Inovação Educacional
601.1K views | +12 today
Follow
 
Scooped by Inovação Educacional
onto Inovação Educacional
Today, 2:13 PM
Scoop.it!

IBGE | Biblioteca

A publicação que tem como objetivos
sistematizar e apresentar um conjunto de informações relacionadas à realidade
social do País. Para tal, a partir de temas estruturais de grande relevância, são
delineadas as principais características observadas nos diferentes grupos
populacionais considerados, sob a perspectiva das desigualdades sociais.
Nesta edição, os temas estão organizados em três eixos fundamentais e
complementares: Estrutura econômica e mercado de trabalho; Padrão de vida e
distribuição de rendimentos; e Educação. Cabe destacar, adicionalmente, a
exploração de novas abordagens em relação aos volumes anteriores, como as
características do mercado de trabalho por grandes grupos ocupacionais, a
inserção das pessoas idosas (60 anos ou mais de idade) no mercado de trabalho,
além de um tópico de estudo sobre trabalhadores pobres, também conhecidos
como working-poor na literatura internacional.
No comment yet.
Inovação Educacional
Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
Your new post is loading...
Your new post is loading...
Scooped by Inovação Educacional
September 10, 2024 9:19 AM
Scoop.it!

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler | Inovação Educacional | Scoop.it

O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa?
Luciano Sathler
É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais
As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática.
Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing.
O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais.
Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho.
A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados.
A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar.
No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes.
Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador".
Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante.
Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos.
Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:45 PM
Scoop.it!

O custo humano dos sonhos cósmicos das grandes empresas de tecnologia

Imagine olhar para o céu noturno e notar novas constelações, apenas para descobrir que elas são formadas por data centers. Isso pode parecer ficção científica, mas o Google anunciou planos para tornar isso realidade já a partir de 2027. O custo de construção desses data centers na Terra já chega a dezenas de milhões a mais de dois bilhões de dólares cada.

Com um faturamento diário estimado entre US$ 960 milhões e US$ 973 milhões, o Google tem recursos suficientes para realizar esse projeto. Enquanto isso, outras gigantes da tecnologia estão prontas para seguir o exemplo, caso desejem. A Meta fatura cerca de US$ 450 milhões por dia, e a OpenAI gera aproximadamente US$ 33 milhões. Este ambicioso projeto seria apenas uma gota em um oceano.

Agora, imagine um mundo onde as grandes empresas de tecnologia remuneram trabalhadores do mundo todo com salários dignos e oferecem benefícios de saúde. Essa versão não parece tão improvável, mas infelizmente é. O governo dos EUA permite que as grandes empresas de tecnologia terceirizem os piores empregos para países do Sul Global, pagando salários irrisórios sem fiscalização ou consequências. Não há obrigação de oferecer assistência médica ou contratos formais. Nesse cenário, o lucro é rei, mesmo que isso comprometa a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.

Embora alguns argumentem que empresas como a Meta estão criando empregos para aqueles que mais precisam, por que deveríamos aceitar condições de trabalho precárias nessa área quando as rejeitamos em outros lugares? Por que priorizar bilhões para a colonização espacial em vez de apoiar os trabalhadores que tornam esse sonho possível?

Durante uma pesquisa sobre o trabalho humano envolvido na construção de sistemas de IA, conheci Jane, um pseudônimo para proteger sua identidade e garantir sua segurança no trabalho. Ela é moderadora de conteúdo no Quênia. Trabalha em um galpão disfarçado de escritório, ganhando apenas US$ 14 por dia por longas horas dedicadas a visualizar e sinalizar conteúdo perturbador. Jane e outras pessoas como ela passam seus dias de trabalho assistindo, etiquetando e removendo vídeos e imagens que contêm violência física, agressão sexual, abuso infantil, crueldade contra animais e todas as piores coisas que existem no mundo, antes que cheguem aos nossos olhos e ouvidos.

Jane não recebe assistência médica, assistência psicológica, pagamento de horas extras ou um contrato de trabalho padrão. Ela não tem permissão para discutir seu salário ou trabalho com seus colegas. Se lhe pedirem para trabalhar além de suas oito horas semanais, ela pode optar por trabalhar sem receber horas extras ou perder o emprego. Acordos de confidencialidade impedem Jane e seus colegas de buscarem apoio de familiares, amigos e profissionais de saúde mental. As consequências por violar o acordo de confidencialidade são severas e frequentemente resultam em retaliação.

Em contraste, um pacote típico de benefícios para funcionários da Meta nos EUA inclui assistência médica, folgas generosas, dias de férias, auxílio para bem-estar, apoio à saúde mental e até mesmo refeições gratuitas no local de trabalho.

A infraestrutura da internet não é construída apenas com aço, código e fibra óptica. Ela também depende muito do trabalho de pessoas como Jane, que realizam tanto para que o resto de nós possa navegar em nossos feeds sem pensar duas vezes. Elas merecem não apenas um salário e benefícios adequados, mas também nossa gratidão.

As empresas de tecnologia querem que acreditemos em um mundo regido por magia. Por enquanto, porém, dependemos muito de inúmeras pessoas anônimas que treinam sistemas, rotulam conteúdo e gerenciam dados. Se permitirmos que a exploração se torne a norma, a tecnologia da qual todos desfrutamos continuará a ser obtida à custa do sofrimento humano.

Os governos precisam agir imediatamente, e a sociedade precisa assumir sua parcela de responsabilidade. Os legisladores devem responsabilizar as grandes empresas de tecnologia, aplicando padrões trabalhistas justos em todo o mundo. Os consumidores devem exigir transparência das empresas de tecnologia e comprar de empresas éticas.

Se as grandes empresas de tecnologia têm orçamento para construir centros de dados a 640 quilômetros acima da superfície da Terra, certamente têm orçamento para remunerar adequadamente seus trabalhadores em terra. As grandes empresas de tecnologia não podem alegar estar construindo o futuro enquanto exploram aqueles que o mantêm funcionando. Antes de nos aventurarmos no espaço, devemos garantir que indivíduos em terra, como Jane, tenham condições de trabalho justas e adequadas.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:43 PM
Scoop.it!

How robots can learn to follow a moral code

How robots can learn to follow a moral code | Inovação Educacional | Scoop.it
A person with a burning need to know whether the video game Doom is compatible with the values taught in the Bible might once have had to spend days studying the two cultural artefacts and debating the question with their peers. Now, there’s an easier way: they can ask AI Jesus. The animated artificial intelligence (AI) chatbot, hosted on the game-streaming platform Twitch, will explain that the battle of good versus evil depicted in Doom is very much in keeping with the Bible, but the violence of the battle might be somewhat questionable.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:41 PM
Scoop.it!

AI is vulnerable to attack. Can it ever be used safely?

AI is vulnerable to attack. Can it ever be used safely? | Inovação Educacional | Scoop.it
The models that underpin artificial-intelligence systems such as ChatGPT can be subject to attacks that elicit harmful behaviour. Making them safe will not be easy.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:39 PM
Scoop.it!

Ready or not, the digital afterlife is here

Ready or not, the digital afterlife is here | Inovação Educacional | Scoop.it
Developers of griefbots say that they help people by allowing them to commune with recreations of the dead, but others say that the technology is fraught with danger.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:32 PM
Scoop.it!

Taxa de pobre e rico se inverte da pré-escola à faculdade 

Taxa de pobre e rico se inverte da pré-escola à faculdade  | Inovação Educacional | Scoop.it
Por outro lado, o grupo de 20% da população brasileira com maior rendimento representava 3,6% dos estudantes da rede pública na pré-escola e 28% dos alunos de universidades públicas. Em 2023, essa parcela mais rica era 29,1% dos matriculados nas faculdades públicas.

No universo das instituições particulares, os mais ricos compunham 37,9% da rede privada de pré-escola e 34% das universidade privadas.

Em números absolutos, havia 2,4 milhões de estudantes de universidades públicas e 6,9 milhões em universidades privadas em 2024.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:19 PM
Scoop.it!

Relatório de difusão da IA: onde a IA é mais usada, desenvolvida e construída

Relatório de difusão da IA: onde a IA é mais usada, desenvolvida e construída | Inovação Educacional | Scoop.it

A história do progresso humano é, em muitos aspectos, a história da difusão das tecnologias. Entre esses avanços, alguns — o que economistas chamam de tecnologias de uso geral — tiveram o maior impacto na humanidade. A prensa tipográfica democratizou o conhecimento. A máquina a vapor impulsionou a indústria. A eletricidade transformou a vida cotidiana e viabilizou a computação. E a internet conectou o mundo, acelerando a troca de ideias, o comércio e a colaboração além das fronteiras.
Cada uma dessas tecnologias transformou a sociedade não apenas pela invenção, mas pela difusão — a maneira como milhões de pessoas passaram a integrar essas tecnologias em suas vidas, trabalhos e aprendizado.
A inteligência artificial é a próxima grande tecnologia de uso geral — e a tecnologia que mais rapidamente se espalhou na história humana. Em menos de três anos, mais de 1,2 bilhão de pessoas já utilizaram ferramentas de IA, uma taxa de adoção mais rápida que a da internet, do computador pessoal ou mesmo do smartphone. Contudo, assim como outras tecnologias de uso geral anteriores, seus benefícios não estão se espalhando de forma igualitária. O uso de IA no Norte Global é aproximadamente o dobro do registrado no Sul Global. Sem esforços específicos, essa diferença definirá quem se beneficiará da IA nas próximas décadas.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:15 PM
Scoop.it!

Apagão Docente e o Paradoxo da Pós-Graduação: o Brasil que precisa de professores, mas bloqueia sua formação

Apagão Docente e o Paradoxo da Pós-Graduação: o Brasil que precisa de professores, mas bloqueia sua formação | Inovação Educacional | Scoop.it
A situação torna-se ainda mais dramática nas regiões periféricas e no interior do país, onde a escassez de professores é um problema histórico e estrutural. Segundo dados do INEP, mais de 40% das aulas no Ensino Fundamental II e 34% no Ensino Médio são ministradas por profissionais sem formação específica na disciplina lecionada. Esse não é apenas um problema de cobertura, mas de comprometimento severo da qualidade do ensino. A previsão da UNESCO de um déficit global de 44 milhões de professores até 2030, sendo 3,2 milhões apenas na América Latina e Caribe, apenas reforça a dimensão do desafio.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:11 PM
Scoop.it!

Research Brief November - What's New in Learning Science?

Research Brief November - What's New in Learning Science? | Inovação Educacional | Scoop.it
This comprehensive report addresses the global literacy crisis, noting that 70% of ten year old children in low and middle income countries (LMICs) cannot read and understand a simple text. It argues this is primarily a crisis of instruction, caused by a failure to use teaching methods proven by research. The report synthesises over 120 studies from LMICs and confirms that the core principles of effective reading instruction, often called the “Science of Reading”, are universal. It identifies six essential, interconnected skills that must be taught: oral language, phonological awareness, systematic phonics, reading fluency, reading comprehension, and writing. The authors conclude that these skills must be taught explicitly (modelled directly by the teacher), systematically (in a logical, planned sequence), and comprehensively (all six skills must be addressed) .
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:00 PM
Scoop.it!

Governo diz que conectará 100% das escolas até fim de 2026

O governo federal pretende antecipar algumas das metas previstas em edital, visando a universalização da telefonia móvel. A expectativa é que, no caso das escolas públicas, 100% tenham acesso à internet até o final de 2026, informou, nesta terça-feira (2), o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido, em Brasília, pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 1:46 PM
Scoop.it!

DigComp 3.0: European Digital Competence Framework

DigComp 3.0: European Digital Competence Framework | Inovação Educacional | Scoop.it
DigComp 3.0 is the fifth edition of the European Digital Competence Framework for Citizens. It describes knowledge, skills and attitudes that are needed to be digitally competent for daily life, participation in society, working and learning. The framework is technology-neutral and is designed to be tailored and adapted for a variety of purposes in education, training and employment contexts. The framework update reflects rapid digital technological developments that have occurred since 2022 and which have wide-ranging implications for digital competence. DigComp 3.0 includes new learning outcomes which provide a more granular view of digital competence than previously, as well as the systematic and transversal integration of AI across the framework. It supports EU policies and initiatives on digital skills (such as the Union of Skills and the Digital Decade Policy Programme) and the societal and economic implications of the digital transformation (such as the AI Continent Action Plan and the European Strategy for a Better Internet for Kids). It is intended for individuals and organisations, whether local, regional, national, European or international, who share the common goal of understanding and identifying digital skills needs and supporting their development.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 2, 5:44 PM
Scoop.it!

O nascimento do obsoletariado

O nascimento do obsoletariado | Inovação Educacional | Scoop.it

A esperada irrelevância econômica de milhões anuncia surgimento de classe que nenhuma teoria consegue explicar
Desvinculação educacional, produtiva e sociorrelacional entre grupo que não estuda nem trabalha é prenúncio da categoria
O declínio da República Romana começou no século 2 a.C., quando a escravidão em massa passou a operar como uma forma primitiva de automação. O imenso afluxo de cativos após as Guerras Púnicas permitiu à elite senatorial consolidar latifúndios de escala industrial, contra os quais o pequeno agricultor, pilar da vida cívica romana, não conseguia competir.
Economicamente esvaziado, mas politicamente decisivo, esse indivíduo empurrou o Estado a adotar a Cura Annonae, um regime de sustento sem trabalho que trouxe forte senso de inutilidade e corroeu a estabilidade institucional da República.
A dinâmica que destruiu a classe média romana parece ressurgir no horizonte da substituição do trabalho intelectual pela inteligência artificial, com aceleração prevista para meados da próxima década.
Caso essa tendência se confirme, milhões de profissionais podem ser expurgados do mercado de trabalho, abrindo espaço para uma nova categoria social: o obsoletariado, com potencial para fomentar uma era de populismo hiperpolarizado em torno de promessas de salvação.
Indicativos da sua presença surgem entre os NEETs, o contingente de crescimento acelerado que não estuda nem trabalha formalmente e que, ao chegar à vida adulta, tampouco forma família e novos círculos de amigos.
Essa combinação de desvinculação educacional, produtiva e sociorrelacional é um prenúncio do obsoletariado: indivíduos deslocados da economia ativa que se veem cada vez mais isolados e dependentes.
A carência será prática, mas também ideológica. Há quase 150 anos, discursos sobre a desigualdade apoiam-se na dicotomia entre capital e trabalho para afirmar que a fonte primária do mal-estar é a superexploração da força humana para a geração da riqueza alheia.
Em contraste, o obsoletariado decorre da perda de interesse empresarial pelo esforço humano como fator produtivo, colocando em xeque o arcabouço intelectual de onde tradicionalmente emerge a contestação do sistema econômico.
Vale notar que o único modelo político-econômico atualmente relevante sobre as transformações do universo digital é o tecnofeudalismo, que parte da ascendência das redes sociais e marketplaces alimentados por cliques não remunerados para sustentar que vivemos o ocaso do capitalismo. Ocorre que a tendência observada vai na direção oposta.
As plataformas investem somas bilionárias para eliminar a dependência dos cliques como fonte de informação, deslocando o centro de eficiência para sistemas autônomos de recomendação e venda fora dos antigos feudos digitais.
Enquanto Varoufakis afirma que essas empresas restauram a servidão, elas avançam para tornar essa forma de trabalho gratuito irrelevante, empurrando a teoria para o limiar da obsolescência.
Os intelectuais liberais tampouco estão livres de apuros diante de um cenário em que o consumo já não se sustenta pelos salários, a meritocracia se esvazia, o intervencionismo se espalha pelo Ocidente e a China emerge como a grande geradora de patentes tecnológicas.
Esses fatores indicam que o obsoletariado tende a criar vácuos ideológicos consonantes às suas necessidades práticas e afetivas. O desafio intelectual das democracias será absorver esses vácuos antes que eles as absorvam, como foi em Roma, sob a pressão do desespero.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 2, 5:40 PM
Scoop.it!

O absurdo dos supersalários 

O absurdo dos supersalários  | Inovação Educacional | Scoop.it
Juízes federais recebem, já com gratificações e verbas indenizatórias acima do teto, mais de 40 vezes a renda média do brasileiro —e há casos documentados de contracheques superiores a R$ 600 mil em um único mês.

Mas foi apenas com a recente divulgação e organização dos dados de contracheques que se construiu um raio-x preciso do custo desses pagamentos. A partir de uma amostra de quatro milhões de servidores ativos e inativos do Executivo, do Judiciário, do Ministério Público, do Legislativo, do TCU e da Defensoria Pública, um estudo finalmente colocou valor nesse desvio institucional: R$ 20 bilhões por ano pagos acima do teto constitucional.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 3:48 PM
Scoop.it!

Jovens priorizam salário, autonomia e chance de crescer na hora de escolher um emprego

As novas gerações priorizam cada vez mais autonomia, remuneração e o propósito da vaga para definir seu futuro trabalho. Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Social da Indústria (Sesi), que ouviu quase 2 mil jovens de 14 a 29 anos em todo o Brasil. 

“A geração atual dá um valor maior para o protagonismo e para o propósito que eles têm em relação ao futuro e à carreira”, afirma Felipe Morgado, superintendente de educação profissional e superior do Senai. Salário, crescimento profissional e benefícios complementares são fatores determinantes na escolha de uma vaga pelos jovens. De acordo com a pesquisa, 41% vê o salário como fator primário na hora de pesquisar a vaga. Em segundo lugar, aparecem as possibilidades de crescimento (21%) e os benefícios complementares, com (20%). “Confirmamos que já vem sendo visto há alguns anos. A remuneração ainda é algo decisivo”, afirma Morgado.  
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:44 PM
Scoop.it!

Synthetic data could be better than real data

Synthetic data could be better than real data | Inovação Educacional | Scoop.it
Machine-generated data sets have the potential to improve privacy and representation in artificial intelligence, if researchers can find the right balance between accuracy and fakery.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:42 PM
Scoop.it!

Are robots the solution to the crisis in older-person care?

Are robots the solution to the crisis in older-person care? | Inovação Educacional | Scoop.it
Social robots that promise companionship and stimulation for older people and those with dementia are attracting investment, but some question their benefits.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:40 PM
Scoop.it!

Robots demonstrate principles of collective intelligence

Robots demonstrate principles of collective intelligence | Inovação Educacional | Scoop.it
Lessons from developmental biology can be used to guide the behaviour of robot swarms.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:35 PM
Scoop.it!

The future of AI

The future of AI | Inovação Educacional | Scoop.it

To find out, Nature spoke to six people at the forefront of AI development — people who are driving the technology’s development and adoption, and those who are preparing society to adapt to its rapid rise.
In this video series, they describe their greatest ambitions for the technology, their expectations of where and how it will be adopted in the coming years, and their concerns for the future.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:25 PM
Scoop.it!

8,6 milhões de pessoas saíram da pobreza entre 2023 e 2024

8,6 milhões de pessoas saíram da pobreza entre 2023 e 2024 | Inovação Educacional | Scoop.it
Extrema pobreza seria quase três vezes maior sem programas sociais

Na hipótese de não existirem os benefícios de programas sociais, a extrema pobreza teria sido 6,5 pontos percentuais (p.p.) maior: de 3,5% para 10,0% de pessoas extremamente pobres na população do país. A ausência dos programas sociais governamentais também elevaria a proporção de pessoas pobres na população de 23,1% para 28,7%.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:17 PM
Scoop.it!

A falta que faz o Ensino Superior aos maiores influenciadores do Brasil

A falta que faz o Ensino Superior aos maiores influenciadores do Brasil | Inovação Educacional | Scoop.it
A maioria atraiu a atenção do público brasileiro e alcançou projeção nacional sem universidade, movimentando bilhões em publicidade e negócios próprios. Sem um curso superior específico, dificilmente é desenvolvido um senso crítico aliado a visões de negócios que possibilitem gerenciamento de crise, olhar apurado para soluções e formação técnica para conhecimento da área de atuação.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:13 PM
Scoop.it!

IBGE | Biblioteca

A publicação que tem como objetivos
sistematizar e apresentar um conjunto de informações relacionadas à realidade
social do País. Para tal, a partir de temas estruturais de grande relevância, são
delineadas as principais características observadas nos diferentes grupos
populacionais considerados, sob a perspectiva das desigualdades sociais.
Nesta edição, os temas estão organizados em três eixos fundamentais e
complementares: Estrutura econômica e mercado de trabalho; Padrão de vida e
distribuição de rendimentos; e Educação. Cabe destacar, adicionalmente, a
exploração de novas abordagens em relação aos volumes anteriores, como as
características do mercado de trabalho por grandes grupos ocupacionais, a
inserção das pessoas idosas (60 anos ou mais de idade) no mercado de trabalho,
além de um tópico de estudo sobre trabalhadores pobres, também conhecidos
como working-poor na literatura internacional.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 2:09 PM
Scoop.it!

The Illusion of Learning: The Danger of Artificial Intelligence to Education

The Illusion of Learning: The Danger of Artificial Intelligence to Education | Inovação Educacional | Scoop.it
A quarter century later, we face the same issue on steroids. Artificial intelligence has made “looking it up” obsolete. Why bother? ChatGPT—or whatever model you prefer—doesn’t just find information; it synthesizes, evaluates, and presents it in tidy, authoritative paragraphs, ready to be cut, pasted, and submitted for grading. What Hirsch feared might happen to students who relied too heavily on search engines pales next to the complacency invited by AI, which offers the illusion of mastery without the work of learning. It allows both students and teachers to skip the hard part—the thinking.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 1:59 PM
Scoop.it!

When Educational Futures Are Being Built Without Us

When Educational Futures Are Being Built Without Us | Inovação Educacional | Scoop.it

We can build different futures - ones where generative AI genuinely supports rather than replaces human teaching, where efficiency serves learning rather than learning serving efficiency, where educational institutions maintain authority over how technology shapes learning environments.
But this requires educators to do more than react to tools others build. It demands that institutions proactively articulate educational values clearly enough to guide technological development, push back against implementations that undermine those values, and insist that innovation should always serve an educational purpose rather than expecting education to adapt to innovation.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 7:47 AM
Scoop.it!

AI Pedagogy Project: aprendizagem crítica sobre IA, com IA

AI Pedagogy Project: aprendizagem crítica sobre IA, com IA | Inovação Educacional | Scoop.it
Desenvolvido pelo metaLAB do Berkman Klein Center for Internet & Society da Universidade Harvard, o projeto conta com prestígio institucional e com o conhecimento de quem conhece Educação em primeira mão. Liderado por Sarah Newman, Diretora de Arte & Educação do laboratório, o projeto foi desenvolvido por uma equipe de outros pesquisadores e estudantes. A premissa: equilibrar rigor acadêmico com sensibilidade pedagógica.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 2, 5:41 PM
Scoop.it!

Albert Sabin e Vital Brazil são vendidos a grupo britânico

Albert Sabin e Vital Brazil são vendidos a grupo britânico | Inovação Educacional | Scoop.it
O ISP (International Schools Partnership) anunciou nesta segunda-feira (1º) a compra da operação do Grupo Godoi, conglomerado educacional que inclui os colégios Albert Sabin, AB Sabin e Vital Brazil. Não foram informados os valores envolvidos no negócio.

De acordo com a companhia, o aval da operação será submetido ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e, enquanto o órgão não emitir decisão, ISP e Godoi seguem operando de maneira independente.


Atividades no colégio Vital Brazil, em São Paulo - Jardiel Carvalho -21.ago.24/Folhapress
"Os fundadores das escolas continuarão à frente da direção, garantindo a continuidade e perpetuação dos valores institucionais que as caracterizam", disse Santuza Bicalho, diretora geral da ISP à Folha.

Se o negócio for aprovado pelo Cade, o ISP passará a ter mais de 12 mil alunos no país, todos em São Paulo. Atualmente, integram o portfólio da companhia o BIS (Brazilian International School), a Escola Bilíngue Aubrick, a Escola Internacional de Alphaville e a rede Progresso Bilíngue, que atua em cidades do interior paulista.

"A ISP está sempre avaliando oportunidades de crescimento no Brasil, e enxerga no país um excelente mercado, com grande potencial. Trabalharemos com apoio ao crescimento orgânico das escolas e permanecemos avaliando novas oportunidades de investimento", afirmou.

1 9
Como estudar para vários vestibulares ao mesmo tempo

A preparação para o vestibular é um desafio para grande parte dos estudantes. Muitos precisam se organizar para enfrentar diferentes provas Lucas Seixas/FolhapressMAIS

LEIA MAIS

VOLTARFacebookWhatsappXMessengerLinkedinE-mailCopiar link
Carregando...
Fundado em 2013, o conglomerado britânico é avaliado em mais de US$ 8 bilhões (R$ 43 bilhões) e é controlado por um conjunto de fundos de investimento liderados pelo Partners Group, Omer e o CVC Strategic Opportunities, que adquiriu 20% da operação em outubro.

Apontados em rankings como algumas das escolas que mais exportam alunos para universidades públicas no país, os centros educacionais do Grupo Godoi integram a elite do ensino em São Paulo. Levantamento da Folha com base nos resultados do Enem 2024 aponta o Vital Brazil no top 50 no país, sendo a 8ª melhor de São Paulo, e o Albert Sabin como a 66ª melhor nacionalmente (13ª no estado).
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 2, 5:40 PM
Scoop.it!

Quem irá conter o Supremo?

Quem irá conter o Supremo? | Inovação Educacional | Scoop.it
Em alguns casos isso é obviamente falso. Tanto a decisão de levar o caso para a primeira turma —em vez do plenário— e a decisão de Moraes de não se declarar impedido para julgar o caso são decisões frequentemente apontadas como abusivas. Independentemente de se a crítica é correta ou não, elas foram irrelevantes para o resultado final. Os golpistas terminariam condenados de qualquer jeito. Mas e sem os inquéritos de ofício, mantidos durante a longa omissão da PGR? Sem eles, haveria a denúncia e o caso? Talvez nunca saibamos.

Mais relevante do que julgar o passado é consertar o que está errado para o futuro. E aqui há pelo menos três frentes em que o Supremo precisa se corrigir, se conter —ou ser corrigido e ser contido.

A primeira são as penas duríssimas dadas aos invasores do 8 de Janeiro, maiores que as de assassinos e estupradores. Maiores aliás do que as de diversos condenados dos núcleos da trama golpista, supostamente os planejadores e responsáveis de quem os invasores foram mera massa de manobra.

colunas
Receba no seu email uma seleção de colunas da Folha


Carregando...
O segundo são os inquéritos de ofício do Supremo, que seguem abertos muito depois que todos os fatos que eles supostamente queriam investigar já se encerraram. Já deveriam ter sido encerrados; que o sejam agora.

O terceiro é a suspensão de contas de redes sociais como medida cautelar por conta de alguma opinião indevida. Decisões monocráticas, liminares, tomadas de forma sigilosa e por prazo indeterminado, seja pelo STF ou pelo TSE. Ninguém nem sabe exatamente quantas pessoas estão sem acesso a suas redes. É verdade que as censuras parecem ter parado —embora seja impossível sabê-lo ao certo devido ao sigilo—, mas a possibilidade de que possam voltar no futuro é grave. Ano que vem teremos eleições novamente; a censura correrá solta?

Pela filosofia política clássica, a capacidade de um líder de se autoconter é a principal virtude no exercício do poder. É o que diferencia o rei do tirano. Sabemos, contudo, que é rara. Por isso uma constituição política estável depende de equilíbrio entre Poderes, de modo que um atue sobre outro.

Não é de hoje que se espera uma autocontenção do Supremo. A promessa vem desde o início do mandato de Barroso como presidente. Se ela não vier, quem pode conter o Supremo por fora é o Congresso, seja pela votação de novos ministros com mentalidade diferente, pelo impeachment dos atuais ou por PECs que mudem as atribuições da corte. Na ausência da autocontenção, ele não deve se furtar de agir.
No comment yet.