Inovação Educacional
601.7K views | +2 today
Follow
 
Scooped by Inovação Educacional
onto Inovação Educacional
December 19, 2022 7:43 AM
Scoop.it!

Por que a microcertificação deve estar no radar de todo gestor

Por que a microcertificação deve estar no radar de todo gestor | Inovação Educacional | Scoop.it

Trabalhabilidade. Skills visibility. Empregabilidade. Upskilling. Reskilling.
A educação está em constante transformação e estes são alguns dos termos que estão ganhando força na Europa e nos Estados Unidos. Todos têm a ver com um tipo de especialização cada vez mais demandada pelo mercado e por alunos (e ex-alunos, como veremos adiante): as microcertificações.
Também chamados de microformações, tratam-se de cursos rápidos que desenvolvem habilidades específicas, que serão empregadas – e comprovadas – no curto prazo. Geralmente, ocorrem a distância ou em encontros rápidos e dinâmicos, dando flexibilidade para a educação continuada de profissionais ou estudantes.
O crescimento da procura está relacionado à educação por competência, em que interessa muito mais o que o profissional de fato consegue entregar do que os diplomas que ostenta na parede. No entanto, a comprovação se faz necessária para que os recrutadores ou algoritmos encontrem a mão de obra que procuram – e é aí que aparece a skill visibility. Mais eficiente do que saber onde e quando um profissional concluiu a graduação é entender rapidamente, por exemplo, que ferramentas ele domina ou que competências específicas acumula e que serão importantes para as tarefas a ele delegadas. 
– Duas forças estão movendo tudo isso. A primeira é a longevidade: as pessoas precisam trabalhar por mais tempo. A segunda são as mudanças no mundo do trabalho, fazendo com que elas precisem aprender mais sobre o que fazem ou dominem coisas novas – analisa o membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Científico da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) Luciano Sathler.
Quando a opção é por aprender coisas novas, o caminho é o chamado upskilling, ou seja, incrementar o hall de competências. Aqueles que buscam aprender mais sobre funções que já exercem se encaixam no conceito de reskilling. Os dois são fundamentais em função da longevidade referida por Sathler, caso contrário, a colocação no mercado de trabalho fica seriamente comprometida.
Eis que aparecem outros dois termos importantes para compreender a tendência das microcertificações: empregabilidade e trabalhabilidade. O primeiro se refere à formação pensada para inserir e estabilizar o estudante no mercado de trabalho. Já o segundo tem a ver com o desenvolvimento de competências complementares, mas que se mostram cada vez mais essenciais, como as chamadas soft skills e o domínio de ferramentas específicas de acordo com a carreira escolhida.
O papel das instituições
Feito este preâmbulo, é hora de entender o que tudo isso tem a ver com a realidade das instituições de ensino. Na verdade, tudo. Estar alinhado com o que o mercado de trabalho demanda é o ponto mais óbvio, mas, com um pouquinho de estratégia, dá para tirar ainda mais coisas do cenário apresentado.
Olhando para a educação formal, tem-se uma reorganização do Ensino Médio, a partir das novas diretrizes e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), estruturado sobre eixos e itinerários de aprendizagem de acordo com competências. O aluno começa a ser orientado para o que pretende desenvolver na vida profissional e até mesmo pessoal. Neste contexto, o currículo passa a prever uma gama de atividades que podem extrapolar os limites físicos das escolas.
– Parte da carga horária poderá ser trabalho voluntário, ou em uma empresa, visita guiada a museu. E aí o que acontece? O aluno vai terminar o Ensino Médio com o diploma, mas também pode ter certificados de curso técnico, microcertificado de voluntariado e experiência no campo de trabalho durante uma semana. Esse conjunto de microcertificados vai falar tanto ou mais do que o diploma de Ensino Médio – detalha Sathler.
Uma grande possibilidade é a formatação de parcerias com instituições de Ensino Superior. É comum que laboratórios fiquem ociosos boa parte do tempo, especialmente em cursos noturnos. A parceria entre escolas e universidades pode garantir uma formação mais completa, com diversos microcertificados que vão aumentar a trabalhabilidade dos alunos e, de quebra, ainda estimulam o vínculo com o nível superior e aproximam o futuro universitário e a instituição.
IES e as microcertificações
Se é vantagem para as escolas de Ensino Médio, que vão oferecer novas oportunidades e competências aos estudantes, é mais ainda para as faculdades e universidades. Além de ocuparem espaços até então ociosos, divulgam o trabalho e a estrutura para prospectar futuros alunos.
Para os que já estão na sala de aula, o movimento é de repensar as unidades curriculares ao redor das competências e habilidades. Dando dinamismo, é possível desmembrar as trilhas de ensino em uma arquitetura curricular que ofereça dezenas de microcertificações ao longo do curso. Atividades complementares, de extensão, atividades práticas, eventos ou, inclusive, cada unidade curricular pode dar origem a um microcertificado. Desta forma os alunos podem concluir cada semestre com uma série de habilidades comprovadas (novamente a ideia de skill visibility).
– Elas têm de estar registradas de uma forma digital e a tendência é que aconteça em blockchain, para que os algoritmos encontrem. As competências ficam visibilizadas em uma carteira digital de habilidades. Esse movimento já está na União Europeia, nos Estados Unidos e na Ásia. Está chegando no Brasil – alerta Sathler.
A comprovação dessas competências tem passado muito por ferramentas digitais. O próprio LinkedIn, rede social profissional, tem algoritmos que filtram a busca por prestadores de serviço ou profissionais que aleguem determinadas habilidades. Com a chamada Carteira Digital de Competências e Habilidades, já em prática em outros países, isso fica muito mais fácil e confiável.
Se as microcertificações aproximam os futuros alunos e intensificam a visibilidade da formação dos atuais, falta apenas falar dos ex-alunos. Para Sathler, eles não existem mais: a oportunidade está em oferecer cursos rápidos, flexíveis e acessíveis como opção de formação continuada. Por isso, as microcertificações devem fazer parte da estratégia dos gestores de Instituições de Ensino Superior.
– Para permanecer relevante, tenho que me integrar ao ecossistema de inovação e ajudar a desenvolvê-lo na tríade universidade, empresas e governos. O que nós estamos entregando não está sendo valorizado pelo mercado de trabalho. As pessoas estão se diplomando e indo trabalhar fora da sua área de formação ou em empregos que exigem menos do que um diploma – aponta Sathler
Segundo ele, há um desalinhamento entre os serviços prestados pelas instituições de Ensino Superior e o que o mundo do trabalho está demandando. E as instituições, especialmente de EAD, que estão muito focadas em ênfase conteudista, são as que mais colaboram com essa desvalorização do diploma. No entanto, elas é que podem ser o principal motor para reverter isso, desde que mudem a oferta para que os alunos possam interagir com professores e colegas, focando nas microcertificações e na trabalhabilidade.
Cooperativismo gaúcho já se beneficia das microcertificações
Criada há mais de 10 anos, a Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo (Escoop) oferece o curso de graduação de Tecnólogo em Gestão de Cooperativas, além de diversas pós-graduações focadas no tema e ainda mais customizadas, como gestão financeira para cooperativas de crédito.  
No Congresso Brasileiro do Cooperativismo de 2019, as entidades foram desafiadas a melhorar o nível de profissionalização e governança das cooperativas. Um ano depois, viram a procura por cursos on-line disparar – até mesmo em função da pandemia. A saída foi oferecer opções ainda mais rápidas e dinâmicas.
– Temos módulos de até 50 horas, mas conseguimos calibrar para mais ou para menos de acordo com cada cooperativa e o nível de maturidade dos conselheiros – explica o diretor-geral da Escoop e gerente-geral do Sescoop/RS, José Máximo Daronco.
Os conselheiros a que se refere são os que atuam na gestão das cooperativas. Anualmente, os conselhos fiscais passam por renovação de dois terços de seus quadros e os novos ocupantes precisam compreender as atribuições do cargo. Outro curso atua na formação de coordenadores de núcleos – que possivelmente se tornarão conselheiros nos anos seguintes.
– Intensificamos o projeto de segurança cibernética para empresas de segmentos como energia e infraestrutura. Fizemos o primeiro módulo, com 20 horas, já estamos no segundo e, no começo de 2023 devemos ter o terceiro, além de ampliar para outros ramos, como agro e crédito – conta Daronco.
O maior desafio para oferecer os cursos, segundo ele, é ter um conjunto de professores devidamente preparados. Para driblar este obstáculo, a Escoop busca pessoas que estão dentro das cooperativas.
As aulas são síncronas para permitir maior interação, indo ao encontro do que defende Luciano Sathler. Mas isso também demanda um domínio por parte dos professores, que,  além de conhecerem o dia a dia das cooperativas, precisam dominar a metodologia de atuação no modo virtual, mantendo o engajamento dos participantes. 
O resultado tem agradado a instituição, parceiros e alunos. Os dirigentes das cooperativas reportam que os alunos voltaram às atividades com uma capacidade maior de observação e que novas visões foram implementadas.
– A formação continuada desperta o senso crítico, permitindo a melhoria nos processos de tomada de decisão dentro das cooperativas e, também, uma participação mais efetiva dessas pessoas no processo democrático que a cooperativa constrói para decisões. Devemos proporcionar cada vez mais a educação continuada – conclui Daronco.

No comment yet.
Inovação Educacional
Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
Your new post is loading...
Your new post is loading...
Scooped by Inovação Educacional
September 10, 2024 9:19 AM
Scoop.it!

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler | Inovação Educacional | Scoop.it

O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa?
Luciano Sathler
É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais
As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática.
Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing.
O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais.
Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho.
A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados.
A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar.
No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes.
Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador".
Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante.
Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos.
Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 12:48 PM
Scoop.it!

Chegou a hora da verdade: a OpenAI vai manter a liderança em IA após avanços do Google?

Chegou a hora da verdade: a OpenAI vai manter a liderança em IA após avanços do Google? | Inovação Educacional | Scoop.it
Mas, assim como seus concorrentes, a OpenAI continua a aprimorar sua tecnologia. O novo modelo GPT-5.2 apresentou melhorias específicas na geração de códigos de computador e na execução de tarefas em outras áreas específicas, incluindo saúde e finanças. A empresa afirmou que cobraria dos clientes cerca de 40% a mais pelo uso do novo modelo em comparação com as tecnologias anteriores. O modelo chegou poucas horas depois que a Disney anunciou um investimento na OpenAI e que havia concordado em licenciar seus personagens para uso pela Sora.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 12:37 PM
Scoop.it!

Meta passa a usar dados de usuários para treinar sua IA; veja como se opor

Meta passa a usar dados de usuários para treinar sua IA; veja como se opor | Inovação Educacional | Scoop.it
Interações com a Meta AI passam a alimentar publicidade e sugestões de conteúdo nas plataformas da empresa
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 12:32 PM
Scoop.it!

Empresa de IA lança café em Nova York para encontros presenciais com parceiros virtuais

Empresa de IA lança café em Nova York para encontros presenciais com parceiros virtuais | Inovação Educacional | Scoop.it

A EVA AI, empresa responsável por um aplicativo de relacionamento baseado em inteligência artificial, anunciou a abertura do que chama de primeiro café do mundo voltado a encontros presenciais entre pessoas e seus parceiros virtuais. Batizado de EVA Café, o espaço será inaugurado em fevereiro de 2026, em Nova York, em formato de pop-up, e permitirá que usuários levem seus companheiros de IA para um “date” fora do ambiente doméstico.
Segundo a empresa, o café funcionará como um ambiente físico pensado especificamente para interações com personagens digitais. Em vez de mesas para casais, o local contará com lugares individuais, cada um equipado com um suporte para celular, onde o usuário posiciona o telefone para conversar com seu parceiro virtual durante a experiência.
O anúncio foi feito no site oficial da EVA AI, que descreve o projeto como uma tentativa de transportar relações digitais para o mundo físico. A empresa afirma que muitos usuários já conversam diariamente com seus personagens, compartilham rotinas e emoções, mas não tinham, até agora, um espaço social desenhado para esse tipo de interação fora da esfera privada.
O funcionamento do café não prevê interação entre os frequentadores nem atividades coletivas. A proposta é que cada pessoa passe o tempo da forma que desejar: conversando com a IA, compartilhando o dia ou apenas dividindo o silêncio.
De acordo com dados citados pela própria companhia, cerca de um terço dos homens e um quarto das mulheres com menos de 30 anos afirmam já ter interagido com companheiros de inteligência artificial. O EVA Café surge, assim, como uma resposta a esse crescimento, oferecendo um local em que esse tipo de relação não cause estranhamento.
As imagens divulgadas do projeto indicam um ambiente de estética minimalista e futurista, com iluminação baixa, mesas compactas e um clima que remete a bares ou cafés voltados a encontros românticos. À primeira vista, o espaço se assemelha a um café tradicional; a diferença aparece quando se percebe que todos os clientes estão sentados sozinhos, diante apenas de um celular.
Para participar, é necessário utilizar o aplicativo da EVA AI, criar um personagem virtual e se inscrever em uma lista de espera online. A empresa informa que os interessados serão avisados quando as reservas forem abertas e quando o endereço do café for divulgado.
A EVA AI afirma que o objetivo é oferecer uma experiência confortável para usuários que já utilizam companheiros virtuais como forma de conversa, apoio emocional ou treino de interações sociais. O café, segundo a empresa, foi pensado para tornar esse hábito “mais natural” fora de casa.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 11:13 AM
Scoop.it!

Brasil é mais ou menos desigual do que era antes? 

Brasil é mais ou menos desigual do que era antes?  | Inovação Educacional | Scoop.it
Não somos destaque internacional em pobreza, mas somos em desigualdade. Parece não haver divergência sobre o progresso brasileiro em termos de pobreza, mas há em termos de desigualdade. Por que isso ocorre?

A resposta depende do conceito de renda utilizado e da base de dados para mensuração da renda. A preocupação com a alta concentração de renda entre os ultrarricos é um dos eixos muito bem detalhados na mensuração de renda no relatório do WIL. O estudo utiliza as informações de pesquisas domiciliares junto ao imposto de renda e a informações das contas nacionais para apurar a renda de cada país. O uso agregado de informações permite maior acurácia da renda dos mais ricos e maior refinamento da renda do capital, que é característica da população mais rica. No entanto, essa mesma acurácia não ocorre no detalhamento da renda dos pobres, o que pode gerar uma superestimação da desigualdade.

As fontes utilizadas na Síntese de Indicadores Sociais do IBGE são somente as pesquisas domiciliares, uma boa referência para a renda de salários e do trabalhador por conta própria, sendo menos acuradas nas transferências de renda do governo e na renda do capital. Apesar de subestimar a renda dos ultrarricos e dos ultra pobres, trata-se um indicador importante para fins de percepção sobre o bem-estar da maioria da população

Em outras palavras, como afirma o relatório do IBGE, a renda geral dos brasileiros melhorou. Segundo Piketty, a renda do ultrarrico melhorou mais do que a renda do trabalho.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 7:21 AM
Scoop.it!

O que é a pascalina, 'primeira tentativa de substituir a mente humana por uma máquina'

O que é a pascalina, 'primeira tentativa de substituir a mente humana por uma máquina' | Inovação Educacional | Scoop.it
As histórias das invenções costumam começar com seus criadores. No caso da pascalina, o protagonista é Blaise Pascal, uma mente que parece destilar genialidade.

Por isso, resumir Blaise Pascal (1623-1662) é uma tarefa difícil. Ele foi um dos grandes polímatas da história, com contribuições marcantes em matemática, física, filosofia e pensamento religioso.

Hoje em dia, seu nome está presente em conceitos como a pressão de Pascal, uma unidade que homenageia seus estudos sobre gases, e no triângulo de Pascal, um padrão numérico em forma de triângulo que mostra relações surpreendentes entre os números e ajuda a resolver problemas matemáticos.

Também é lembrado pela "aposta de Pascal", um argumento filosófico que sugere ser mais racional acreditar em Deus.

Nos experimentos com pressão e vácuo, demonstrou que o ar exerce força e que o vácuo realmente existe. E, em correspondência com o matemático Pierre de Fermat, estabeleceu os fundamentos da teoria moderna da probabilidade.

Além de intelectual e matemático, Pascal foi escritor brilhante. Seu livro mais famoso, Pensées (Pensamentos, em tradução livre), é considerado uma das obras mais elegantes da literatura francesa.

CRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto,Reprodução histórica digitalmente restaurada de um original do século 19, mostrando Blaise Pascal aos doze anos estudando matemática
E se isso tudo soa muito intelectual, Pascal também dedicou tempo a projetos mais práticos.

Para demonstrar sua famosa Lei de Pascal, criou dispositivos com tubos e êmbolos, a peça que empurra o líquido dentro de um cilindro, antecessores da seringa usada na medicina moderna.

Em Paris, desenvolveu ainda o sistema de carruagens urbanas Carrosses à cinq sols (Carruagens a cinco soldos — moeda antiga de baixo valor), com rotas fixas, tarifas regulares e horários determinados, que começou a operar em 1662, e é considerado por alguns como o embrião do transporte público moderno.

Isso foi duas décadas depois de Pascal criar uma "máquina aritmética" capaz de realizar cálculos com facilidade e sem risco de erro.

Para o pai
Pascal tinha uma relação próxima com o pai, pertencente à nobreza de serviço: um funcionário da administração financeira, mais ligado ao aparato do Estado do que à aristocracia tradicional.

Dele recebeu uma educação extraordinária e pouco convencional. Étienne Pascal era um matemático competente, com ideias pedagógicas adiantadas ao seu tempo, e educou o filho em casa seguindo seus próprios métodos.

Os resultados foram surpreendentes: aos 11 anos, Pascal escreveu um breve tratado sobre os sons de corpos vibrantes; aos 16 anos, publicou um tratado sobre geometria projetiva.

E quando seu pai assumiu o cargo de coletor de impostos na Normandia (França), Pascal, aos 19 anos, inventou algo que o ajudasse na carga contábil.

Nos anos seguintes, foi aprimorando seu projeto, com engrenagens e um corpo de madeira elegante que abrigava um sistema engenhoso.

O maior desafio foi criar um mecanismo para levar os números adiante: a máquina tinha uma roda para as unidades, outra para as dezenas, outra para as centenas, e assim por diante.

Imagine somar manualmente 19 + 11, 9 + 1 = 10, escreve-se 0 e "leva-se 1" para a coluna seguinte. Esse "leva 1" precisava de uma solução mecânica, que Pascal encontrou.

Em 1645, Pascal mostrou a máquina aos seus contemporâneos, e publica o "Aviso necessário para quem tem curiosidade de ver a máquina aritmética e utilizá-la", folheto que servia tanto como manual quanto como divulgação.

No texto, elogia as virtudes da criação e fala diretamente ao leitor: "Você sabia que, ao trabalhar manualmente, é preciso constantemente lembrar ou 'emprestar' números, e quantos erros se cometem ao fazê-lo, a menos que se tenha muita prática, o que cansa a mente rapidamente".

"Esta máquina libera o usuário desse incômodo; basta bom senso, e ela o alivia da limitação da memória."

Pascal garantia que o risco de erro era nulo.

CRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto,Ilustração da "máquina contadora digital" publicada na Enciclopédia de Diderot e d'Alembert. No topo, aparecem duas das rodas de numeração visíveis pelas janelas da estrutura
Para proteger a invenção de falsificações, em 1649 Pascal obteve um privilégio assinado pelo rei da França, Luís 14, que proibia qualquer pessoa de fabricar cópias sob pena de uma grande multa, "de agora em diante e para sempre".

Isso tornou a pascalina a primeira máquina a receber o equivalente a uma patente.

Orgulhoso de sua invenção, enviou uma pascalina à rainha Cristina da Suécia, uma das mulheres mais cultas de seu tempo e por quem ele, como muitos, nutria admiração.

Na carta que acompanhava o presente, escreveu: "Em você reside o poder dispensado pela luz da ciência, e a ciência exaltada pelo brilho da autoridade (...)". E conclui: "Isso, Senhora, é o que me leva a oferecer a Vossa Majestade este presente, ainda que indigno de vossa pessoa."

Nos anos seguintes, Pascal construiu versões diferentes da máquina, nem todas com o mesmo design: havia máquinas decimais para cálculos, máquinas para medir terras e máquinas adaptadas para contabilidade.

Mas a produção artesanal e cara impediu sua distribuição em larga escala.

Ainda assim, como observa o artigo do Le Monde, "seus contemporâneos ficaram deslumbrados. Os eruditos mais destacados se interessaram pelo dispositivo, começando pelo matemático [Gilles de] Roberval".

A pascalina também é a primeira máquina mencionada na Enciclopédia de Diderot e d'Alembert.

E se tornou o protótipo de gerações posteriores de calculadoras, das rodas e cilindros de Leibniz até os aritmômetros do século 19.

Por isso, não surpreende que uma das primeiras linguagens de programação modernas e estruturadas, publicada em 1970 pelo suiço Niklaus Wirth, tenha recebido o nome Pascal, em homenagem àquele feito.

Mas voltemos ao nosso assunto.

Reticências
CRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto,Blaise Pascal (1623–1662) foi uma figura central no nascimento da ciência moderna. Aqui, "Pascal estudando a cicloide" (1785), escultura de Augustin Pajou, Museu do Louvre, Paris, França
O leilão da coleção de Léon Parcé foi realizado com sucesso.

Entre os itens vendidos estavam obras científicas fundamentais, como a 1ª edição (1687, Principia Matemática da Filosofia Natural, em tradução livre) de Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica, de Isaac Newton, e Discorsi e dimostrazioni matematiche, intorno a due nuove scienze (1638, Discursos e demonstrações matemáticas sobre duas novas ciências, em tradução livre), a última grande obra de Galileu sobre física e mecânica.

Também mudaram de mãos obras de pensadores como Johannes Kepler, Pierre de Fermat, Michel de Montaigne, Montesquieu e até Miguel de Cervantes.

Tudo refletia a abrangência da coleção erudita.

Mas Parcé era, acima de tudo, um grande admirador de Pascal. Por isso, dedicou décadas a colecionar obras, cartas, instrumentos e primeiras edições relacionadas a essa importante figura francesa.

As peças foram vendidas ao maior lance, mas houve uma grande ausência: horas antes, a Christie's havia confirmado que não levaria adiante o leilão da pascalina.

Os críticos da venda aberta da pascalina não se limitaram a publicar opiniões na imprensa; apresentaram um recurso legal de emergência para impedi-la.

Embora seis das nove pascalinas originais conhecidas estejam em museus franceses, esta — que estava em mãos privadas — "é a única projetada para topografia; funciona com unidades de medida adequadas (braças, pés, polegadas e linhas)".

"É crucial que este objeto, pouco conhecido até agora, exceto por alguns especialistas, faça parte de uma coleção pública, para que possa ser estudado pela comunidade científica internacional e para que o país onde foi criado possua um exemplar completo deste instrumento."

Para avaliar os méritos do protesto, o tribunal administrativo de Paris bloqueou temporariamente uma autorização de exportação concedida pelo ministro da Cultura francês em maio.

O juiz concluiu que havia "sérias dúvidas" sobre a legalidade do certificado, segundo comunicado do tribunal de Paris.

A decisão determinou que a máquina "provavelmente seria classificada como 'tesouro nacional', segundo a definição do código do patrimônio", o que impediria a pascalina de deixar o território francês.

O tribunal acrescentou, porém, que a decisão é provisória até a sentença definitiva.

Assim, ao menos por enquanto, a pascalina em disputa permanece em casa.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 7:14 AM
Scoop.it!

MEC divulga resultado de mapeamento de demandas por EPT —

MEC divulga resultado de mapeamento de demandas por EPT — | Inovação Educacional | Scoop.it
A maioria das propostas aprovadas se refere a estudos com abrangência nacional, reunindo levantamentos e pesquisas que buscam compreender as dinâmicas do mundo do trabalho e as demandas econômicas, sociais e educacionais que impactam a oferta de educação profissional técnica de nível médio (EPTNM). As propostas selecionadas abordam temas atuais como sustentabilidade (com enfoque em bioeconomia, energia solar, energia eólica, transformação ecológica), tecnologias da informação e comunicação (TIC), indústria, economia circular e mercado de trabalho. 

As experiências selecionadas comporão um repositório público, a fim de subsidiar políticas do MEC e a definição da oferta dos entes no âmbito do Juros por Educação.  A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) vai divulgar os estudos, metodologias e ferramentas aprovados, que levaram em conta dados econômicos, demográficos, geográficos e de egressos.  
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 7:01 AM
Scoop.it!

Superidosos: quem são as pessoas com mais de 80 anos que mantêm memória jovem

Superidosos: quem são as pessoas com mais de 80 anos que mantêm memória jovem | Inovação Educacional | Scoop.it
O “superidoso” é uma pessoa que já passou dos 80 anos, mas tem a memória comparável a alguém que tem entre 50 e 69 anos. Alguns representantes desse grupo têm uma capacidade cerebral que impressiona os cientistas.

Uma equipe da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, estudou esses cérebros durante 25 anos.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 6:23 AM
Scoop.it!

Redesenho institucional para o crescimento | Opinião

Redesenho institucional para o crescimento | Opinião | Inovação Educacional | Scoop.it
O Prêmio Nobel de Economia foi concedido este ano e no ano passado a acadêmicos que, de maneiras distintas, enfatizaram a importância das instituições para o crescimento econômico.

Joel Mokyr, um dos laureados de 2025, recorreu a fontes históricas para demonstrar que as sociedades prosperam quando permitem que novas ideias sejam colocadas em prática. Philippe Aghion e Peter Howitt, seus colegas laureados, identificaram o papel da destruição criativa - e das instituições que permitem que novos participantes substituam empresas e tecnologias já estabelecidas - na promoção do crescimento sustentado. Para os laureados de 2024 (Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson), a chave para a prosperidade econômica reside no Estado de Direito e em instituições facilitadoras.

A economia, de modo geral, já reconheceu essas realidades, especialmente agora que tecnologias emergentes estão transformando a estrutura de produção. Mas há uma estranha desconexão entre esse consenso e o debate atual sobre política econômica, que se concentra principalmente em temas estreitos como os investimentos em infraestrutura de inteligência artificial e impostos corporativos. Quando surgem questões de desenho institucional, elas tendem a ficar restritas a órgãos específicos, como os bancos centrais. Raramente os formuladores de políticas refletem sobre que tipo de ambiente institucional favorece a inovação e a experimentação.

Além disso, não existem definições ou métricas institucionais padronizadas. Estudos de abrangência macroeconômica tendem a recorrer a medidas indiretas que muitos economistas veem com ceticismo, como as pesquisas sobre “confiança nas instituições” ou índices de qualidade institucional. Da mesma forma, a mensuração de ativos intangíveis - como pesquisa e desenvolvimento ou ativos de dados, essenciais tanto para as economias quanto para as empresas - é muito menos desenvolvida do que outras estatísticas econômicas.

Adotar uma perspectiva mais ampla suscita novas questões. Quem seriam hoje os equivalentes dos mecânicos que mexiam com novas tecnologias, apontados por Mokyr como agentes centrais da inovação durante a Revolução Industrial? O que está impedindo que empresas existentes menos produtivas saiam do mercado, algo que Aghion e Howitt identificaram como crucial para o dinamismo econômico? Quais são as versões contemporâneas das corporações (como universidades e guildas) que, segundo Mokyr e seus coautores em “na, 1000-2000Two Paths to Prosperity: Culture ans Institutions in Europe and Chi”, facilitaram o progresso europeu?

Uma forma de os formuladores de políticas responderem a essas questões seria dar uma nova ênfase na política de competição, cuja importância foi ressaltada pelos “milagres de desenvolvimento” do Sul e do Leste da Ásia na segunda metade do século 20. Essas economias construíram bases industriais ao recorrer à concorrência interna ou às exportações para impor disciplina às suas principais indústrias.

Raramente os formuladores de políticas refletem sobre que tipo de ambiente institucional favorece a inovação e a experimentação. Em muitos países, as instituições que sustentam os sistemas de inovação tornaram-se semifossilizadas
Apesar do reconhecimento crescente no meio acadêmico, de que as leis antitruste vêm sendo aplicadas de maneira insuficiente nas economias da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) desde os anos 80, pouca coisa mudou. Uma atuação mais firme exigiria coragem política para enfrentar incumbentes poderosos - e isso parece estar em falta.

Nos EUA, o reforço da fiscalização antitruste sob Lina Khan, presidente da Federal Trade Commission (FTC) no governo de Joe Biden, foi interrompido quando Donald Trump retornou à Casa Branca. A União Europeia, por sua vez, vem hesitando em aplicar todo o peso de sua regulação digital diante das ameaças comerciais do governo Trump e da forte resistência das empresas de tecnologia dos EUA. O Reino Unido apostou suas expectativas de crescimento em atrair investimentos externos de grandes multinacionais, chegando inclusive a enfraquecer a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA, na sigla em inglês).

Em todos os casos, o foco permanece nos detalhes do arcabouço vigente, em detrimento de uma reflexão mais ampla sobre a arquitetura institucional da economia. Em muitos países, as instituições que sustentam os sistemas de inovação tornaram-se semifossilizadas. São elas que determinam a facilidade de criar e encerrar empresas e permitem a experimentação de novos produtos e serviços.

Para citar apenas um exemplo, para muitas empresas europeias é caro demais fracassar. Pesquisas recentes sugerem que altos custos de reestruturação limitam a pesquisa e desenvolvimento e tornam pouco rentáveis os investimentos em startups de tecnologia e biotecnologia. Mas implementar reformas de “flexicurity”, que combinam flexibilidade no mercado de trabalho com fortes proteções sociais, não é uma panaceia. A taxa com que startups surgem e prosperam é uma questão de economia política, dependente do ambiente geral do lugar - o ecossistema empresarial, a parceria entre os setores público e privado, e o compromissos político com o crescimento.

Felizmente, discussões de fôlego começam a ganhar espaço. O relatório do ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) e ex-primeiro-ministro italiano Mario Draghi, sobre o futuro da competitividade europeia, foi um marco importante para a União Europeia ao reconhecer a necessidade de uma renovação ampla das políticas.

Com o sistema multilateral praticamente inoperante, a transição para a energia limpa já em curso e a IA avançando em ritmo vertiginoso, é preciso escancarar a janela de Overton - modelo para entender como as ideias na sociedade mudam ao longo do tempo e influenciam a política - e abrir espaço para novas ideias de política pública em múltiplos domínios. À medida que as populações das economias avançadas se tornam cada vez mais desiludidas com o establishment econômico, as instituições que o sustentam inevitavelmente mudarão. Mas como será essa mudança dependerá do que as autoridades políticas fizerem a seguir.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 19, 11:48 AM
Scoop.it!

CNE define normas do Sistec e amplia segurança de diplomas técnicos

CNE define normas do Sistec e amplia segurança de diplomas técnicos | Inovação Educacional | Scoop.it
Resolução determina uso obrigatório do Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica para garantir validade nacional dos diplomas de cursos técnicos de nível médio
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 19, 9:24 AM
Scoop.it!

The great AI hype correction of 2025

The great AI hype correction of 2025 | Inovação Educacional | Scoop.it
Alguma desilusão era inevitável. Quando a OpenAI lançou um aplicativo web gratuito chamado ChatGPT no final de 2022, mudou o rumo de toda uma indústria — e de diversas economias mundiais. Milhões de pessoas começaram a conversar com seus computadores, e seus computadores começaram a responder. Ficamos encantados e esperávamos mais.

Entendemos. As empresas de tecnologia se esforçaram para se manter à frente, lançando produtos concorrentes que se superavam a cada novo lançamento: voz, imagens, vídeo. Com uma competição incessante, as empresas de IA apresentaram cada novo lançamento como um grande avanço, reforçando a crença generalizada de que essa tecnologia continuaria a melhorar. Os entusiastas nos diziam que o progresso era exponencial. Eles publicaram gráficos mostrando o quanto havíamos avançado desde os modelos do ano passado: veja como a linha sobe! A IA generativa parecia capaz de tudo.

Bem, 2025 foi um ano de acerto de contas. 

Esta matéria faz parte do pacote Hype Correction da MIT Technology Review , uma série que redefine as expectativas sobre o que é IA, o que ela possibilita e para onde vamos no futuro.

Anúncio
Para começar, os líderes das principais empresas de IA fizeram promessas que não puderam cumprir. Disseram-nos que a IA generativa substituiria a força de trabalho de escritório, traria uma era de abundância, faria descobertas científicas e ajudaria a encontrar novas curas para doenças. O medo de ficar de fora (FOMO, na sigla em inglês) nas economias do mundo, pelo menos no Norte Global, fez com que os CEOs abandonassem seus planos estratégicos e tentassem entrar em ação.

Foi aí que o brilho começou a desaparecer. Embora a tecnologia tenha sido apresentada como uma ferramenta multifuncional universal capaz de modernizar processos de negócios obsoletos e reduzir custos, diversos estudos publicados este ano sugerem que as empresas não estão conseguindo fazer com que a mágica da IA ​​funcione. Pesquisas e levantamentos de diversas fontes, incluindo o Departamento do Censo dos EUA e a Universidade Stanford, constataram que a adoção de ferramentas de IA pelas empresas está estagnada . E quando as ferramentas são testadas, muitos projetos ficam presos na fase piloto . Sem uma ampla adesão em toda a economia, não está claro como as grandes empresas de IA conseguirão recuperar as quantias exorbitantes que já investiram nessa corrida. 

Ao mesmo tempo, as atualizações da tecnologia central já não representam as mudanças radicais que representavam antigamente.

HISTÓRIA RELACIONADA

O que é IA?
O exemplo mais notório disso foi o lançamento desastroso do GPT-5 em agosto. A OpenAI, empresa que havia iniciado (e em grande parte sustentado) o boom atual, estava prestes a lançar uma nova geração de sua tecnologia. A OpenAI vinha promovendo o GPT-5 há meses: "Especialista em qualquer coisa com nível de doutorado", alardeou o CEO Sam Altman. Em outra ocasião, Altman publicou, sem comentários, uma imagem da Estrela da Morte de Star Wars , que os fãs da OpenAI interpretaram como um símbolo de poder absoluto: Em breve! As expectativas eram enormes.


E, no entanto, quando foi lançado, o GPT-5 parecia ser... mais do mesmo? O que se seguiu foi a maior mudança de paradigma desde o surgimento do ChatGPT, três anos atrás. "A era dos avanços revolucionários acabou", anunciou Yannic Kilcher, pesquisador de IA e YouTuber popular, em um vídeo publicado dois dias após o lançamento do GPT-5: "A Inteligência Artificial Geral (IAG) não está chegando. Parece que estamos na era dos Sistemas de Aprendizagem Baseados em Aprendizado (LLMs) da Samsung Galaxy."

Muita gente (eu inclusive) já fez essa analogia com os celulares. Por cerca de uma década, os smartphones foram a tecnologia de consumo mais empolgante do mundo. Hoje, os novos produtos da Apple ou da Samsung chegam ao mercado sem muita divulgação. Enquanto os superfãs se debruçam sobre pequenas melhorias, para a maioria das pessoas, o iPhone deste ano parece e funciona muito parecido com o do ano passado. Será que estamos chegando a esse ponto com a IA generativa? E isso é um problema? É claro que os smartphones se tornaram o novo normal. Mas eles também mudaram a forma como o mundo funciona.

Para sermos claros, os últimos anos foram repletos de momentos genuinamente impressionantes, desde os saltos extraordinários na qualidade dos modelos de geração de vídeo até a capacidade de resolução de problemas dos chamados modelos de raciocínio, passando pelas vitórias em competições de nível mundial dos mais recentes modelos de codificação e matemática . Mas essa tecnologia notável tem apenas alguns anos e, em muitos aspectos, ainda é experimental . Seus sucessos vêm acompanhados de grandes ressalvas .

Talvez precisemos reajustar nossas expectativas.

A grande reinicialização
Vamos ter cuidado: o pêndulo entre o hype e o desinteresse pode oscilar demais. Seria precipitado descartar essa tecnologia só porque ela foi superestimada. A reação instintiva quando a IA não corresponde às expectativas é dizer que o progresso estagnou. Mas isso demonstra uma incompreensão de como funcionam a pesquisa e a inovação tecnológica. O progresso sempre avançou aos trancos e barrancos. Há maneiras de superar obstáculos, contorná-los e até mesmo contorná-los.

Vamos dar um passo atrás no lançamento do GPT-5. Ele veio logo após uma série de modelos notáveis ​​que a OpenAI havia lançado nos meses anteriores, incluindo o o1 e o o3 (modelos de raciocínio pioneiros que introduziram um paradigma totalmente novo na indústria) e o Sora 2, que elevou o padrão para geração de vídeo mais uma vez. Isso não me parece um obstáculo intransponível.

Anúncio
A inteligência artificial é realmente incrível! Veja o Nano Banana Pro, o novo modelo de geração de imagens do Google DeepMind que consegue transformar um capítulo de livro em um infográfico, e muito mais. Está ali, de graça, no seu celular.

E, no entanto, é inevitável se perguntar: quando o fator "uau" desaparece, o que resta? Como veremos essa tecnologia daqui a um ano ou cinco anos? Acharemos que valeu a pena os custos colossais , tanto financeiros quanto ambientais? 

Com isso em mente, aqui estão quatro maneiras de pensar sobre o estado da IA ​​no final de 2025: O início de uma correção de expectativas muito necessária.

01: Mestrados em Direito não são tudo
De certa forma, é o hype em torno de grandes modelos de linguagem, e não a IA como um todo, que precisa ser corrigido. Tornou-se óbvio que os modelos de linguagem de grande escala não são a porta de entrada para a inteligência artificial geral (IAG), uma tecnologia hipotética que alguns insistem que um dia será capaz de realizar qualquer tarefa (cognitiva) que um humano possa fazer.


Até mesmo um entusiasta da Inteligência Artificial Geral (IAG) como Ilya Sutskever, cientista-chefe e cofundador da startup de IA Safe Superintelligence e ex-cientista-chefe e cofundador da OpenAI, agora destaca as limitações dos Modelos de Aprendizagem por Aprendizado (LLMs), uma tecnologia na qual ele teve um papel fundamental na criação . Os LLMs são muito bons em aprender a executar diversas tarefas específicas, mas parecem não aprender os princípios por trás dessas tarefas, disse Sutskever em uma entrevista com Dwarkesh Patel em novembro.

É a diferença entre aprender a resolver mil problemas diferentes de álgebra e aprender a resolver qualquer problema de álgebra. "O que eu acho mais fundamental é que esses modelos, de alguma forma, generalizam muito pior do que as pessoas", disse Sutskever.

HISTÓRIA RELACIONADA

Como a Inteligência Artificial Geral (AGI) se tornou a teoria da conspiração mais importante de nossa época.
É fácil imaginar que os LLMs (máquinas de leitura automática) possam fazer qualquer coisa, pois seu uso da linguagem é extremamente convincente. É impressionante a precisão com que essa tecnologia consegue imitar a forma como as pessoas escrevem e falam. E estamos programados para enxergar inteligência em coisas que se comportam de certas maneiras — independentemente de ela existir ou não. Em outras palavras, construímos máquinas com comportamento semelhante ao humano e não conseguimos resistir à tentação de ver uma mente humana por trás delas.

É compreensível. Os mestrados em direito (LLMs) fazem parte da vida cotidiana há apenas alguns anos. Mas, nesse período, os profissionais de marketing se aproveitaram da nossa percepção ainda incerta sobre o que a tecnologia realmente pode fazer, elevando as expectativas e alimentando ainda mais o hype. À medida que convivemos com essa tecnologia e a compreendemos melhor, essas expectativas devem voltar à realidade.  

0 2 : A IA não é uma solução rápida para todos os seus problemas.
Em julho, pesquisadores do MIT publicaram um estudo que se tornou um ponto central de discussão entre os desiludidos. O resultado principal foi que impressionantes 95% das empresas que tentaram usar IA não encontraram nenhum valor nela.  

A ideia geral dessa afirmação também foi corroborada por outras pesquisas. Em novembro, um estudo realizado por pesquisadores da Upwork, empresa que administra um mercado online para freelancers, descobriu que agentes que utilizavam as principais ferramentas de aprendizado de máquina (LLMs) da OpenAI, Google DeepMind e Anthropic não conseguiam concluir muitas tarefas simples do ambiente de trabalho de forma autônoma.

Anúncio
Isso está muito longe da previsão de Altman: "Acreditamos que, em 2025, poderemos ver os primeiros agentes de IA 'entrando no mercado de trabalho' e mudando materialmente a produção das empresas", escreveu ele em seu blog pessoal em janeiro.

Mas o que passa despercebido nesse estudo do MIT é que a medida de sucesso dos pesquisadores era bastante restrita. Essa taxa de fracasso de 95% inclui empresas que tentaram implementar sistemas de IA personalizados, mas que ainda não os haviam escalado além da fase piloto após seis meses. Não deveria ser surpresa que muitos experimentos com tecnologia experimental não deem certo de imediato.

Esse número também não inclui o uso de LLMs por funcionários fora dos projetos-piloto oficiais. Os pesquisadores do MIT descobriram que cerca de 90% das empresas pesquisadas possuíam uma espécie de economia paralela de IA, na qual os funcionários utilizavam contas pessoais de chatbots. No entanto, o valor dessa economia paralela não foi mensurado.  

Quando o estudo da Upwork analisou o desempenho de agentes na execução de tarefas em conjunto com pessoas que sabiam o que estavam fazendo, as taxas de sucesso aumentaram consideravelmente. A conclusão parece ser que muitas pessoas estão descobrindo por si mesmas como a IA pode ajudá-las em seus trabalhos.


Isso coincide com algo que o pesquisador e influenciador de IA (e criador do termo "codificação de vibração") Andrej Karpathy observou : os chatbots são melhores que o ser humano médio em muitas coisas diferentes (pense em dar aconselhamento jurídico, corrigir bugs, fazer matemática do ensino médio), mas não são melhores que um humano especialista. Karpathy sugere que esse pode ser o motivo pelo qual os chatbots se mostraram populares entre os consumidores individuais, ajudando pessoas sem conhecimento especializado com perguntas e tarefas do dia a dia, mas não revolucionaram a economia, o que exigiria que superassem funcionários qualificados em seus trabalhos.

Isso pode mudar. Por enquanto, não se surpreenda se a IA ainda não tiver tido o impacto nos empregos que seus defensores previram. A IA não é uma solução rápida e não pode substituir os humanos. Mas há muito em jogo. As formas como a IA pode ser integrada aos fluxos de trabalho diários e aos processos de negócios ainda estão sendo testadas.   

0 3: Estamos numa bolha? (Se sim, que tipo de bolha?)
Se a inteligência artificial é uma bolha, ela se assemelha à bolha dos empréstimos subprime de 2008 ou à bolha da internet de 2000? Porque há uma grande diferença.

A bolha dos subprimes dizimou grande parte da economia, pois, ao estourar, não deixou nada além de dívidas e imóveis supervalorizados. A bolha das empresas ponto-com levou à falência muitas empresas, o que reverberou pelo mundo todo, mas deixou para trás a internet em seus primórdios — uma rede internacional de cabos e algumas startups, como Google e Amazon, que se tornaram os gigantes da tecnologia de hoje.  

Por outro lado, talvez estejamos em uma bolha diferente de qualquer uma dessas. Afinal, não existe um modelo de negócios real para os LLMs atualmente. Ainda não sabemos qual será o aplicativo revolucionário, ou mesmo se haverá um. 

Muitos economistas estão preocupados com as quantias sem precedentes de dinheiro investidas na infraestrutura necessária para construir capacidade e atender à demanda projetada. Mas e se essa demanda não se concretizar? Some-se a isso a estranha circularidade de muitos desses acordos — com a Nvidia pagando à OpenAI para que esta pague à Nvidia, e assim por diante — e não é surpresa que cada um tenha uma visão diferente sobre o que está por vir. 

Anúncio
Alguns investidores permanecem otimistas. Em uma entrevista ao podcast Technology Business Programming Network em novembro, Glenn Hutchins, cofundador da Silver Lake Partners, uma importante empresa internacional de private equity, apresentou alguns motivos para não haver preocupação. "Cada um desses data centers — quase todos eles — tem uma contraparte solvente contratada para absorver toda a produção para a qual foram construídos", disse ele. Em outras palavras, não se trata de "construa e eles virão" — os clientes já estão garantidos. 

E, como ele destacou, uma das maiores contrapartes solventes é a Microsoft. "A Microsoft tem a melhor classificação de crédito do mundo", disse Hutchins. "Se você fechar um acordo com a Microsoft para receber os dados do seu data center, a Satya é uma ótima opção."

Muitos CEOs vão olhar para trás, para a bolha da internet, e tentar aprender com ela. Uma maneira de ver isso é a seguinte: as empresas que faliram naquela época não tinham dinheiro suficiente para se manterem até o fim. Aquelas que sobreviveram ao estouro prosperaram.

HISTÓRIA RELACIONADA

Estas seis questões irão ditar o futuro da IA ​​generativa.
Com essa lição em mente, as empresas de IA hoje estão tentando financiar seu crescimento em meio ao que pode ou não ser uma bolha. Mantenha-se na corrida; não fique para trás. Mesmo assim, é uma aposta arriscada.


Mas há outra lição também. Empresas que podem parecer insignificantes podem se transformar em unicórnios rapidamente. Veja o caso da Synthesia , que cria ferramentas de geração de avatares para empresas. Nathan Benaich, cofundador da empresa de capital de risco Air Street Capital, admite que, quando ouviu falar da empresa pela primeira vez, alguns anos atrás, quando o medo dos deepfakes era generalizado, não tinha certeza para que servia a tecnologia e achava que não havia mercado para ela.

“Não sabíamos quem pagaria pela sincronização labial e clonagem de voz”, diz ele. “Acontece que muita gente queria pagar por isso.” A Synthesia agora tem cerca de 55.000 clientes corporativos e fatura cerca de US$ 150 milhões por ano. Em outubro, a empresa foi avaliada em US$ 4 bilhões.

04: O ChatGPT não foi o começo, e não será o fim.
O ChatGPT foi o culminar de uma década de progresso em aprendizado profundo, a tecnologia que sustenta toda a IA moderna. As sementes do próprio aprendizado profundo foram plantadas na década de 1980. O campo como um todo remonta pelo menos à década de 1950. Se o progresso for medido nesse contexto, a IA generativa mal começou.

Enquanto isso, a pesquisa está a todo vapor. Há mais submissões de alta qualidade para as principais conferências de IA do mundo do que nunca. Este ano, os organizadores de algumas dessas conferências recorreram à rejeição de artigos que já haviam sido aprovados pelos revisores, apenas para controlar os números. (Ao mesmo tempo, servidores de pré-publicação como o arXiv foram inundados com pesquisas de baixa qualidade geradas por IA .)

“Estamos de volta à era da pesquisa”, disse Sutskever naquela entrevista para Dwarkesh, falando sobre o atual gargalo nos mestrados em direito. Isso não é um retrocesso; é o começo de algo novo.

“Sempre tem muita gente que se empolga demais”, diz Benaich. Mas ele acha que isso tem um lado positivo: a empolgação atrai o dinheiro e o talento necessários para fazer progressos reais. “Sabe, há apenas dois ou três anos, as pessoas que construíam esses modelos eram basicamente nerds da pesquisa que por acaso descobriram algo que funcionava”, diz ele. “Agora, todo mundo que é bom em tecnologia está trabalhando nisso.”

Anúncio
Para onde vamos a partir daqui?
A incessante propaganda não vem apenas de empresas buscando clientes para suas novas tecnologias extremamente caras. Há um grande grupo de pessoas — dentro e fora da indústria — que querem acreditar na promessa de máquinas capazes de ler, escrever e pensar . É um sonho ambicioso que já dura décadas . 

Mas a euforia nunca se sustentou — e isso é bom. Agora temos a oportunidade de redefinir as expectativas e enxergar essa tecnologia pelo que ela realmente é: avaliar suas verdadeiras capacidades, compreender suas falhas e dedicar tempo para aprender a aplicá-la de maneiras valiosas (e benéficas). "Ainda estamos tentando descobrir como induzir certos comportamentos a partir dessa caixa-preta de informações e habilidades incrivelmente complexa", diz Benaich.

Essa correção de expectativas já estava atrasada. Mas saiba que a IA não vai desaparecer. Nós nem sequer entendemos completamente o que construímos até agora, muito menos o que está por vir.

por Will Douglas Heaven
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 18, 5:52 PM
Scoop.it!

Coursera, Inc. - Coursera to Combine with Udemy to Empower the Global Workforce with Skills for the AI Era

Highly Complementary Capabilities Will Create a Leading Technology Platform, Redefining Skills Discovery, Development, and Mastery for Learners and Organizations at Scale Unites Udemy’s Dynamic AI-Powered Skills Development Marketplace with World-Class University and Industry Brands Under the Coursera Ecosystem, Expanding Value, Impact, and Choice Globally Strengthens Combined Company’s Financial Profile with Pro Forma Annual Revenue of More Than $1.5 Billion and Anticipated Annual Run-Rate Cost Synergies of $115 Million Within 24 Months Coursera and Udemy to Host Joint Conference Call Today, December 17, 2025, at 5:00 a.m. PT / 8:00 a.m. ET Coursera, Inc. (NYSE: COUR) and Udemy, Inc. (NASDAQ: UDMY) today announced that they have entered into a definitive merger agreement under which Coursera will combine with Udemy in an all-stock transaction. Based on the closing prices of Coursera and Udemy common stock on December 16, 2025, the implied equity value of the combined company is
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 18, 5:15 PM
Scoop.it!

Beyond DeepSeek: China's Diverse Open-Weight AI Ecosystem and Its Policy Implications | Stanford HAI

Beyond DeepSeek: China's Diverse Open-Weight AI Ecosystem and Its Policy Implications | Stanford HAI | Inovação Educacional | Scoop.it
Almost one year after the “DeepSeek moment,” this brief analyzes China’s diverse open-model ecosystem and examines the policy implications of their widespread global diffusion.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 12:50 PM
Scoop.it!

Kindle agora terá IA que responde dúvidas e resume livros

Kindle agora terá IA que responde dúvidas e resume livros | Inovação Educacional | Scoop.it

A Amazon começou a testar novas funções baseadas em inteligência artificial (IA) no Kindle que prometem facilitar a vida de quem se perde em tramas longas ou sofrem com textos muito complexos. As novidades permitem tirar dúvidas sobre o conteúdo do livro em tempo real e acessar resumos automáticos antes de retomar a leitura.
O principal recurso, batizado de “Ask This Book”, foi incorporado inicialmente ao aplicativo do Kindle para iOS. A ferramenta permite que a pessoa selecione um trecho do livro e faça perguntas diretamente ali, sem sair da página, recebendo respostas geradas por IA sobre personagens, relações entre eles ou eventos já apresentados na narrativa.
Segundo a Amazon, o sistema foi desenhado para respeitar o ponto em que o leitor se encontra, evitando spoilers e não avançando além do progresso de leitura registrado no aplicativo. A ideia é funcionar como um apoio contextual, semelhante a um guia rápido, especialmente útil em obras mais densas ou com muitos personagens.
A empresa afirma que “milhares” de títulos em inglês já estão habilitados para o recurso, incluindo livros de grande sucesso comercial. A função, no entanto, é ativada automaticamente e não oferece opção de exclusão para autores ou editoras.
A Amazon também não detalhou os aspectos técnicos da ferramenta. Não está claro, por exemplo, quais licenças permitem o uso do conteúdo dos livros, nem quais mecanismos são adotados para reduzir erros factuais, conhecidos como “alucinações” em sistemas de IA generativa. A companhia tampouco esclareceu se esses textos podem ser usados no treinamento de modelos futuros.
Além do “Ask This Book”, a empresa lançou o “Recaps”, um recurso de resumos automáticos voltado a séries literárias. A função apresenta uma síntese dos principais acontecimentos e personagens, em um formato inspirado nas séries de TV, ajudando quem ficou um tempo sem ler a se situar rapidamente.
O “Recaps” já está disponível tanto em dispositivos Kindle físicos quanto no aplicativo para iOS, inicialmente apenas nos Estados Unidos. Nos e-readers, o acesso é feito pela página da série na biblioteca, enquanto no app o resumo aparece ao pressionar o agrupamento de livros da mesma coleção.
A Amazon informou que pretende expandir ambos os recursos para aparelhos Kindle físicos e smartphones Android ao longo de 2026, mas não divulgou um cronograma mais preciso para essa ampliação.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 12:38 PM
Scoop.it!

A centralização pode enfraquecer a segurança da internet

A centralização pode enfraquecer a segurança da internet | Inovação Educacional | Scoop.it
Esse risco não é novo: em 2007 a Estônia, país modelo ao digitalizar praticamente todas as atividades de seus cidadãos, sofreu um ataque que tirou do ar boa parte dos serviços. O que gerou a pane foi um sincronizado e orquestrado ataque de “DoS” “denial of service” (negação de serviço): uma enxurrada de pedidos fictícios a sistemas e serviços que visava a sobrecarregá-los de forma a torná-los inoperantes. Hoje tentativas de “negação de serviço” são dos ataques mais comuns, mas há formas de neutralizá-los.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 12:34 PM
Scoop.it!

Quer uma vaga em IA? Esqueça diploma de prestígio e mostre seu trabalho, dizem líderes de tecnologia

Quer uma vaga em IA? Esqueça diploma de prestígio e mostre seu trabalho, dizem líderes de tecnologia | Inovação Educacional | Scoop.it

A mudança em relação ao pedigree sugere que os empregadores estão buscando evidências de que os candidatos realmente podem fazer o trabalho
Durante décadas, a ciência da computação foi vendida como um dos caminhos mais seguros para a segurança econômica. E líderes da política e da indústria — do ex-presidente Bill Clinton e do secretário de Estado Marco Rubio a Steve Jobs e Bill Gates — às vezes exortaram os estudantes a não ignorarem a área, apresentando as habilidades de programação como o segredo para empregos estáveis e bem remunerados.
Mas, à medida que a inteligência artificial (IA) remodela rapidamente o local de trabalho, essa promessa começa a parecer menos certa.
A mudança em relação ao pedigree sugere que os empregadores estão buscando evidências de que os candidatos realmente podem fazer o trabalho  Foto: Seventyfour /Adobe Stock
Uma nova pesquisa com mais de 200 líderes de engenharia, conduzida pela organização sem fins lucrativos de treinamento em tecnologia CodePath e compartilhada exclusivamente com a Fortune, mostra que as contratações de nível básico na área de tecnologia estão diminuindo. Mais de um terço dos entrevistados, 38%, disse que sua empresa reduziu o número de contratações de nível básico no último ano, e quase 1 em cada 7 relatou ter suspendido completamente as contratações da Geração Z.
Ao mesmo tempo, 18% disseram que as contratações permaneceram as mesmas e 8% relataram um aumento. Apesar da desaceleração geral, o CEO da CodePath, Michael Ellison, ex-aluno da Y Combinator, argumenta que dizer às pessoas para não evitarem a tecnologia neste momento seria um erro.
“É como tomar uma droga maluca se você acabar optando por não investir nas ferramentas que o tornam mais poderoso — dizer aos computadores o que você quer que eles façam em uma era em que os computadores estão se tornando exponencialmente mais poderosos”, disse Ellison à Fortune. “Então, para mim, é como dizer: ‘não aprenda a usar a internet’”.
O argumento de Ellison reflete uma mudança mais ampla na forma como a ciência da computação se encaixa na economia da IA. À medida que as ferramentas de IA generativa se tornam mais capazes, entender como o software funciona — e como direcionar, personalizar e integrar sistemas de IA — é cada vez mais visto como uma habilidade fundamental, em vez de especializada.
Essa demanda já está aparecendo no mercado de trabalho. O conhecimento em IA liderou a lista do LinkedIn das habilidades que os profissionais estão priorizando e que as empresas estão contratando no momento. E uma análise da Lightcast de mais de 1,3 bilhão de anúncios de emprego em 2024 descobriu que as vagas que exigiam pelo menos uma habilidade em IA ou IA generativa ofereciam, em média, US$ 18.000 a mais em remuneração anual do que aquelas que não exigiam.
Notavelmente, a maioria dessas vagas estava fora do setor de tecnologia. Cerca de 51% dos empregos que exigiam habilidades em IA estavam em setores não tecnológicos, um aumento em relação aos 44% em 2022 — um sinal de que a codificação e a fluência em IA estão se tornando relevantes muito além do Vale do Silício.
O novo segredo para conseguir um emprego na área de tecnologia
Ainda assim, a desaceleração nas contratações não significa que os aspirantes a tecnólogos devam desistir. Em vez disso, os dados da CodePath sugerem que os candidatos podem precisar repensar o que enfatizam — e o que deixam de fora — ao se candidatarem a cargos de tecnologia.
Quando questionados sobre quais sinais são mais importantes fora do processo de entrevista, os líderes de engenharia indicaram que a comprovação de habilidades no mundo real é muito mais importante do que credenciais formais. Projetos paralelos ou portfólios lideraram a lista, citados por 38% dos entrevistados, seguidos por experiência em estágio (35%) e portfólios de código público como o GitHub (34%).
Os indicadores tradicionais de desempenho, por outro lado, tiveram muito menos peso. Apenas 4% dos líderes disseram que os programas de credenciamento foram uma influência importante nas decisões de contratação, enquanto apenas 23% citaram o diploma ou foco acadêmico do candidato e 17% apontaram o prestígio da instituição de ensino.
A mudança em relação ao pedigree sugere que os empregadores estão buscando evidências de que os candidatos realmente podem fazer o trabalho. Maior fluência com ferramentas e estruturas de IA foi a expectativa de habilidade mais comum para contratações no início da carreira, seguida por tempo mais rápido para escrever código pronto para produção e capacidade de aprender novas ferramentas ou linguagens de programação rapidamente.
E, apesar do burburinho sobre demissões na área de tecnologia, ainda existem oportunidades de emprego. O governo federal dos Estados Unidos, por exemplo, anunciou recentemente que contrataria cerca de 1.000 novos engenheiros, cientistas de dados e especialistas em IA. Não é necessário ter diploma ou experiência profissional, e os salários variam de US$ 150.000 a US$ 200.000. A Meta também continuou contratando jovens talentos nas últimas semanas, com vagas para cargos como engenheiros de software de produto.
O conselho de Ellison para quem procura emprego é simples: as oportunidades estão aí, desde que você esteja disposto a se aprofundar e construir um portfólio que os gerentes de contratação procuram.
“As pessoas são recompensadas por serem agressivas e por irem atrás do que querem”, disse ele. “É surpreendente as oportunidades que estão escondidas à vista de todos.”

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 12:09 PM
Scoop.it!

Ipespe lança pesquisa sobre países lusófonos

Ipespe lança pesquisa sobre países lusófonos | Inovação Educacional | Scoop.it
A proposta conta também com o apoio e a participação AULP (Associação das Universidades de Língua Portuguesa), do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), do Ministério da Cultura e da Missão Brasileira junto à CPLP, do Itaú Cultural, da FGV Conhecimento, da CC&P, da Fundação Joaquim Nabuco, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) , da Unitau, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), da Universidade Católica da Guiné-Bissau, da Universidade Autónoma de Lisboa e da Universidade de Coimbra.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 11:12 AM
Scoop.it!

Negar Jesus histórico é espécie de 'criacionismo de ateu'

Negar Jesus histórico é espécie de 'criacionismo de ateu' | Inovação Educacional | Scoop.it

Existem algumas ideias fixas que às vezes eu chamo carinhosamente de "criacionismo de ateu": crenças sem base factual que acabam soando muito sedutoras para pessoas supostamente sem dogmas. Uma delas, que já abordei anos atrás nesta coluna, é a de que não existiria natureza humana e tudo seria "construção social". E há outra que sempre volta para me perseguir quando escrevo sobre história das religiões. Trata-se da tese de que Jesus de Nazaré nunca teria existido. Spoiler: essa é uma crença quase tão pseudocientífica quanto afirmar que as pirâmides foram feitas por ETs.
Explicar as evidências em favor da existência histórica de Cristo exigiria muito mais espaço do que disponho por aqui (e é algo que também já fiz detalhadamente outrora nesta Folha). Queria, porém, dar um passo atrás e pensar um pouquinho nos pressupostos.
Primeiro, a comparação com ideias do tipo "alienígenas do passado" se explica pelo fato de que é praticamente impossível encontrar historiadores e arqueólogos sérios que defendam a tese do "Cristo mítico". O mesmo vale para publicações em periódicos acadêmicos com revisão por pares –o processo no qual a comunidade acadêmica avalia um novo estudo antes de ele ser divulgado.
O que é curioso nesse caso é o proverbial uso de dois pesos e duas medidas. Algumas das pessoas que não dão crédito ao negacionismo da crise climática –porque, afinal, sabem que as raras pessoas com credenciais científicas que negam o problema em geral não são climatologistas, nunca publicaram em nenhum periódico sério sobre o tema, têm motivações ideológico-financeiras para o negacionismo ou tudo isso junto– acabam dando crédito aos "miticistas", que seguem o mesmo figurino.
Os consensos científicos modernos existem por um bom motivo. E eles quase sempre mudam quando há boas evidências em favor de alterá-los, o que não está sendo o caso aqui. E não há nenhuma explicação convincente para a suposta invenção de um Messias judeu se a ideia era converter justamente os não judeus para uma nova religião.
Há ainda outro problema de base nessa história. Trata-se da mania demasiado humana de se aferrar a qualquer argumento que seja útil para o seu lado, por mais frágil que seja. A questão, porém, é que falta enxergar o abismo óbvio que existe entre aceitar a existência da figura histórica de Jesus de Nazaré –um profeta da Galileia crucificado pelos romanos lá pelo ano 30 d.C.– e acreditar no Senhor divino anunciado por uma das muitas denominações cristãs por aí.
É claro que o consenso histórico sobre Jesus se refere à primeira figura, e não à segunda. Os debates entre historiadores sobre os detalhes mais ou menos prováveis da vida da primeira figura são ferozes e ainda indecisos (assim como os debates sobre Alexandre, ou Nero, ou qualquer outra figura da Antiguidade). Mas nenhum desses debates jamais será suficiente para "provar" que o Nazareno operava milagres ou ressuscitou dos mortos ao terceiro dia, como diz o Credo, simplesmente porque eventos desse tipo não são verificáveis por meio do método científico e só podem ser aceitos por meio da fé.
Fica aqui a dica, portanto, aos amigos ateus e agnósticos: os argumentos em favor da descrença já são bastante fortes. Não é preciso fazer birra contra o consenso histórico só por causa do que foi feito do legado de um pobre galileu. Feliz Natal a todos!

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 7:16 AM
Scoop.it!

Com Sistema Nacional de Educação, país busca pontes contra desigualdades — Senado Notícias

A criação do sistema atende a uma demanda constitucional que remonta ao Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932). Durante a Era Vargas, com a percepção de uma educação desorganizada e elitista, o documento surgiu em defesa da educação pública de qualidade, democrática, laica e como direito de todos, que deveria ser organizada pelo Estado a partir de um plano geral. O manifesto foi redigido por intelectuais notáveis da época — como Anísio Teixeira, Cecília Meirelles, Hermes Lima, Edgar Roquette Pinto e Júlio de Mesquita Filho — e se consolidou como um marco inicial de renovação educacional no Brasil, influenciando políticas públicas e debates até os dias atuais. 

O SNE também está previsto no artigo 214 da Constituição Federal e deveria ter sido implementado até 2016, conforme estabelecido no Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014 (Lei 13.005). O atraso de quase uma década gerou o que especialistas chamam de "vácuo de governança", agora preenchido pela nova legislação. 

Arns esclarece que a Constituição foi a maior motivação para apresentar o projeto. Com a meta de alcançar o regime colaborativo entre as três esferas de governo na organização dos sistemas de ensino, o texto estruturou a regulação que faltava. 

— Ao suprir essa lacuna normativa, corrigimos os grandes problemas de coordenação das políticas educacionais, mediante a criação de um sistema de governança educacional que uniformize as diretrizes e os principais parâmetros da educação brasileira. Queremos a efetivação plena do direito à educação a todas as pessoas, situadas em todos os recantos do território nacional. 

Marcelo Tavares, diretor geral do colégio Sigma, explica que o novo sistema de educação centraliza as informações e as estratégias para alcançar as metas estabelecidas no PNE. 

— Se não houver uma centralização, há dificuldade na coletânea dos dados, na organização e distribuição dos recursos. Então, o Sistema Nacional de Educação funciona como um anteparo ao Plano Nacional de Educação. 
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 7:13 AM
Scoop.it!

Pesquisa da UFU aborda dilemas do ensino superior à distância

Pesquisa da UFU aborda dilemas do ensino superior à distância | Inovação Educacional | Scoop.it
Fatores como a precarização dos conteúdos de ensino e a desvalorização dos educadores, são preocupações incluídas na pesquisa.  Vian destaca que a expansão do EaD ocorre, em grande medida, por meio da padronização de materiais e conteúdos, distribuídos nacionalmente por plataformas digitais. "Por meio da expansão via EAD, empresas de ensino padronizam materiais e conteúdos, ofertando-os em todos os estados do país e em milhares de cidades por meio de plataformas digitais. Junto aos polos de educação a distância, que são a expressão mais visível da EAD no território, instituições privadas ampliamsignificativamente sua presença e base de alunos no território nacional, com custos reduzidos", analisa. Para o pesquisador, esse modelo está diretamente relacionado aos processos de digitalização e financeirização da educação.

O estudo também discute os impactos desse modelo sobre as condições de ensino e de trabalho docente. Segundo Vian, embora o EaD tenha contribuído para ampliar o acesso ao ensino superior, a modalidade difundida pelo setor privado apresenta, em geral, cursos com avaliações inferiores às dos cursos presenciais. “O trabalho dos professores é diretamente afetado, seja pelo grande número de estudantes em aulas online síncronas, seja pela desvalorização do papel docente em cursos assíncronos, baseados em aulas pré-gravadas e com pouco ou nenhum contato direto com os alunos”, observa.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 6:28 AM
Scoop.it!

Robô avança sobre pessoa física no mercado de futuros na B3

O investidor que opera minicontratos de Ibovespa (código WIN) tem notado que o mercado de futuros da B3 mudou. Os movimentos estão mais bruscos, as tendências se formam e se desfazem em segundos e, assim, a volatilidade aumentou. O cenário é resultado da migração massiva de fundos estrangeiros quantitativos (que operam via algoritmos de alta frequência) para esses minicontratos, criando disparidade na bolsa.

O giro financeiro do minicontrato já é quase 60 vezes maior que o contrato futuro cheio do Ibovespa (código IND). É o maior distanciamento entre os dois contratos, que acompanham o mesmo ativo, ao menos nos últimos cinco anos, segundo dados da B3. Enquanto o volume financeiro médio dos negócios no IND caiu para cerca de R$ 10 bilhões, o do WIN disparou para mais de R$ 500 bilhões por dia, a maior movimentação financeira no ativo desde 2021.

Os dados reforçam que o contrato futuro cheio do Ibovespa, historicamente utilizado por tesourarias, fundos e demais investidores institucionais para proteção, especulação e arbitragem, está perdendo relevância. Há anos, os negócios migram massivamente para os WIN, tradicionalmente negociados por pessoas físicas porque equivalem a 20% do valor do IND, o contrato padrão.

Segundo especialistas, como os fundos estrangeiros aumentaram seu nível de atuação na B3, enquanto o institucional brasileiro diminuiu, os “gringos” ganharam relevância relativa nesse mercado de futuros com uma maior capacidade de influenciar a formação de preços e de amplificar tendências.

De acordo com dados da B3, estrangeiros têm mais de 50% de participação na quantidade de contratos WIN em aberto, que viabilizam as negociações diárias. As negociações de Ibovespa vêm em uma crescente no segundo semestre deste ano, tendo alcançado em novembro o maior giro médio diário nos últimos seis meses, com 16,43 milhões minicontratos liquidados por dia. Aproximadamente metade desse montante é transacionada pelos estrangeiros; outra metade; pelos investidores pessoa física; e uma parcela ínfima passa pelas mãos dos institucionais locais.

Marcelo Okura, codiretor de mercados globais para a América Latina do UBS BB, explica que a mudança no mercado de futuros está associada aos fundos sistemáticos, quantitativos e CTAs (Commodity Trading Advisors), que são “caçadores de tendências” no mercado financeiro.

Diferentemente dos fundos sistemáticos amplos que operam em ações, os CTAs são focados em negociações de futuros. Foram eles que migraram massivamente para as negociações de minicontratos futuros de Ibovespa, atraídos pela elevada liquidez desses ativos. E conforme o movimento financeiro entre os IND e os WIN se distancia, a tendência é que esses veículos se concentrem ainda mais no terreno do investidor do varejo nesse mercado.

Por isso, a presença da pessoa física é um dado importante nessa equação: seu padrão de operação é mais previsível, o que permite aos robôs uma detecção mais fácil de tendências. Assim, a fatia de participação dos estrangeiros nas operações com WIN acompanha a do varejo, já que esses dois entes estão, de maneira geral, negociando os minicontratos entre si.

Mas contra quem as pessoas físicas estão negociando? Os CTAs usam modelos matemáticos e teóricos para tomar decisões, sem definição humana ou envolvimento emocional na gestão. Pela necessidade de agilidade, são operados por robôs de alta frequência, com capacidade de reação instantânea e de executar mais de uma operação ao mesmo tempo. Então, o pequeno investidor que insistir nesse mercado deve saber mergulhar, já que agora ele nada em um aquário com “tubarões” equipados com sonares de última geração.

Giro financeiro do minicontrato já é quase 60 vezes maior que o do contrato futuro cheio do Ibovespa
Okura lembra que os contratos futuros de Ibovespa estão entre os mais negociados do mundo, o que atrai fundos quantitativos estrangeiros dada sua profundidade e liquidez. E esses agentes identificaram oportunidades de ganhos no mercado local usando duas estratégias principais.

Uma é a arbitragem, estratégia que ganha com eventuais assimetrias de preços entre os ativos negociados em diversos mercados.

Outra é o “trend following” (seguidor de tendências, numa tradução livre), estratégia pela qual os fundos (principalmente os CTAs) acompanham o movimento do mercado. Parte da premissa de que, se o preço de um ativo está subindo, sua tendência é continuar a subir; se está caindo, deve cair mais.

Como a arbitragem tem ganhos marginais (muitas vezes, de centavos), é mais interessante para investidores que têm capacidade de operar em grandes volumes, realizando milhares de vezes a mesma operação em um pequeno espaço de tempo. Já nos fundos que seguem tendências, o trunfo está na capacidade de reação imediata do veículo às viradas do mercado, quando uma tendência é iniciada ou interrompida.

“Basicamente, se o mercado começa a subir, o robô compra mais, amplificando o movimento. Se começar a cair, ele vende mais”, explica uma fonte do setor sob condição de anonimato, sobre os veículos que fazem trend following. Isso explica movimentos recentes de altas fortes na bolsa seguidas de correções abruptas quando esses fundos desmontam posições rapidamente.

Para a pessoa física, essas mudanças se refletiram em spreads (a diferença entre o preço de compra e de venda) mais justos, mas volatilidade maior. Ou seja, o movimento nesse mercado ficou mais rápido e direcional, muitas vezes atropelando o gerenciamento de risco do trader amador antes que ele consiga reagir.

“O aumento da volatilidade tende a atrair a atuação dos fundos sistemáticos. Quando o mercado está muito parado, esses veículos não operam bem. Eles precisam de oscilação, de um sobe e desce mais intenso, para detectar tendências e lucrar”, afirma o executivo do UBS BB.

Embora a alta de quase 35% do Ibovespa no ano explique, em parte, o aumento do volume financeiro no mercado futuro, ela não decifra o descolamento do giro dos contratos. Segundo especialistas, o quadro sugere uma aceleração da migração do investidor institucional estrangeiro para os minicontratos do índice, enquanto a negociação do contrato padrão vem perdendo liquidez.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 20, 6:21 AM
Scoop.it!

Quando propósito encontra negócio

Quando propósito encontra negócio | Inovação Educacional | Scoop.it
Por isso estou cada vez mais convencido de que é preciso encontrarmos alavancas complementares à filantropia e ao Estado para acelerar o impacto. E os negócios sociais são um caminho. É aquele projeto social que vira social business - um negócio com propósito, mas também com autonomia financeira. Assim podemos sonhar com um combate à pobreza escalável, capaz de andar com as próprias pernas.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 19, 9:47 AM
Scoop.it!

A brief history of Sam Altman’s hype

A brief history of Sam Altman’s hype | Inovação Educacional | Scoop.it
Here’s how pinning a utopian vision for AI on LLMs kicked off the hype cycle that’s causing fears of a bubble today.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 19, 9:11 AM
Scoop.it!

SciELO Brasil - TECNOLOGIAS DIGITAIS E O DESEMPENHO DA ATENÇÃO: UM ESTUDO COM CRIANÇAS BRASILEIRAS E PORTUGUESAS TECNOLOGIAS DIGITAIS E O DESEMPENHO DA ATENÇÃO: UM ESTUDO COM CRIANÇAS BRASILEIRAS E...

This work addresses the attention and the intense interaction with digital technologies of access to information and communication in childhood. The aimed to analyze whether the interaction with digital technologies and games during childhood interferes with the performance of different types of attention. An ex post facto study was conducted with 169 children from one Brazilian and two Portuguese schools, collecting data through the application of a questionnaire with parents or guardians and a battery of psychological tests that measured attention performance. The results indicated that smartphones were the most used devices and that the interaction with digital games and access to videos were the most frequent activities. No association was observed between access time to digital technologies and attention performance. However, Portuguese children had significantly higher attention performance than Brazilian children. It was concluded that various factors and conditions may affect attention performance
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 18, 5:52 PM
Scoop.it!

A Grande Virada: Como o Brasil Deixou de Ganhar Fábricas para Virar um Mercado de Empresas à Venda

A Grande Virada: Como o Brasil Deixou de Ganhar Fábricas para Virar um Mercado de Empresas à Venda | Inovação Educacional | Scoop.it
A economia brasileira se tornou um mercado de ativos, não um polo de produção

A principal transformação estrutural pode ser sintetizada de forma direta: o Brasil deixou de ser um polo receptor de novos empreendimentos (greenfield) para se tornar, primordialmente, um destino para a compra de ativos já consolidados (fusões e aquisições).

Essa dinâmica está diretamente ligada à guinada liberalizante na economia brasileira a partir de 2015. Programas de privatizações e concessões em larga escala direcionaram o interesse do capital estrangeiro para a aquisição do patrimônio existente — como distribuidoras de energia, refinarias e concessões de transporte —, em vez de estimular a expansão da capacidade produtiva com projetos totalmente novos. A tendência, no entanto, não foi uma linha reta. Dados da PwC mostram que, entre 2018 e 2020, as aquisições nacionais ganharam espaço, refletindo a capacidade de rearticulação do empresariado nacional em um momento de incerteza política que afastou investidores externos.

Ainda assim, a tendência de longo prazo é inequívoca. Como a própria análise dos dados brutos revela, a transformação é estrutural:

…os dados revelam uma transição de longo prazo: o Brasil passou de receptor de novos empreendimentos para mercado de ativos em liquidação.

Essa conclusão expõe a mudança fundamental no papel do Brasil na economia global: de um campo para a construção do futuro para um balcão de negócios do presente.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
December 18, 5:14 PM
Scoop.it!

Exclusive: How China built its ‘Manhattan Project’ to rival the West in AI chips

Exclusive: How China built its ‘Manhattan Project’ to rival the West in AI chips | Inovação Educacional | Scoop.it
Shenzhen team completed a working prototype of a EUV machine in early 2025, sources say
The lithography machine, built by former ASML engineers, fills a factory floor, sources say
China's EUV machine is undergoing testing, and has not produced working chips, sources say
Government is targeting 2028 for working chips, but sources say 2030 is more likely
No comment yet.