 Your new post is loading...
 Your new post is loading...
|
Scooped by
Inovação Educacional
September 10, 2024 9:19 AM
|
O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa? Luciano Sathler É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática. Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing. O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais. Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho. A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados. A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar. No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes. Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador". Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante. Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos. Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano. O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.
|
Scooped by
Inovação Educacional
Today, 8:12 AM
|
Com a proliferação de ferramentas de inteligência artificial capazes de gerar vídeos e imagens falsas cada vez mais realistas, as empresas de tecnologia criaram um plano para evitar a confusão em massa.
Companhias como a OpenAI, criadora do ChatGPT, prometeram inserir em cada vídeo falso um marcador à prova de adulteração para sinalizar que foi gerado por IA. Plataformas como Facebook e TikTok afirmaram que exibiriam esses marcadores aos usuários.
Mas testes conduzidos pelo Washington Post em oito grandes plataformas mostraram que apenas uma delas acrescentou um aviso a um vídeo criado por IA. Essa identificação, feita pelo YouTube, do Google, estava escondida na descrição do vídeo, visível apenas para quem clicasse nela.
Além disso, todas as plataformas testadas removeram do vídeo o marcador digital que indicava ser um conteúdo falso, impedindo qualquer verificação de sua procedência.
Ícones de aplicativos de redes sociais - Dado Ruvic/Reuters Os vídeos gerados por IA têm hoje um poder de manipulação sem precedentes, graças a avanços técnicos que tornam os falsos praticamente indistinguíveis dos reais e à ampla disponibilidade da tecnologia.
Mesmo assim, nenhuma das plataformas testadas seguiu integralmente o padrão de marcação de conteúdo com IA que as próprias empresas de tecnologia vêm promovendo há anos.
Avanços recentes na IA deixaram o público digital "incapaz de lidar com a escala e o realismo" do conteúdo falso, afirmou Arosha Bandara, pesquisador da Open University, no Reino Unido, que estuda a rotulagem de materiais criados por IA. "Um sistema robusto de divulgação é essencial", acrescentou.
O Post testou as plataformas usando um vídeo criado com o Sora, o novo e poderoso aplicativo de criação de vídeos da OpenAI.
Christa Muldoon, porta-voz do Google, afirmou que o padrão Content Credentials, usado para marcar arquivos de mídia e testado pelo jornal, é apenas uma parte da estratégia da empresa para garantir que as pessoas tenham acesso a informações sobre como o conteúdo foi produzido. "Reconhecemos que a adoção levará tempo, e esse trabalho está em andamento", disse.
Meta, OpenAI, TikTok, Snapchat e X (antigo Twitter) não responderam aos pedidos de comentário. LinkedIn e Pinterest recusaram comentar. O Post mantém uma parceria de conteúdo com a OpenAI.
A ascensão da IA aumentou as preocupações com conteúdos manipulados ou enganosos. Em 2021, seis empresas —entre elas Microsoft, Adobe e BBC— uniram-se para desenvolver o Content Credentials, um padrão técnico que acrescenta metadados a arquivos de mídia, revelando como o conteúdo foi produzido.
Arquivos marcados com Content Credentials contêm metadados invioláveis, com detalhes como o modelo da câmera usada, o software de edição ou o sistema de IA que gerou o material. Mas o Content Credentials é um sistema voluntário —e, se as plataformas não o implementam, ele se torna praticamente inútil.
Para verificar quais redes sociais aplicam o padrão, o Post gerou um vídeo com o Sora e confirmou que ele incluía os dados de Content Credentials, mencionando o software e as frases "Criado com IA generativa" e "Emitido pela OpenAI". O mesmo vídeo foi publicado em oito plataformas diferentes, usando as configurações padrão.
Nenhuma das redes manteve os metadados do Content Credentials nem permitiu que usuários tivessem acesso a eles. Apenas o YouTube mostrou alguma indicação de que o vídeo não era real —um aviso na descrição do vídeo, visível apenas para quem clicasse para expandi-la. O texto dizia "Conteúdo alterado ou sintético" e não mencionava IA.
Google (dona do YouTube), Meta (controladora do Facebook e do Instagram) e Microsoft (proprietária do LinkedIn e da OpenAI) fazem parte do comitê diretivo da coalizão que mantém o Content Credentials. TikTok é membro regular, e o antigo Twitter também era até ser comprado por Elon Musk e rebatizado como X.
TikTok e LinkedIn disseram no ano passado que implementariam o padrão para rotular vídeos gerados por IA. A Meta anunciou que usaria o Content Credentials para identificar imagens criadas por IA, e o Pinterest fez promessa semelhante em abril deste ano —mas nenhuma das duas se comprometeu a aplicá-lo em vídeos. O Snapchat, por sua vez, não parece ter ligação com o padrão.
Andrew Jenks, presidente-executivo da coalizão, afirmou em nota que os usuários precisam ter acesso a informações sobre "como o conteúdo foi produzido, incluindo quais ferramentas foram usadas". Segundo ele, o setor "deve continuar aprimorando seus processos para garantir que esse nível de transparência seja possível e eficaz".
Google, OpenAI e outras empresas de IA assumiram, ainda durante o governo Biden, o compromisso de desenvolver sistemas como o Content Credentials para "garantir que os usuários saibam quando um conteúdo foi gerado por IA".
O Sora, lançado pela OpenAI neste mês, representa um grande teste para o potencial criativo e comercial dos vídeos realistas produzidos por IA —mas também para seus riscos. O aplicativo é capaz de gerar pequenos clipes que inserem o rosto de uma pessoa real em praticamente qualquer cenário. Usuários podem autorizar que suas imagens sejam utilizadas por outros em suas criações.
Em uma página intitulada "Lançando o Sora de forma responsável", a OpenAI afirma que adiciona metadados de Content Credentials a todos os vídeos, chamando o padrão de "assinatura de referência do setor". Os testes do Post mostram, porém, que a indústria não está usando esse padrão de forma consistente.
A OpenAI cita outras medidas de mitigação, mas todas têm limitações.
A empresa adiciona uma marca d’água transparente a todos os vídeos criados com o Sora, mas admite que pode removê-la no futuro. Já há serviços que retiram essa marca online, e uma versão do Sora voltada a desenvolvedores de software não inclui nem a marca d’água nem os metadados de Content Credentials. Usuários do plano pago podem baixar alguns vídeos gerados sem qualquer marca, segundo a documentação da própria empresa.
A OpenAI também afirma inserir marcadores invisíveis de autenticidade nos vídeos e ter criado um sistema que os detecta "com alta precisão", mas o recurso é de uso interno. O projeto SynthID, do Google, faz algo semelhante, mas também não está disponível ao público.
Outras empresas vendem ferramentas que tentam detectar manipulações analisando padrões em imagens ou vídeos, mas esses sistemas têm se mostrado pouco confiáveis —e ainda não foram amplamente adotados pelas redes sociais.
Enquanto isso, a indústria tecnológica continua lançando produtos que permitem a qualquer pessoa criar vídeos cada vez mais convincentes em questão de segundos.
|
Scooped by
Inovação Educacional
Today, 8:07 AM
|
Hoje, é possível copiar a aparência de alguém usando apenas uma foto e inteligência artificial, o que faz os softwares de reconhecimento facial se tornarem alvo de questionamentos. Instituições financeiras, marketplaces e empresas de saúde, que dependem da tecnologia na segurança, reforçam seus sistemas com mais camadas de biometria. O retorno das impressões digitais é um dos protocolos esperados para o ano que vem.
A Unico, que diz atender 4 dos 5 maiores bancos e 9 das 10 maiores varejistas do país, registrou um aumento de 900% nos episódios de fraudes sofisticadas (incluindo o uso de deepfakes) contra a verificação de identidade, ao comparar os dados de 2025 com o ano passado.
"Essa tendência reforça que ficou mais barato para os criminosos executarem esse tipo de golpe e reforça a relevância de aplicar prova de vida no reconhecimento facial", diz Davi Reis, consultor de tecnologia da Unico. Ele se refere à tecnologia que analisa desde movimentos faciais até a circulação sanguínea sob a pele para confirmar que há uma pessoa real.
Catarina Pignato/Folhapress "Com as evoluções das ameaças, a tendência é que exista um novo ciclo de inovação, como é o caso de uso de infravermelho para mapeamento de veias da mão, em ascensão na China", afirma o consultor da Unico.
A concorrente Identy.io chegou com uma nova proposta: resgatar a análise do desenho formado pelas papilas, os sulcos da pele nas pontas dos dedos. Diferentemente do rosto, já exposto nas redes sociais ou no perfil do WhatsApp, são poucas as pessoas que esbanjam fotos em alta resolução das mãos, diz o gerente-executivo da companhia, Eduardo Ferrazzi.
Segundo ele, a Identy.io já firmou contrato com um grande banco brasileiro, e a tecnologia é popular no México e em países da América Central. A empresa diz ser capaz de coletar a digital com uma foto.
Para compensar a falta de qualidade das imagens, a empresa usa um filtro com inteligência artificial que completa os padrões das pontas dos dedos. Os requisitos técnicos de câmera e sistema do smartphone pedidos pela Identy.io estão em linha com o que os próprios apps dos bancos pedem por critérios de segurança, afirma Ferrazzi. "Não vamos impor uma barreira tecnológica para o cliente de baixa renda."
O Banco Popular Dominicano, por exemplo, começou a criar contas digitais com a tecnologia em 2024. O tempo de cadastro leva cinco minutos, segundo dados da instituição financeira.
No Brasil, há um desafio pela falta de uma base de digitais de toda a população brasileira. O Serpro disponibiliza as imagens registradas durante a emissão de carteiras de motoristas, mas quem não tem habilitação está descoberto. A Identy.io diz que compensa esse vácuo com dados armazenados no aparelho e mantidos pela própria instituição financeira que será sua cliente.
As exigências da LGPD (Lei geral de proteção de dados) para armazenamento das digitais são as mesmas cobradas no reconhecimento facial —a coleta de informações biométricas requer cuidados redobrados.
Entidades que representam bancos e instituições de pagamentos reforçam a segurança do reconhecimento facial, associado a outras camadas de proteção. Para isso, cruzam metadados do celular (como geolocalização, rede de conexão e aparelho) e usam inteligência artificial para barrar ataques ao código em tempo real.
Em simulação feita para a Folha, a Identy.io fez um teste da própria solução e mostrou que a imagem deepfake feita por um dos softwares usados pela reportagem seria barrada. O bloqueio seria provocado pela fonte da imagem, uma câmera virtual criada pelo aplicativo, em vez do dispositivo plugado ao celular ou computador.
O app retorna "insecure camera feed" —frase em inglês para câmera não confiável. O problema, diz Ferrazzi, é que nem todas as instituições financeiras usam as técnicas mais recentes. "Hoje, não basta pedir para o cliente movimentar o rosto, essa é uma tecnologia de geração anterior."
1 3 Veja como recuperar o dinheiro levado no golpe do limpa tudo Ao ser roubado, o primeiro passo é desconectar suas contas e apagar seus dados de forma remota em um computador ou outro celular Catarina Pignato/Catarina PignatoMAIS
VOLTARFacebookWhatsappXMessengerLinkedinE-mailCopiar link Carregando... A Unico, que ainda tem no reconhecimento facial um dos seus principais métodos, desenvolve sua tecnologia de prova de vida no Casaquistão. "Bloqueamos desde ataques mais básicos, que usam ferramentas poderosas desenvolvidas para propósito de entretenimento; até ataques avançados, com técnicas como aprendizado de máquina e equipamentos caros", diz Reis.
Fabricantes de smartphones como Apple, Samsung e Huawei também estão reforçando suas câmeras com sensores de radiação eletromagnética e infravermelha dedicados à prova de vida.
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:59 PM
|
Avaliado em cerca de R$ 250 milhões, o imóvel ocupa um dos endereços mais valorizados e estratégicos do mercado imobiliário carioca. A unidade deve iniciar as atividades em 2027, com mensalidades que chegam a cerca de R$ 16 mil
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:47 PM
|
I recently had the pleasure of doing a workshop around applications of generative AI with the Student Success division at Suffolk University. I was excited for two reasons. First, the opportunity to engage with other folks in higher ed in addition to faculty energized me and challenged me—things that always put a smile on my face. Second, Suffolk University is the third institution to which I am an alumn that has asked me to talk (North Shore Community College was the first, followed by UMASS Boston…the ball’s in your court, Salem State University—just saying).
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:45 PM
|
Hey folks—we have a policy and I’m pretty sure it’s the first of its kind in the country. So let me back up and explain. Over the course of 2023 as generative AI appeared and institutions scrambled to figure out what they were going to do, I had a thought about how my institution could deal with it in a way that made sense for us. I realized it would be important for the policy to include and even be driven by our students. So in December 2022 (yes, when ChatGPT was just a wee lil thing), I convinced my Provost to let me run a course on AI & Education. In it, the students and I would play with, learn about, and consider how generative AI fits into education. From that, we would develop a policy for usage for faculty and students, test it out, and then make that our policy (You can get the fuller detailed process in this post.).
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:44 PM
|
Recently, I did a very meta thing. I gave a talk to folks in a center for teaching and learning about how we talk with faculty around thinking, navigating, and engaging with generative AI. This post is an edited version of that talk wherein I mark out (from my experience) what are the important moves and approaches to supporting faculty in this space as we continue to make sense of generative AI in the teaching and learning landscape.
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:37 PM
|
Um novo estudo sugere que as pessoas que atingem o auge em suas áreas geralmente se aventuraram em várias disciplinas quando jovens. Segundo um novo estudo, jovens prodígios — as estrelas adolescentes do esporte, os estudantes do ensino médio que ascendem rapidamente nos rankings do xadrez ou fazem descobertas científicas — geralmente não são as mesmas pessoas que atingem o ápice em suas áreas na idade adulta. E os dois grupos iniciam suas trajetórias de maneiras muito diferentes. O estudo, publicado na quinta-feira na revista Science, descobriu que o sucesso de elite na juventude normalmente começa com o foco em uma única coisa: um pianista não toca nenhum outro instrumento; um nadador evita as pistas de atletismo. Mas as pessoas que alcançam os maiores resultados mais tarde na vida geralmente começam com um envolvimento menos focado em múltiplas disciplinas e com menos sucesso inicial. “Ao comparar os desempenhos dos indivíduos nos níveis mais altos de realização”, escreveram os pesquisadores, “as evidências sugerem que o desempenho máximo posterior está negativamente associado ao desempenho inicial”. Há exceções, claro, aquelas estrelas em ascensão que acabam por explorar os limites da capacidade humana. Basta olhar para Simone Biles ou Mozart, cujas habilidades excepcionais eram evidentes desde a infância. Mas, na maioria das vezes, as elites de longo prazo progridem lentamente e eventualmente superam os prodígios. O novo estudo analisou 19 conjuntos de dados existentes, abrangendo mais de 34.000 adultos de alto desempenho em todo o mundo, incluindo conjuntos abrangentes que incluíam, por exemplo, todos os laureados com o Prêmio Nobel de Química e Física até a data de publicação desses conjuntos de dados. Também foram analisados 66 estudos sobre jovens prodígios e pessoas que estavam logo abaixo do nível de elite em suas áreas. A pesquisa foi conduzida por um cientista do esporte, um economista do esporte e dois especialistas em psicologia. O modelo juvenil — um foco precoce em uma única disciplina com rápida progressão — tem sido uma visão comum de como as pessoas atingem o ápice de suas capacidades, escreveram os pesquisadores, porque estudos sobre alto desempenho frequentemente se concentram em jovens. Mas os pesquisadores não tinham certeza se as descobertas desses estudos poderiam ser extrapoladas para os adultos de alto desempenho. Descobriram que não conseguiam. As pessoas que atingem o auge em suas áreas — os laureados com o Prêmio Nobel, por exemplo — geralmente exploram diversas disciplinas na infância e progridem mais gradualmente em sua área de atuação final ao longo de um período mais longo. Esses padrões se mantiveram em todas as disciplinas analisadas pelos pesquisadores, incluindo atletismo, música, ciência e xadrez. Arne Güllich, cientista esportivo da Universidade RPTU de Kaiserslautern-Landau, foi um dos autores do estudo. "Em disciplinas muito diferentes, com perfis de habilidades muito distintos e estruturas etárias muito diferentes em termos de idade de início e idade de pico de desempenho, o padrão de desenvolvimento dos melhores atletas do mundo é muito semelhante", disse o Dr. Güllich em entrevista. Os padrões eram visíveis entre os indivíduos de desempenho mais excepcional e aqueles logo abaixo deles; pense nos laureados com o Prêmio Nobel e naqueles que alcançaram o ápice em premiações científicas de âmbito nacional. Ambos os grupos são de alto desempenho, mas as pessoas que atingiram o pico absoluto — os laureados com o Prêmio Nobel — geralmente demonstraram uma progressão mais gradual, com um início multidisciplinar. Como selecionamos os especialistas em saúde com quem conversamos. Os repórteres do Times frequentemente passam semanas entrevistando médicos, pesquisadores e outros profissionais da saúde para apurar uma matéria. Buscamos líderes em suas áreas, ficamos atentos a possíveis conflitos de interesse e tentamos obter uma variedade de pontos de vista. Aqui está mais informação sobre o nosso processo. “Há algo de esperançoso aqui para aqueles de nós que não fomos crianças prodígio”, disse Dean Keith Simonton, professor emérito de psicologia da Universidade da Califórnia, Davis, que não participou da pesquisa, mas fez parte do processo de revisão por pares. “Muitas vezes, a tartaruga vence a lebre.” No entanto, a análise apresenta limitações. A pesquisa examinou dados de dois tipos de estudos: estudos prospectivos, que observaram jovens de alto desempenho ao longo do tempo, e estudos retrospectivos, que analisaram a infância de adultos de alto desempenho. Não se tratavam de estudos randomizados, nos quais diferentes grupos de crianças eram designados para realizar uma ou várias atividades. Ellen Winner, pesquisadora sênior do Projeto Zero de Harvard , que estudou crianças prodígio e não participou do novo estudo, disse que gostaria de ter conhecido os resultados dos estudos prospectivo e retrospectivo separadamente. Sua hipótese, segundo ela, era de que a maioria das crianças prodígio não atingia o auge em sua área na idade adulta, mas que a maioria dos adultos que atingiam o auge em sua área eram, na verdade, "reconhecidos como incomuns quando crianças". “Se for esse o caso, isso significaria que muitos prodígios se esgotam, mas aqueles que alcançam o sucesso vêm do grupo de prodígios que não se esgotaram”, escreveu ela. “Suspeito que os que florescem tardiamente (eles existem) sejam menos comuns do que os que florescem precocemente e continuam a florescer.” Mas, com estudos prospectivos e retrospectivos combinados na análise, é mais difícil distinguir entre os dois. E embora algumas conquistas sejam fáceis de mensurar — ou a pessoa se classifica para as Olimpíadas ou não —, outras, como o desempenho cognitivo, são mais difíceis. A Dra. Winner afirmou que não estava claro como a análise mensurou o desempenho cognitivo na infância. Ela também observou que, em algumas áreas, o estudo utilizou salários de adultos como indicador de sucesso, algo que alguns estudos anteriores também fizeram, mas que não é necessariamente a forma como profissionais de determinada área mediriam o sucesso. O Dr. Güllich afirmou que a maioria dos profissionais de maior destaque na análise "não estavam entre os melhores de sua geração quando jovens, mas demonstraram um aumento significativo na melhoria de desempenho por volta da metade de suas carreiras". O estudo não confirma o motivo disso, mas os pesquisadores apresentaram três hipóteses, e o Dr. Güllich afirmou que todas provavelmente desempenharam um papel. Primeiro, crianças que experimentam uma variedade de atividades podem ter mais chances de encontrar uma na qual sejam excepcionalmente boas. Segundo, alguém pode desenvolver uma maior capacidade de aprendizado após ser desafiado desde cedo por uma variedade de tarefas e situações. Terceiro, crianças que concentram todos os seus esforços em uma única atividade correm o risco de desenvolver lesões por esforço repetitivo ou sofrer de esgotamento mental. “Muitos deles desistem prematuramente, porque esse padrão de envolvimento está associado a um risco maior”, disse o Dr. Güllich. “Talvez você seja muito melhor em outra área, mas nunca saberá disso porque não tentou.” Então, crianças, experimentem novas atividades. Quem sabe — vocês podem até ganhar um Prêmio Nobel.
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:33 PM
|
Jane Griffin, de 71 anos, sabia que seu marido estava morrendo — ele convivia com demência de corpos de Lewy há mais de uma década. Mas ela não imaginava como perdê-lo em abril daquele ano a afetaria.
Algo pequeno, como ver uma de suas comidas favoritas no supermercado, poderia "me levar a uma espiral descendente", disse a Sra. Griffin.
Ela se sentia inesperadamente tensa, com o coração acelerado enquanto uma onda de emoções a invadia. "Ninguém poderia ter me preparado para essa sensação de extrema ansiedade", disse a Sra. Griffin, que mora no Arizona.
Ela estava tendo o que alguns pesquisadores chamam de "ataque de luto", um termo usado há anos para descrever uma onda repentina de angústia avassaladora enraizada no luto. Também é conhecido por outros nomes: crises de luto, espasmos de luto ou pânico relacionado à perda, entre outros. Embora o fenômeno seja familiar para terapeutas e muitas pessoas que perderam um ente querido, especialistas em luto estão agora estudando os sintomas e circunstâncias específicos associados aos ataques de luto e tentando classificar sua gravidade, que pode variar de desconfortável a debilitante.
“É como um ataque de pânico, que — posso atestar pessoalmente — é horrível, mas com a mais profunda tristeza por cima, e todos esses sintomas te atingindo ao mesmo tempo”, disse Sherman Lee, professor associado de psicologia na Universidade Christopher Newport em Newport News, Virgínia. “É realmente um fenômeno fascinante que te abala profundamente se você já passou por isso.”
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:31 PM
|
Já não conseguimos definir o mundo em que vivemos. A realidade se tornou instável e indigna de confiança. As formas desaparecem. Perguntar a respeito da forma e do estilo, contudo, é fazer uma pergunta a respeito da finitude. A respeito da morte. Uma pergunta a respeito de tudo o que devemos abandonar para chegar ao silêncio que caracteriza a forma. Em uma época na qual o estilo parece ser exclusividade dos modistas e dos estilistas, em que ele parece ser uma propriedade das grandes marcas, é saudável repensar o estilo como maneira de viver. Maneira de chegar ao humano. Júlio Cortázar disse, certa vez, que o estilo é tensão. É pura eletricidade. Usou a metáfora das aranhas que, ao tecerem suas teias, eliminam todo excesso e toda franja, e só assim chegam à grande força que as torna coesas.
Vivemos em um mundo disforme. As guerras já não têm um fim, as instituições se desfiguram, os genocídios perderam esse nome, os políticos passaram a se guiar pelo impensável. Tudo desmorona e se desfigura. É um mundo disforme e bruto, no qual tudo podemos esperar da realidade. Faltam aqueles cortes e limites humanos, aquelas molduras delicadas que conferem vida ao real. Voltamos à ideia da forma: estilos frouxos são aqueles que não delimitam, aqueles que não eliminam - aqueles que não negociam com a morte.
Perguntar a respeito do estilo é, ao mesmo tempo, interrogar a respeito de sua ausência. As florestas queimam e definham, as democracias fracassam, as leis são ignoradas e destruídas, o imprevisível e o fragmento governam o mundo. Onde não há estilo, há dispersão e pânico. Restam os cacos. Como uma xícara quebrada, o mundo perde sua forma - o mundo se deforma. A deformação, como nas tempestades, nas psicoses e nos cânceres, se dá não pelo corte, mas pelo excesso. Em meio ao derramamento da vida, a realidade se torna fragmentária e turva, já não podemos dizer onde as coisas estão. E não é essa cegueira dolorosa que hoje experimentamos? Os meninos já não conseguem ler porque lhes falta foco - lhes falta a arte da escolha. No presente saturado de imagens e ruídos, já não é mais possível ver com nitidez.
Diz ainda Júlio Cortázar que um texto que chegou à sua forma não se caracteriza pela presença desse ou daquele elemento, mas pela ausência de elementos inúteis. É na dispersão e na metástase que podemos identificar a fraqueza de um texto. Em um de seus escritos sobre arte, Livia Garcia-Roza nos diz que “o tempo é o redutor das coisas”. Com o avançar do tempo, precisamos de menos, nos iludimos menos, perdemos menos energias com coisas inúteis. Acontece que hoje, ao contrário, o tempo acelera e o mundo incha. Quanto mais as coisas se dilatam - como nas inflamações e nas obesidades - em vez de chegarmos às coisas essenciais, chegamos à dispersão e ao supérfluo. Dizia ainda Cortázar que “o estilo é como uma esfera”. Em uma esfera, ele nos lembrou, “todos os elementos devem estar no seu lugar”. Se algo sai do lugar, se alguma coisa se distende ou murcha, a esfera explode. Como um balão apagado, deixa de ser uma esfera para se tornar uma simples nódoa. Não será essa sensação de resto e de borrão que hoje nos esmaga?
Há um velho vídeo, que ressurgiu recentemente na internet, em que Clarice Lispector, questionada a respeito de uma possível candidatura à Academia Brasileira de Letras, o que a tornaria uma “imortal”, apressa-se em responder: “Não me candidataria, porque sou terrivelmente, essencialmente mortal”. Não há nada de mórbido nessa defesa enfática da mortalidade. Tampouco na defesa da potência da morte. O estilo - a forma - se alimenta não só da criação, mas da destruição. Não se trata, porém, de uma destruição desordenada e bruta. Não se trata de violência e burrice. É preciso ter delicadeza para recusar e eliminar. O corte é parte essencial da criação. Como diziam as velhas avós, tomando uma metáfora de suas cozinhas: “No fim, todos os ovos se tornam uma omelete”. Lançadas ao lixo, as cascas dos ovos se tornam um símbolo não só do corte, mas da morte. Ao trabalhar com a mortalidade dos ovos, e só assim, surge a omelete que nos aquece no café da manhã. Mostraram nossas avós.
Impossível não lembrar de João Cabral de Melo Neto, para quem “ter um estilo é cultivar o deserto como um pomar às avessas”. Talvez seja de um retorno ao silêncio profundo dos desertos, como viu Cabral em sua poesia, que o mundo necessita. Só assim se livrará do ruído ensurdecedor do presente. Para isso, é preciso não só apreciar a lentidão, mas aprender a jogar muitas coisas no lixo. Há o exemplo eloquente de Francis Bacon, não o filósofo do empirismo, mas o grande artista britânico que, para concluir uma tela, lançava muitas outras telas fora. A criação só se completa pelo descarte, mostrou Bacon. Pela recusa e pela amputação do supérfluo. “No fundo, não importa a maneira como procedemos, o importante é sempre chegar a fazer alguma coisa.” O ateliê de Bacon era caótico. O desperdício e o desprezo predominavam. Daquele magma surgiam suas magníficas telas.
As telas de Bacon, fulgurantes e assombrosas, nos mostram que a arte do corte não tem relação alguma com a brutalidade e a violência de nossos dias. Ao contrário. É como nas cirurgias: o corte deve ser preciso e delicado, ou se torna uma chacina. Deve ser bem pensado antes. A esse respeito, Clarice Lispector nos advertiu: “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”. A recusa do grande falatório contemporâneo exige sutileza. Se bem feita, ela nos leva, porém, à melhor forma de existir. À forma possível. Inevitável lembrar de Gilles Deleuze, para quem a literatura não é um campo vasto e exuberante, mas uma pequena toca estreita e escura. É nas fendas do real, em suas frestas e esconderijos, que se escondem as melhores coisas. Ali se abriga o humano.
Aonde nos leva tudo isso? Chego aqui à ficção peninsular de Gonçalo Tavares, que se ergue sobre a absoluta solidão e sobre a atração pelo abismo - duas condições essenciais não só das penínsulas, mas da morte. Absolutamente solitário, Gonçalo rompe com todos os vínculos e hábitos inúteis. Quando escreve seus livros, enigmáticos e belos, abre uma trilha de retorno a si mesmo. É o que faz em “Uma viagem à Índia”, longo poema de quase quinhentas páginas. Interminável aventura na qual seu personagem, Bloom, “levou um segredo e o trouxe, depois, quase intacto”. Depois de lançar-se em direção ao Oriente, e só depois, Bloom enfim compreende que a verdadeira descoberta está no retorno a si. Esse retorno solitário o coloca diante de um abismo, e nele Bloom se joga, abrindo mão de todos os apetrechos e de todos os supérfluos. Nesse salto em direção a si, ele corta com o mundo dos ecos e da repetição, para confiar apenas em seus próprios limites. Com essa escolha, Bloom, e também Gonçalo, se desviam da agitação do presente, ultrapassam o grande rugir contemporâneo, para entrarem no estado de eletricidade e tensão de que nos falava Cortázar. Abdicam, para ser. Morrem, para existir. Ensinam que é nesse retorno ao singular que se esconde o tesouro que Bloom tanto buscava. Que nós mesmos, saturados e empanturrados da realidade, tanto buscamos.
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:29 PM
|
Um estudo que reuniu pesquisadores da USP e instituições dos Estados Unidos, Suíça e Japão parte de uma informação já bem consolidada entre os cientistas sobre quando se deu a primeira cisão populacional entre os seres humanos. Ocorrida na África, ela deu origem a dois grupos: os Khoe-Sān, ainda presentes no continente, e outro um grupo que se ramificou em todas as outras populações de Homo sapiens que se espalharam pelo Planeta.
“Nos baseamos na premissa de que, atualmente, todas as populações humanas têm linguagem e que então, nessa primeira divisão, já tinha que estar disponível a capacidade para a linguagem”, conta Mercedes Okumura, do Instituto de Biociências (IB) da USP e uma das autoras do artigo publicado na Frontiers in Psychology.
A ideia não é nova, sendo inspirada num trabalho anterior que também junta dados arqueológicos e alguns estudos do genoma humano para tentar estabelecer esse limite. O que diferencia o estudo atual é que ele se apoia num corpo maior e mais recente de evidências – em especial no nível genômico, para refinar a estimativa para o ponto mais remoto do surgimento da capacidade linguística em 135 mil anos atrás.
Mercedes Okumura - Foto: Leonor Calasans/IEA-USP A professora do IB explica que agora estão disponíveis diversos estudos de paleogenomas e de genética de populações atuais, usando diferentes marcadores. “Alguns vão olhar o DNA mitocondrial, que são as linhagens maternas; outros, o cromossomo Y, que são as linhagens paternas. E há ainda os que vão olhar diferentes partes de genomas inteiros. Fizemos um compilado para chegar não em uma data, mas nessa ‘amplitude de datas’, uma data mínima. E chegamos a esse número, a partir dessa premissa simples”, diz ela, ao Jornal da USP.
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:26 PM
|
A inteligência artificial está transformando fundamentalmente inúmeros setores; a educação não é exceção. À medida que as ferramentas de IA entram rapidamente nas salas de aula, surgem preocupações sobre o acesso equitativo, a implementação eficaz e o risco de ampliar a ainda persistente exclusão digital. Quem são os atores mais bem posicionados para conduzir essa transição de uma forma que realmente beneficie todos os alunos?
Recentemente, conversei com Alix Guerrier, CEO da DonorsChoose, uma organização sem fins lucrativos da área da educação onde professores enviam solicitações de financiamento com base nas necessidades de suas salas de aula. Noventa por cento das escolas públicas nos Estados Unidos têm professores que utilizam a DonorsChoose, que combate a falta de recursos financeiros focando no nível mais específico: as solicitações individuais dos professores. Alix, ex-professor de matemática e ciências, fundador de uma empresa de tecnologia educacional e líder de organizações sem fins lucrativos, compartilha por que acredita que ouvir quem está na linha de frente — os professores — é a aposta estratégica mais importante que podemos fazer para garantir que a IA cumpra sua promessa para todos os alunos.
P: SUA EXPERIÊNCIA COMO PROFESSORA DA REDE PÚBLICA E FUNDADORA DE STARTUPS É SINGULAR. COMO ESSA TRAJETÓRIA MOLDOU SUA VISÃO PARA A DONORSCHOOSE E SUA MISSÃO DE FORNECER RECURSOS PARA TODAS AS SALAS DE AULA? Alix Guerrier: Tenho muito orgulho de ter estudado no sistema de escolas públicas de New Haven, Connecticut. Presenciei de perto os desafios de recursos enfrentados pelas escolas, o que me inspirou a me tornar professora da rede pública. Apesar das restrições orçamentárias, os professores se dedicavam ao máximo por seus alunos, e eu vi o potencial de uma abordagem participativa que atendesse às necessidades individuais dos professores, algo que mais tarde incorporei à minha startup.
A DonorsChoose é única porque mantemos um foco preciso nas necessidades de cada professor e seus alunos, ao mesmo tempo que estabelecemos parcerias com líderes escolares, distritais e estaduais. Juntos, podemos aprender com a inovação que surge da base e usar esses insights para moldar políticas e decisões de financiamento mais amplas, algo que temos priorizado como organização.
Assine a newsletter diária . Receba as notícias mais populares da Fast Company diretamente na sua casa, todos os dias.
INSCREVER-SE política de Privacidade |
Boletins informativos da Fast Company P: O DONORSCHOOSE TEM UMA VISÃO INCOMPARÁVEL DAS NECESSIDADES DOS PROFESSORES. O QUE OS SEUS DADOS ATUAIS INDICAM SOBRE AS TENDÊNCIAS DE MUDANÇA NOS PEDIDOS DAS SALAS DE AULA? Alix: Temos acesso a uma grande quantidade de dados qualitativos e quantitativos, porque nosso modelo exige que os professores enviem descrições dos recursos de que precisam e de como planejam usá-los. Algumas solicitações permanecem as mesmas ano após ano. Por exemplo, livros eram uma das principais solicitações quando fundamos a organização em 2000 e continuam sendo uma necessidade importante hoje.
A tecnologia educacional, no entanto, tem sido uma categoria de grande transformação. Nos últimos 25 anos, acompanhamos a transição de tecnologias antigas para quadros interativos e Chromebooks. E, a partir de 2020, observamos uma mudança drástica e contínua na quantidade de solicitações de tecnologia educacional. Embora as solicitações específicas de IA ainda representem uma pequena categoria, elas estão crescendo rapidamente. No último ano letivo, recebemos cerca de 600 solicitações de ferramentas e recursos de aprendizagem com IA; esse número já ultrapassa 1.000 neste ano letivo.
O que mais nos surpreendeu foi o principal caso de uso da IA que emergiu dos nossos dados. Esperávamos ver solicitações centradas na produtividade dos alunos ou no planejamento dos professores, e essas existem. Mas a maioria está focada em atender às diversas necessidades dos alunos. Os professores estão usando IA para gerar ferramentas de tradução em tempo real para alunos multilíngues ou para adaptar rapidamente um plano de aula para alunos com deficiência. Estamos vendo professores aproveitarem a IA para hiperpersonalizar o aprendizado.
P: COMO PODEMOS GARANTIR QUE O FINANCIAMENTO DA IA NÃO AGRAVE OS DESAFIOS EXISTENTES, COMO A EXCLUSÃO DIGITAL? Alix: A equidade de recursos está explicitamente intrínseca ao DNA da DonorsChoose. Nosso objetivo é que todos os alunos, em todas as comunidades, tenham acesso a uma educação de qualidade, independentemente dos recursos da escola. Este ano, mais de 80% do financiamento direcionado pela DonorsChoose foi destinado a projetos em escolas historicamente carentes de recursos. Além disso, nosso trabalho para reduzir a lacuna de recursos digitais enfrentada por essas escolas deve incluir ferramentas de aprendizagem com inteligência artificial.
O acesso ao hardware é apenas parte da equação. Sabemos que a grande maioria dos professores — 97%, segundo uma pesquisa que realizamos — não se sente preparada para implementar IA com sucesso em sala de aula. Os educadores têm sede e disposição para incorporar ferramentas de aprendizagem com IA, mas existe uma clara lacuna de preparo. Isso aponta para nossa maior aposta estratégica: a discussão em todo o setor sobre o futuro da IA na educação básica deve ser conduzida pelo conhecimento que os professores têm sobre as reais necessidades de seus alunos.
P: SE VOCÊ TIVESSE QUE DAR UMA ÚNICA MENSAGEM PARA AQUELES QUE ESTÃO PROJETANDO A PRÓXIMA GERAÇÃO DE FERRAMENTAS DE IA E PARA OS FORMULADORES DE POLÍTICAS QUE TOMAM DECISÕES SOBRE O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO, QUAL SERIA? Alix: Mantenha o foco nas necessidades e experiências dos alunos.
ANÚNCIO Na educação, assim como em outras áreas, as novas tecnologias são frequentemente adotadas primeiro por indivíduos que atuam diretamente com os alunos — os professores que realizam microexperimentos diariamente em suas salas de aula. A sabedoria coletiva deles sobre o que funciona e possibilita melhores resultados de aprendizagem constitui um conjunto de dados inestimável. Se nós, como setor, optarmos por nos guiar por esses casos de uso — as maneiras pelas quais os professores estão de fato obtendo sucesso, como o uso de IA para personalizar o aprendizado para alunos que não são falantes nativos de inglês — podemos expandir efetivamente nossa atuação.
As tecnologias que realmente apoiam a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos são aquelas centradas no ser humano, que incentivam a exploração e a criatividade do aluno. Ao manter o foco no aluno individual, garantimos que o imenso poder da IA seja direcionado para o seu uso mais eficaz e significativo, fazendo uma diferença importante na vida de cada criança.
P: OLHANDO PARA OS PRÓXIMOS 10 ANOS, QUAL É O PAPEL MAIS IMPORTANTE QUE VOCÊ ESPERA QUE A DONORSCHOOSE TENHA DESEMPENHADO PARA GARANTIR QUE ESSA REVOLUÇÃO DA IA FOSSE ACESSÍVEL, EFICAZ E CENTRADA NO SER HUMANO? Alix: Espero que tenhamos sido a plataforma essencial que colocou a voz do professor no centro do debate sobre IA. Queremos ser o elo que transforma os milhares de experimentos de IA bem-sucedidos e centrados no ser humano, que estão acontecendo em salas de aula por todo o país, em insights práticos para todo o sistema.
Temos agora a oportunidade de conduzir o rumo. Sabemos mais do que nunca sobre como os alunos aprendem e o que precisam para prosperar, e temos a tecnologia para fazer melhorias drásticas. Nosso papel na DonorsChoose é usar nosso acesso privilegiado à base para manter todo o setor — as empresas, as fundações, os líderes políticos — focado no impacto humano, e não apenas na promessa técnica. Estamos preparados para fazer coisas incríveis, só precisamos decidir fazê-las. E estou otimista de que conseguiremos.
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:24 PM
|
Hiding your address, phone number, and other details from Google and people search sites is easier than you might think.
|
|
Scooped by
Inovação Educacional
Today, 8:24 AM
|
O Ministério da Educação (MEC) publicou, hoje (26), portaria autorizando grupos de ensino a ter cursos presenciais de enfermagem nos polos de ensino a distância (EAD) que, por sua vez, receberão um credenciamento de instituição de ensino, como antecipado pelo Valor em setembro. A graduação de enfermagem nas modalidades on-line e semipresencial foram extintas dentro das regras do novo marco regulatório. Ou seja, agora, esse curso só pode ser ministrado de forma presencial. Atualmente, quase metade dos 478 mil alunos matriculados nessa graduação estuda na modalidade EAD. Apenas instituições de ensino com nota 4 ou mais (de um ranking que vai até 5), sem histórico recente de punições ou processos de supervisão serão elegíveis. A faculdade deve ter pelo menos uma outra graduação presencial na área da saúde, com limite de 100 vagas anuais. Além disso, o grupo precisa já ter, no mínimo, 40 alunos de enfermagem. Pelas novas regras, os grupos educacionais poderão solicitar abertura de curso de enfermagem em campus em cidades onde, anteriormente, só oferecia essa graduação na modalidade EAD. Segundo o Citi, entre as companhias de sua cobertura, a Cogna seria a principal beneficiada por ter 9% dos atuais alunos de ensino a distância matriculados em programas de enfermagem (o equivalente a 7,6% do total). Na sequência vem Ser Educacional, com 4,6% de estudantes dessa graduação no EAD (1,8% do total), seguida por Ydqus, com 1,6% de matriculados em enfermagem estudando on-line, (1,1% do total de matriculados). A Vitru, líder no mercado de EAD, dever ser a mais beneficiada porque praticamente toda a sua operação é no formato EAD, e abre-se um novo negócio para a companhia, que passa a ter cursos presenciais numa estrutura de polos, cujo custo é menor. O grupo tem cerca de 1 milhão de alunos matriculados em cursos a distância e 2,6 mil polos no país, com boa parte deles já estruturada com laboratórios. A Uniter também deve ser impactada positivamente dentro dessa mesma lógica. O grupo, do empresário Wilson Picler, tem cerca de 500 mil alunos exclusivamente em cursos on-line, com vários polos que receberam investimentos em laboratórios. Segundo o MEC, os pedidos devem ser enviados dentro de 30 dias após a publicação da portaria e serão priorizadas até 30% das solicitações sob um calendário regulatório extraordinário.
|
Scooped by
Inovação Educacional
Today, 8:11 AM
|
A visão de levar pela primeira vez a magia dos personagens da Disney ao Sora contrasta com o fato de que usuários já vêm criando animações piratas na plataforma, com várias contas produzindo trailers imaginários e outros conteúdos no estilo característico dos filmes da Disney e da Pixar.
Perfis não oficiais usaram logotipos dos estúdios e retrataram personagens semelhantes ao Buzz Lightyear, de "Toy Story", e à criança do filme "Up – Altas Aventuras". Em geral, porém, essas contas acumularam apenas algumas centenas de seguidores, com as mais populares alcançando pouco mais de mil curtidas.
A recepção limitada ao conteúdo no estilo Disney no app reflete a dificuldade mais ampla do Sora em atrair usuários suficientemente engajados para justificar seus altos custos operacionais.
Apesar de ter saltado para o topo das listas de download no lançamento, o Sora não conseguiu transformar esse interesse inicial em uma audiência diária habitual comparável à de redes sociais tradicionais como TikTok ou YouTube.
O app oferece uma experiência semelhante à rolagem de vídeos no TikTok ou no Reels do Instagram, com a diferença de que os próprios usuários criam os vídeos que compartilham a partir de comandos simples fornecidos ao modelo de IA.
Cerca de 25% dos 7 milhões de usuários mensais do Sora abrem o aplicativo diariamente, segundo estimativas da Sensor Tower, com um tempo médio de uso de 13 minutos por dia.
Aplicativos de redes sociais convencionais, como o TikTok, mantêm usuários engajados por até 90 minutos diários, de acordo com a empresa de inteligência de mercado.
Audiências têm demonstrado aversão ao chamado "slop", termo usado na indústria de IA para descrever conteúdo de baixo valor gerado por IA. Usuários do Sora entram e saem do app porque só dá para aguentar uma certa quantidade desse tipo de conteúdo, disse uma fonte com conhecimento do assunto.
Outro problema é o custo elevado para a OpenAI de permitir que usuários experimentem o Sora gratuitamente. Analistas do Cantor Fitzgerald estimam que provedores de modelos de vídeo gastem, em média, US$ 1,30 para gerar um vídeo de dez segundos, enquanto a consultoria SemiAnalysis estima que uma consulta média ao ChatGPT custe cerca de meio centavo de dólar.
1 25 Relembre personagens icônicos da Disney Embora Mickey não tenha sido o primeiro personagem criado pela empresa que na época ainda se chamava Disney Brothers Studio, o ratinho é sua Divulgação/DisneyMAIS
VOLTARFacebookWhatsappXMessengerLinkedinE-mailCopiar link Carregando... A geração de vídeo é muito mais complexa e exige muito mais poder computacional que o processamento de texto para chatbots. A SemiAnalysis afirmou que a diferença entre o Sora e o ChatGPT se assemelha à comparação entre a eficiência de combustível de um jato e a de uma picape.
Wei Zhou, chefe de pesquisa em utilidades de IA da SemiAnalysis, disse: "A resolução dos vídeos gerados pelo Sora é baixa porque eles precisam otimizar custos e considerar seus recursos computacionais, junto com o ChatGPT e a pesquisa. Eles são uma empresa e precisam pensar em resultados de negócio, e o Sora é caro de operar".
Bill Peebles, chefe do Sora na OpenAI, disse em outubro que "a economia é completamente insustentável" e que a empresa precisou limitar o número de vídeos gratuitos que os usuários podem gerar. Atualmente, usuários recebem uma quantidade limitada de créditos diários para criar vídeos gratuitamente, podendo comprar mais.
O Sora está entre os produtos da OpenAI que Altman planeja deixar em segundo plano até o próximo ano, após declarar um "código vermelho" em um memorando interno na semana passada e orientar funcionários a se concentrarem em manter o chatbot ChatGPT à frente de rivais como Google e Anthropic.
LEIA TAMBÉM
Como descobrir se o vídeo que você está vendo é real ou gerado por IA Meus amigos usaram meu rosto no Sora, app de vídeos da OpenAI; primeiro eu ri, depois fiquei com medo De oito redes sociais, só uma avisa que vídeo gerado por IA é falso Diante dos altos custos e da tração limitada do Sora, o acordo com a Disney permite à OpenAI evitar o risco de uma disputa judicial cara por propriedade intelectual.
O acordo de três anos torna a Disney o primeiro estúdio de Hollywood a licenciar seu conteúdo para a OpenAI. Usuários do Sora poderão escolher entre cerca de 200 personagens da Disney, Marvel, Pixar e Star Wars —embora o acordo não inclua a imagem nem a voz de atores. Assim, usuários podem criar vídeos com uma versão animada de Han Solo, mas não com o rosto ou a voz rouca de Harrison Ford.
A Disney ficará com uma participação de US$ 1 bilhão na startup, avaliada em US$ 500 bilhões, e receberá garantias para comprar mais ações a um preço simbólico ao longo do tempo, em troca do licenciamento de seus personagens.
A parceria fica aquém das ambições da OpenAI de fazer com que estúdios de Hollywood adotem o Sora para a produção de filmes, mas mantém a empresa fora da mira jurídica da Disney.
Bob Iger, CEO da Disney, afirmou: "Temos sido agressivos na proteção da nossa propriedade intelectual". O grupo de Hollywood enviou nesta semana uma notificação extrajudicial ao Google, acusando a empresa de violar direitos autorais "em escala massiva" ao copiar obras sem autorização para treinar serviços de IA.
folha mercado Receba no seu email o que de mais importante acontece na economia; aberta para não assinantes.
Carregando... O Google afirmou que mantém "uma relação de longa data e mutuamente benéfica com a Disney e continuará dialogando", acrescentando que utiliza dados públicos para desenvolver sua IA e conta com "controles adicionais e inovadores de direitos autorais".
Empresas de IA enfrentam ações judiciais movidas por organizações de mídia, autores e editoras de notícias. Em setembro, a Anthropic fechou um acordo de US$ 1,5 bilhão em um processo movido por autores que alegavam que seu conteúdo foi usado para treinar o modelo Claude. Outros casos contra Meta e Stability, pelo uso de livros e fotos no treinamento de modelos, não tiveram êxito nos tribunais.
"Litígios estão se mostrando um instrumento contundente para todos os lados, com resultados imprevisíveis", disse Joel Smith, sócio de propriedade intelectual do escritório internacional Simmons & Simmons. "A recuperação de danos por uso passado é sempre difícil e cara de quantificar."
Segundo Smith, acordos de conteúdo costumam ser "mais diretos" e podem abranger tanto o "uso retrospectivo de conteúdo quanto o uso futuro".
|
Scooped by
Inovação Educacional
Today, 8:01 AM
|
Se a pergunta é por onde começar, o que proponho para 2026 é olhar para a forma como usamos o nosso tempo e atenção. Hunt Allcott e colegas acompanharam quase três mil usuários do Facebook e sortearam metade para desativar a conta por quatro semanas, enquanto o restante seguiu como sempre. Ao fim do mês, quem saiu da rede relatou bem-estar mais alto, menos sintomas de depressão e ansiedade e mais tempo com amigos e família fora da tela, além de reduzir o uso do Facebook mesmo depois do experimento. O grupo de tratamento sabia um pouco menos sobre detalhes factuais da eleição, mas também estava menos polarizado politicamente e se dizia melhor de humor. A renda, a cidade e o emprego eram os mesmos; o que mudou foi só um pedaço da exposição ao feed. Pessoa segurando um celular com aplicativos de redes sociais visíveis na tela - DenPhoto - 29.jul.18/Adobe Stock Matthew Killingsworth, com um aplicativo que perguntava várias vezes ao dia como as pessoas se sentiam, encontrou outro pedaço da história. No conjunto de mais de 30 mil norte-americanos, o bem-estar experiencial continuou aumentando com o logaritmo da renda em toda a faixa observada, inclusive bem acima do número que costuma circular como "teto da felicidade"; não apareceu um platô claro a partir de US$ 75 mil por ano. Em paralelo, Andrew Jebb e coautores, usando dados de 1,7 milhão de pessoas em 164 países, estimaram pontos de "saciedade" em torno de US$ 60 mil a US$ 75 mil anuais para bem-estar emocional e cerca de US$ 95 mil para avaliação geral da vida. Após estes patamares, retornos bem menores, especialmente em países mais ricos. Em conjunto, esses resultados sugerem que o dinheiro segue importante, sobretudo para quem ainda não alcançou conforto básico, mas que a felicidade de cada real extra encolhe bastante após certo nível. Para boa parte da classe média urbana que já consegue pagar contas, comer fora de vez em quando e planejar férias, o problema deixa de ser apenas a renda e passa a ser o cotidiano que essa renda está financiando. O salto entre um e dois salários mínimos é enorme, mas entre 20 e 21, nem tanto. A próxima promoção dificilmente terá o mesmo impacto emocional da primeira carteira assinada ou do primeiro aluguel fora da casa dos pais. Se o salário já garante o básico e mais um pouco, discutir felicidade significa discutir o uso do tempo que ele compra: quantas horas vão para deslocamento, quantas para vídeos curtos, quantas para relações ou para descanso. O experimento de Allcott mostra que tirar um único aplicativo da rotina já produz diferença mensurável no humor e na forma como nos envolvemos com notícias e política. Desconexão aqui não precisa ser um gesto radical de jogar o celular fora. Pode significar menos rede social, mas também menos envolvimento emocional com o ciclo de notícias, menos hábito de abrir o portal a cada meia hora, menos disposição para entrar em todas as brigas do dia. Em dezembro, fiz uma versão doméstica desse experimento, trabalhando normalmente, mas tratando a coluna como pausa do ciclo de notícias. Em vez de comentar sobre usar alguma crise política como gancho, escrevi sobre presentes, literatura, brigas de família e usos práticos da evidência. Ao ajustar tempo e atenção, mesmo com o resto constante, a experiência do dia mudou. Uma hora a menos de redes ou de engajamento emocional com o noticiário tende a virar uma hora a mais de sono, conversa, leitura ou lazer, e isso pesa mais para a felicidade do que acrescentar metas ambiciosas que morrem em fevereiro.
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:47 PM
|
Desde o Iluminismo, temos tomado nossas próprias decisões. Mas agora a IA pode estar prestes a mudar isso.
Sexta-feira, 26 de dezembro de 2025, 05:00 GMT
Compartilhar 960 TNeste verão, me vi enfrentando o trânsito nas ruas escaldantes de Marselha. Em um cruzamento, meu amigo no banco do passageiro me disse para virar à direita em direção a um lugar conhecido por sua sopa de peixe. Mas o aplicativo de navegação Waze nos instruiu a seguir em frente. Cansado, e com o Renault parecendo uma sauna sobre rodas, segui o conselho do Waze. Momentos depois, estávamos presos em uma obra.
Um momento trivial, talvez. Mas um que captura, talvez, a questão definidora da nossa era, em que a tecnologia permeia quase todos os aspectos das nossas vidas: em quem confiamos mais – em outros seres humanos e nos nossos próprios instintos, ou na máquina?
O filósofo alemão Immanuel Kant definiu o Iluminismo como "a saída do homem de sua imaturidade autoimposta". Imaturidade, escreveu ele, "é a incapacidade de usar o próprio entendimento sem a orientação de outro". Durante séculos, esse "outro" que dirigia o pensamento e a vida humana era frequentemente o sacerdote, o monarca ou o senhor feudal – aqueles que alegavam ser a voz de Deus na Terra. Ao tentar compreender os fenômenos naturais – por que os vulcões entram em erupção, por que as estações mudam – os humanos buscavam respostas em Deus. Na formação do mundo social, da economia ao amor, a religião serviu como nosso guia.
Kant argumentava que os seres humanos sempre tiveram a capacidade de raciocinar. Simplesmente nem sempre tiveram a confiança para usá-la. Mas com a Revolução Americana e, posteriormente, com a Revolução Francesa, uma nova era despontava: a razão substituiria a fé, e a mente humana, livre das amarras da autoridade, se tornaria o motor do progresso e de um mundo mais moral. “ Sapere aude !” ou “Tenham coragem para usar seu próprio entendimento!”, exortava Kant a seus contemporâneos.
Dois séculos e meio depois, podemos nos perguntar se estamos silenciosamente regredindo à imaturidade. Um aplicativo nos dizendo qual caminho seguir é uma coisa. Mas a inteligência artificial ameaça se tornar nosso novo "outro" – uma autoridade silenciosa que guia nossos pensamentos e ações. Corremos o risco de ceder a coragem, arduamente conquistada, de pensar por nós mesmos – e desta vez, não a deuses ou reis, mas a um código.
O ChatGPT foi lançado há apenas três anos e uma pesquisa global, publicada em abril, já revelou que 82% dos entrevistados usaram IA nos últimos seis meses. Seja para decidir terminar um relacionamento ou em quem votar, as pessoas estão recorrendo às máquinas em busca de conselhos. De acordo com a OpenAI, 73% das solicitações dos usuários dizem respeito a tópicos não relacionados ao trabalho . Ainda mais intrigante do que nossa dependência do julgamento da IA no dia a dia é o que acontece quando a deixamos falar por nós. Escrever agora está entre os usos mais comuns do ChatGPT, perdendo apenas para solicitações práticas, como dicas de faça-você-mesmo ou culinária. A escritora americana Joan Didion disse certa vez : "Escrevo inteiramente para descobrir o que estou pensando". O que acontece quando paramos de escrever? Paramos de descobrir?
Preocupantemente, algumas evidências sugerem que a resposta pode ser sim. Um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) utilizou eletroencefalografia (EEG) para monitorar a atividade cerebral de redatores de ensaios que tiveram acesso a inteligência artificial (IA), mecanismos de busca como o Google ou nenhum acesso. Aqueles que puderam contar com a IA apresentaram a menor atividade cognitiva e tiveram dificuldades para citar seus trabalhos com precisão. Talvez o mais preocupante tenha sido que, ao longo de alguns meses, os participantes do grupo com IA se tornaram cada vez mais preguiçosos, copiando blocos inteiros de texto em seus ensaios.
O estudo é pequeno e imperfeito, mas Kant teria reconhecido o padrão. "Preguiça e covardia", escreveu ele, "são as razões pelas quais uma proporção tão grande de homens... permanece em imaturidade por toda a vida, e por que é tão fácil para outros se estabelecerem como seus guardiões. É tão fácil ser imaturo."
Sem dúvida, o apelo da IA reside na sua conveniência. Ela economiza tempo, dispensa esforço e – crucialmente – oferece uma nova maneira de se eximir da responsabilidade. Em seu livro de 1941, "O Escape da Liberdade", o psicanalista alemão Erich Fromm argumentou que a ascensão do fascismo poderia ser explicada, em parte, pela preferência das pessoas em abrir mão da sua liberdade em troca da certeza reconfortante da subordinação. A IA oferece uma nova maneira de se livrar desse fardo de ter que pensar e decidir por si mesmo.
O maior fascínio da IA reside na sua capacidade de realizar tarefas que a nossa mente não consegue: analisar oceanos de dados e processá-los a uma velocidade sem precedentes. Afinal, foi por isso que, sentada no carro em Marselha, decidi confiar na máquina em vez da minha amiga no banco do passageiro (uma decisão que ela interpretou como um insulto). Com acesso a todos os dados, certamente a aplicação deveria saber o que era melhor – ou pelo menos era o que eu pensava.
O problema é que a IA é uma caixa preta . Ela produz conhecimento, mas sem necessariamente aprofundar a compreensão humana. Não sabemos realmente como a IA chega às suas conclusões – até mesmo os programadores admitem isso. Tampouco podemos verificar seu raciocínio com base em critérios claros e objetivos. Portanto, quando seguimos os conselhos da IA, não somos guiados pela razão. Voltamos ao reino da fé. In dubio pro machina : na dúvida, confie na máquina – esse pode se tornar o nosso princípio orientador do futuro.
pular promoção da newsletter Inscreva-se no This is Europe.
Boletim informativo semanal gratuito Os temas e debates mais prementes para os europeus – da identidade à economia e ao ambiente.
Insira seu endereço de e-mail Marketing preferences
Get updates about our journalism and ways to support and enjoy our work.
Inscrever-se Aviso de Privacidade: Os boletins informativos podem conter informações sobre instituições de caridade, anúncios online e conteúdo financiado por terceiros. Se você não tiver uma conta, criaremos uma conta de convidado para você no theguardian.com para enviar este boletim informativo. Você pode concluir o cadastro completo a qualquer momento. Para obter mais informações sobre como usamos seus dados, consulte nossa Política de Privacidade . Usamos o Google reCaptcha para proteger nosso site e a Política de Privacidade e os Termos de Serviço do Google se aplicam. após promoção da newsletter A IA pode ser uma aliada formidável para os humanos na investigação racional. Ela pode nos ajudar a inventar medicamentos, nos libertar de "empregos inúteis" ou de tarefas que exigem pouco raciocínio e oferecem pouca satisfação. Melhor ainda. Mas Kant e seus contemporâneos não defenderam a razão em detrimento da fé apenas para que os humanos pudessem construir prateleiras melhores ou ter mais tempo livre. O pensamento crítico não se tratava apenas de eficiência – era uma prática de liberdade e emancipação humana.
O pensamento humano é complexo e repleto de erros, mas nos força a debater, a duvidar, a confrontar ideias e a reconhecer os limites da nossa própria compreensão. Ele constrói confiança, tanto individual quanto coletivamente. Para Kant, o exercício da razão nunca se resumiu ao conhecimento; tratava-se de capacitar as pessoas a se tornarem agentes de suas próprias vidas e a resistir à dominação. Tratava-se de construir uma comunidade moral alicerçada no princípio compartilhado da razão e do debate, em vez da crença cega.
Com todos os benefícios que a IA traz, o desafio é o seguinte: como podemos aproveitar sua promessa de inteligência sobre-humana sem corroer o raciocínio humano, a pedra angular do Iluminismo e da própria democracia liberal? Essa talvez seja uma das questões definidoras do século XXI. E é uma questão que faríamos bem em não delegar à máquina.
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:46 PM
|
I’ve been in a lot of conversations about where we should be using generative AI with faculty, staff, students, and those outside education. It’s a tricky line to figure out because it is so contextual.
In a conversation with my partner and friends last night, we were trying to figure out where does it fit. It reminded me of the section “The Big Twisty Knotty Problem for Education” in this post and some of what I was poking at in this post from last year on generative AI divides.
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:45 PM
|
This is part of a three-part series (here is part 2 and part 3). In this post, I’ll talk about navigating the discussion of AI plagiarism-checkers. The second one will discuss ways of engaging with students when AI-plagiarism is involved, and finally, I’ll end with recommendations on “the talk” that faculty should be thinking about having with students at the start of a class
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:40 PM
|
Todo mundo está obcecado em saber se a IA vai roubar seus empregos. Estão fazendo a pergunta errada. Enquanto as manchetes gritam sobre a IA substituindo trabalhadores — 41% dos empregadores planejam reduzir o quadro de funcionários, metade dos empregos de nível inicial estão desaparecendo — elas estão ignorando a verdadeira transformação. A questão não é quem será substituído, mas o que acontecerá com todos os que permanecerem. Eis a verdade controversa: a IA não está apenas eliminando empregos. Ela está eliminando todo o conceito de gestão tradicional. E isso pode ser a melhor coisa que poderia acontecer à sua carreira. O GRANDE ACHATAMENTO A gestão intermediária existe principalmente por um motivo: servir como roteadores humanos de informação. Os gerentes agregam dados de baixo para cima, filtram-nos e os repassam para cima. Eles recebem a estratégia de cima, traduzem-na e a disseminam para baixo. Essencialmente, são o middleware organizacional. Mas o que acontece quando a IA consegue encaminhar informações instantaneamente, revelar insights automaticamente e coordenar o trabalho de forma integrada? O middleware torna-se redundante. Na Fireflies, provamos que isso não é apenas uma teoria. Operamos com hierarquia mínima — colaboradores individuais ganham mais do que gerentes. Nossa IA registra todas as conversas, acompanha todas as decisões e garante que nada passe despercebido. O resultado? Uma organização radicalmente horizontal, onde todos atuam como CEOs de suas respectivas áreas. BEM-VINDOS À ERA DOS MINI-CEOS. Quando a informação flui livremente e a IA se encarrega da coordenação, algo profundo acontece: todos os funcionários ganham o contexto e as ferramentas que antes eram reservadas aos executivos. Imagine a seguinte situação: um gerente de sucesso do cliente (CSM) percebe, durante três ligações com clientes, que os usuários estão com dificuldades com a mesma funcionalidade. Em vez de agendar reuniões e elaborar relatórios, o CSM consulta sua equipe de IA para analisar padrões em todas as conversas com os clientes. Em poucos minutos, os dados mostram que 47% dos clientes corporativos mencionam esse ponto de atrito. A equipe de IA então elabora uma proposta de melhoria para a funcionalidade, notifica a equipe de produto e, ao final do dia, a proposta é priorizada para o próximo sprint. Essa ação costumava exigir três departamentos e cinco níveis de aprovação. Agora, é uma única pessoa com o auxílio de inteligência artificial que toma decisões em nível executivo. Ou imagine um representante de vendas que usa inteligência conversacional para monitorar menções à concorrência em todas as ligações de vendas da empresa. Ele identifica um padrão de preços, ajusta sua estratégia de proposta e fecha três negócios que teriam sido perdidos. Sem necessidade de equipe de operações de vendas. Sem comitê de preços. Apenas inteligência em tempo real e ação autônoma. Isso não é teatro de empoderamento. É uma reorganização fundamental do poder. RESISTIR É INÚTIL. As organizações tradicionais vão resistir a isso. Elas vão criar "comitês de IA" e "forças-tarefa de transformação" repletas de gerentes de nível médio, cujos papéis estão desaparecendo. Vão adicionar camadas para gerenciar a tecnologia que deveria eliminar camadas. Eles vão perder. Enquanto eles debatem estruturas de governança, seus concorrentes estão liberando exércitos de mini-CEOs, pois cada funcionário conta com colegas de IA que multiplicam seu impacto por dez. Cada pessoa toma decisões na velocidade do pensamento, não na velocidade da burocracia. É A SUA VEZ A escolha é clara: evoluir ou tornar-se irrelevante. Se você é um funcionário, comece a agir como um mini-CEO hoje mesmo. Use a IA para expandir seu alcance. Tome decisões que vão além da sua alçada. As regras antigas ficaram para trás. Se você é um líder, pare de proteger hierarquias que a tecnologia já tornou obsoletas. Dê aos seus colaboradores colegas de IA e autonomia radical. Sim, é assustador abrir mão do controle. Mas a alternativa — ver os concorrentes se moverem dez vezes mais rápido que você — é ainda mais assustadora. O futuro do trabalho não é sobre humanos versus IA. É sobre humanos com superpoderes de IA, atuando em organizações radicalmente horizontais, onde todos pensam e agem como donos. A gestão intermediária está morta. Vida longa ao mini-CEO.
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:34 PM
|
The term has been popularized on social media to describe numbness and low motivation. Experts offer ways to break out of these feelings.
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:32 PM
|
Her youngest siblings always enjoyed extra attention and special privileges, like trips to Disneyland, but she had rationalized the behavior: The oldest children are meant to be more independent, she thought, and her parents probably had more money for vacations after she moved out.
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:30 PM
|
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:27 PM
|
A maioria dos adolescentes sabe que teorias da conspiração infundadas, propaganda partidária e deepfakes gerados artificialmente espreitam nas redes sociais. Os alunos de Valerie Ziegler sabem como identificá-los.
Na Abraham Lincoln High School, em São Francisco, ela treina seus alunos de governo, economia e história para consultarem diversas fontes, reconhecerem conteúdo que incita à raiva e considerarem as motivações dos influenciadores. Eles fazem um brainstorming sobre maneiras de distinguir deepfakes de filmagens reais.
A Sra. Ziegler, de 50 anos, faz parte de uma vanguarda de educadores da Califórnia que se empenham em preparar os alunos para um mundo online em rápida transformação. As políticas de moderação de conteúdo enfraqueceram em muitas plataformas de mídia social, tornando mais fácil mentir e mais difícil confiar . A inteligência artificial está evoluindo tão rapidamente e gerando conteúdo tão persuasivo que até mesmo profissionais especializados em detectar sua presença estão perplexos.
A Califórnia está à frente de muitos outros estados ao incentivar as escolas a ensinarem alfabetização digital, mas mesmo lá, não se espera que as autoridades educacionais estabeleçam padrões específicos até o final de 2026. Assim, a Sra. Ziegler e um grupo crescente de colegas estão seguindo em frente, reunindo planos de aula de organizações sem fins lucrativos e atualizando materiais didáticos antigos para abordar novas tecnologias, como a inteligência artificial que impulsiona aplicativos de vídeo como o Sora . Seus métodos são práticos, incluindo exercícios em sala de aula que verificam a veracidade de postagens sobre história no TikTok e exploram como os selos que parecem sinalizar verificação nas redes sociais muitas vezes podem ser comprados em vez de conquistados.
Imagem Ms. Ziegler has drawn on resources like her school’s librarian, the Digital Inquiry Group and an A.I. literacy project from Stanford called CRAFT.Crédito...Minh Connors for The New York Times Professores e bibliotecários de todo o país há muito tempo tentam preparar os alunos para as dificuldades do ambiente online, mas os últimos anos têm evidenciado para os educadores o quanto seu trabalho envolve, cada vez mais, correr atrás do prejuízo em um cenário em constante movimento.
Os esforços da Sra. Ziegler demonstram as dificuldades de acompanhar as novas plataformas de mídia social, aplicativos e avanços em IA.
“Estamos enviando essas crianças para o mundo, e deveríamos ter lhes proporcionado habilidades”, disse a Sra. Ziegler, ex-professora do ano da Califórnia. “A parte complicada é que nós, adultos, estamos aprendendo essas habilidades ao mesmo tempo que as crianças.”
A alfabetização em mídias sociais é um tema difícil de ensinar nas escolas, especialmente agora. O financiamento federal para a educação é precário , e o governo Trump politizou e penalizou o estudo da desinformação e da informação errônea. A inteligência artificial está se tornando onipresente no sistema educacional, acessível a crianças cada vez mais jovens, mesmo que seus perigos para alunos e educadores se tornem cada vez mais evidentes.
Editors’ Picks
From ‘Mona’s Eyes’ to ‘Theo of Golden’: This Year’s Surprise Hit Novels
Murray Hill Knows How to Put on a Show. This One Doubled as a Wedding.
How to Make Döner Kebab Like a Cypriot Mom O News Literacy Project , uma organização sem fins lucrativos de educação midiática, entrevistou 1.110 adolescentes em maio do ano passado e descobriu que quatro em cada dez disseram ter recebido algum tipo de instrução em alfabetização midiática em sala de aula naquele ano. Oito em cada dez disseram ter se deparado com uma teoria da conspiração nas redes sociais — incluindo alegações falsas de que a eleição de 2020 foi fraudada — e muitos disseram estar inclinados a acreditar em pelo menos uma das narrativas.
A professora Ziegler ensina aos seus alunos, que se autodenominam "gerantes da tela", que seus feeds de redes sociais são alimentados por algoritmos altamente responsivos e que um grande número de seguidores não torna as contas confiáveis. Em um dos casos, os alunos aprenderam a distinguir entre um grupo de historiadores respeitável no Instagram e uma conta de sátira histórica com um nome semelhante. Agora, eles sempre verificam duas vezes as informações que lhes interessam online.
“Esse é o ponto de partida”, disse Xavier Malizia, de 17 anos.
A Sra. Ziegler tentou ensinar alfabetização em IA pela primeira vez no ano passado, testando um novo módulo do Digital Inquiry Group, uma organização sem fins lucrativos voltada para a alfabetização. Ela depende muito de colaborações, frequentemente consultando a bibliotecária de sua escola ou utilizando recursos gratuitos do CRAFT, um projeto de alfabetização em IA da Universidade Stanford.
Riley Huang, de 17 anos, disse que recentemente quase foi enganada por vídeos gerados artificialmente que retratavam Jake Paul, um boxeador e influenciador popular, como um homem gay aplicando maquiagem . Elisha Tuerk-Levy, de 18 anos, disse que foi "chocante" assistir a um vídeo realista de IA de alguém caindo do Monte Everest, mas acrescentou que os visuais nesses vídeos costumam ser suaves demais — um "indicador" útil que ajuda a identificá-los como falsos.
Zion Sharpe, de 17 anos, observou que os vídeos gerados por IA muitas vezes parecem se originar de contas onde todas as postagens apresentam a mesma pessoa vestindo as mesmas roupas e falando com a mesma entonação e cadência.
“É meio assustador, porque ainda temos muito mais para ver”, disse Zion. “Sinto que isso é só o começo.”
Os legisladores estão dando mais atenção ao assunto. O Dr. Vivek Murthy, cirurgião-geral do governo do presidente Joseph R. Biden Jr., incentivou as escolas em 2023 a implementarem o ensino de alfabetização digital. Pelo menos 25 estados aprovaram legislação relacionada, de acordo com um relatório a ser publicado pela Media Literacy Now, uma organização sem fins lucrativos. Neste verão, por exemplo, a Carolina do Norte aprovou uma lei que exige cursos de alfabetização em mídias sociais a partir do ano letivo de 2026-27, abordando temas como saúde mental, desinformação e cyberbullying.
Muitas dessas novas regras, no entanto, são voluntárias, inócuas, demoram a entrar em vigor ou não reconhecem a crescente presença da inteligência artificial.
“Eu realmente gostaria que pudéssemos fazer as coisas acontecerem mais rápido”, disse o deputado estadual Marc Berman, da Califórnia, um democrata que escreveu dois projetos de lei sobre alfabetização midiática aprovados em 2023 e 2024. Os projetos incentivaram o estado a incorporar aulas sobre alfabetização midiática e uso responsável de inteligência artificial em todos os níveis de ensino, mas as autoridades educacionais da Califórnia ainda não decidiram sobre um plano de ação formal.
“Trata-se de fortalecer essas habilidades fundamentais para que, independentemente da tecnologia que surgir daqui para frente, os jovens tenham a capacidade de lidar com ela”, disse o Sr. Berman.
A Sra. Ziegler tenta ensinar seus alunos a serem consumidores críticos de informações online.Crédito...Minh Connors para o The New York Times A Sra. Ziegler e seus colegas na Califórnia e em todo o país estão se esforçando para compreender a IA. O Distrito Escolar Unificado de San Diego realizou exposições de IA para seus professores nos últimos dois verões, cada uma atraindo mais de 150 educadores. No Distrito Escolar Unificado de Elk Grove, no Condado de Sacramento, os professores recorreram ao Code.org, ao MIT Media Lab e a outras instituições em busca de recursos focados em IA.
Educadores estão se deparando com o desafio da alfabetização em IA, inclusive além do ensino médio. A Universidade Augsburg, em Minneapolis, ofereceu este ano um curso chamado " Defesa Contra as Artes das Trevas ", focado em como "desinformação, fatos alternativos, propaganda, deepfakes" e outros fenômenos saturam as mídias sociais e o cotidiano. Adam Berinsky, professor de ciência política no MIT, ministra um curso sobre desinformação nas mídias sociais desde 2019, mas adicionou lições sobre os desafios e benefícios da IA na primavera.
“A inteligência artificial está em toda parte hoje em dia”, disse ele. “Adaptei meu método de ensino de acordo com isso.”
Os alunos da Sra. Ziegler na Abraham Lincoln High School incluem, no sentido horário a partir do canto superior esquerdo, Zion Sharpe, Riley Huang, Elisha Tuerk-Levy e Xavier Malizia.Crédito...Minh Connors para o The New York Times Os alunos da Sra. Ziegler são um grupo esperto, embora a quantidade de conteúdo irrelevante online possa ser avassaladora.
Em novembro, suas turmas discutiram a enxurrada de conteúdo nas redes sociais sobre Zohran Mamdani, o primeiro muçulmano eleito prefeito da cidade de Nova York. Durante a eleição, figuras de autoridade antes consideradas fontes confiáveis — incluindo um membro do Congresso e o ex-governador de Nova York que concorria contra Mamdani — compartilharam conteúdo gerado artificialmente mostrando a Estátua da Liberdade usando uma burca e Mamdani sendo elogiado por criminosos . (Este último incluía uma breve menção de que havia sido gerado por inteligência artificial). Publicações que espalhavam desinformação sobre seus planos políticos receberam centenas de milhares de visualizações, superando em muito as publicações de verificação de fatos .
Em determinado momento da discussão, um aluno interrompeu com um refrão comum: "Não acredite em nada que você vê."
Esse sentimento preocupa a Sra. Ziegler. Verificadores de fatos e analistas de desinformação vêm alertando há anos sobre uma crescente sensação de niilismo em relação à realidade.
“Existe quase uma mentalidade entre os jovens hoje em dia de que tudo é falso”, disse ela. “Eles ouvem falar muito sobre coisas falsas na internet, mas não sabem exatamente como distinguir uma da outra.”
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:25 PM
|
Assim como tantas esferas da vida, a educação tem sido permeada cada vez mais pela tecnologia, em especial a inteligência artificial generativa. Na sala de aula, o desafio é de mão dupla: alunos de diferentes níveis de ensino – do fundamental ao MBA – têm à sua disposição inúmeras novas plataformas para realizar tarefas e atividades. Ao mesmo tempo, as ferramentas abrem fronteiras e possibilitam que os professores explorem formas inovadoras de ensinar, embora tragam também suas questões éticas e práticas.
O impacto da chegada da inteligência artificial generativa à sala de aula desafia as concepções tradicionais do ensino, sobretudo por seu uso massivo e pela rápida adoção por parte dos alunos – mais rápida do que a reflexão dos educadores de como lidar com esse cenário.
A recepção de muitos profissionais e instituições a este fenômeno é, muitas vezes, reativa. Mas a conduta combativa é contraproducente e até irresponsável: nadar na contracorrente do avanço tecnológico é um exercício infrutífero. Seria o equivalente a, no início dos anos 2000, tentar impedir um estudante de usar a internet, por exemplo, uma ferramenta que pode, sim, potencializar o aprendizado.
É inegável que a IA poderá contribuir para melhorar a experiência dos alunos. Pode ajudar, por exemplo, no processo de brainstorm para o desenvolvimento de trabalhos acadêmicos. Ou servir como assistente para construção de sistemas e projetos envolvendo tecnologia. Isso só para trazer alguns casos simples em que a IA pode potencializar os processos educativos. Se pensarmos ainda que serão essas tecnologias que os estudantes encontrarão no dia a dia e no mercado de trabalho no futuro, faz sentido que as aprendam desde já.
Por isso, talvez a melhor forma de explorar as possibilidades educativas da IA seja colocando a mão na massa. As experiências práticas – principalmente aquelas centradas em projetos – poderão gerar casos muito mais educativos do que, por exemplo, uma aula 100% expositiva sobre essas ferramentas.
Mas não basta compreender que a IA pode ajudar no ensino. É preciso trazer e construir uma visão crítica. Ou seja, se de um lado do espectro temos a rejeição completa dessas ferramentas, do outro temos o uso indiscriminado e acrítico de tecnologias que, é importante lembrar, ainda estão em estágios de amadurecimento. E é fundamental que essa visão crítica seja construída conjuntamente com os estudantes, para que eles também entendam limitações e melhores práticas para lidar com a IA.
Este ponto de vista depende também de uma compreensão de como funcionam os sistemas de inteligência artificial generativa. É necessário que professores entendam essa operação, para que consigam entender também suas limitações e que consigam traçar planos robustos para traduzir as potências da IA. Mais uma vez, a experiência prática e aberta a experimentações pode ser bastante proveitosa para compreender de forma relevante os riscos envolvidos no uso da IA.
Seria ingênuo ignorar os riscos das alucinações dessas plataformas, por exemplo. É irresponsável usar IA no ensino sem considerar que as ferramentas podem trazer respostas equivocadas e errôneas. Mas, mais que isso, é preciso entender o porquê de as alucinações acontecerem e quais as formas possíveis de limitar esses desvios.
Também é necessário discutir de forma realista os impactos que a inteligência artificial terá sobre diferentes mercados e profissões. Ainda estamos distantes de um universo em que as máquinas vão substituir funções humanas. Mas isso não significa que não haverá efeitos importantes – e alguns deles, inclusive, já estão sendo sentidos.
A recepção de muitos profissionais e instituições a este fenômeno é, muitas vezes, reativa. Mas a conduta combativa é contraproducente e até irresponsável: nadar na contracorrente do avanço tecnológico é um exercício infrutífero
Na maior parte dos casos atuais, a IA tem sido utilizada mais como uma impulsionadora de produtividade do que como uma substituta. Ou seja, a tecnologia vem cumprindo um papel auxiliar, que libera humanos de atividades mecânicas e repetitivas (para não dizer robóticas) para poderem priorizar funções mais estratégicas.
A tendência é que, no futuro, alguns empregos percam, sim, espaço para a inteligência artificial – e o tempo desse movimento ainda é incerto. Mas é preciso ser realista: tudo indica que a inteligência artificial terá um papel transformador em diferentes frentes.
Quando falamos em ensino superior, estamos falando justamente da preparação de jovens para a entrada no mercado de trabalho. Por isso, é preciso trazer a discussão dos impactos da IA para as instituições de ensino superior. É uma questão de responsabilidade com os alunos que estão iniciando suas vidas profissionais.
Aliás, precisamos ir além: é preciso repensar a universidade e abraçar a transformação impulsionada pela inteligência artificial desde a metodologia. A tecnologia já é essencial em todas as esferas da vida dos estudantes de diferentes idades e gerações. Se não optar voluntariamente por fazer parte desse movimento, a educação pode ser engolida pela tecnologia.
Afinal, a IA já faz parte do mundo: ela adentrou nas nossas vidas como um todo, e tende a expandir ainda mais a sua presença na sociedade nos próximos anos. Por isso, as instituições de ensino – não só o ensino superior, mas de todos os segmentos – têm o dever de preparar seus alunos para esta nova realidade.
Não adianta negar esse movimento. É preciso debater e encontrar formas de incluir inteligência artificial nas práticas de ensino e aprendizagem (respeitando cada segmento e faixa etária), para que os alunos saibam usar as tecnologias e saibam navegar nesse mundo. E isso significa também discutir de forma responsável essas ferramentas, com todas suas implicações, sejam elas práticas ou éticas, e construir, com experiências reais, o entendimento mais completo possível sobre elas.
Por isso, é preciso repensar o ensino como uma mera transmissão de conteúdo. A educação precisa, sim, abraçar as novas ferramentas que surgem, para se tornar, na realidade, um lugar em que se possa experimentar e arquitetar coletivamente a nossa nova relação com a tecnologia.
A visão realista da IA e de seus impactos – sejam eles positivos ou negativos – é essencial para que essa mudança seja, ao mesmo tempo, transformadora e crítica. Se a inteligência artificial for vista como inimiga ou salvadora da educação, não será possível exercer a nossa responsabilidade enquanto educadores de formar, preparar e estimular as próximas gerações. Antes de tudo, precisamos ser realistas.
Maira Habimorad é CEO do Inteli (Instituto de Tecnologia e Liderança).
|
Scooped by
Inovação Educacional
December 26, 3:22 PM
|
Shares of Tesla have hit new highs on optimism about the company’s self-driving taxis. But experts say Tesla is far behind Waymo, which has a big head start.
|