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Inovação Educacional
September 10, 9:19 AM
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O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa? Luciano Sathler É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática. Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing. O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais. Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho. A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados. A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar. No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes. Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador". Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante. Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos. Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano. O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.
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Today, 6:03 AM
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Estudo revela que manter crianças por mais tempo no ambiente escolar ajuda mães a ter maior participação no mercado de trabalho
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Today, 6:02 AM
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Cresce procura por escolas bilíngues e por aquelas que oferecem ensino em tempo integral; veja vantagens
Estudar em uma escola bilíngue oferece diversas vantagens para crianças e adolescentes. A mais conhecida é o domínio de uma língua estrangeira. Seja ela o inglês, o alemão ou o francês, entre outras, o ambiente imersivo ajuda a ampliar o conhecimento de outro idioma.
Mas não para por aí. Jovens que estão matriculados nesse tipo de colégio podem usufruir de outros benefícios: aumento do repertório cultural, convivência com crianças de culturas diferentes, estímulo ao sistema cognitivo.
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Inovação Educacional
Today, 5:58 AM
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Para mitigar o impacto da medida, instituições fizeram mudanças em seus processos de admissão, implementando políticas que focam a classe social, como iniciativas para atrair alunos de áreas rurais e programas que preveem isenção de mensalidade para estudantes de baixa renda.
Mas o efeito dessas novas políticas não está claro. Em paralelo, grupos conservadores já questionam as universidades que conseguiram manter o percentual de alunos negros e hispânicos, sugerindo que algumas instituições podem ter burlado a determinação da Suprema Corte.
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Inovação Educacional
Today, 5:55 AM
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"A gente está vivendo uma crise dos limites. Os pais se sentindo muito desautorizados, muito desprestigiados, incapazes de pôr limite nos filhos", afirma a psicanalista Vera Iaconelli em seu curso na recém-lançada CasaFolha.
A situação, diz ela, é inédita. "Os pais dos anos 50 e 60 erravam um monte, mas estavam fazendo aquilo que achavam que valia. Hoje, os pais não têm nem a convicção para errar."
Autora dos livros "Criar Filhos no Século XXI" e "Manifesto Antimaternalista", entre outros, Iaconelli analisa na CasaFolha diversas questões relacionadas a esse fenômeno e aponta algumas causas —entre as quais a busca cada vez mais frequente por manuais e 'coaches' de parentalidade.
"Não tem nada mais destrutivo da parentalidade do que o especialista entrar no lugar de alguém que vai dizer 'como faz' para você. Porque ele te desautoriza e, se você estiver sem o manual, sem o especialista, você não sabe quem você é", afirma a psicanalista em uma de suas aulas.
Com mais de 30 anos de experiência e doutora em psicologia pela USP, ela diz que o recurso ao especialista até pode ser bem-vindo, desde que ele não trate pais e filhos como figuras genéricas que só precisam reproduzir uma cartilha.
A crítica pode soar como paradoxo ao ser enunciada por alguém que tem um curso chamado "Criar filhos no século 21" dentro da CasaFolha, uma plataforma de streaming da Folha com aulas exclusivas.
Sua proposta, contudo, é justamente fazer uma discussão para permitir que pais, mães e cuidadores em geral possam se colocar em um lugar de mais autorização. "Não uma autorização que vai ser dada pelo curso", diz ela, "mas que cada um vai reconhecer em si a partir do momento em que começar a refletir sobre seu verdadeiro lugar ao lado dessas pessoas [filhos e filhas]."
Todas as aulas de Iaconelli já estão disponíveis para assinantes em casafolhasp.com.br. A iniciativa começou com dez cursos completos de personalidades de destaque em diversas áreas, e novos conteúdos serão incluídos todos os meses.
A partir da próxima quinta-feira (17), por exemplo, a plataforma terá dois novos cursos: "Criando marcas de valor", com a multiempresária Natalia Beauty, e "O potencial do cérebro", com a neurocientista Suzana Herculano-Houzel.
SAIBA COMO É O CURSO DA VERA IACONELLI São 11 aulas dentro da CasaFolha
Aula 1 - Introdução Aula 2 - Desafios da parentalidade Aula 3 - O mito do instinto materno Aula 4 - Crítica ao maternalismo Aula 5 - O que muda com a chegada dos filhos Aula 6 - Primeiros dias Aula 7 - A importância dos limites Aula 8 - Crise da adolescência Aula 9 - Internet Aula 10 - A hora de sair de casa Aula 11 - O que é essencial na criação Iaconelli, que é colunista da Folha, argumenta em uma de suas lições que o problema da desautorização aparece na hora em que é preciso negar algo a uma criança e estabelecer certas regras.
"Vêm milhões de teorias sobre a importância de não contrariar, de o filho não ficar traumatizado, não sofrer." Ao mesmo tempo, surgem dúvidas sobre o próprio papel dos pais e das mães: "quem sou para botar limite?", "eu também erro", "eu tenho que explicar tudo para ele".
Para a psicanalista, esse tipo de comportamento fere a lógica das gerações. "Você tem quase que uma criança sendo questionada sobre como ela própria quer ser educada. Como se ela tivesse condição de responder isso."
De acordo com Iaconelli, por trás dessa dificuldade está o que ela chama de "fantasia de performance": pais e mães têm tamanha preocupação com a eficiência no desempenho de suas funções que nem tentam nada diferente da cartilha, pois não se permitem errar. Como se fosse possível não errar.
Como resultado, eles hesitam —e a criança percebe. Se existem brechas nas regras, se falta convicção aos pais, a criança não para de insistir, pois sabe que, no final, ela vai ganhar a queda de braço.
Vera Iaconelli participa de gravação para a CasaFolha, no estúdio da TV Folha, em São Paulo - Dirceu Neto/Folhapress Quebrar esse ciclo vicioso nunca é fácil; o cabo de guerra em torno dos limites começa muito cedo, desde as primeiras birras do bebê, e não há fórmula mágica para resolver os impasses, insiste Iaconelli.
Nem só de crise dos limites sofre a parentalidade moderna. Uma característica típica do presente e que torna a função mais complexa hoje do que no passado é a onipresença da internet.
"Se a gente imaginar que a infância é uma proteção que a gente criou para as crianças não terem acesso ao mundo adulto até que elas estivessem formadas, a internet pula o cercadinho da infância e faz com que a criança tenha acesso a inúmeras coisas inadequadas para o desenvolvimento dela", sustenta a psicanalista.
Ela diz que a sociedade paga um preço alto por ter permitido a chegada dessa tecnologia sem regulação, pago na moeda do adoecimento psíquico de crianças e adolescentes: ansiedade, insatisfação com o próprio corpo, depressão, suicídio.
Em seu curso na CasaFolha, Iaconelli reflete sobre esses e vários pontos relacionados com a parentalidade, mas sem nunca prometer nenhuma garantia de que vai dar certo. Ao contrário.
"Quem está buscando garantir ser bom pai ou boa mãe, eu acho que um bom começo é saber que não existe essa garantia e reconhecer que somos humanos, que a gente transmite a nossa humanidade", afirma a psicanalista. "E o paradoxo é que isso permite que a gente seja, no final, melhores pais e melhores mães."
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Inovação Educacional
Today, 5:41 AM
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Para utilizar uma analogia familiar ao tema, é possível descrever a indústria brasileira de videogames como uma criatura mítica, de gigantesca abrangência e longos e numerosos tentáculos. É difícil definir a intensidade de sua força, mas é impossível negar sua grandeza. Seu alcance é imprevisível e pode atravessar fronteiras. Boa parte da população, porém, jamais teve contato direto com ela ou desconhece sua existência.
É uma contradição curiosa, dado o alcance atual dos jogos eletrônicos pelo país e a importância cada vez maior que esse ramo do entretenimento ocupa nas rotinas e mentes do público de todas as idades, principalmente o jovem. Se existe uma indústria, por que os produtos criados por empresas nacionais não estão entre os mais conhecidos e consumidos pelos brasileiros? Essa é apenas uma de muitas questões sem resposta quando se avalia o impacto desse business.
De acordo com um mapeamento recente da Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais), existem 1.042 estúdios em atividade espalhados por todos os estados da Federação - mas o número deve ser bem maior, já que há poucos meses não existia a formalização do trabalho de desenvolvimento de jogos no país. Essas empresas produziram mais de 2.600 jogos próprios entre 2020 e 2022.
“Hands of Timber”, do Woodwork Game Studio, formado por estudantes do curso de Jogos Digitais da PUC-SP — Foto: Divulgação “O Brasil é um polo de desenvolvimento da América Latina, e nesse momento todas as regiões têm empresas fazendo jogos”, afirma Carolina Caravana, vice-presidente da Abragames, que credita a evolução do segmento a um círculo virtuoso, estimulado pela consolidação dos games no cotidiano do brasileiro. “Jogar faz parte da cultura popular. A partir do momento em que a pessoa tem acesso ao game, pode pensar em trabalhar com isso”, explica. “Como essa barreira tem sido rompida, cada vez mais novos entrantes começam a empreender.”
Nem todo game pode ser considerado um produto comercial, pelo menos não na ótica de parte dos criadores autodenominados “independentes”. “Tem uma grande parcela de empreendedores que querem ser sustentáveis com tamanho pequeno e potencializar faturamento, mas sem necessariamente virar uma grande corporação, uma empresa transnacional”, acrescenta Caravana.
Um exemplo de operação de pequeno porte e alta produtividade é o JoyMasher. Formado pela dupla Thais Weiller e Danilo Dias, o estúdio baseado em Curitiba produziu vários títulos de temática retrô desde que começou suas atividades em 2012, quando ambos trabalhavam em outros empregos.
“Embora tivéssemos o sonho de viver disso, parar de trabalhar parecia adicionar uma pressão que não seria condizente com fazer jogos bons”, conta Weiller. “Então, de dia trabalhávamos em nossas escalas normais de oito horas, e de noite e nos fins de semana ‘descansávamos’ fazendo jogos.”
De tempos para cá, desenvolver games no Brasil tornou-se uma possibilidade viável como nunca. Além da acessibilidade a ferramentas gratuitas, existe um caminho facilitado para o lançamento dos jogos, por meio de marketplaces digitais, como a loja online Steam, que vende jogos para PC, e a Google Play, para dispositivos móveis. Cursos superiores em faculdades são numerosos e apoiam alunos a começarem a empreender ainda dentro da sala de aula.
É o caso do Woodwork Game Studio, formado por estudantes do curso de Jogos Digitais da PUC-SP. “A gente começou com a premissa: vamos fazer games que a gente goste de jogar”, explica o diretor de negócios Pedro Oliveira, 22 anos. A equipe de 14 integrantes, formada por jovens programadores e artistas, funciona em esquema colaborativo e ainda não recebe por seus trabalhos. O portfólio da empresa novata apresenta os projetos criados como trabalhos acadêmicos pelos alunos. Um desses, “Hands of Timber”, será publicado oficialmente pela publisher brasileira QUByte em 2025.
Olimpio Neto, do Petit Fabrik: “A receita de um jogo ‘AAA’ poderia rodar a cidade de Manaus por um ano” — Foto: Divulgação Além dos estímulos dos professores, o time da Woodwork aproveitou a capacitação do Crie Games, um projeto de aceleração do Sebrae focado em mentorias com especialistas. “Foi bem importante. Eu saí com outra cabeça em termos de games e negócio”, diz Oliveira, que vai se graduar no fim do ano.
“Existem mais jovens desenvolvedores fazendo games do que há dez anos, porque a barreira de entrada não é tão alta”, diz Marcelo Gimenes Vieira, editor do site The Gaming Era. Entretanto, ele aponta que a profissionalização ainda é uma lacuna a ser preenchida. “Existe essa aura romântica de que game é arte e cultura, mas também é produto, e às vezes os criadores se esquecem disso”, diz ele. “Falta aos estúdios brasileiros uma cabeça pensante em business, e talvez esse pensamento muito purista seja um problema.”
A situação pode evoluir com a recente aprovação do Marco Legal dos Games, conjunto de leis que regula a fabricação, importação, comercialização, desenvolvimento e uso comercial de jogos eletrônicos no Brasil (jogos de azar do tipo bets não estão incluídos). A medida visa favorecer os pequenos criadores que jamais se viram motivados a legalizar suas empreitadas criativas.
“O foco é fazer com que o setor público entenda como funciona o ecossistema de jogos, para que as melhores decisões sejam tomadas e as ações sejam efetivas”, afirma Caravana.
Atualmente, o conceito de criação de games no Brasil é amplo e não necessariamente passa pelo entretenimento. Além de jogos casuais para celulares e títulos autorais para computadores e consoles (PlayStation, Nintendo e Xbox), os estúdios nacionais produzem “advergames” (para campanhas publicitárias), “serious games” (com viés educativo), simuladores profissionais e recursos variados de gamificação para empresas, além da forte presença no segmento de outsourcing.
Se levado em consideração apenas o entretenimento, seria possível uma desenvolvedora sobreviver vendendo games baseados em suas IPs (propriedades intelectuais)? Quando se consideram estúdios de médio porte já consolidados, nota-se que é um segmento especialmente jovem, com empresas com não mais de dez anos em atividade. Dentre essas, boa parte já passou por falências ou processos de renascimento até encontrarem certa estabilidade.
Carolina Caravana, da Abragames: “Todas as regiões [do Brasil] têm empresas fazendo jogos” — Foto: Divulgação É o caso da paulistana Mad Mimic. Fundado por desenvolvedores formados em cursos superiores de games, o estúdio tentou várias iniciativas até emplacar seu primeiro projeto autoral, o jogo de ação cooperativa “No Heroes Here”, lançado em 2017.
Autopublicada, a empreitada foi fomentada por um edital da Prefeitura de São Paulo e estimulada por bons feedbacks em eventos internacionais. “Foi nosso primeiro case de sucesso, em que a gente errou tudo que podia e também acertou várias coisas, aprendendo como consertar nossos erros”, diz o CEO do estúdio, Luis Fernando Tashiro.
O projeto mais recente, a aventura estrelada por piratas “Mark of the Deep”, será lançado para PC e consoles nos próximos meses, pelo preço médio de R$ 40. Segundo Tashiro, a meta otimista de faturamento após um ano é de US$ 1 milhão, com a maior parte da receita proveniente de vendas fora do Brasil.
Com 40 funcionários contratados em esquema híbrido e um escritório na Vila Mariana servindo como base, a Mad Mimic sonha em alcançar sustentabilidade a longo prazo exclusivamente com suas criações originais. “Nosso objetivo é ter pelo menos de três a cinco anos de caixa”, diz Tashiro. “Assim, conseguimos manter a empresa fazendo os nossos próximos jogos e, a partir daí, vamos gerando receita.”
Mesmo com o foco em jogos próprios, a Mad Mimic ainda se vê obrigada a alocar um terço de sua equipe para a execução de trabalhos a outras empresas, para manter um fluxo constante de faturamento. A prática, diz, é praxe entre estúdios de tamanho médio. “O Brasil é um país de outsourcing, a gente exporta muito serviço”, afirma Tashiro.
Uma das tendências mais expressivas da indústria de desenvolvimento do país é a especialização no fornecimento de serviços artísticos e técnicos a projetos internacionais de grande orçamento. É o caso do estúdio pernambucano Puga, adquirido em 2022 pela Room 8 Group, conglomerado de origem ucraniana especializado em outsourcing.
Luis Fernando Tashiro, da Mad Mimic, espera faturar US$ 1 milhão com “Mark of the Deep” — Foto: Nilani Goettems/Valor “Para mim, a empresa nunca foi um filho, sempre foi um negócio”, afirma Rodrigo Carneiro, que foi CEO da Puga e atualmente exerce o cargo de head of market na Room 8. “Como empreendedor, minha visão é de desenvolvimento de negócios que possam atrair investidores ou interessados em aquisição. Se consigo criar algo que tenha a capacidade de ser vendido ou que chame atenção de investidores, isso quer dizer que o negócio está no caminho certo.”
De acordo com Carneiro, a compra da Puga por um grupo estrangeiro foi um resultado condizente com o planejamento estratégico pavimentado ao longo dos anos. “A gente sempre preparou a empresa para o crescimento e a venda foi uma consequência”, afirma. “Em 2018, éramos só quatro pessoas. Quando vendemos a Puga em 2022, já tínhamos mais de 150 pessoas.”
Inevitavelmente, diferenças culturais e processuais afloram quando uma empresa de menor porte se torna parte de uma corporação internacional. “Em uma startup, você sabe o nome de todo mundo, tem sua forma de trabalhar, uma visão do todo”, diz Carneiro. “Estranhei ao sair de uma startup para uma corporação com milhares de funcionários, em que você precisa colaborar com centenas de pessoas, com muitos processos e políticas bem definidas. Mas, com o tempo, vai entendendo que faz todo sentido.”
Neste ano, outra empresa de outsourcing nordestina passou por um processo semelhante de reestruturação internacional. A Kokku, também do Recife, tornou-se parte do conglomerado britânico de mídia OV Entertainment. Não por coincidência, tanto Puga quanto Kokku surgiram das cinzas da extinta Jynx Playware, produtora de jogos fundada na capital pernambucana no início dos anos 2000.
A Kokku teve seu primeiro reconhecimento mundial executando serviços artísticos ao jogo “Horizon Zero Dawn”, sucesso da plataforma PlayStation lançado pela Sony. “Ninguém esperava que empresas do Brasil pudessem fazer parte de uma produção tão grande. Isso nos lançou a um status inédito, depois de seis anos batalhando, errando, quase indo à falência”, conta Thiago de Freitas, fundador da Kokku, que após a fusão passou a exercer o cargo de CEO da OV.
Apesar de ser baseado na Inglaterra, o grupo OV (que além da Kokku inclui o estúdio argentino de tecnologia 3OGS) planeja adquirir outras empresas sul-americanas, expandindo seu alcance para segmentos como cinema e TV. “O futuro do desenvolvimento de entretenimento vai sair da América do Sul, porque agora o mundo todo está investindo nos talentos e empresas da região”, aposta Freitas.
Mauricio Longoni (sentado, à esq.) e parte da equipe da Epic Games Brasil: foco no ecossistema de ‘Fortnite’ — Foto: Divulgação “Ao chegar à maturidade, logo começaremos a produzir as nossas propriedades intelectuais, que também serão disruptivas suficientes para fazer um grande abalo no mercado. Vai ser um processo natural.”
Outra aquisição recente que mexeu com as estruturas da indústria local foi o da produtora Aquiris, de Porto Alegre, que após um aporte da publisher americana Epic Games passou a se chamar Epic Games Brasil.
Na última década, a Aquiris estabeleceu-se como um estúdio de prestígio internacional, graças à boa repercussão de “Horizon Chase”, simulador de corridas de carros inspirado na estética dos anos 90. Agora, sob nova direção, a empresa deixa suas propriedades em segundo plano para exercer o papel de braço de desenvolvimento da Epic, sendo responsável por criar conteúdos sazonais para “Fortnite”, um dos jogos online mais populares do mundo.
“A Aquiris já estava trabalhando com a Epic em alguns projetos, e em certo momento fez sentido unirmos forças”, explica Mauricio Longoni, anteriormente CEO da Aquiris e atual diretor executivo da Epic Games Brasil. “Continuaremos a dar suporte aos nossos jogos antigos, mas nosso foco agora é apoiar o ecossistema de ‘Fortnite’ por causa do crescimento que isso pode trazer. É um game de apelo global e o Brasil é um dos países que mais o joga.”
“Temos aqui o mesmo tipo de talento que vemos em qualquer mercado mundial, e esse investimento da Epic é a prova da qualidade desse talento”, afirma Longoni. “É o começo de um novo capítulo na história do desenvolvimento brasileiro, em que as pessoas têm a oportunidade de trabalhar em grandes jogos, aprender e desenvolver suas experiências, e isso só vai crescer a partir daí.”
De acordo com a Abragames, ainda existe dificuldade em mapear estúdios distantes dos principais centros, em especial dos estados do Norte e Centro-Oeste. Uma exceção é o Petit Fabrik, de Manaus, que se destaca como o mais conceituado da região conhecida como Amazônia Legal.
Temos aqui o mesmo tipo de talento que vemos em qualquer mercado mundial” — Mauricio Longoni “Para efeito de comparação, a Finlândia tem 5 milhões de habitantes e uns 250 estúdios de jogos. O Amazonas tem 4 milhões de habitantes e não tem 5 estúdios formalizados”, diz Olimpio Neto, CEO da Petit Fabrik. “Gasta-se muito para treinar a população para trabalhar em fábricas na Zona Franca. Com o mesmo investimento na indústria criativa, cuja matéria-prima é inteligência e criatividade, daria para transformar as vidas de muitas gerações. Mas ninguém discute isso.”
O executivo crê que investimentos em empresas da região amazônica teriam potencial transformador. “Todo mundo gosta de falar que a Amazônia precisa de uma nova matriz econômica. A receita de um jogo ‘AAA’ [de grande orçamento] poderia rodar a cidade de Manaus por um ano. E eu não preciso derrubar uma única árvore para criar um jogo global”, diz Olimpio, que será um dos curadores de uma mostra com ênfase em jogos desenvolvidos na região Norte - a Gamecon Acre, que acontecerá em Rio Branco de 31 de outubro a 2 de novembro, com entrada gratuita ao público.
Historicamente, os eventos apresentam-se como alternativas eficazes para o consumidor final ter contato com produções nacionais. Em junho, a segunda edição do Gamescom Latam (antigo BIG Festival), em São Paulo, ofereceu em sua programação cerca de 80 jogos produzidos no país. De acordo com a organização, das mais de mil empresas registradas na área de business, 636 eram brasileiras.
Outro evento que costuma dar espaço aos estúdios independentes é o tradicional Brasil Game Show (BGS), cuja 15ª edição, nesta semana, vai até o dia 13. Na concorrida área “Avenida Indie”, pequenos produtores se amontoam em estandes enfileirados, mostrando suas criações ao público.
“O objetivo desse espaço é dar destaque às produções nacionais, gerar oportunidades de negócios e levar ao público opções interessantes que não costumam ter a mesma visibilidade dos ‘AAA’”, conta Marcelo Tavares, CEO da BGS. A promessa para este ano é a apresentação de jogos de mais de 50 estúdios, em maioria nacionais.
Apesar de tantas barreiras já transpostas, o maior desafio da indústria de desenvolvimento nacional ainda parece de difícil superação: convencer a população a apreciar e consumir os games nacionais.
“Fazer o jogo brasileiro cair na graça do povo é um negócio distante, porque a nossa cultura ainda é muito sobre jogos casuais de celular ou títulos grandes para consoles, como ‘Fifa’ e ‘Call of Duty’”, afirma Lucas Toso, produtor do podcast “Controles Voadores”, focado no mercado indie. “Mas o cenário independente não precisa de 200 milhões de brasileiros jogando suas criações. Se um estúdio conseguir vender 10 mil cópias de seu jogo, ele já vai conseguir bancar o próximo.”
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Today, 5:29 AM
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A educação precisa acompanhar a emergência das mudanças climáticas no mundo. Essa é uma necessidade que venho defendendo neste espaço e no debate público e que, agora, reforço ainda mais como fundamental. Estive na Climate Week 2024, em Nova York, evento realizado em setembro, que reúne anualmente lideranças empresariais, políticos, representantes da sociedade civil e da academia para discutir ações climáticas. Entre tantas evidências e debates, foram poucos os eventos e palestras que trouxeram a educação para o centro. A pergunta é: por que isso acontece? Ouvi também no evento, mais de uma vez, que a educação não tem conseguido acompanhar o ritmo acelerado das mudanças climáticas que o mundo enfrenta hoje. Será? Voltei desse encontro com inquietações e provocada a pensar de que forma a educação pode ser parte mais ativa dessa agenda e das soluções para as questões climáticas. Isso não é trivial porque está posto para os agentes globais que já passamos da fase de urgência climática e vivemos hoje uma fase posterior, a de emergência. Ambas têm como elemento incontornável a escassez de tempo. A diferença é o intervalo disponível para a ação: a emergência exige ações imediatas e prontidão de reação, ou seja, não há mais tempo. E, neste cenário, a educação precisa se alinhar com um ritmo acelerado de mudanças e ajustes. Para tratar deste assunto, o primeiro ponto que preciso destacar é que o planeta não vai acabar. Pelo contrário, continuará existindo e, se nada fizermos, a cada dia com mais catástrofes climáticas como as que temos visto no Brasil e que, por sua vez, gerará sempre sofrimentos cada vez maiores. E esta é uma das boas razões que temos para nos movermos: evitar o sofrimento que, se vier, não nos enganemos, atingirá a todos. É o que o aumento acima de 1,5° na temperatura da superfície terrestre certamente trará: enchentes, secas, temperaturas extremas, pessoas sofrendo, morrendo, safras devastadas, fome, inflação e economias destruídas. Imagine o país que podemos ter se os jovens forem profissionais ativos e capazes de enfrentar os desafios que se colocarão O problema está no fato de que estamos mais próximos do que deveríamos deste ponto - ou, na visão de alguns, já passamos do ponto. A boa notícia é que sabemos qual é a solução: diminuir a emissão de gases de efeito estufa. A má notícia é que isso requer uma complexa e difícil articulação entre países e a implementação de um amplo processo de mudanças na forma como parte da humanidade vive e produz riquezas, bem como na forma como se produz e se consome energia. A questão climática coloca a humanidade diante de sua essência: não somos seres independentes uns dos outros. O ser humano necessita de um outro para que a espécie não se extinga e, agora, para sobreviver. Se não formos capazes de compreender que a questão climática envolve todos nós e exige uma reação coletiva, de fato levaremos o mundo a um triste fim, não sem antes impingir um alto grau de sofrimento aos sobreviventes. Diante deste cenário, há muito a fazer e os próximos anos serão decisivos para conter e reverter o aquecimento global e implementar o que se convencionou chamar de transição energética. É aqui que reside a urgência que citei no começo deste texto: em conceber, formular e implementar ações que resultem em mudança nas formas de produção e de consumo de energia. Estes próximos anos precisam ser o período de uma transição orquestrada, organizada, combinada, definitiva, justa e inclusiva. As tragédias climáticas evidenciam sempre as desigualdades e não apenas as internas do país, mas entre os países ditos desenvolvidos e aqueles em desenvolvimento. Não à toa uma das discussões para esta transição (que precisa ser administrada globalmente) expõe as desigualdades entre o sul e o norte globais, entre os países mais ricos e mais pobres, entre aqueles que foram colonizadores e aqueles que foram colonizados. Clarissa Lins: Gigante do petróleo ou potência climática? A transição energética exigirá agilidade ao mesmo tempo que precisará buscar errar o menos possível. E diminuir as desigualdades internas a cada país e entre os países faz parte dos acertos. Investir na formação de gente certamente é uma escolha acertada. Do contrário, ainda que consigamos a diminuição de desmatamento, por exemplo, avançaremos pouco se não tivermos pessoas bem formadas. Volto a lembrar que temos 88,8% das matrículas do ensino médio na escola pública. Serão a maioria dos adultos em breve. Se não olharmos para a educação e não formos capazes de formar dignamente nossas juventudes, arcaremos com as consequências disso. A transição energética traz a emergência para a educação. Por outro lado, imaginem o país que podemos ter se todos os nossos jovens forem agentes desta mudança, profissionais ativos e capazes de enfrentar os desafios que se colocarão. A desigualdade é nefasta para o país. E aqui entra com destaque a importância de alinhar a educação à agenda climática e à transição energética justa e inclusiva. Nesse contexto, vejo a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) como a modalidade de ensino que nos dá mais instrumentos e condições para enfrentar as incertezas da questão climática. Apesar de a educação não estar no centro do debate sobre clima, ela é parte essencial da solução. Principalmente ao dar condições para que as juventudes possam efetivamente conhecer o problema, lidar com ele, participar da construção de soluções e criar novos cenários ainda nem imaginados. Mas, para isso acontecer, temos que atualizar a formação, alinhá-la com as principais questões atuais emergenciais e criar novas formas de aprender, ensinar e engajar as juventudes neste imenso problema que temos. A EPT é moderna, une teoria à prática, tem o trabalho como princípio educativo e está alinhada com as tendências do futuro do mundo do trabalho. Ela poderá acompanhar com a agilidade necessária não só o cenário que está colocado no ritmo da urgência, mas também aqueles que ainda surgirão. É uma modalidade de ensino que pode provocar as juventudes a articular todo o conhecimento acadêmico e técnico para criar novas soluções para os problemas contemporâneos, ajustando-se à constante transformação que demanda ajustes em ritmo acelerado. Alguns exemplos disso estão no Pará, em que investimentos estão sendo feitos na educação profissional local para que a população possa receber a COP30, em 2025, e para que a rede de ensino participe ativamente das discussões em torno desse evento mundial. Além disso, há cursos espalhados pelo Brasil que estão sintonizados com demandas da economia verde, como em Araripina (PE), que desenvolveu de maneira intersetorial um curso técnico de Energias Renováveis. O mundo está debruçado para lidar com a emergência climática e a educação pode e deve fazer parte deste debate de forma mais intensa. Apesar do cenário desolador que temos para enfrentar, as juventudes brasileiras estão aqui diante de nós e é pela educação que poderemos garantir a ampliação de conhecimento, da conscientização e do engajamento necessários para que possam atuar na emergência que está colocada e se engajar na implementação da transição energética correta, urgente, justa e inclusiva.
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Inovação Educacional
October 11, 1:56 PM
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300 mil crianças são internadas em um ano por doenças relacionadas à falta de saneamento; situação repercute na vida adulta, diz estudo
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October 11, 1:50 PM
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Uma nova pesquisa revela que 67% dos brasileiros acreditam que a responsabilidade pela educação ambiental das crianças é, principalmente, das escolas. Realizado pela Descarbonize Soluções e divulgado nesta segunda-feira (7/10), o estudo Educação ambiental para crianças* indica que, embora 78% dos entrevistados tenham recebido educação ambiental durante a formação escolar, apenas 36% afirmam conversar frequentemente sobre o tema com as crianças, pelo menos uma vez por semana. Outros 32% fazem isso ocasionalmente e 19%, raramente, sugerindo que, apesar do conhecimento adquirido, a prática de discutir questões ambientais e sociais dentro de casa precisa ser estimulada.
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October 11, 1:47 PM
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“A pandemia nos fez ressurgir para o ambiente midiático, nos fez trazer para a sala de aula a tecnologia, atuar no que é o ambiente digital e de maneira muito abrupta”, disse Anderson Passos, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), da seccional Bahia da entidade. Ele participou, nessa segunda-feira (8), de live que anunciou o início dos trabalhos da 2ª Semana Brasileira de Educação Midiática, programada para o período de 29 de outubro a 1º de novembro. A Semana Brasileira de Educação Midiática é um fórum de discussões e troca de experiências que busca incentivar o uso das mídias de forma crítica, propiciando a estudantes e educadores ferramentas para atuar em sala de aula no cenário das novas tecnologias.
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October 11, 1:21 PM
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As bases para o que vivemos atualmente e também chamamos de economia open talent já estavam dadas bem antes da pandemia. Vivemos uma revolução digital, que foi iniciada nos anos 2000 e acelerada brutalmente nos anos seguintes, com o maior acesso à banda larga, criação dos smartphones e surgimento do big data. Com elas, profissionais que podem (e optam por) atuar e ser remunerados por projeto, sem depender de um vínculo permanente com um empregador, são cada vez mais representativos nas estatísticas de trabalho. Comumente, são chamados de freelancers.
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October 11, 1:18 PM
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O open talent, modalidade de trabalho que permite flexibilidade dos profissionais e das empresas, ainda gera dúvidas no Brasil. Mas é um formato que cresce entre os colaboradores. Levantamento feito pela Ollo em parceria com a Orbit Data Science aponta que mais de 27% das pessoas no país estão prontas e “ávidas” para atuar na modalidade – e que 9% já estão começando.
De acordo com a pesquisa da Future Markets Insight, o mercado de open talent deve crescer 11,7% ao ano até 2032 no mundo, chegando a US$ 1,1 bilhão de recursos. No Brasil, estima-se que 1,5 milhão de pessoas atuem neste segmento, e a tendência é de alta.
“Em mercados emergentes, ainda estamos no início da curva, com taxas de crescimento expressivas, típicas de um segmento em expansão”, explica Karina Rehavia, CEO da Ollo.
O open talent é a relação entre empresas e profissionais na qual os colaboradores não têm exclusividade com seus contratantes e podem atuar em diferentes projetos ao mesmo tempo.
Veja também A inteligência artificial será sua assistente no trabalho ou vai virar seu chefe? Procura por C-levels as-a-service cresce em startups e pequenas empresas Como se posicionar como freelancer? | Work Life Para as empresas, significa ter acesso a profissionais altamente especializados. A NASA atua com o modelo open talent desde 2011, o que permite trabalhar de maneira pontual com cientistas. Companhias menores podem, por exemplo, contratar partes de serviço de um grande executivo, num modelo flexível para ambos os lados.
Apesar de recente, o mercado de open talent é promissor. De acordo com pesquisa publicada pela Upwork, somente nos Estados Unidos, em 2023, havia mais de 30 milhões de profissionais atuando como freelancers, gerando mais de US$1,2 trilhão para a economia do país.
PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS
O sistema inclui não só os freelancers como também as plataformas que conectam serviços a pessoas, como a da Ollo. De acordo com Karina, o open talent é uma “abordagem mais ampla e flexível da contratação de talentos, na qual empresas buscam profissionais qualificados fora de suas estruturas tradicionais, utilizando plataformas digitais para encontrar e contratar freelancers, consultores e especialistas”.
No levantamento da Ollo, 26% dos entrevistados mostraram ter dúvidas sobre como funcionam sites de freelancers e 15% ainda não sabem qual plataforma escolher. A maioria dos freelancers gosta desse esquema de trabalho, mas se sente sobrecarregada e aponta como é cansativo esse formato.
NOS ESTADOS UNIDOS, EM 2023, HAVIA MAIS DE 30 MILHÕES DE PROFISSIONAIS ATUANDO COMO FREELANCERS.
A pesquisa ainda mostra que há diferenças no universo freelancer entre o profissional autônomo por projeto e o prestador de serviços temporários. A primeira categoria tem mais estabilidade e melhores remunerações.
Feito a partir de uma análise de 11,4 mil comentários em redes sociais entre abril de 2023 e 2024, o levantamento da Ollo mostra os muitos aspectos do que significa participar do segmento open talent.
A busca e o preparo para jobs, por exemplo, apareceu em 29% dos comentários. Há viés positivo nos comentários sobre a vida de freelancer. Necessidade de renda extra, dificuldade em gerenciar o tempo e inseguranças com relação ao modelo flexível são os principais sentimentos negativos com relação ao open talent.
Há uma profusão de avaliações sobre como o profissional livre no mercado enxerga o open talent. "Inclusive, apareceram novas nomenclaturas, como talent as a service ou freelancer, o que mostra que, de fato, além de novo, é algo transformador”, afirma Karina.
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October 11, 10:30 AM
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"O que é bastante interessante é que há alguns países na lista com um consumo de pornografia bastante alto e que são socialmente bastante conservadores", diz Carolina Are, bolsista de inovação do Centro de Cidadania Digital da Universidade Northumbria, no Reino Unido.
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Today, 6:11 AM
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Grande parte da comunicação entre as plantas acontece no subsolo, facilitada por grandes redes de fungos conhecidas como 'rede global florestal' ou 'internet das árvores'.
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Today, 6:02 AM
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Prova mede o conhecimento em outra língua e pode ajudar interessados a ganhar bolsa em uma universidade
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Today, 6:00 AM
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Poucos dias depois da volta às aulas, os estudantes italianos se deparam com um novo sistema de avaliação, que mira o comportamento deles dentro da escola. Aprovada em definitivo pelo Parlamento no fim de setembro, a reforma retoma a nota de boa conduta em alguns níveis e introduz punições mais severas para quem for considerado indisciplinado.
Criada na Itália no início do regime fascista de Benito Mussolini (1883-1945) pelo então ministro Giovanni Gentile, no cargo de 1922 a 1924, a regra da nota de comportamento, em diversas versões, vigorou até 1977, ressurgiu em 2008 e havia sido abolida parcialmente em 2017. Agora, além de ser readotada no ciclo equivalente ao ensino fundamental 2, terá efeito maior para o ensino médio.
O ministro da Educação da Itália, Giuseppe Valditara, participa de um comício do partido de ultradireita Liga em Pontida, no norte do país. Na placa, se lê a frase 'defender as fronteiras' - Piero Cruciatti - 6.out.24/AFP Entre as medidas em vigor está a possibilidade de o aluno repetir o ano se receber nota de comportamento inferior a 6, independentemente das demais disciplinas. Para aquele que tirar nota 6, são previstas atividades de recuperação em educação cívica, como um texto sobre "cidadania ativa e solidária".
A reforma é uma iniciativa do ministro da Educação e do Mérito, Giuseppe Valditara, do partido Liga, de ultradireita. "Representa um passo fundamental para a construção de um sistema escolar que responsabilize os jovens e devolva autoridade aos docentes", disse ele após a aprovação do texto.
A mudança conta com o apoio da associação nacional de diretores de escola. Como justificativa, são citados casos de comportamento considerados graves e incomuns, como atos de violência contra dirigentes e professores. A nova lei prevê multas de € 500 a € 10 mil (R$ 3.000 a R$ 60 mil) para quem comete crimes de agressão contra funcionários de institutos de educação.
1 10 Quem é Giorgia Meloni, primeira mulher a governar a Itália e herdeira do fascismo Giorgia Meloni, 45, nasceu em Roma e cresceu no bairro popular de Garbatella. Segundo conta em biografia, viveu infância com dinheiro contad Andreas Solaro - 25.set.22/AFPMAIS
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VOLTARFacebookWhatsappXMessengerLinkedinE-mailCopiar link Por outro lado, a reforma é criticada pela União dos Estudantes e por políticos da oposição, que classificam a medida de autoritária e de retrocesso. "É uma reforma de segurança. Não incide muito no processo educativo, a não ser pela punição", diz Cristiano Corsini, professor de pedagogia e avaliação escolar da Universidade Roma Tre. "A nota de conduta tem raízes no fascismo e também faz referência ao ambiente carcerário —quem tem boa conduta recebe benefícios."
Para o professor, "avaliar comportamento é diferente de dar nota para comportamento". "Avaliar significa poder melhorar, construir uma relação de respeito às pessoas e às regras. Dar uma nota de conduta é uma visão autoritária."
Um dos pontos críticos do texto é o uso de números na avaliação, em vez de conceitos. "Isso dá impressão de objetividade e precisão. Parece algo científico, mas frequentemente não é", diz Corsini. A avaliação do comportamento será realizada por um grupo de professores e já vale para o ano escolar recém-iniciado.
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Carregando... Outro tópico controverso, segundo especialistas, é que o mau comportamento vai pesar mais sobre a avaliação final de quem conclui o ensino médio. Mesmo se o aluno obtiver notas altas em todas as outras disciplinas, se receber menos que 9 em conduta não poderá se formar com a avaliação geral máxima.
Na visão de Corsini, isso dá ao docente um excesso de poder. "Ele pode condicionar a carreira universitária, por exemplo, de um estudante que tenha levantado a mão para expressar uma opinião crítica. A avaliação foi concebida como uma arma, não como um instrumento para melhorar as atividades."
Desde que assumiu, há dois anos, o governo da primeira-ministra Giorgia Meloni adotou uma série de medidas linha-dura na segurança. Poucos dias antes de a reforma escolar virar lei, em 25 de setembro, outro projeto foi aprovado na Câmara com novos crimes e penas mais severas para, entre outras coisas, quem protesta dentro de presídios ou bloqueando ruas, como os ativistas climáticos costumam fazer na Itália. O texto foi para o Senado.
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Today, 5:57 AM
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A demora para conquistar um espaço no mercado formal vai além dos cargos de chefia. Em dezembro de 2022, a geração Z ocupava 25,1% das vagas formais no Brasil em regime CLT. Já a geração millennial, com a mesma idade (até 27 anos, em 2008), ocupava 33,8% das vagas.
Elvis Cesar Bonassa, diretor da Kairós, alerta que há uma ambiguidade no comportamento das gerações no mercado de trabalho: mesmo ocupando espaço menor, os jovens empregados em 2022 representavam 30% da geração Z.
Já aqueles jovens empregados em 2008 representavam um percentual menor, 26% da geração millennial. "Ou seja, a geração Z consegue proporcionalmente mais empregos e, no entanto, ocupa uma parte bem menor do mercado de trabalho."
Isso ocorreu, pois, em números absolutos, o total de jovens com trabalho formal subiu 3,8%, de 10,6 milhões, em 2008, para 11,04 milhões, em 2022.
O mercado de trabalho teve um crescimento nesse período, de 31,4 milhões para quase 44 milhões de postos de emprego formal, fazendo cair a participação proporcional dos jovens.
O envelhecimento da força de trabalho ajuda a explicar a demora para que os mais jovens ocupem cargos de comando nas empresas.
"Parece haver um menor ímpeto de envolvimento dessa geração com o trabalho formal e colocar como meta pessoal alcançar um posto de comando, como gerações anteriores pareciam ter. Também há pessoas mais velhas ocupando os cargos de chefia por mais tempo, a distância temporal não foi suficiente para uma troca de geração", diz ele.
Segundo Bonassa, como a geração Z parece valorizar mais a qualidade de vida do que a fidelidade ao emprego e a ascensão profissional rápida a qualquer custo, isso se reflete em sua trajetória no mercado.
"As formas virtuais de trabalho dão uma sensação maior de liberdade e poucos jovens parecem dispostos a ficar 12 horas por dia em uma empresa tradicional."
A diferença entre gerações no ambiente de trabalho é algo que motiva João Prandini, 26. "Mesmo nas startups em que eu trabalhei, não era um ambiente tão novo assim. Os chefes já eram pessoas formadas em suas áreas, que trabalharam para grandes empresas e queriam começar seus próprios projetos."
Tendo grande parte de sua experiência de trabalho durante a pandemia, ele conta ter se acostumado ao trabalho remoto ou, pelo menos híbrido, e que essa flexibilidade acaba pesando na escolha de uma vaga. O designer mora em São Paulo e hoje trabalha para uma empresa com sede nos Estados Unidos.
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Today, 5:53 AM
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Em 1941, a Lei das Contravenções Penais previa a proibição dos jogos de azar, embora a existência de cassinos fosse tolerada. De lá para cá, muita coisa mudou. Cassinos foram proibidos e fechados, e o jogo se tornou monopólio das casas lotéricas, geridas pelo poder público e limitadas em número e extensão.
O que não mudou, contudo, foi o intento humano de tentar manipular a sorte, arriscando a ganhar ou perder em eventos que dependem do acaso. A voracidade pelas apostas inflou uma extensa atividade paralela, no qual despontou o jogo do bicho, capitaneado por agentes às margens da lei, mas não tão às margens da sociedade.
Jovem mostra tela de celular com app de apostas, em Brasília - Pedro Ladeira - 12.jan.2024/Folhapress Passado meio século, o mercado legal de apostas foi reaberto. A aprovação da lei 13.756/2018 criou um regime de autorização para a exploração privada das apostas de quota fixa e determinou um prazo de dois anos, prorrogável por mais dois anos, para sua regulamentação. Nesse período, proliferaram as bets, empresas que exploram os mais variados tipos de apostas, com sedes no Brasil e no exterior.
Movimentaram valores impressionantes, patrocinaram times de futebol e impactaram o mercado de bens de luxo, com a aquisição de aeronaves, automóveis e obras de arte. Com o fim da clandestinidade, o jogo tornou-se um personagem oficial das propagandas, arenas e redes sociais.
Em 2023 foi promulgada a lei 14.790, que pôs de pé as primeiras regulamentações, em uma tentativa de conter um crescimento desgovernado do mercado de apostas esportivas, proteger o consumidor e evitar que o setor fosse usado para a lavagem de dinheiro. O governo definiu regras para o cadastramento das empresas no Ministério da Fazenda, estabeleceu diretrizes para sua tributação e determinou a retirada do ar das casas de apostas sem pedido de outorga na Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA). Em outras palavras, deu um passo para sanear o setor.
1 4 Moradores da periferia são os mais viciados em jogos online Na periferia de São Paulo, a vontade de enriquecer se alia à necessidade de resolver questões financeiras dentro de casa. Por isso, muitos r Allison Sales/FolhapressMAIS
VOLTARFacebookWhatsappXMessengerLinkedinE-mailCopiar link Mas há mais a ser feito. O crescente endividamento da já combalida população brasileira com o jogo é preocupante. Ainda que não haja consenso sobre valores, impressionam os volumes gastos no setor pelos beneficiários do Bolsa Família. Empresas de varejo e de ensino sentem os impactos da troca de bens de consumo e educação por fichas de apostas, e cresce a preocupação com o endividamento e o possível vício de adolescentes nos cassinos virtuais.
Tais problemas não são argumentos para demonizar o setor. Gostemos ou não, os jogos e apostas como entretenimento existem desde os tempos imemoriais, e é preciso assegurar que esse tipo de entretenimento seja legítimo e não atividade criminosa. Por isso, não parece adequado defender o regresso a um sistema de proibição total, ou uma política de paternalismo excessivo —mas alguns cuidados são importantes na regulação do setor.
Um deles: resguardar a idoneidade e seriedade do mercado de bets.
É necessário aprimorar regras de supervisão e funcionamento das empresas; restringir certas formas de publicidade, em especial as direcionadas aos jovens, e o uso de cartões de crédito ou formas de endividamento para apostar; definir critérios de compliance e de prevenção de lavagem de dinheiro. É importante que as empresas do setor comuniquem atividades suspeitas de seus clientes às autoridades de inteligência financeira e preservem dados e informações a respeito de suas operações.
1 6 Regulamentação de bets no Brasil O projeto de lei para autorizar as empresas de apostas com alíquota fixa a funcionar no Brasil foi aprovado ao fim de 2018. Depois dessa eta Pedro Affonso/FolhapressMAIS
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VOLTARFacebookWhatsappXMessengerLinkedinE-mailCopiar link Outra cautela é proteger o consumidor de tais serviços, para que não se torne um jogador patológico. Para além dos danos sociais do superendividamento das famílias, é preciso pensar nos danos psíquicos à saúde do apostador adicto —o SUS e os CAPs (Centros de Atenção Psicossocial) não estão equipados para lidar com esse problema.
Por fim, como se trata de um mercado que movimenta bilhões de reais, deve-se resguardar o interesse do Estado brasileiro como ente arrecadador. Uma vez que está concedendo —por meio de outorga— a exploração de atividade considerada de alto risco para o usuário, deverá receber a contrapartida em tributos (aplicáveis à casa de apostas e ao apostador, a depender do valor do prêmio), de modo que possa reverter tal arrecadação em benefício da sociedade.
É um caminho longo a ser percorrido, e a solidez dos primeiros passos será decisiva para a consolidação de um mercado regulado, seguro e capaz de promover uma atividade econômica legítima, com as proteções necessárias aos usuários, ao fisco e à segurança pública.
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Today, 5:31 AM
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A ausência de saneamento básico, que ainda afeta ao menos 49 milhões de brasileiros, segundo dados do Censo de 2022, tende a causar danos irreversíveis em crianças de 0 a 6 anos e contribui diretamente para a desigualdade de renda no longo prazo. Conforme mostra o estudo “Futuro em risco: os impactos da falta de saneamento para grávidas, crianças e adolescentes”, elaborado pelo Instituto Trata Brasil, a falta de acesso a esgoto e água tratada prejudica o desenvolvimento cognitivo nos primeiros anos de vida, além de causar afastamentos em creches e escolas devido a doenças como diarreia e desnutrição. De acordo com o estudo, no longo prazo, ao analisar 35 anos de vida profissional, haverá, em média, uma diferença de 46,1% maior nos rendimentos de quem teve acesso ao saneamento básico desde a primeira infância. No cálculo do Instituto Trata Brasil, durante esse período, quem teve acesso consegue obter uma média de R$ 251.670,81, enquanto quem foi privado do saneamento consegue ganhar R$ 125.656,49. A diferença de R$ 126 mil pode representar, por exemplo, a capacidade de comprar ou não uma casa própria ao longo da vida adulta. “O saneamento básico é primordial para o desenvolvimento físico e neurológico de uma criança e, consequentemente, para o aprendizado dela”, comenta a presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto. “Quando se fala de primeira infância, o grande impacto é na saúde, pois as crianças acabam não tendo os nutrientes necessários devido a diarreias frequentes e todos os outros problemas relacionados à falta de saneamento. Além da diarreia, outras doenças de veiculação hídrica são a dengue e a cólera, por exemplo, que proliferam devido à água parada ou contaminada. Conforme aponta o levantamento, baseado em dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 (IBGE), entre as 18,3 milhões de crianças de até seis anos registradas no país naquele momento, 6,6 milhões tinham algum histórico de afastamentos por doenças de veiculação hídrica ao longo do ano do ano, comprometendo diretamente a frequência em creches, pré-escola e atividades sociais. “Em outros termos, aproximadamente 4 a cada 10 crianças com idade até 6 anos se afastaram de suas atividades rotineiras em razão de diarreias e doenças transmitidas por insetos e animais”, pontua o relatório do Instituto Trata Brasil. De acordo com a presidente-executiva do instituto, a incidência dos afastamentos e a própria contaminação em si, que suga a energia das crianças para sobreviver em vez de estar se desenvolvendo cognitivamente, gera uma defasagem quase irreversível para o futuro dessas crianças. “Na segunda infância [dos 7 aos 11 anos] os problemas de saúde causados pela falta de saneamento já não são tão altos quanto na primeira infância, mas é muito difícil de recuperar e a gente vê o reflexo no desempenho escolar de maneira muito direta.” Segundo o estudo, a estimativa é de que há um atraso médio de 1,8 ano de escolaridade de jovens de 19 anos que não tiveram acesso a saneamento. Uma das avaliações desse impacto é apontada pelo estudo no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) de 2021, que mediu o desempenho escolar por meio das notas obtidas pelos alunos do 5º ano do ensino fundamental, cuja maioria tinha idade entre 10 e 11 anos. Ao avaliar as diferenças de notas nas provas de língua portuguesa e matemática para os alunos de um primeiro grupo que não dispunha de água tratada na rua de sua residência e o segundo que desfrutava dessa infraestrutura, o estudo observou que o grupo sem água tratada uma nota em língua portuguesa 20,9 pontos inferior à nota do grupo com água tratada na rua. Na prova de matemática, a diferença foi semelhante, de 19,1 pontos entre os dois grupos. “Assim, a soma das notas das duas provas acumulou uma diferença de 40,0 pontos a menos no grupo de alunos sem água tratada na rua de sua residência”, indica o relatório. Apesar dos dados mostrarem evolução no acesso ao saneamento básico no país, o problema ainda está longe de ser resolvido porque, segundo outros levantamentos do Trata Brasil, 102,7 milhões de brasileiros ainda moram em residências com algum tipo de privação de saneamento – a moradia não está ligada na rede geral de abastecimento de água ou a água não chega de maneira regular ou não tem reservatório para armazenar a água que chega, ou não está ligada à rede coletora de esgoto ou sequer banheiro tem. Em termos absolutos, o maior número de pessoas com algum tipo dessas privações estão no Nordeste brasileiro (40,3 milhões de pessoas 39,5% do total), mas todas as regiões do país ainda enfrentam o desafio de universalizar o saneamento básico Embora o Novo Marco legal do Saneamento Básico, de 2020, determine que o saneamento básico precise chegar a 100% dos brasileiros até 2033, o Trata Brasil diz que, no ritmo atual, o objetivo não será alcançado até 2070. “Aquele velho ditado de que obra enterrada não dá voto ainda é realidade em algumas regiões do país. Muitas vezes os governantes enxergam o saneamento como um passivo político, e não um ativo, mesmo que o acesso à água e coleta e tratamento de esgoto traga benefícios desde a redução nos custos de saúde à melhora do desempenho escolar e renda média futura”, lamenta Pretto. “E muitas vezes a população também não exige o avanço do acesso ao saneamento por desconhecimento desses benefícios a longo prazo."
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October 11, 1:57 PM
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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) registrou neste ano 5.055.699 inscrições, superando as últimas edições. Tamanho volume de participantes faz da prova a principal forma de acesso às universidades públicas do Brasil. Neste ano, a aplicação ocorre em 3 e 10 de novembro. No primeiro dia serão as provas de Linguagens, Ciências Humanas e Redação. No segundo, os participantes fazem as questões de Ciências da Natureza e Matemática. O candidato que realiza o Enem pode disputar uma vaga por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), uma plataforma do Ministério da Educação, criada em 2010, que distribui as vagas do ensino superior de acordo com o desempenho. Na primeira edição, o Sisu ofereceu 47 mil vagas em instituições públicas de ensino superior. Na edição mais recente, já de 2024, foram 264.181 vagas distribuídas em 6.827 cursos de graduação de 127 instituições públicas de ensino superior de todo o Brasil. Apostas de tema da Redação do Enem incluem IA, mudanças climáticas e até sistema carcerário e valorização docente; na foto, alunos do Colégio Rio Branco. Foto: Leandro Rocha Para você Não à toa, o Enem se tornou prioridade para qualquer estudante brasileiro, independentemente do local onde mora, segundo Edmilson Motta, coordenador do Etapa. “Por meio dele, o aluno que é dedicado e competente tem acesso ao melhor do ensino brasileiro em universidades federais e estaduais. Até as universidades particulares de primeiríssima linha dão bolsas via Enem. Foi um avanço bem importante. Quem é um estudante sério no Brasil vai poder, não importa onde nasceu, ter acesso a um ensino de qualidade. O Enem muda a vida de muita gente”, diz. O coordenador acredita que o exame é o instrumento mais adequado para avaliar o candidato que quer ingressar no ensino superior. Isso porque leva em consideração o domínio do conteúdo, mas também competências socioemocionais, como capacidade de argumentar e senso crítico. Uniformização Os educadores lembram que o Enem ajudou a ampliar as possibilidades dos estudantes que, por meio do Sisu, é como se estivessem prestando vários vestibulares simultâneos, isentos de taxa ou pagando um valor mais acessível. Neste ano, mais da metade dos inscritos no exame não precisaram pagar a taxa de R$ 85, em sua maioria porque estão matriculados no 3.º ano do ensino médio em escolas da rede pública, de acordo com o Inep. “O Enem se tornou muito importante não apenas pelo tamanho da prova e sua abrangência nacional, atendendo milhões de estudantes, como também por estabelecer um mínimo comum esperado para todos os estudantes ao fim do ensino médio”, afirma Caio Mendes, coordenador de projetos e professor de História do Colégio Rio Branco. Outro ponto salientado por Herbert Alexandre João, professor da USP de São Carlos, que coordena o Programa Vem Saber, que incentiva os alunos da rede pública a entrarem na universidade, é que o Enem é aplicado em grande parte das cidades brasileiras, geralmente em escolas próximas aos endereços dos candidatos. “Além disso, ele faz jus especialmente às vagas destinadas àqueles estudantes provenientes da rede pública ou de baixa renda, que têm direito às cotas. E uniformiza o acesso ao ensino superior, uma vez que as diversas universidades ao longo dos anos foram adotando o exame e abandonando os vestibulares próprios com regras específicas, o que facilita o preparo.” Mendes diz que a abrangência e a flexibilidade do Sisu ampliaram a visão dos estudantes sobre as possibilidades no ensino superior. “Acredito que os estudantes passam a focar não apenas na escolha da carreira em si, mas também nas oportunidades que a prova do Enem pode trazer. Uma única prova que permite o ingresso em universidades em diferentes regiões do Brasil, e até no exterior, é algo muito importante na democratização do acesso e faz com que os estudantes ampliem muito sua visão sobre a próxima etapa.” Maria Luiza Câmara, de 20 anos, pretende usufruir dessa abrangência. Ela mora em São Paulo, mas quer disputar uma vaga em Farmácia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Para isso, está refazendo as provas das edições passadas do Enem. “Tem uma chance maior de cair de novo.” Além do domínio da língua, coesão e organização das informações, a redação do Enem testa a capacidade de o aluno argumentar e defender um ponto de vista. Os temas abordam, tradicionalmente, questões que ocupam o debate público da contemporaneidade, como diz Nayara de Barros, coordenadora de Redação do Colégio Etapa Valinhos. “São temas que costumam apresentar algum recorte específico, dentro de grandes áreas como política, economia, tecnologia, meio ambiente, educação, acessibilidade, saúde, cidadania, garantia de direitos etc”, diz. Para ela, é fundamental que os candidatos consultem a cartilha e revejam as características das redações bem avaliadas. “Principalmente em termos de estrutura, para poder escrever a redação com tranquilidade, sabendo o que a banca espera de um bom texto.” Para Herbert, o aluno que acompanha as discussões contemporâneas e as repercussões e análises na imprensa já está construindo uma bagagem de informação e conhecimento para essa prova. “O Enem tem essa característica de cobrar temas que são discussões contemporâneas. Dificilmente vai cair um tema que seja muito abstrato para o jovem que acompanha os acontecimentos do Brasil e do mundo.” Uma forma de se preparar agora, a poucos dias do Enem, é fazer as redações sobre os temas das edições passadas, analisando tempo de execução e articulação das ideias. Entre as apostas de temas dos professores estão mudanças climáticas, como a destruição dos biomas brasileiros; o apoio ao esporte profissional para além das Olimpíadas; crise no sistema carcerário brasileiro; apagão de professores e a valorização docente no Brasil; participação do Brasil em conferências mundiais; urbanização e fome; e a relação da inteligência artificial generativa com a privacidade. Candidato da Fuvest também precisa monitorar atualidades O diretor executivo da Fuvest adianta que os alunos devem estar preparados para questões envolvendo situações recentes e temas atuais, apesar de a prova da Universidade de São Paulo (USP) normalmente cobrar conteúdos de uma forma mais forte. “São questões ligadas a assuntos que foram discutidos recentemente, seja em termos de um desenvolvimento científico, seja em termos de um problema gerado, seja até por uma circunstância ligada a uma decisão política que tenha sido tomada quer por um governo estrangeiro quer pelo governo brasileiro”, afirma Gustavo Monaco.
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October 11, 1:55 PM
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Só um em cada quatro jovens que concluem o ensino médio vai para a faculdade no ano seguinte. O dado inédito consta do Censo da Educação Superior, divulgado na semana passada pelo Ministério da Educação (MEC), que mostrou que o País chegou a 9,9 milhões de universitários, maior número em nove anos. E a educação a distância se aproxima de superar a presencial, com 4,9 milhões de alunos. Dos concluintes em 2022, 27% ingressaram na educação superior em 2023. O resultado é melhor nas escolas federais, em que essa proporção sobe para 58% (só 1% abaixo da privada), mas é ainda pior nas redes estaduais, onde fica em 21%. Quando se considera o ensino médio técnico, uma das necessidades para o País conforme especialistas, o valor melhora – 44%. Só que as desigualdades sociais também surgem. Entre os jovens pretos, são 17% os ingressantes no ano seguinte. Meninas e meninos brancos são 37%, independentemente da rede de ensino. Há ainda disparidade por local de estudo: 27% dos estudantes das escolas urbanas ingressaram na educação superior imediatamente após a conclusão da educação básica. Enquanto isso, nas escolas rurais, esse porcentual foi de 16%. Apesar do avanço de matrículas, a situação preocupa os especialistas. “As pesquisas já demonstraram a evolução que o ensino superior pode dar em termos de empregabilidade e renda, além de aumentar a produtividade do País e reduzir desigualdades sociais. É preciso incentivar o aumento do ingresso no ensino superior”, disse ao Estadão Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, sindicato que reúne instituições de ensino. O estudo do MEC demonstrou ainda importância de políticas de acesso e financiamento (ProUni e Fies). Além disso, mediu os programas de inclusão: 51% dos alunos cotistas da rede federal concluíram o curso, conforme o levantamento, enquanto o índice entre os não cotistas foi de 41%. Outro recorte inédito mostra a importância do ensino a distância nos 5.570 municípios brasileiros com alunos frequentando a educação superior. A análise revelou que 89,7% das matrículas de EAD estão em 1.085 municípios onde já há oferta de cursos presenciais. E o restante aparece em 2.281 municípios onde essa é a única maneira de fazer uma graduação. Os dados expõem a necessidade de revisão do marco regulatório do ensino online, que o MEC deve encerrar até dezembro. “Entre os mais jovens, a preferência é pelo ensino presencial. O ensino presencial precisa crescer para recuperar a atratividade do ensino superior e, inclusive, melhorar nossa taxa de escolarização líquida”, afirma Capelato, destacando a média de avanço das matrículas a distância de 17,58% ao ano entre 2015 e 2022 – e agora mais um crescimento de 13,46%. “É preciso organizar melhor o sistema, sem, no entanto, demonizar a modalidade de EAD.” Na divulgação dos dados, a secretária de regulação do Ministério da Educação, Marta Abramo, destacou estar focada justamente na revisão de parâmetros de qualidade para avaliar o setor. “A gente tinha um documento de 2007 e precisava rever toda essa situação. É isso que estamos fazendo agora”, disse. Ela não detalhou, no entanto, quando os parâmetros serão divulgados. O MEC atribui esse ritmo acelerado de aumento da EAD a um decreto assinado em 2017, que flexibilizou a abertura de polos de educação a distância no País. No ano seguinte, a oferta de vagas EAD já ultrapassou a oferta de vagas presenciais. Concorrência Considerando o total de matrículas no ensino superior, os programas tradicionais continuam com forte presença. O curso de Pedagogia é o que reúne maior número de matrículas EAD: 689.663. Já no presencial o curso com maior número de matrículas é Direito, com 658.530 matriculados. Os dados de concorrência para ingresso, porém, podem fugir ao que se imagina. O curso mais concorrido das universidades públicas em 2023 foi Engenharia Naval, com 55 candidatos/vaga. Medicina teve 53 inscritos para cada vaga. Isso ocorre porque essa engenharia só tem 243 vagas em todo o Brasil – e Medicina apresenta 13.052.
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Inovação Educacional
October 11, 1:48 PM
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Ministério da Educação 12 mil colégios passaram a ter velocidade de internet adequada em um ano e ainda faltam 53 mil
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Inovação Educacional
October 11, 1:23 PM
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Mas burocracia e a falta de um modelo estruturado que beneficie tanto o profissional quanto a empresa são alguns dos impasses para a evolução do mercado da open talent economy, especificamente, nas áreas de criatividade, estratégia, conteúdo e design. De acordo com Rodrigo Allgayer, cofundador da HR tech Creators, o conceito de gig economy, ou, em português, a economia dos bicos, não pode ser aplicado a relações de trabalho mais complexas. “A entrega de um estrategista é mais subjetiva, precisa de um suporte para que flua da melhor maneira.”
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Inovação Educacional
October 11, 1:19 PM
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A transição para a economia open talent é uma excelente oportunidade para profissionais experientes reinventarem suas carreiras
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Inovação Educacional
October 11, 11:20 AM
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O reconhecimento de Geoffrey Hinton e Demis Hassabis, dois dos maiores visionários da inteligência artificial (IA), pelos comitês do Nobel de Física e de Química de 2024 aponta para mais do que um reconhecimento pessoal: é o sinal de que o impacto da IA ultrapassou o campo da estatística e programação, e já está transformando as ciências naturais.
Este momento marca uma virada no modo como entendemos o papel da inteligência artificial na ciência. Até recentemente, esses algoritmos eram vistos como uma ferramenta auxiliar, algo que poderia acelerar cálculos ou processar grandes volumes de dados. Agora, a IA é uma protagonista criativa, capaz de encontrar soluções que os humanos levariam anos ou até décadas para descobrir.
IA conquista Nobel de Química e Física Foto: Jacquelyn Martin/AP PUBLICIDADE
Geoffrey Hinton revolucionou a área de machine learning ao popularizar o backpropagation, uma técnica que permite às redes neurais ajustar seus parâmetros após a predição, facilitando o aprendizado profundo e possibilitando avanços importantes em reconhecimento de padrões e processamento de dados complexos.
Demis Hassabis, por sua vez, impulsionou a química com a criação do AlphaFold, um modelo de machine learning que resolveu o problema de predição do dobramento de proteínas com uma precisão sem precedentes, transformando o campo da biologia molecular e abrindo portas para a descoberta de novos medicamentos.
Ao longo de décadas, a IA foi frequentemente vista com desconfiança. Pesquisadores da área tiveram que ouvir incrédulos por muito tempo que a maior revolução tecnológica da história não passaria de um hype ou, na melhor das hipóteses, de uma bolha prestes a estourar. No entanto, conforme os algoritmos demonstraram seu poder transformador em áreas como saúde, biologia e ciências exatas, o ceticismo foi dando lugar ao reconhecimento.
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Para você
O desenvolvimento de algoritmos que conseguem predizer, modelar e resolver problemas científicos complexos, coloca a IA como uma ferramenta imprescindível para as novas descobertas do futuro. Isso vai além de facilitar experimentos ou análises; a IA está moldando as perguntas que fazemos e os horizontes que conseguimos observar.
NEWSLETTER Estadão Pílula Um resumo leve e descontraído dos fatos do dia, além de dicas de conteúdos, de segunda a sexta. EXCLUSIVA PARA ASSINANTES INSCREVA-SE Ao se cadastrar nas newsletters, você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade. Leia também Nobel de Física se demitiu do Google para falar do perigo da inteligência artificial: o que ele diz?
Nobel de Química foi designer de games, campeão de xadrez e fundou empresa vendida ao Google
As contribuições de Hinton e Hassabis não apenas influenciaram o modo como abordamos a pesquisa científica, mas transformaram a forma como compreendemos os próprios fenômenos físicos e químicos.
Embora Hinton e Hassabis não sejam nem físicos nem químicos, eles conquistaram o prêmio mais prestigiado dessas áreas. É comum pesquisadores de IA afirmarem que os algoritmos não substituirão empregos humanos, mas que aqueles que usarem IA tomarão o lugar dos que não a adotarem. E agora também os prêmios.
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Inovação Educacional
October 11, 10:29 AM
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Quando o Google lançou o AI Overview, o grande público teve acesso ao poder da busca com inteligência artificial. Em vez de uma lista de links, o modelo Gemini oferece um único resultado – e, às vezes, até adiciona algumas informações extras, na tentativa de fornecer uma resposta definitiva para a pesquisa. Mas agora a empresa está mudando essa estratégia. Em vez de entregar uma única resposta, o novo sistema de busca por IA é projetado para ajudar o usuário a explorar várias possibilidades. Esses novos recursos estarão disponíveis nos resultados de consultas sobre receitas e restaurantes em dispositivos móveis nas próximas semanas, e depois vão se expandir para as áreas de viagens e compras. “Sabemos que as pessoas gostam de navegar, e existe um certo prazer em descobrir coisas novas... Nem sempre se trata de uma resposta rápida”, afirma Rhiannon Bell, vice-presidente de experiência do usuário no Google. “Estamos reformulando a busca de um jeito que seja mais natural e focado no conteúdo.”
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