachaça, compositores de um samba-enredo sobre a ciência brasileira.
Lattes atuou e fez sua descoberta nos primórdios da ciência acadêmica brasileira: formou-se na Universidade de São Paulo em 1943, apenas nove anos depois de sua fundação. Os professores ainda eram sobretudo os europeus que vieram criar a instituição, entre eles o ítalo-ucraniano Gleb Wataghin, que orientou o jovem Lattes e mais tarde batizaria o Instituto de Física da Unicamp, onde o brasileiro se aposentaria. A física experimental, à qual se dedicou, ainda era rudimentar no país. Seu doutoramento, que incluiu a descoberta do píon, foi obtido na Universidade de Bristol, Reino Unido, no pós-guerra; e a detecção da partícula artificial, que ampliou seu prestígio, ocorreu na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.
Daí por diante, a trajetória do quase-vencedor brasileiro do Nobel passa a ser um laborioso processo de construção institucional. Lattes estruturou cursos, entidades científicas e redes universitárias. O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) mereceu alguns de seus maiores esforços. E a plataforma de currículos acadêmicos recebeu seu nome porque ele foi um dos idealizadores do CNPq, em 1951. O pesquisador estabeleceu parcerias com instituições americanas, japonesas e italianas.
A história da descoberta do méson pi, momento decisivo na trajetória do físico, é saborosa, do modo como está contada na biografia. Envolve as circunstâncias do imediato pós-Segunda Guerra Mundial, quando os navios voltaram a atravessar o Atlântico e os materiais fotográficos indispensáveis à pesquisa em física eram racionados. Também mostra o enfrentamento das condições climáticas por quem precisa coletar seus dados a mais de 5 mil metros de altitude: a estação meteorológica de Chacaltaya, na Bolívia. Há ainda um caso anedótico que Lattes gostava de relatar, em que escapou por pouco de um desastre aéreo ao escolher um avião da Panair, companhia brasileira, em detrimento de uma empresa britânica.
Uma riqueza da recém-publicada biografia é o modo direto com que trata o tema da saúde mental, que atormentou o cientista ao longo de toda a vida adulta. Lattes sofria do que hoje é conhecido como transtorno bipolar e, na época, tinha o nome de “psicose maníaco-depressiva”: a alternância de momentos eufóricos, altamente produtivos, com períodos de prostração. Como os autores apontam, o sofrimento mental era estigmatizado no período. No caso de uma figura pública como Lattes, tratado como herói nacional na década de 1950 — no limite do respeito a que um cientista pode aspirar no Brasil —, o estigma era cruel. Lattes passou por todo tipo de terapia, durante uma época em que a psiquiatria e a psicologia penavam para entender os processos da euforia e da depressão. Em suas cartas, leem-se menções à incapacidade de trabalhar e a “doenças nervosas”. Mais tarde, o próprio cientista lidou com o tema por meio do sarcasmo, dizendo que havia desistido de tentar os tratamentos médicos por serem todos ineficazes.
Após 1954, uma fase de depressão particularmente profunda o levou a buscar tratamento nos Estados Unidos, algo que a imprensa brasileira tratou com os eufemismos de praxe. O período passado em Chicago é descrito no livro como de abatimento e um certo isolamento, mas também trabalho e publicações. Mais tarde, em carta a um amigo, o físico diz: “Depois do caso do desfalque [no CBPF] (...), nunca mais consegui me equilibrar — e meu equilíbrio já era precário antes”.
No retrato que abarca a vida pessoal e a profissional, sobressai um indivíduo de seu tempo, alguém que acreditou no potencial do Brasil e trabalhou para realizá-lo. Lattes foi, pode-se dizer, um homem de legados. Essa é a conexão entre as duas fontes de sua fama atual, transparecendo na descoberta do píon e no reconhecimento cristalizado na plataforma que leva seu nome. Chacaltaya, na Bolívia, onde o físico fez suas observações em 1947, se tornou, por sua iniciativa, um importante centro de estudos, que recebeu pesquisadores de todo o mundo. Quanto ao sistema de pesquisa científica no Brasil, apesar das dificuldades, segue de pé, produtivo e em expansão.

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Today, 8:06 AM
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Nosso futuro com a IA

Não é novidade que a inteligência artificial (IA) está transformando o mundo, com impactos sobre o futuro do trabalho, das relações interpessoais e, é claro, sobre a maneira como enxergamos nossa relação com a tecnologia.
Uma das vozes que mais têm ajudado a entender como essas transformações irão impactar a sociedade é o americano Ian Beacraft, figura carimbada nos principais eventos globais sobre tecnologia, como o SXSW. Futurologista, CEO da Signal & Cipher, consultor de grandes companhias, palestrante e músico, Beacraft é um curioso inveterado, e sua curiosidade o transformou em uma das vozes mais influentes do mundo quando o assunto é IA.
Ele esteve no Brasil a convite de Ricardo Natale, CEO do Experience Club, para o jantar do ano da organização, onde pôde explicar um pouco do que enxerga como uma “era de disrupção” sem precedentes na qual estamos prestes a ingressar. Trata-se de compreender, afinal, não apenas como a inteligência artificial irá complementar ou aperfeiçoar o trabalho humano, mas redefini-lo em sua essência.
Uma das mais evidentes transformações diz respeito à substituição de tarefas repetitivas e analíticas por soluções automatizadas. Áreas como marketing, produção industrial, serviços financeiros e direito já estão sendo remodeladas pela IA generativa e pelo aprendizado de máquina. Beacraft prevê que a verdadeira transformação virá quando a inteligência artificial passar a tomar decisões estratégicas em níveis reservados aos executivos.
Isso cria desafios do ponto de vista da regulamentação dessas tecnologias. “Governos e empresas precisam garantir que a IA seja usada para o progresso coletivo, e não para concentrar poder”, ressaltou Beacraft, destacando também que a ausência de diretrizes claras pode amplificar desigualdades e gerar desafios éticos.
Outro nó que precisaremos desatar nos próximos anos diz respeito à redefinição das habilidades humanas num mundo cada vez mais automatizado. Pode-se vislumbrar um mercado que valoriza ainda mais competências como criatividade, empatia e pensamento crítico. Beacraft lembra que as máquinas podem realizar cálculos complexos, mas não conseguem replicar a intuição e a capacidade humana de inovar.
Isso indica caminhos para uma educação mais conectada aos desafios do futuro. Afinal, iremos preparar as próximas gerações para competir com as máquinas ou para liderá-las? A escolha correta requer, por exemplo, que as instituições de ensino priorizem habilidades digitais e incluam ética tecnológica no currículo.
Em suma, o futurólogo americano enfatizou que o sucesso dessa transição para um mundo não dominado, mas mediado pela IA, exige equilíbrio entre inovação e responsabilidade. A tecnologia deve empoderar pessoas, não as ameaçar - ou, nas palavras de Beacraf, “o futuro não é algo que acontece conosco; é algo que construímos”. A IA é uma ferramenta, e cabe a nós, especialmente às lideranças atuais, decidir como utilizá-la.
A passagem de Ian Beacraft pelo Brasil ajudou a esclarecer que o futuro, sobretudo o futuro do trabalho, será moldado, sim, pelas inovações tecnológicas, mas também pelas escolhas humanas. Sua visão, ao fim e ao cabo, é otimista, confiando no poder da inteligência humana (nem um pouco artificial) de navegar no mar de incertezas deste século 21.

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Cláudia Costin defende ensino em tempo integral, mas pede ações complementares do poder público

Cláudia Costin defende ensino em tempo integral, mas pede ações complementares do poder público | Inovação Educacional | Scoop.it

Ex-diretora Global de Educação do Banco Mundial, Cláudia Costin é entusiasta da implantação de ensino em tempo integral em toda a rede pública. A especialista afirma que o Ministério da Educação está “correto” ao priorizar essa política pública.
“É preciso que os estudantes tenham um tempo significativo de formação a fim de que sejam ensinados a pensar, porque estamos vivendo o advento da inteligência artificial (IA), que opera substituindo habilidades cognitivas”, diz Costin.
Em entrevista ao Valor, a fundadora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas (Ceipe-FGV) também elogia o programa Pé-de-Meia, que remunerará estudantes em situação de vulnerabilidade que terminarem o ensino médio. Ela pondera, porém, que a iniciativa tem que estar vinculada com outras políticas pública, pois, caso contrário, a iniciativa “não resolverá” o problema da evasão escolar.
Professora que já lecionou na PUC-SP e no Insper, Costin explica os motivos do baixo desempenho do Brasil em avaliações nacionais e sugere caminhos para possível melhora dos estudantes do país nestas avaliações, sobretudo nas disciplinas de matemática e produção textual.
Para ela, o ensino médio é a etapa da educação básica que precisa de mais atenção dos poderes públicos. Leia abaixo os principais trechos da entrevista.
É preciso que os estudantes tenham tempo significativo de formação, a fim de que sejam ensinados a pensar”
Valor: Educação em tempo integral tornou-se uma das prioridades do Ministério da Educação. Como a senhora avalia essa escolha?
Cláudia Costin: O Brasil está muito atrasado no ensino em turno único, e a questão se tornou urgente. É preciso que os estudantes tenham um tempo significativo de formação, a fim de que sejam ensinados a pensar, porque estamos vivendo o advento da inteligência artificial, que opera substituindo habilidades cognitivas.
Essa agenda do MEC é correta. Além de melhorar a qualidade do ensino e a consequente desigualdade, a educação em tempo integral resolve outros problemas, como o dos professores que encaram jornadas em múltiplas escolas e o da evasão escolar.
Valor: Para alguns, o ensino integral propõe uma reformulação das disciplinas escolares e não apenas uma duplicação da atual grade horária. O que pensa sobre isso?
Costin: Considero uma visão equivocada simplesmente dobrar o horário da grade escolar no turno único. Acredito que precisamos implementar algumas disciplinas. O intelectual Antônio Carlos Gomes da Costa é a minha inspiração nesse tema. Ele idealizou o modelo de ensino médio adotado em Pernambuco, que compreende o aluno como portador de sonhos de futuro. Dessa forma, algumas disciplinas, como Projeto de Vida e Desafios Ambientais, o ajudam nessa jornada. Esses conteúdos preparam os estudantes para os desafios da vida e para a concretização do que almejam. Além disso, necessitamos modificar também a estrutura da aula, que deve ser muito mais mão na massa, porque o aprendizado funciona muito mais quando é vivencial e envolve experimentação.
Valor: Em qual etapa o ensino em horário integral é mais urgente?
Costin: De primeira, a maioria vai pensar que é mais urgente na educação infantil, dada a necessidade de as mães trabalharem. Porém, a educação em horário integral é mais urgente com os adolescentes, que estão na segunda parte do ensino fundamental e no ensino médio. Pois precisa-se garantir que eles não trabalhem. Ao contrário do que alguns dizem, ensino de qualidade demanda dedicação integral. A ideia de ensino médio noturno para adolescentes é cruel, porque estão preparando esses jovens para o trabalho precarizado.
Valor: Outra iniciativa que teve destaque nestes dois anos foi a implementação do programa Pé-de-Meia. Como a senhora o avalia?
Costin: Segundo o pensador Michael Fullan, a transformação na educação pública passa pela construção de uma coerência sistêmica. Ou seja, deve-se adotar ações em várias frentes. Concordo com o intelectual, e, consequentemente, acredito que o Pé-de-Meia sozinho não resolve. Mas este programa pode ter impacto positivo se aplicado junto com o ensino em tempo integral, com o novo ensino médio, e com uma melhor formação dos docentes, por exemplo.
Então, considero a medida correta, porém a aplicação não esteja sendo tomada na velocidade que gostaríamos. Em curto prazo, vejo o Pé-de-Meia fundamental, porque, na pandemia, muitos adolescentes foram trabalhar e se viram, pela primeira vez, levando dinheiro para casa e passando a ter prestígio e poder dentro da família. Com isso, há o risco destes jovens associarem esse cenário a sucesso e abandonarem o estudo.
Valor: A senhora percebe que há uma maior atenção da sociedade brasileira com a educação infantil?
Costin: Acredito que sim, porque essa etapa pode, mais do que as demais, equalizar as diferenças de origem socioeconômica no desempenho escolar futuro, como pensa James Heckman, prêmio Nobel de Economia de 2000. Dessa forma, a educação infantil é muito importante como direito, mas, também, para a construção de equidade. A lei brasileira estabelece que todas as crianças de quatro e cinco anos têm que estar na escola. O objetivo dessa legislação é fortalecer o preparo dessa criança para as etapas posteriores de escolaridade.
Valor: O Brasil continua caminhando mal nas avaliações internacionais de educação. Porém há exceções. Qual a sua avaliação?
Costin: Sem dúvida, há um certo mérito das próprias crianças e jovens que se destacam. Eles aprenderam a ser persistentes em situações muito desafiadoras, porém há, também, um elemento de sorte, como destaca a deputada federal Tábata Amaral (PSB) quando fala de sua trajetória acadêmica. A parlamentar, por exemplo, teve a sorte de ter visibilidade nas Olimpíadas Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), de ter uma professora muito empenhada na escola e depois de ser bolsista em um colégio particular.
Nós temos que ter uma política pública educacional que faça com que os jovens dependam menos de sorte e mais de persistência e resiliência, que são dois atributos que ajudam a superar condições desafiadoras da vida. Então, a política pública tem que ter um olhar inspirado no desenvolvimento de habilidades socioemocionais, além do ensino formal. Pois, dessa forma, o ensino será mais equitativo.
Valor: Na sua opinião, qual o primeiro passo para melhorar a educação no Brasil?
Costin: É fundamental a valorização da profissão de professor. Atualmente, a docência anda pouco atrativa. O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) prova isso. Apenas 2,4% dos estudantes de 15 a 17 anos afirmam que professor é a profissão dos sonhos.
Parte do desprestígio está relacionada ao ensino em tempo parcial, que obriga o profissional a dar aula em várias unidades escolares. Outro problema é a remuneração, embora tenha melhorado com a lei do piso da categoria.
Por fim, há um terceiro fator, que é o mais doloroso, porque a opinião pública e, muitas vezes, a imprensa olham para o professor com pena, não com admiração. Com isso, o professor acaba muitas vezes achando que ele não é digno de ter orgulho de si próprio e das suas práticas.
Coordenei durante muitos anos o prêmio Professor Nota 10. Quando ocorria a premiação, vinham jornalistas entrevistar aqueles professores fantásticos e perguntavam sobre as condições de trabalho. Nunca vi essa questão sendo dirigida à um médico, mesmo que fosse médico de saúde pública. Então, é como se não olhasse para o professor como profissional.
Infelizmente, uma boa parte dos professores que estão nas licenciaturas brasileiras está abaixo da média do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Isso nós temos que mudar, tem que haver uma política de incentivos, mas também de tornar a profissão mais seletiva, pois, quando goza de seletividade, a profissão é mais admirada.
Valor: Por que o Brasil não avança no ensino de matemática?
Costin: Certa vez, uma professora de matemática se dirigiu para alunos recém-chegados à segunda etapa do ensino fundamental e falou: “Olha, sei que matemática é muito chato, é horrível, mas nós temos que aprender, está bem?”. A motivação dos estudantes foi para o espaço nessa cena, concorda? Conto essa história para ilustrar que uma parcela da desmotivação na aprendizagem de matemática parte do próprio sistema educacional.
No Brasil, 73% dos alunos de escolas públicas e particulares estão abaixo do básico em matemática, segundo o último Pisa. Isso ocorre porque não ensinamos matemática para pensar matematicamente. De novo: em tempos de inteligência artificial, não faz sentido nenhum aprender a decorar fórmulas e aplicar em 40 exercícios iguais.
É fundamental ensinar a pensar matematicamente, e o Pisa, particularmente, expõe os alunos a situações que eles ainda não vivenciaram, justamente para saber se eles sabem pensar matematicamente.
A maioria dos professores não foi formada para pensar matematicamente. Aí está a grande dificuldade, pois é muito difícil a gente desenvolver no outro uma competência que não se tem.
Valor: E na produção textual, como melhorar as notas dos estudantes brasileiros, sobretudo os de escolas públicas?
Costin: Quando fiquei à frente da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro implementei uma redação obrigatória a cada dois meses para os alunos. O título era sempre o mesmo: o livro que mais gostei. Pois, além do exercício de redação, a atividade também fazia com que o aluno lesse e criasse demanda por livros da sala de leitura das escolas.
Quando anunciamos a medida, um professor me enviou um e-mail: “Que horas eu corrigirei a redação? Nunca dei essa atividade em escola pública”.
À época, em 2009, professores especialistas tinham 16 horas de contrato, sendo 12 horas em sala de aula, e outras quatro horas para demais atividades, como correção de redação. O pior dessa história é o professor não perceber o que disse, e respondi: “Você acha que o aluno de escola pública não merece aprender redação?”.
Resumo da história: não se exercita redação na rede pública brasileira. No ensino médio, os professores acabam dando porque vai ter Enem, mas a gente não aprende começando nessa etapa. É muito importante que a gente trabalhe produção textual com os alunos, pois se trata de uma habilidade fundamental para a vida adulta.
Valor: A senhora tem esperança de que a educação pública brasileira melhore?
Costin: Se pegarmos os exemplos de Pernambuco, Ceará, e, mais recentemente, Paraíba e Piauí, a educação brasileira está começando a dar certo. Importante ter bons exemplos no próprio país. A educação da Coreia do Sul é muito boa, mas aplicar aquele modelo aqui é difícil, pois é outra cultura.
Além disso, precisamos olhar a educação como política de Estado e não de governo e pensar que a finalidade dessa política pública não é atender os profissionais, mas o cidadão. A finalidade da política pública não é atender a sindicatos, e sim garantir aprendizagem de qualidade para todos.

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December 12, 3:00 PM
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A IA generativa e seu impacto na atuação docente

Neste webinar, NEES, IA.Edu e Fundação Tellescom promovem um debate sobre a Inteligência Artificial e o impacto na atuação dos professores. Também será lançada nota técnica que apresenta um panorama sobre as aplicações dessa tecnologia no ambiente educacional, além de discutir as implicações éticas e práticas para sua implementação.
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December 12, 7:02 AM
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Google Unveils A.I. Agent Based on Gemini 2.0

Google Unveils A.I. Agent Based on Gemini 2.0 | Inovação Educacional | Scoop.it

A ferramenta experimental pode navegar em planilhas, sites de compras e outros serviços antes de agir em nome do usuário do computador.
Hoje, os chatbots podem responder perguntas, escrever poemas e gerar imagens . No futuro, eles também poderão executar tarefas de forma autônoma, como compras on-line, e trabalhar com ferramentas como planilhas.
O Google revelou na quarta-feira um protótipo dessa tecnologia, que pesquisadores de inteligência artificial chamam de agente de IA .
O Google está entre as muitas empresas de tecnologia que constroem agentes de IA. Várias startups de IA, incluindo OpenAI e Anthropic, revelaram protótipos semelhantes que podem usar aplicativos de software, sites e outras ferramentas online.
O novo protótipo do Google, chamado Mariner, é baseado no Gemini 2.0, que a empresa também revelou na quarta-feira. Gemini é a tecnologia central que sustenta muitos dos produtos de IA e experimentos de pesquisa da empresa. Versões do sistema alimentarão o chatbot da empresa de mesmo nome e o AI Overviews, uma ferramenta de busca do Google que responde diretamente às perguntas dos usuários.
“Estamos basicamente permitindo que os usuários digitem solicitações em seus navegadores e que o Mariner tome medidas em seu nome”, disse Jaclyn Konzelmann, gerente de projetos do Google, em uma entrevista ao The New York Times.
Gemini é o que pesquisadores de IA chamam de rede neural — um sistema matemático que pode aprender habilidades analisando enormes quantidades de dados. Ao reconhecer padrões em artigos e livros selecionados da internet, por exemplo, uma rede neural pode aprender a gerar texto por conta própria.
A versão mais recente do Gemini aprende com uma ampla gama de dados, de texto a imagens e sons. Isso pode incluir imagens mostrando como as pessoas usam planilhas, sites de compras e outros serviços online. Com base no que o Gemini aprendeu, o Mariner pode usar serviços semelhantes em nome de usuários de computador.
“Ele pode entender que precisa apertar um botão para fazer algo acontecer”, disse Demis Hassabis, que supervisiona o laboratório central de IA do Google, em uma entrevista ao The Times. “Ele pode agir no mundo.”
O Mariner foi projetado para ser usado “com um humano no circuito”, disse a Sra. Konzelmann. Por exemplo, ele pode encher um carrinho de compras virtual com mantimentos se um usuário estiver em uma aba ativa do navegador, mas ele não vai realmente comprar os mantimentos. O usuário deve fazer a compra.
Sundar Pichai, presidente-executivo do Google, disse em uma postagem de blog que os desenvolvimentos “nos aproximam da nossa visão de um assistente universal”.
O projeto foi desenvolvido como uma extensão para o popular navegador da web do Google, o Chrome, tornando-o uma plataforma importante para as futuras ambições de IA da empresa. Mas esses planos podem enfrentar um revés. O Departamento de Justiça pediu a um juiz federal que obrigasse o Google a vender ou desmembrar o Chrome após uma decisão histórica de que o mecanismo de busca da empresa é um monopólio ilegal.
Há outros desafios também. A Sra. Konzelmann reconheceu que, assim como outros chatbots, o Mariner comete erros. Como esses sistemas operam de acordo com padrões encontrados em grandes quantidades de dados, às vezes eles dão errado. Os erros que os chatbots cometem ao gerar texto às vezes passam despercebidos, mas os erros são mais problemáticos quando os sistemas estão tentando usar sites e realizar outras ações.
“É sempre preciso? Ainda não”, disse a Sra. Konzelmann. “Ainda é uma tecnologia experimental.”
O Google está compartilhando o Mariner com um pequeno número de testadores fora da empresa, mas ainda não compartilhou planos para um lançamento mais amplo.
Na quarta-feira, a empresa também exibiu uma nova versão do Project Astra, um assistente digital para smartphone que responde a imagens e texto, bem como a comandos verbais. Como a tecnologia revelada pela OpenAI no início deste ano, o Astra é uma versão mais poderosa de um assistente digital como o Siri da Apple.
Ele também ainda não está disponível para o público em geral.

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December 12, 4:44 AM
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Mercado brasileiro de ‘data centers’ está atraindo investidores estrangeiros

Mercado brasileiro de ‘data centers’ está atraindo investidores estrangeiros | Inovação Educacional | Scoop.it
Investidores estrangeiros, incluindo grandes fundos globais, estão participando ativamente de processos para a compra de centros de dados no país. Há crescente demanda por infraestrutura de dados combinada a uma intenção de diversificação de investimentos. O Brasil, que tem disponibilidade de energia para operar “data centers”, está na mira desses investidores, em operações bilionárias que já estão começando a sair do papel. O setor cresce a uma taxa de dois dígitos por ano.
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December 11, 2:56 PM
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Como o ensino técnico pode ajudar a melhorar a qualificação e aumentar a produtividade

Como o ensino técnico pode ajudar a melhorar a qualificação e aumentar a produtividade | Inovação Educacional | Scoop.it
A educação profissional e tecnológica pode ser oferecida em nível médio e hoje o Brasil possui 2,4 milhões de alunos nesta modalidade, de acordo com o Censo Escolar 2023. Especialistas acreditam que, se houver um esforço conjunto entre governos, sociedade civil e setor produtivo, é possível expandir a modalidade que garante qualificação profissional em curtos períodos e ajudar a diminuir o estigma que ainda existe.
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December 11, 2:33 PM
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8 estratégias de aprendizagem ativa com foco em soft skills

8 estratégias de aprendizagem ativa com foco em soft skills | Inovação Educacional | Scoop.it
Descubra 8 estratégias de aprendizagem ativa para desenvolver as principais habilidades sociais e aumentar a empregabilidade de seus alunos. 
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December 11, 1:06 PM
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Are Micro-Credentials Valuable for Students? Perspective on Verifiable Digital Credentials | SN Computer Science

Higher education institutions are investing more and investigating digital credentials as proof of learning upon completion of learning offerings, such as micro-credentials. Understanding what value these digital credentials hold for learners and what enables the learners to use digital credentials will help higher education institutions focus their efforts. Although there is research available on value of micro-credentials, there is a huge research gap in understanding the value of digital credentials and the metadata that can be included, especially from learner perspective. To address this gap, we conducted a qualitative analysis study with interviews of learners and administrators in higher education institutions. This study contributes to (1) what value do learners perceive of digital credentials, (2) what value digital credentials have compared to other forms of recognition, such as paper certificates, and (3) what factors enable greater adoption of digital credentials by learners. In terms of practice, our findings help higher education institutions in evaluating the use of digital credentials not only for micro-credentials but also extend them to other learning offerings.
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December 11, 9:30 AM
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O poder da direção na transformação digital universitária

O poder da direção na transformação digital universitária | Inovação Educacional | Scoop.it
Transformação digital: movimento envolve pessoas, cultura e estratégia, alicerçado em valores e objetivos institucionais
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