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March 26, 2012 8:13 AM
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Cenas de ilicitude explícita

Cenas de ilicitude explícita | Inovação Educacional | Scoop.it

Antes tolerada na ideia do ‘rouba mas faz’, a corrupção está na ordem do dia como um problema que a população quer ver enfrentado pelo governo, a cidadania e o sistema político.

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Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
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September 10, 9:19 AM
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Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler | Inovação Educacional | Scoop.it

O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa?
Luciano Sathler
É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais
As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática.
Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing.
O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais.
Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho.
A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados.
A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar.
No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes.
Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador".
Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante.
Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos.
Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.

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O papel da educação na agenda climática

A educação precisa acompanhar a emergência das mudanças climáticas no mundo. Essa é uma necessidade que venho defendendo neste espaço e no debate público e que, agora, reforço ainda mais como fundamental. Estive na Climate Week 2024, em Nova York, evento realizado em setembro, que reúne anualmente lideranças empresariais, políticos, representantes da sociedade civil e da academia para discutir ações climáticas. Entre tantas evidências e debates, foram poucos os eventos e palestras que trouxeram a educação para o centro. A pergunta é: por que isso acontece? Ouvi também no evento, mais de uma vez, que a educação não tem conseguido acompanhar o ritmo acelerado das mudanças climáticas que o mundo enfrenta hoje. Será?
Voltei desse encontro com inquietações e provocada a pensar de que forma a educação pode ser parte mais ativa dessa agenda e das soluções para as questões climáticas. Isso não é trivial porque está posto para os agentes globais que já passamos da fase de urgência climática e vivemos hoje uma fase posterior, a de emergência. Ambas têm como elemento incontornável a escassez de tempo. A diferença é o intervalo disponível para a ação: a emergência exige ações imediatas e prontidão de reação, ou seja, não há mais tempo. E, neste cenário, a educação precisa se alinhar com um ritmo acelerado de mudanças e ajustes.
Para tratar deste assunto, o primeiro ponto que preciso destacar é que o planeta não vai acabar. Pelo contrário, continuará existindo e, se nada fizermos, a cada dia com mais catástrofes climáticas como as que temos visto no Brasil e que, por sua vez, gerará sempre sofrimentos cada vez maiores. E esta é uma das boas razões que temos para nos movermos: evitar o sofrimento que, se vier, não nos enganemos, atingirá a todos. É o que o aumento acima de 1,5° na temperatura da superfície terrestre certamente trará: enchentes, secas, temperaturas extremas, pessoas sofrendo, morrendo, safras devastadas, fome, inflação e economias destruídas.
Imagine o país que podemos ter se os jovens forem profissionais ativos e capazes de enfrentar os desafios que se colocarão
O problema está no fato de que estamos mais próximos do que deveríamos deste ponto - ou, na visão de alguns, já passamos do ponto. A boa notícia é que sabemos qual é a solução: diminuir a emissão de gases de efeito estufa. A má notícia é que isso requer uma complexa e difícil articulação entre países e a implementação de um amplo processo de mudanças na forma como parte da humanidade vive e produz riquezas, bem como na forma como se produz e se consome energia.
A questão climática coloca a humanidade diante de sua essência: não somos seres independentes uns dos outros. O ser humano necessita de um outro para que a espécie não se extinga e, agora, para sobreviver. Se não formos capazes de compreender que a questão climática envolve todos nós e exige uma reação coletiva, de fato levaremos o mundo a um triste fim, não sem antes impingir um alto grau de sofrimento aos sobreviventes.
Diante deste cenário, há muito a fazer e os próximos anos serão decisivos para conter e reverter o aquecimento global e implementar o que se convencionou chamar de transição energética. É aqui que reside a urgência que citei no começo deste texto: em conceber, formular e implementar ações que resultem em mudança nas formas de produção e de consumo de energia. Estes próximos anos precisam ser o período de uma transição orquestrada, organizada, combinada, definitiva, justa e inclusiva. As tragédias climáticas evidenciam sempre as desigualdades e não apenas as internas do país, mas entre os países ditos desenvolvidos e aqueles em desenvolvimento. Não à toa uma das discussões para esta transição (que precisa ser administrada globalmente) expõe as desigualdades entre o sul e o norte globais, entre os países mais ricos e mais pobres, entre aqueles que foram colonizadores e aqueles que foram colonizados.
Clarissa Lins: Gigante do petróleo ou potência climática?
A transição energética exigirá agilidade ao mesmo tempo que precisará buscar errar o menos possível. E diminuir as desigualdades internas a cada país e entre os países faz parte dos acertos.
Investir na formação de gente certamente é uma escolha acertada. Do contrário, ainda que consigamos a diminuição de desmatamento, por exemplo, avançaremos pouco se não tivermos pessoas bem formadas. Volto a lembrar que temos 88,8% das matrículas do ensino médio na escola pública. Serão a maioria dos adultos em breve. Se não olharmos para a educação e não formos capazes de formar dignamente nossas juventudes, arcaremos com as consequências disso. A transição energética traz a emergência para a educação.
Por outro lado, imaginem o país que podemos ter se todos os nossos jovens forem agentes desta mudança, profissionais ativos e capazes de enfrentar os desafios que se colocarão. A desigualdade é nefasta para o país. E aqui entra com destaque a importância de alinhar a educação à agenda climática e à transição energética justa e inclusiva.
Nesse contexto, vejo a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) como a modalidade de ensino que nos dá mais instrumentos e condições para enfrentar as incertezas da questão climática. Apesar de a educação não estar no centro do debate sobre clima, ela é parte essencial da solução. Principalmente ao dar condições para que as juventudes possam efetivamente conhecer o problema, lidar com ele, participar da construção de soluções e criar novos cenários ainda nem imaginados. Mas, para isso acontecer, temos que atualizar a formação, alinhá-la com as principais questões atuais emergenciais e criar novas formas de aprender, ensinar e engajar as juventudes neste imenso problema que temos.
A EPT é moderna, une teoria à prática, tem o trabalho como princípio educativo e está alinhada com as tendências do futuro do mundo do trabalho. Ela poderá acompanhar com a agilidade necessária não só o cenário que está colocado no ritmo da urgência, mas também aqueles que ainda surgirão. É uma modalidade de ensino que pode provocar as juventudes a articular todo o conhecimento acadêmico e técnico para criar novas soluções para os problemas contemporâneos, ajustando-se à constante transformação que demanda ajustes em ritmo acelerado.
Alguns exemplos disso estão no Pará, em que investimentos estão sendo feitos na educação profissional local para que a população possa receber a COP30, em 2025, e para que a rede de ensino participe ativamente das discussões em torno desse evento mundial. Além disso, há cursos espalhados pelo Brasil que estão sintonizados com demandas da economia verde, como em Araripina (PE), que desenvolveu de maneira intersetorial um curso técnico de Energias Renováveis.
O mundo está debruçado para lidar com a emergência climática e a educação pode e deve fazer parte deste debate de forma mais intensa. Apesar do cenário desolador que temos para enfrentar, as juventudes brasileiras estão aqui diante de nós e é pela educação que poderemos garantir a ampliação de conhecimento, da conscientização e do engajamento necessários para que possam atuar na emergência que está colocada e se engajar na implementação da transição energética correta, urgente, justa e inclusiva.

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October 11, 1:56 PM
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Falta de saneamento básico afasta mais de 6 milhões de crianças da escola

Falta de saneamento básico afasta mais de 6 milhões de crianças da escola | Inovação Educacional | Scoop.it
300 mil crianças são internadas em um ano por doenças relacionadas à falta de saneamento; situação repercute na vida adulta, diz estudo
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October 11, 1:50 PM
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67% dos brasileiros veem escolas como responsáveis pela educação ambiental das crianças

67% dos brasileiros veem escolas como responsáveis pela educação ambiental das crianças | Inovação Educacional | Scoop.it
Uma nova pesquisa revela que 67% dos brasileiros acreditam que a responsabilidade pela educação ambiental das crianças é, principalmente, das escolas. Realizado pela Descarbonize Soluções e divulgado nesta segunda-feira (7/10), o estudo Educação ambiental para crianças* indica que, embora 78% dos entrevistados tenham recebido educação ambiental durante a formação escolar, apenas 36% afirmam conversar frequentemente sobre o tema com as crianças, pelo menos uma vez por semana. Outros 32% fazem isso ocasionalmente e 19%, raramente, sugerindo que, apesar do conhecimento adquirido, a prática de discutir questões ambientais e sociais dentro de casa precisa ser estimulada. 
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October 11, 1:47 PM
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Cidadania e responsabilidade são temas da Semana de Educação Digital

“A pandemia nos fez ressurgir para o ambiente midiático, nos fez trazer para a sala de aula a tecnologia, atuar no que é o ambiente digital e de maneira muito abrupta”, disse Anderson Passos, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), da seccional Bahia da entidade. Ele participou, nessa segunda-feira (8), de live que anunciou o início dos trabalhos da 2ª Semana Brasileira de Educação Midiática, programada para o período de 29 de outubro a 1º de novembro.
A Semana Brasileira de Educação Midiática é um fórum de discussões e troca de experiências que busca incentivar o uso das mídias de forma crítica, propiciando a estudantes e educadores ferramentas para atuar em sala de aula no cenário das novas tecnologias.

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October 11, 1:21 PM
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Open Talent – não é se, é quando você vai entrar

Open Talent – não é se, é quando você vai entrar | Inovação Educacional | Scoop.it

As bases para o que vivemos atualmente e também chamamos de economia open talent já estavam dadas bem antes da pandemia. Vivemos uma revolução digital, que foi iniciada nos anos 2000 e acelerada brutalmente nos anos seguintes, com o maior acesso à banda larga, criação dos smartphones e surgimento do big data.
Com elas, profissionais que podem (e optam por) atuar e ser remunerados por projeto, sem depender de um vínculo permanente com um empregador, são cada vez mais representativos nas estatísticas de trabalho. Comumente, são chamados de freelancers.

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October 11, 1:18 PM
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Open talent: 27% dos brasileiros querem ser “contratados como freelancer”

Open talent: 27% dos brasileiros querem ser “contratados como freelancer” | Inovação Educacional | Scoop.it
O open talent, modalidade de trabalho que permite flexibilidade dos profissionais e das empresas, ainda gera dúvidas no Brasil. Mas é um formato que cresce entre os colaboradores. Levantamento feito pela Ollo em parceria com a Orbit Data Science aponta que mais de 27% das pessoas no país estão prontas e “ávidas” para atuar na modalidade – e que 9% já estão começando.

De acordo com a pesquisa da Future Markets Insight, o mercado de open talent deve crescer 11,7% ao ano até 2032 no mundo, chegando a US$ 1,1 bilhão de recursos. No Brasil, estima-se que 1,5 milhão de pessoas atuem neste segmento, e a tendência é de alta.

“Em mercados emergentes, ainda estamos no início da curva, com taxas de crescimento expressivas, típicas de um segmento em expansão”, explica Karina Rehavia, CEO da Ollo.

O open talent é a relação entre empresas e profissionais na qual os colaboradores não têm exclusividade com seus contratantes e podem atuar em diferentes projetos ao mesmo tempo. 

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Para as empresas, significa ter acesso a profissionais altamente especializados.  A NASA atua com o modelo open talent desde 2011, o que permite trabalhar de maneira pontual com cientistas. Companhias menores podem, por exemplo, contratar partes de serviço de um grande executivo, num modelo flexível para ambos os lados.

Apesar de recente, o mercado de open talent é promissor. De acordo com pesquisa publicada pela Upwork, somente nos Estados Unidos, em 2023, havia mais de 30 milhões de profissionais atuando como freelancers, gerando mais de US$1,2 trilhão para a economia do país.

PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS

O sistema inclui não só os freelancers como também as plataformas que conectam serviços a pessoas, como a da Ollo. De acordo com Karina, o open talent é uma “abordagem mais ampla e flexível da contratação de talentos, na qual empresas buscam profissionais qualificados fora de suas estruturas tradicionais, utilizando plataformas digitais para encontrar e contratar freelancers, consultores e especialistas”.

No levantamento da Ollo, 26% dos entrevistados mostraram ter dúvidas sobre como funcionam sites de freelancers e 15% ainda não sabem qual plataforma escolher. A maioria dos freelancers gosta desse esquema de trabalho, mas se sente sobrecarregada e aponta como é cansativo esse formato. 

NOS ESTADOS UNIDOS, EM 2023, HAVIA MAIS DE 30 MILHÕES DE PROFISSIONAIS ATUANDO COMO FREELANCERS.

A pesquisa ainda mostra que há diferenças no universo freelancer entre o profissional autônomo por projeto e o prestador de serviços temporários. A primeira categoria tem mais estabilidade e melhores remunerações.

Feito a partir de uma análise de 11,4 mil comentários em redes sociais entre abril de 2023 e 2024, o levantamento da Ollo mostra os muitos aspectos do que significa participar do segmento open talent.

A busca e o preparo para jobs, por exemplo, apareceu em 29% dos comentários. Há viés positivo nos comentários sobre a vida de freelancer. Necessidade de renda extra, dificuldade em gerenciar o tempo e inseguranças com relação ao modelo flexível são os principais sentimentos negativos com relação ao open talent. 

Há uma profusão de avaliações sobre como o profissional livre no mercado enxerga o open talent. "Inclusive, apareceram novas nomenclaturas, como talent as a service ou freelancer, o que mostra que, de fato, além de novo, é algo transformador”, afirma Karina.
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October 11, 10:30 AM
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Análise de dados da UE revela quanto se consome de pornografia na internet

Análise de dados da UE revela quanto se consome de pornografia na internet | Inovação Educacional | Scoop.it
"O que é bastante interessante é que há alguns países na lista com um consumo de pornografia bastante alto e que são socialmente bastante conservadores", diz Carolina Are, bolsista de inovação do Centro de Cidadania Digital da Universidade Northumbria, no Reino Unido.
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October 11, 10:28 AM
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Como funciona a memória e por que esquecemos o que devíamos lembrar

Como funciona a memória e por que esquecemos o que devíamos lembrar | Inovação Educacional | Scoop.it
Conheça a ciência por trás de como as memórias são formadas e por que há momentos mais propícios ao esquecimento do que outros
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October 11, 10:26 AM
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Nobéis do Google são prenúncio de crise das universidades

Nobéis do Google são prenúncio de crise das universidades | Inovação Educacional | Scoop.it

David Baker foi premiado pela síntese de proteínas inexistentes na natureza, utilizando um software desenvolvido especificamente para essa finalidade, enquanto Demis Hassabis e John Jumper foram reconhecidos pelo AlphaFold 2, uma inteligência artificial capaz de prever a estrutura tridimensional dessas mesmas macromoléculas, aplicando princípios da área de jogos.
Na Física, o prêmio também destacou avanços na ciência da computação, laureando John Hopfield e Geoffrey Hinton por suas contribuições fundacionais à inteligência artificial. A premiação gerou críticas de físicos mais puristas e alimentou debates sobre a originalidade da dupla, dado que existem versões anteriores das técnicas que levaram à sua consagração, como redes de Hopfield, máquina de Boltzmann e backpropagation.
"O Nobel de Física de 2024 premia plágio e atribuição incorreta em ciência da computação", afirma Jürgen Schmidhuber, figura histórica da IA, sob o descrédito da maioria. O cientista alemão é um dos criadores da técnica de processamento de linguagem mais importante até o surgimento do ChatGPT.
A celebração do papel da IA na ciência não é a única convergência entre os dois prêmios. Hinton foi vice-presidente do Google Brain (2013-2023), enquanto Hassabis é o CEO da DeepMind, adquirido pelo gigante das buscas em 2014, onde o também laureado John Jumper lidera uma das divisões.
Se isso não basta para da um ar de máfia a essas relações —no sentido da máfia do Paypal e não da Cosa Nostra, acrescente o fato de que Hassabis é neto acadêmico de Geoffrey Hinton, tendo sido orientado por um de seus ex-alunos no pós-doutorado.
Essas associações levam a duas hipóteses: (1) o Google é preciso na identificação e captação dos pesquisadores de maior potencial; e (2) a iniciativa privada tornou-se o grande polo de atração para as mentes mais brilhantes dessa área basilar para a maioria das outras. Ambas estão corretas.
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Entre eles estão Carlos Chagas, César Lattes e Adolpho Lutz; dados divulgados vão até 1971
Prêmio Nobel reconheceu descoberta de raio-X, bateria, microscópio, LED e vírus
Se você tem um celular ou fez uma ressonância magnética, deve isso a cientistas laureados
Nobel de Química 2024 premia 3 cientistas por criação e identificação de estrutura de proteínas
Trabalhos de David Baker, Demis Hassabis e John Jumper podem contribuir para a produção de novos medicamentos
A revolução no consumo de IA que estamos vivenciando é impulsionada por chatbots que utilizam autoatenção (LLMs), tecnologia desenvolvida inicialmente nos laboratórios do Google e posteriormente incorporada pela OpenAI, criadora do ChatGPT. A promessa de liberdade criativa bem remunerada impulsiona o recrutamento de talentos pela empresa, resultando em avanços excepcionais como este.
Ao mesmo tempo, há uma barreira de entrada cada vez maior para o desenvolvimento da ciência básica em IA, o que influencia o planejamento de carreira dos novos pesquisadores. Mesmo as universidades mais renomadas do mundo não conseguem competir com as big techs, o que curiosamente as aproxima das nossas, perenemente limitadas pela falta de grana.
"Os recursos estão cada vez mais concentrados nas mãos das grandes empresas de tecnologia, que exercem um controle desproporcional sobre o ecossistema de desenvolvimento da IA", declarou a governadora de Nova York, Kathy Hochul, por meio de seu escritório. Recentemente, o estado lançou um polo conector de suas principais universidades, que conta com um vasto cluster de servidores e outros dispositivos voltados à IA.
Iniciativas como essa são encorajadoras e precisam ser adotadas por aqui o quanto antes. No entanto, é preciso ter em mente que estão longe de reestabelecer o equilíbrio de forças que existia entre empresas e universidades até a década passada. Além do custo de treinar novas IAs ser astronômico, o acesso a hardwares de última geração está cada vez mais competitivo.
O resultado é uma redefinição de papéis até há pouco inimaginável. Os laboratórios acadêmicos estão se concentrando na criação de aplicações de "segunda camada" —como chatbots que ajudam a programar, diagnosticar ou combater a solidão— a partir de descobertas mais fundamentais feitas pelas grandes empresas.
Essa mudança, somada à perda de valor dos diplomas e à proliferação de assistentes de ensino com IA em ambientes imersivos, sugere que, sem medidas mais críticas e ousadas, as universidades se tornarão cada vez menos relevantes. Tanto aqui quanto no resto do mundo.

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October 10, 6:34 PM
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A febre das ‘bets’ como estratégia financeira - Problemas Brasileiros

O perfil de Robson não é incomum nesses sites, conhecidos como bets (do inglês “to bet”, “apostar” em português). Uma pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), publicada no fim de agosto, revelou que, dentre os paulistanos que utilizam essas plataformas com frequência — 17% da população da cidade —, um quarto (25%) o faz porque pretende aumentar os rendimentos domésticos de forma mais rápida. Outros 9% ainda afirmam que as apostas são um meio de investimento. “É um dado preocupante”, observa o economista Jaime Vasconcellos, assessor da Entidade. “Primeiro, porque estamos falando de pessoas que estão buscando renda de alguma forma, ou seja, cidadãos de classes mais baixas. Depois, porque demonstra a exclusão financeira delas, já que apostas estão longe de ser uma modalidade de investimento, uma vez que se baseiam justamente no contrário — na sorte. Além disso, esses jogos estão tirando recursos que compõem um orçamento doméstico já bem apertado, e a tendência é que isso aumente”, completa.
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October 10, 6:31 PM
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A nova cara do trabalho no Brasil - Problemas Brasileiros


Ao terminar a graduação em 2020, em meio à pandemia de covid-19, o engenheiro soteropolitano Igor Brito Correia Andrade, de 27 anos, logo começou a trabalhar na área, mesmo em um contexto adverso. Contudo, a experiência durou pouco: apenas nove meses depois o ainda recém-formado ficou desempregado. Tentou se recolocar, mas sem sucesso. Viu-se, então, obrigado a procurar outro meio de garantir sustento — desde abril de 2022, trabalha como motorista de aplicativo na capital baiana. “A falta de experiência faz com que os salários oferecidos sejam muito abaixo do que o que ganho atualmente como motorista”, afirma, ao ponderar que não pretende mais procurar uma vaga na área em que se formou. “Penso mais em usar o ensino superior para concorrer a vagas em concursos públicos”, ressalta. Batizada de “uberização” pelos acadêmicos da Sociologia do Trabalho, essa é uma das caras do atual mundo do trabalho, que vê uma melhora importante dos indicadores de desemprego, mas sofre com a qualidade das ocupações e dos vínculos ofertados. 

No trimestre encerrado em junho de 2024, o último dado disponível, a taxa de desocupação caiu para 6,9%, a menor para o período desde 2014, que também foi de 6,9%, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o indicador está abaixo da metade da maior taxa da série histórica, de 14,9%, registrada entre janeiro e março de 2021, durante a pandemia. A população desocupada — aquela que procura por trabalho — caiu para 7,5 milhões de pessoas, com redução de dois dígitos tanto na comparação trimestral (-12,5%) quanto na anual (-12,8%), o menor número de pessoas em busca de ocupação desde fevereiro de 2015. Enquanto isso, a parcela ocupada atingiu novo recorde da série histórica, chegando a 101,8 milhões. Atualmente, o total de trabalhadores no País é 3% maior que há um ano.

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, no segundo trimestre deste ano, o emprego cresceu em diversos recortes da população, tanto entre jovens como nos grupos etários mais velhos. O nível da ocupação, apesar de muito superior entre as pessoas brancas, também expandiu entre pretos e pardos. Boas notícias também no recorte por gênero: as mulheres atingiram o maior nível de ocupação desde 2012, com 48,1%. “Vale ressaltar, porém, que, entre os homens, esse indicador segue aproximadamente 20 pontos porcentuais acima, atingindo 68,3%”, explica Adriana.

O levantamento do IBGE se baseia na declaração das pessoas, se elas se consideram com ou sem trabalho — ou, ainda, se estão em busca de um emprego, o contingente considerado desocupado. Por isso, entram na conta ocupações de toda natureza, sejam as com carteira assinada, prestadores de serviços (os famosos os “PJs”), ou ainda autônomos e pequenos empreendedores. Mesmo assim, pelo dado do IBGE, é o trabalho com carteira assinada que tem sustentado a redução do desemprego. Ainda de acordo com o IBGE, o número de empregados do setor privado (52,2 milhões) foi recorde, motivado pelos novos desempenhos superados nos contingentes de funcionários com carteira (38,4 milhões). Mas o grupo sem registro ainda é grande, 13,8 milhões. “Observa-se a manutenção de resultados positivos e sucessivos. Esses recordes de população ocupada não foram impulsionados apenas nesse trimestre, mas são consequência do efeito cumulativo de uma melhoria no mercado de trabalho em geral”, destacou Adriana, à época da divulgação do estudo, no fim de julho. Além disso, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em que o Ministério do Trabalho compila os números de contratações e demissões fornecidos pelos empregadores, o saldo foi positivo em 201 mil vagas, número 29% maior que um ano antes.


O que explica os dados

O professor José Pastore, presidente Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), considera que essa retomada do mercado de trabalho seja reflexo de uma junção de fatores. “Neste ano, tivemos ativação de muitas obras por prefeitos e governadores por causa das eleições. Infraestrutura e obras em geral ativam também vários setores da economia”, explica o sociólogo. Além disso, os governos fizeram muitas contratações. Pastore comenta, ainda, que o aumento do valor do Bolsa Família, que passou para R$ 600 no ano passado, também contribui para o aumento do consumo das famílias e, consequentemente, para a geração de emprego. Por fim, diz o professor, o Agronegócio, que não foi afetado pelo El Niño como previsto, manteve a expansão ao permitir que o Brasil exportasse mais e, portanto, gerasse mais vagas diretas e indiretas. Além disso, a exportação de minérios também se manteve forte.

Um olhar sob perspectiva mais abrangente traz alívio para um indicador que foi um dos mais penalizados pela pandemia. Afinal, setores que são bons geradores de emprego, como Construção, Serviços e Comércio, sentiram fortemente o baque da covid-19. No entanto, maior oferta de trabalho não tem se traduzido em aumento da renda — condição que, de fato, faz a economia girar. Os dados do Caged mostram que o salário médio do brasileiro, em junho, foi de R$ 2.132,82, uma alta de apenas 2,07% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Para se ter uma ideia, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do País, foi de 4,5%, em 12 meses encerrado em julho, último dado disponível. Diante disso, Pastore explica que, de modo geral, o mercado laboral apresenta uma pirâmide dividida da seguinte forma: dois terços das pessoas estão em funções muito simples, com baixos salários e alta rotatividade. O um terço restante é formado por profissionais qualificados e remuneração melhor. E nessa faixa, a bonança do emprego não vem tão forte. Então, fica mais difícil para profissionais como Igor se recolocarem, especialmente quando o salário oferecido entra na equação e torna a informalidade mais interessante.

Caderninho azul

Se, em 2020, vivíamos um recorde de desemprego, chegamos a 2024 com outro cenário, mas ainda frente a um problema grave e crônico no Brasil: a informalidade no mercado de trabalho. Um funcionário que se declare ocupado não necessariamente tem o carimbo desejado na carteira — ou, ainda, mesmo que o tenha, às vezes é preciso recorrer aos “bicos” para complementar a renda. 

De acordo com Pastore, da FecomercioSP, a má qualidade do emprego está na raiz do problema, ao passo que faltam ao trabalhador, além de qualificação formal, habilidades como concentração, repertório, comunicação e intimidade com a tecnologia. Afinal, 75% da força laboral tem, no máximo, o ensino médio. “A qualidade do emprego é historicamente atrelada à matriz do nosso sistema produtivo, historicamente focado em cana-de-açúcar, minérios e café, por exemplo. Atividades que requerem pouca sofisticação. Para mudar isso, é preciso de tempo, crescimento econômico e diversificação da produção, o que incluiria mais pessoas nos serviços especializados”, diz. Na prática, o que o sociólogo explica é que, para além de como o mundo do trabalho brasileiro se constitui, também surgiram novas formas de trabalhar que, em sua maioria, não se encaixam na CLT.

Adriana, do IBGE, reforça que a população formal vem crescendo em ritmo maior que a informal. Entre o primeiro e o segundo trimestres, os informais cresceram 1%, enquanto os formais, 2%. Os dados apontam ainda que a taxa de informalidade ficou em 38,6% do total de ocupados, contra 38,9 %, no trimestre encerrado em março, e 39,2 %, no mesmo trimestre de 2023. No entanto, ainda que Pastore reconheça que a formalização esteja avançada, ele ressalta que a maioria dos novos cargos é de baixa remuneração. “O trabalho por conta própria, que cresceu muito durante as crises, se mantém praticamente estável desde o fim do ano passado, e esse é um dado bastante positivo. Pode indicar tendência boa, mas precisamos esperar, porque é pouco tempo”, avalia o professor Marcelo Manzano, presidente do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit).

Segundo Lúcia Garcia, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), é fato que o Brasil tem recuperado engajamento, mas a degradação das relações prejudicou o mercado de trabalho por anos. A economista avalia que, a partir da Reforma Trabalhista, houve uma espécie de “estabilidade ruim” e, em seguida, veio a pandemia, que freou de forma brusca a atividade econômica. Isto é, para ela, somente agora estamos recuperando os patamares de 2015. 

O setor privado está gerando vagas, mas em geral com vínculos intermitentes e baixos salários. Essa seria uma das razões pelas quais o País não consegue absorver a força laboral capacitada pelo diploma universitário. “Melhoramos, mas não estamos animados, pois o mercado vem nessa retomada, mas com perda de direitos”, avalia Lúcia.

Mais alento

Outro tópico apontado pelos especialistas é a redução no desalento. Esse dado é importante porque significa que pessoas que haviam desistido de buscar ocupação retomaram a procura diante de números mais animadores. E, mesmo com essa acréscimo, o desemprego segue sob controle: essa parcela desalentada recuou para 3,3 milhões, no trimestre encerrado em junho, alcançando o menor contingente desde o trimestre encerrado em junho de 2016 (3,2 milhões), com quedas de 9,6% (menos 345 mil pessoas) no trimestre e 11,5% (menos 422 mil pessoas) no ano. Com isso, o porcentual de pessoas nessa situação (2,9%) foi o menor desde o trimestre encerrado em maio de 2016 (2,9%). Esse indicador cresceu de 1,6% para 3%, ainda de 2015 para 2016, e atingiu o pico em 2020, com 5,5%.

Segundo Adriana, do IBGE, “a redução do desalento pode estar relacionada à melhoria das condições do mercado laboral como um todo, possibilitando que esse contingente retorne à força de trabalho. E como há redução da população desocupada, a queda do desalento provavelmente é proporcionada pelo aumento da ocupação”. O chamado desemprego de longa duração — quando alguém busca recolocação por dois anos ou mais — também caiu para o menor patamar desde 2015.



No entanto, os especialistas alertam que os problemas estruturais do mercado de trabalho persistem e são expressivos em comparação a países mais avançados. Aqui, entra em cena a taxa de subutilização da mão de obra (quando alguém se considera ocupado e, logo, fora da taxa de desemprego), mas trabalha menos horas do que gostaria ou precisaria para uma renda adequada. Hoje, são 5 milhões de pessoas, 4,1% menos que há um ano. “Essa taxa, que caiu muito nos últimos dois anos, chegou a 16,9%. Contudo, essa população desalentada, que inclui as pessoas que querem trabalhar, mas desistiram e não têm dinheiro nem para pegar ônibus, ainda está em torno de 3 milhões”, alerta Lúcia, do Dieese. 

Para Manzano, do Cesit, é preciso ter políticas para enfrentar essa situação. E lembra que o Microempreendedor Individual (MEI), por exemplo, é uma tentativa válida para inserir autônomos no sistema previdenciário — porém o desafio continua, pois não se trata apenas de regulamentação trabalhista, mas também de toda a estrutura produtiva do País: quanto menos sofisticada, pior a qualidade do ofício ofertado.

Da desindustrialização à Uber

O fato é que o setor industrial — que, tradicionalmente, emprega profissionais mais qualificados, formais e com melhores salários — encolhe ano a ano. A última Pesquisa Industrial Anual (PIA), divulgada no fim de junho pelo IBGE, mostra que, de 2013 a 2023, o emprego industrial encolheu 8,3%, uma perda de 745,5 mil postos diretos. Um dos caminhos para reverter esse processo é a reindustrialização, com vistas à produção de bens de maior valor agregado, tanto para abastecer o mercado interno quanto para uma inserção qualificada no cenário internacional. “Cerca de 50% dos motoristas de aplicativo têm ensino superior. Essa é uma evidência de que não é falta de qualificação, mas de oportunidade. Isso gera desânimo e frustração. Existe o discurso de que precisamos qualificar o trabalhador, o que é fundamental. Mas, por outro lado, falta uma economia que ofereça oportunidades”, afirma Manzano. Para ele, essa é a raiz de um mercado que cresce de forma vigorosa apenas na base da pirâmide. 

E quando se fala de qualidade do emprego, a remuneração não define a equação. Segundo os dados do estudo Plataformização e Precarização do Trabalho de Motoristas e Entregadores no Brasil, que compõe a 77ª edição do boletim Mercado de Trabalho, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a adesão de motoristas à função mediada por aplicativos resulta em jornadas mais longas e menor contribuição previdenciária, além da queda da renda média desses trabalhadores. Entre 2012 e 2015, enquanto o total de autônomos no setor de transporte de passageiros (não inclusos os mototaxistas) era de cerca de 400 mil, com rendimento médio flutuando em torno de R$ 3,1 mil. Em 2022, quando o total de ocupados chegava a quase 1 milhão, o rendimento médio era inferior a R$ 2,4 mil. Nessa mesma categoria, a proporção de funcionários com jornadas entre 49 e 60 horas semanais passou de 21,8%, em 2012, para 27,3%, dez anos depois. No mesmo período, essa expansão não se repetiu entre os autônomos de modo geral. Outro aspecto que revela essa precarização é a cobertura previdenciária. Em 2015, pouco menos da metade dos motoristas de passageiros (47,8%) contribuía, porcentual que despencou para somente 24,8% em 2022. 

André Gambier Campos, pesquisador do Ipea, garante que a economia exportadora continuará a gerar empregos, assim como os setores primários de Extração Mineral, Agronegócio e Energia. Na indústria, a expansão pode vir da Tecnologia da Informação (TI), embora a qualidade desses empregos ainda seja incerta. Campos também aponta para o potencial dos serviços sociais (como educação, saúde, previdência e cultura), que devem crescer em virtude do envelhecimento da população e da queda na taxa de natalidade. Segundo ele, a fragmentação do mercado laboral teve início com a Reforma Trabalhista, de 2017, que desencadeou um movimento de mitigação de direitos, culminando, por exemplo, na validação de PJs pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Uma complexa transformação que revela os diversos impasses e perspectivas que moldarão o futuro do trabalho no País.
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Qualificados online

O fenômeno do trabalho pelas plataformas digitais virou uma espécie de definidor do modo de produção dos novos tempos. Contudo, o que se deu início na oferta de serviços que exigem pouca especialização, como os aplicativos de entrega e de motoristas, virou ferramenta de renda também nas mãos de profissionais qualificados. Professores, psicólogos, nutricionistas, médicos, programadores e designers já complementam rendas — ou até obtêm o total dos rendimentos — oferecendo serviços em plataformas online. 

Depois de colocar os filhos para dormir, em Indaiatuba, interior de São Paulo, o médico ortopedista Raphael Serra Cruz atende pacientes de todo o Brasil em consultas de telemedicina. “Quando resolvi abrir um horário de atendimento noturno na agenda, nem sabia que haveria tanta demanda”, conta ele, que além do consultório físico, atende pela plataforma Conexa. A sua adesão ao universo do trabalho online se deu por motivos pessoais, quando, em 2022, decidiu se mudar do Rio de Janeiro, onde estudou e mantinha consultório já há vários anos. Consciente de que perderia a fonte de renda, buscou conhecer a proposta dessas plataformas por meio de colegas que já atendiam online. “O site viabilizou minha mudança. No início, dava plantão uma vez por semana num hospital local, enquanto nos outros quatro dias atendia pela plataforma”, lembra-se. 

Histórias como a de Raphael são cada vez mais comuns. A crise da covid-19 foi o catalisador de um processo que levou o trabalho para dentro de casa — e, em diversas áreas, a emergência se transformou em tendência. Um relatório do Banco Mundial, de outubro de 2023, estima que o número global de trabalhadores temporários online chega a 435 milhões de pessoas. Além disso, a procura por trabalho via internet aumentou 41% entre 2016 e o primeiro trimestre de 2023.

Jaime Vasconcellos, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), avalia que o fenômeno foi mesmo acelerado na pandemia. “Antes, os trabalhadores mais intelectuais precisavam se dirigir ao escritório. No máximo, resolviam algumas questões por telefone. Mas, com o isolamento social e a necessidade do home office, houve uma rápida digitalização das relações de trabalho”, afirma. Ele lembra que a mudança traz desafios não só para o trabalhador, como também para quem procura o serviço. “É de responsabilidade do contratante avaliar se o prestador, online ou presencial, cumpre todas as suas exigências. No virtual, é necessário aumentar o crivo, buscar o máximo de informações, conhecer trabalhos anteriores, procurar indicações”, recomenda. A questão geracional também influencia no ritmo de virtualização das relações laborais. “O pessoal mais novo nem precisa dessa transição, pois já nasce no digital. Entretanto, as novas formas de trabalho também servem para os mais velhos dispostos a se reinventarem”, conta. Em todos os casos, as plataformas podem oferecer uma série de facilidades, ao disponibilizar agenda e pagamento no processo, por exemplo.

Na caso de Raphael, foi preciso mudar também as próprias crenças para aderir à nova forma de trabalho. “Tive uma formação tradicional e era até um pouco cético, mas minha resolutividade na telemedicina é muito boa. Há situações em que não substitui o presencial, mas o importante é conhecer as limitações e saber quando direcionar o paciente”, diz. Embora já tenha conquistado uma boa clientela local — e reconheça que ganhe mais com as consultas presenciais —, o ortopedista não abre mão dos atendimentos online. “Gosto da liberdade geográfica. Posso sair de férias, reservar um horário no hotel e, por duas horas, atender pacientes”, afirma. Na saúde, a legislação tem peso fundamental: durante a pandemia, houve uma regulação emergencial que permitiu o atendimento online, convertendo-se, posteriormente, em lei. 

Esse tipo de arranjo trabalhista é um “caminho sem volta”, acredita Roseli Figaro, professora na Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora da rede Fairwork Brasil. “As plataformas oferecem facilidades para um conjunto de trabalhadores e clientes. Se fosse ruim, ninguém usaria. Não queremos voltar a 1980”, ressalta, que lembra que a miríade de possibilidades para trabalho via plataformas só aumenta. Além de funções tradicionais, especializadas ou não, Roseli lembra que há quem realize microtarefas que não existiam na década de 1980, como moderação de conteúdo e treinamento de sistemas de Inteligência Artificial (IA). Um dos desafios atuais é conhecer, de fato, o tamanho do mercado e estudar como funciona. “É muito difícil ter um mapa, porque não há regulação, um registro, não temos como saber quem trabalha onde. Para os serviços especializados e profissionais liberais, temos vários tipos de plataforma. Podem ser nacionais e pequenas. E há outras com milhares de trabalhadores”, afirma.

Por isso, a pesquisadora defende que o modelo passe por uma série de regulações e melhorias. “Queremos, sim, ter os serviços, mas também transparência e privacidade de dados — que estes fiquem no Brasil e as ferramentas sejam em português. Os dados retroalimentam os algoritmos, mas 80% dessas informações que circulam no mundo são em inglês”, conta Roseli. Dentre os princípios da Fairwork, destacam-se pagamentos dignos, boas condições de trabalho, contratos claros, gerenciamento dos trabalhadores e alguma forma de representação para esses profissionais. 

A falta de uma pessoa para gerenciar o trabalho e resolver conflitos pesou para o professor Bernardo Ballardin, que exerceu a função de corretor de redações em uma plataforma digital. “Algumas pessoas deram notas baixas para as minhas correções e fui automaticamente suspenso, sem nem saber o porquê”, recorda. Não houve quem apontasse as correções com problemas, um espaço para discussão ou até mesmo algum tipo de arbitragem humana no processo. “Quando corrigimos provas numa escola ou cursinho, há sempre um coordenador para refletir sobre as diferentes visões caso algum aluno não concorde com as notas”, explica. Ballarin conta, ainda, que o trabalho era mal remunerado, além de “solitário, repetitivo e cansativo”. Após a experiência, passou a dar aulas particulares em plataformas educacionais. Anos depois, o professor se tornou pesquisador do Center for Artificial Intelligence (C4AI), da USP, e decidiu se dedicar à pesquisa do tema, centrando esforços justamente nos professores que trabalham para plataformas. 

No caso específico dos docentes, Ballarin defende que os sistemas passem, urgentemente, a valorizar a formação oficial. “Há muitas pessoas sem diploma que se cadastram e cobram valores baixos, o que torna a competição desleal”, afirma. Os preços baixos ganham destaque na lista exibidas aos potenciais alunos. O pesquisador constatou também que quem se cadastra para oferecer aulas são profissionais procurando alunos particulares, partindo para várias frentes. Essas aulas costumam ser uma fonte extra de renda e raramente representam o salário principal. “Alguns poucos conseguem ter ali uma fonte segura e constante, mas a maioria fracassa e não consegue achar alunos. A quantidade de professores bem-sucedidos gira em torno dos 2%”, conta.

MENOS VÍNCULO, MAIS PRECARIEDADE
Independentemente da área de atuação, a precariedade costuma ser um ponto que preocupa. Contudo, é preciso pensar dentro da realidade pré-existente. “Muitas vezes, parte-se de uma análise europeia, mas o Brasil já conta com mercado precário. As plataformas absorvem pessoas que estão na precariedade”, ressalta Ballardin. O que o pesquisador pede às empresas é que atuem com transparência: “Não existe contrato de trabalho, mas pode haver um termo de consentimento claro, o qual deve incluir os motivos de uma suspensão, o modo de funcionamento do algoritmo e a quantidade de clientes. Tudo isso é para que o profissional entenda aquele mercado e os direitos ele tem. Caso aconteça problemas como o não pagamento, quem ficará com o prejuízo? A plataforma se responsabiliza pelo quê?”, questiona. 

Nada que seja impossível de ser alcançado. Gabriel Garcez, vice-presidente de Saúde Física da Conexa, destaca que a transparência é fundamental para manter uma equipe de profissionais de saúde que atendam com qualidade. “No nosso modelo, o profissional passa por uma análise, recebe treinamento e passa a pertencer a um corpo clínico”, explica. Não se trata de um marketplace de profissionais de saúde, mas de um grupo em que todos têm trabalho mínimo garantido. Para dar conta das flutuações de demanda, a plataforma adota um modelo de transbordo, no qual são oferecidos mais horários de atendimento para quem já esteja na rede antes que novos profissionais sejam chamados. “Enfrentamos um desafio em janeiro de 2022, com a variante ômicron da covid-19. Naquele mês, tivemos seis vezes mais demanda que em dezembro. Dentro do nosso próprio corpo clínico, perguntamos quem estava disposto a ampliar os atendimentos e conseguimos dobrar o número de horas com os mesmos profissionais”, relata Garcez. 

Assim como a mão de obra de perfil menos especializado, profissionais qualificados já estão imersos nas plataformas. Agora, é preciso cuidar para que as relações sejam estabelecidas de forma transparente e justa a fim de garantir bons critérios de qualidade para quem trabalha, contrata e consome os serviços prestados.
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Falta de saneamento básico determina desigualdade desde a primeira infância

Falta de saneamento básico determina desigualdade desde a primeira infância | Inovação Educacional | Scoop.it

A ausência de saneamento básico, que ainda afeta ao menos 49 milhões de brasileiros, segundo dados do Censo de 2022, tende a causar danos irreversíveis em crianças de 0 a 6 anos e contribui diretamente para a desigualdade de renda no longo prazo.
Conforme mostra o estudo “Futuro em risco: os impactos da falta de saneamento para grávidas, crianças e adolescentes”, elaborado pelo Instituto Trata Brasil, a falta de acesso a esgoto e água tratada prejudica o desenvolvimento cognitivo nos primeiros anos de vida, além de causar afastamentos em creches e escolas devido a doenças como diarreia e desnutrição.
De acordo com o estudo, no longo prazo, ao analisar 35 anos de vida profissional, haverá, em média, uma diferença de 46,1% maior nos rendimentos de quem teve acesso ao saneamento básico desde a primeira infância.
No cálculo do Instituto Trata Brasil, durante esse período, quem teve acesso consegue obter uma média de R$ 251.670,81, enquanto quem foi privado do saneamento consegue ganhar R$ 125.656,49. A diferença de R$ 126 mil pode representar, por exemplo, a capacidade de comprar ou não uma casa própria ao longo da vida adulta.
“O saneamento básico é primordial para o desenvolvimento físico e neurológico de uma criança e, consequentemente, para o aprendizado dela”, comenta a presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto.
“Quando se fala de primeira infância, o grande impacto é na saúde, pois as crianças acabam não tendo os nutrientes necessários devido a diarreias frequentes e todos os outros problemas relacionados à falta de saneamento.
Além da diarreia, outras doenças de veiculação hídrica são a dengue e a cólera, por exemplo, que proliferam devido à água parada ou contaminada.
Conforme aponta o levantamento, baseado em dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 (IBGE), entre as 18,3 milhões de crianças de até seis anos registradas no país naquele momento, 6,6 milhões tinham algum histórico de afastamentos por doenças de veiculação hídrica ao longo do ano do ano, comprometendo diretamente a frequência em creches, pré-escola e atividades sociais.
“Em outros termos, aproximadamente 4 a cada 10 crianças com idade até 6 anos se afastaram de suas atividades rotineiras em razão de diarreias e doenças transmitidas por insetos e animais”, pontua o relatório do Instituto Trata Brasil.
De acordo com a presidente-executiva do instituto, a incidência dos afastamentos e a própria contaminação em si, que suga a energia das crianças para sobreviver em vez de estar se desenvolvendo cognitivamente, gera uma defasagem quase irreversível para o futuro dessas crianças.
“Na segunda infância [dos 7 aos 11 anos] os problemas de saúde causados pela falta de saneamento já não são tão altos quanto na primeira infância, mas é muito difícil de recuperar e a gente vê o reflexo no desempenho escolar de maneira muito direta.”
Segundo o estudo, a estimativa é de que há um atraso médio de 1,8 ano de escolaridade de jovens de 19 anos que não tiveram acesso a saneamento.
Uma das avaliações desse impacto é apontada pelo estudo no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) de 2021, que mediu o desempenho escolar por meio das notas obtidas pelos alunos do 5º ano do ensino fundamental, cuja maioria tinha idade entre 10 e 11 anos.
Ao avaliar as diferenças de notas nas provas de língua portuguesa e matemática para os alunos de um primeiro grupo que não dispunha de água tratada na rua de sua residência e o segundo que desfrutava dessa infraestrutura, o estudo observou que o grupo sem água tratada uma nota em língua portuguesa 20,9 pontos inferior à nota do grupo com água tratada na rua. Na prova de matemática, a diferença foi semelhante, de 19,1 pontos entre os dois grupos.
“Assim, a soma das notas das duas provas acumulou uma diferença de 40,0 pontos a menos no grupo de alunos sem água tratada na rua de sua residência”, indica o relatório.
Apesar dos dados mostrarem evolução no acesso ao saneamento básico no país, o problema ainda está longe de ser resolvido porque, segundo outros levantamentos do Trata Brasil, 102,7 milhões de brasileiros ainda moram em residências com algum tipo de privação de saneamento – a moradia não está ligada na rede geral de abastecimento de água ou a água não chega de maneira regular ou não tem reservatório para armazenar a água que chega, ou não está ligada à rede coletora de esgoto ou sequer banheiro tem.
Em termos absolutos, o maior número de pessoas com algum tipo dessas privações estão no Nordeste brasileiro (40,3 milhões de pessoas 39,5% do total), mas todas as regiões do país ainda enfrentam o desafio de universalizar o saneamento básico
Embora o Novo Marco legal do Saneamento Básico, de 2020, determine que o saneamento básico precise chegar a 100% dos brasileiros até 2033, o Trata Brasil diz que, no ritmo atual, o objetivo não será alcançado até 2070.
“Aquele velho ditado de que obra enterrada não dá voto ainda é realidade em algumas regiões do país. Muitas vezes os governantes enxergam o saneamento como um passivo político, e não um ativo, mesmo que o acesso à água e coleta e tratamento de esgoto traga benefícios desde a redução nos custos de saúde à melhora do desempenho escolar e renda média futura”, lamenta Pretto.
“E muitas vezes a população também não exige o avanço do acesso ao saneamento por desconhecimento desses benefícios a longo prazo."

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October 11, 1:57 PM
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Enem tem 5 milhões de inscritos; entenda como exame virou principal canal de acesso às universidades

Enem tem 5 milhões de inscritos; entenda como exame virou principal canal de acesso às universidades | Inovação Educacional | Scoop.it

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) registrou neste ano 5.055.699 inscrições, superando as últimas edições. Tamanho volume de participantes faz da prova a principal forma de acesso às universidades públicas do Brasil. Neste ano, a aplicação ocorre em 3 e 10 de novembro. No primeiro dia serão as provas de Linguagens, Ciências Humanas e Redação. No segundo, os participantes fazem as questões de Ciências da Natureza e Matemática.
O candidato que realiza o Enem pode disputar uma vaga por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), uma plataforma do Ministério da Educação, criada em 2010, que distribui as vagas do ensino superior de acordo com o desempenho. Na primeira edição, o Sisu ofereceu 47 mil vagas em instituições públicas de ensino superior.
Na edição mais recente, já de 2024, foram 264.181 vagas distribuídas em 6.827 cursos de graduação de 127 instituições públicas de ensino superior de todo o Brasil.
Apostas de tema da Redação do Enem incluem IA, mudanças climáticas e até sistema carcerário e valorização docente; na foto, alunos do Colégio Rio Branco. Foto: Leandro Rocha
Para você
Não à toa, o Enem se tornou prioridade para qualquer estudante brasileiro, independentemente do local onde mora, segundo Edmilson Motta, coordenador do Etapa. “Por meio dele, o aluno que é dedicado e competente tem acesso ao melhor do ensino brasileiro em universidades federais e estaduais. Até as universidades particulares de primeiríssima linha dão bolsas via Enem. Foi um avanço bem importante. Quem é um estudante sério no Brasil vai poder, não importa onde nasceu, ter acesso a um ensino de qualidade. O Enem muda a vida de muita gente”, diz.
O coordenador acredita que o exame é o instrumento mais adequado para avaliar o candidato que quer ingressar no ensino superior. Isso porque leva em consideração o domínio do conteúdo, mas também competências socioemocionais, como capacidade de argumentar e senso crítico.
Uniformização
Os educadores lembram que o Enem ajudou a ampliar as possibilidades dos estudantes que, por meio do Sisu, é como se estivessem prestando vários vestibulares simultâneos, isentos de taxa ou pagando um valor mais acessível. Neste ano, mais da metade dos inscritos no exame não precisaram pagar a taxa de R$ 85, em sua maioria porque estão matriculados no 3.º ano do ensino médio em escolas da rede pública, de acordo com o Inep.
“O Enem se tornou muito importante não apenas pelo tamanho da prova e sua abrangência nacional, atendendo milhões de estudantes, como também por estabelecer um mínimo comum esperado para todos os estudantes ao fim do ensino médio”, afirma Caio Mendes, coordenador de projetos e professor de História do Colégio Rio Branco.
Outro ponto salientado por Herbert Alexandre João, professor da USP de São Carlos, que coordena o Programa Vem Saber, que incentiva os alunos da rede pública a entrarem na universidade, é que o Enem é aplicado em grande parte das cidades brasileiras, geralmente em escolas próximas aos endereços dos candidatos. “Além disso, ele faz jus especialmente às vagas destinadas àqueles estudantes provenientes da rede pública ou de baixa renda, que têm direito às cotas. E uniformiza o acesso ao ensino superior, uma vez que as diversas universidades ao longo dos anos foram adotando o exame e abandonando os vestibulares próprios com regras específicas, o que facilita o preparo.”
Mendes diz que a abrangência e a flexibilidade do Sisu ampliaram a visão dos estudantes sobre as possibilidades no ensino superior. “Acredito que os estudantes passam a focar não apenas na escolha da carreira em si, mas também nas oportunidades que a prova do Enem pode trazer. Uma única prova que permite o ingresso em universidades em diferentes regiões do Brasil, e até no exterior, é algo muito importante na democratização do acesso e faz com que os estudantes ampliem muito sua visão sobre a próxima etapa.”
Maria Luiza Câmara, de 20 anos, pretende usufruir dessa abrangência. Ela mora em São Paulo, mas quer disputar uma vaga em Farmácia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Para isso, está refazendo as provas das edições passadas do Enem. “Tem uma chance maior de cair de novo.”
Além do domínio da língua, coesão e organização das informações, a redação do Enem testa a capacidade de o aluno argumentar e defender um ponto de vista. Os temas abordam, tradicionalmente, questões que ocupam o debate público da contemporaneidade, como diz Nayara de Barros, coordenadora de Redação do Colégio Etapa Valinhos. “São temas que costumam apresentar algum recorte específico, dentro de grandes áreas como política, economia, tecnologia, meio ambiente, educação, acessibilidade, saúde, cidadania, garantia de direitos etc”, diz.
Para ela, é fundamental que os candidatos consultem a cartilha e revejam as características das redações bem avaliadas. “Principalmente em termos de estrutura, para poder escrever a redação com tranquilidade, sabendo o que a banca espera de um bom texto.”
Para Herbert, o aluno que acompanha as discussões contemporâneas e as repercussões e análises na imprensa já está construindo uma bagagem de informação e conhecimento para essa prova. “O Enem tem essa característica de cobrar temas que são discussões contemporâneas. Dificilmente vai cair um tema que seja muito abstrato para o jovem que acompanha os acontecimentos do Brasil e do mundo.”
Uma forma de se preparar agora, a poucos dias do Enem, é fazer as redações sobre os temas das edições passadas, analisando tempo de execução e articulação das ideias. Entre as apostas de temas dos professores estão mudanças climáticas, como a destruição dos biomas brasileiros; o apoio ao esporte profissional para além das Olimpíadas; crise no sistema carcerário brasileiro; apagão de professores e a valorização docente no Brasil; participação do Brasil em conferências mundiais; urbanização e fome; e a relação da inteligência artificial generativa com a privacidade.
Candidato da Fuvest também precisa monitorar atualidades
O diretor executivo da Fuvest adianta que os alunos devem estar preparados para questões envolvendo situações recentes e temas atuais, apesar de a prova da Universidade de São Paulo (USP) normalmente cobrar conteúdos de uma forma mais forte. “São questões ligadas a assuntos que foram discutidos recentemente, seja em termos de um desenvolvimento científico, seja em termos de um problema gerado, seja até por uma circunstância ligada a uma decisão política que tenha sido tomada quer por um governo estrangeiro quer pelo governo brasileiro”, afirma Gustavo Monaco.

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October 11, 1:55 PM
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Por que apenas 25% dos estudantes saem direto da escola para a faculdade?

Por que apenas 25% dos estudantes saem direto da escola para a faculdade? | Inovação Educacional | Scoop.it

Só um em cada quatro jovens que concluem o ensino médio vai para a faculdade no ano seguinte. O dado inédito consta do Censo da Educação Superior, divulgado na semana passada pelo Ministério da Educação (MEC), que mostrou que o País chegou a 9,9 milhões de universitários, maior número em nove anos. E a educação a distância se aproxima de superar a presencial, com 4,9 milhões de alunos.
Dos concluintes em 2022, 27% ingressaram na educação superior em 2023. O resultado é melhor nas escolas federais, em que essa proporção sobe para 58% (só 1% abaixo da privada), mas é ainda pior nas redes estaduais, onde fica em 21%. Quando se considera o ensino médio técnico, uma das necessidades para o País conforme especialistas, o valor melhora – 44%.
Só que as desigualdades sociais também surgem. Entre os jovens pretos, são 17% os ingressantes no ano seguinte. Meninas e meninos brancos são 37%, independentemente da rede de ensino. Há ainda disparidade por local de estudo: 27% dos estudantes das escolas urbanas ingressaram na educação superior imediatamente após a conclusão da educação básica. Enquanto isso, nas escolas rurais, esse porcentual foi de 16%.
Apesar do avanço de matrículas, a situação preocupa os especialistas. “As pesquisas já demonstraram a evolução que o ensino superior pode dar em termos de empregabilidade e renda, além de aumentar a produtividade do País e reduzir desigualdades sociais. É preciso incentivar o aumento do ingresso no ensino superior”, disse ao Estadão Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, sindicato que reúne instituições de ensino.
O estudo do MEC demonstrou ainda importância de políticas de acesso e financiamento (ProUni e Fies). Além disso, mediu os programas de inclusão: 51% dos alunos cotistas da rede federal concluíram o curso, conforme o levantamento, enquanto o índice entre os não cotistas foi de 41%.
Outro recorte inédito mostra a importância do ensino a distância nos 5.570 municípios brasileiros com alunos frequentando a educação superior. A análise revelou que 89,7% das matrículas de EAD estão em 1.085 municípios onde já há oferta de cursos presenciais. E o restante aparece em 2.281 municípios onde essa é a única maneira de fazer uma graduação.
Os dados expõem a necessidade de revisão do marco regulatório do ensino online, que o MEC deve encerrar até dezembro. “Entre os mais jovens, a preferência é pelo ensino presencial. O ensino presencial precisa crescer para recuperar a atratividade do ensino superior e, inclusive, melhorar nossa taxa de escolarização líquida”, afirma Capelato, destacando a média de avanço das matrículas a distância de 17,58% ao ano entre 2015 e 2022 – e agora mais um crescimento de 13,46%. “É preciso organizar melhor o sistema, sem, no entanto, demonizar a modalidade de EAD.”
Na divulgação dos dados, a secretária de regulação do Ministério da Educação, Marta Abramo, destacou estar focada justamente na revisão de parâmetros de qualidade para avaliar o setor. “A gente tinha um documento de 2007 e precisava rever toda essa situação. É isso que estamos fazendo agora”, disse. Ela não detalhou, no entanto, quando os parâmetros serão divulgados.
O MEC atribui esse ritmo acelerado de aumento da EAD a um decreto assinado em 2017, que flexibilizou a abertura de polos de educação a distância no País. No ano seguinte, a oferta de vagas EAD já ultrapassou a oferta de vagas presenciais.
Concorrência
Considerando o total de matrículas no ensino superior, os programas tradicionais continuam com forte presença. O curso de Pedagogia é o que reúne maior número de matrículas EAD: 689.663. Já no presencial o curso com maior número de matrículas é Direito, com 658.530 matriculados.
Os dados de concorrência para ingresso, porém, podem fugir ao que se imagina. O curso mais concorrido das universidades públicas em 2023 foi Engenharia Naval, com 55 candidatos/vaga. Medicina teve 53 inscritos para cada vaga. Isso ocorre porque essa engenharia só tem 243 vagas em todo o Brasil – e Medicina apresenta 13.052.

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October 11, 1:48 PM
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Governo precisa dobrar ritmo para cumprir meta de conectar 100% das escolas à internet

Governo precisa dobrar ritmo para cumprir meta de conectar 100% das escolas à internet | Inovação Educacional | Scoop.it
Ministério da Educação 12 mil colégios passaram a ter velocidade de internet adequada em um ano e ainda faltam 53 mil
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October 11, 1:23 PM
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Os desafios para a open talent economy no mercado criativo

Os desafios para a open talent economy no mercado criativo | Inovação Educacional | Scoop.it
Mas burocracia e a falta de um modelo estruturado que beneficie tanto o profissional quanto a empresa são alguns dos impasses para a evolução do mercado da open talent economy, especificamente, nas áreas de criatividade, estratégia, conteúdo e design. De acordo com Rodrigo Allgayer, cofundador da HR tech Creators, o conceito de gig economy, ou, em português, a economia dos bicos, não pode ser aplicado a relações de trabalho mais complexas. “A entrega de um estrategista é mais subjetiva, precisa de um suporte para que flua da melhor maneira.”
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October 11, 1:19 PM
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Reinventando carreiras após os 50 na economia open talent

Reinventando carreiras após os 50 na economia open talent | Inovação Educacional | Scoop.it
A transição para a economia open talent é uma excelente oportunidade para profissionais experientes reinventarem suas carreiras
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October 11, 11:20 AM
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Dobradinha da inteligência artificial no Nobel de Física e de Química é sinal de uma nova era

Dobradinha da inteligência artificial no Nobel de Física e de Química é sinal de uma nova era | Inovação Educacional | Scoop.it
O reconhecimento de Geoffrey Hinton e Demis Hassabis, dois dos maiores visionários da inteligência artificial (IA), pelos comitês do Nobel de Física e de Química de 2024 aponta para mais do que um reconhecimento pessoal: é o sinal de que o impacto da IA ultrapassou o campo da estatística e programação, e já está transformando as ciências naturais.

Este momento marca uma virada no modo como entendemos o papel da inteligência artificial na ciência. Até recentemente, esses algoritmos eram vistos como uma ferramenta auxiliar, algo que poderia acelerar cálculos ou processar grandes volumes de dados. Agora, a IA é uma protagonista criativa, capaz de encontrar soluções que os humanos levariam anos ou até décadas para descobrir.


IA conquista Nobel de Química e Física  Foto: Jacquelyn Martin/AP
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Geoffrey Hinton revolucionou a área de machine learning ao popularizar o backpropagation, uma técnica que permite às redes neurais ajustar seus parâmetros após a predição, facilitando o aprendizado profundo e possibilitando avanços importantes em reconhecimento de padrões e processamento de dados complexos.

Demis Hassabis, por sua vez, impulsionou a química com a criação do AlphaFold, um modelo de machine learning que resolveu o problema de predição do dobramento de proteínas com uma precisão sem precedentes, transformando o campo da biologia molecular e abrindo portas para a descoberta de novos medicamentos.

Ao longo de décadas, a IA foi frequentemente vista com desconfiança. Pesquisadores da área tiveram que ouvir incrédulos por muito tempo que a maior revolução tecnológica da história não passaria de um hype ou, na melhor das hipóteses, de uma bolha prestes a estourar. No entanto, conforme os algoritmos demonstraram seu poder transformador em áreas como saúde, biologia e ciências exatas, o ceticismo foi dando lugar ao reconhecimento.

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Para você


O desenvolvimento de algoritmos que conseguem predizer, modelar e resolver problemas científicos complexos, coloca a IA como uma ferramenta imprescindível para as novas descobertas do futuro. Isso vai além de facilitar experimentos ou análises; a IA está moldando as perguntas que fazemos e os horizontes que conseguimos observar.


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As contribuições de Hinton e Hassabis não apenas influenciaram o modo como abordamos a pesquisa científica, mas transformaram a forma como compreendemos os próprios fenômenos físicos e químicos.

Embora Hinton e Hassabis não sejam nem físicos nem químicos, eles conquistaram o prêmio mais prestigiado dessas áreas. É comum pesquisadores de IA afirmarem que os algoritmos não substituirão empregos humanos, mas que aqueles que usarem IA tomarão o lugar dos que não a adotarem. E agora também os prêmios.
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October 11, 10:29 AM
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Adivinhe quem quer mudar o jeito como fazemos buscas na internet? O Google

Adivinhe quem quer mudar o jeito como fazemos buscas na internet? O Google | Inovação Educacional | Scoop.it

Quando o Google lançou o AI Overview, o grande público teve acesso ao poder da busca com inteligência artificial. Em vez de uma lista de links, o modelo Gemini oferece um único resultado – e, às vezes, até adiciona algumas informações extras, na tentativa de fornecer uma resposta definitiva para a pesquisa.
Mas agora a empresa está mudando essa estratégia. Em vez de entregar uma única resposta, o novo sistema de busca por IA é projetado para ajudar o usuário a explorar várias possibilidades.
Esses novos recursos estarão disponíveis nos resultados de consultas sobre receitas e restaurantes em dispositivos móveis nas próximas semanas, e depois vão se expandir para as áreas de viagens e compras.
“Sabemos que as pessoas gostam de navegar, e existe um certo prazer em descobrir coisas novas... Nem sempre se trata de uma resposta rápida”, afirma Rhiannon Bell, vice-presidente de experiência do usuário no Google. “Estamos reformulando a busca de um jeito que seja mais natural e focado no conteúdo.”

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October 11, 10:28 AM
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Chefes Demitem Profissionais da Gen Z Meses após Contratação

Chefes Demitem Profissionais da Gen Z Meses após Contratação | Inovação Educacional | Scoop.it
Empresas enfrentam dificuldades em receber a nova geração, que deve representar ¼ da força de trabalho até o próximo ano; veja o que precisa mudar
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October 11, 10:25 AM
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ESCOLA 4.0

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Pensando nisso, Fruett e sua equipe desenvolveram a Escola 4.0, um projeto de ensino, pesquisa e extensão que visa despertar, de forma menos tradicional, a curiosidade dos estudantes do ensino fundamental e médio em relação aos conteúdos escolares programáticos. A partir de experimentos feitos em sala de aula, como uma placa eletrônica com múltiplas funções, tornou-se possível conectar a teoria dos livros com aplicações práticas, e abordando vários temas: o funcionamento da natureza, o funcionamento de equipamentos eletrônicos ou mesmo o raciocínio lógico que leva ao desenvolvimento de softwares.
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October 10, 6:33 PM
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Um Brasil que envelhece… e consome - Problemas Brasileiros

Além de mais velho, o Brasil se aproxima de um declínio populacional. Segundo o Censo 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atualizou as projeções e estima que, a partir de 2042, as mortes superarão os nascimentos, fazendo a população encolher. Após alcançar 220 milhões em 2041, o número de habitantes cairá para 199,2 milhões em 2070. A previsão desse ponto de inflexão foi antecipada em seis anos, comparada à última projeção de 2018. Até 2070, a população com mais de 60 representará 37,8% do total.
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October 10, 6:30 PM
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Trabalho remoto pode reduzir desigualdades sociais - Problemas Brasileiros


O mundo laboral sofre uma profunda transformação, cujo processo se acelerou durante a pandemia, que impactou todo o globo. Milhares de pessoas  passaram a trabalhar de forma remota, transformando as idas e vindas ao local de ofício desnecessárias e ampliando ainda mais a dependência das tecnologias que permitiram produzir e se conectarem aos colegas. “A pandemia de covid-19 agilizou a digitalização das relações de trabalho de forma sem precedentes, transformando o cenário laboral global e incitando debates sobre o futuro. A transição para o modelo remoto, impulsionada pelas necessidades de isolamento social, revelou tanto oportunidades quanto desafios para trabalhadores e empregadores”, considera José Pastore, presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Federação do Comércio de Bens, Servuços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Lina Nakata, professora na Fundação Instituto de Administração (FIA) Business School, comenta que o trabalho flexível é visto como muito vantajoso para grande parte das pessoas — afinal, é mais confortável ter o poder de escolher onde e como trabalhar. No entanto, diz ela, isso exige maturidade e uma boa gestão da organização e dos líderes, o que nem sempre está presente nas empresas.

Passado esse período mais rígido imposto pelo coronavírus, o mundo, mais uma vez, vê novas movimentações, com modelos de atuação híbrida ganhando destaque nas corporações, mas com muitos empregadores defendendo a atuação presencial e, simultaneamente, trabalhadores resistentes à volta para o escritório.

Pesquisa realizada pela Catho mostra que 61% das empresas pretendem voltar ao regime de trabalho totalmente presencial neste ano, uma decisão que abandona os modelos remotos ou híbridos adotados durante e logo após a pandemia. De acordo com Marino Alves de Faria, professor e coordenador do curso técnico em Recursos Humanos (RH) na Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), esse embate de retorno ao expediente presencial requer das empresas uma análise sobre a natureza e as condições do trabalho, isto é, algumas funções exigem a presença física no local, ao passo que outras podem ser realizadas remotamente. Essa definição permite avaliar se o retorno ao presencial é realmente necessário e fundamental para a produtividade, a eficiência e o resultado. Ainda segundo ele, os negócios devem levar em consideração as necessidades dos funcionários, por isso, uma abordagem flexível que combine trabalhos remoto e presencial pode ser uma solução adequada a muitas organizações.
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October 10, 6:24 PM
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Desafio da educação começa na primeira infância - Problemas Brasileiros

Os problemas educacionais do Brasil se concentram, sobretudo, nos extremos da etapa básica — isto é, na primeira infância, englobando creches e escolas infantis, e na transição do ensino fundamental para o médio. O diagnóstico é do economista André Portela, que leciona Políticas Públicas na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) e esteve presente na reunião da Frente Empresarial de Modernização do Estado, da Federação do Comércio de Bens, Serviços do Estado de São Paulo (FecomercioSP). 

Mas não só isso: no seu diagnóstico, há gargalos enormes também nos currículos profissionais, uma agenda que o País abandonou, enquanto outros países têm investido cada vez mais na modalidade. Com isso, o foco do dinheiro público fica, em primeiro plano, no ensino superior — e, em um segundo nível, no fundamental. “Diversas pesquisas recentes têm mostrado que investir em educação infantil, na primeira infância, é fundamental para a acumulação de capital humano. Os impactos desses investimentos sobre a juventude e a vida adulta das pessoas são duradouros, de longo prazo”, explicou Portela. “É por isso que muitas políticas educacionais ao redor do mundo estão se voltando para essa agenda hoje”, completou. 

Segundo o economista, que também coordena o Centro de Microeconomia Aplicada (C-Micro) e dirige o Centro Regional para Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e África Lusófona (FGV-EESP-Clear), apesar dos avanços significativos nos últimos anos na universalização do ensino fundamental, o Brasil ainda convive com problemas graves tanto na ordem da quantidade quanto da qualidade do ensino. O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) — teste que avalia o desempenho de estudantes entre 15 e 16 anos aplicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 81 países — mostrou que a média brasileira foi de 379, em 2022, ocupando a 65ª colocação no ranking geral. Em 2000, o País obteve uma média de 368. “De um lado, ainda temos gargalos no acesso à escola, além do fluxo de estudantes, que passa por índices de repetência, atrasos, abandonos etc. Da mesma forma, há graves questões na qualidade, sobretudo no que diz respeito ao aprendizado dos alunos. Parece-me que isso esteja um pouco relacionado ao resultado da universalização tardia da educação no Brasil”, analisa Portela. 

Na reunião, o coordenador da frente, o economista Antonio Lanzana, que também coordena o Conselho Superior de Economia, Sociologia e Política da FecomercioSP, apresentou alguns dados que expressam, de forma clara, a posição brasileira na Educação global. Por exemplo, em 2021, o País gastou 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB) com a área, abaixo dos 6,3% investidos em 2015. Entre os países da OCDE, a média de investimento de cada nação, por aluno, é de US$ 11,5 mil, enquanto a nacional é de US$ 4,3 mil. Portela, por sua vez, apontou alguns desafios que, por ora, são mais urgentes. O principal, de acordo com o economista, é a recuperação das “vítimas da pandemia” de covid-19. O argumento dele é que a crise sanitária entre 2020 e 2023 afetou significativamente o ciclo de vida de um conjunto de pessoas no mundo, inclusive no Brasil. 

Trata-se de um fenômeno comum em contextos de grandes choques, como guerras ou crises econômicas. “O problema é que a pandemia impactou as escolas e o mercado de trabalho”, explicou. “De um lado, atingiu em cheio a entrada de crianças de 7 a 10 anos nas escolas, que perderam muito do contato com os professores e com os espaços educacionais. Eles precisam passar por um processo de reforço. De outro, muitos jovens que terminaram a escola durante a pandemia tiveram uma formação incompleta. Agora, com cerca de 20 anos, eles não conseguem acessar o mercado de trabalho porque não reúnem as competências que as empresas exigem, muito por causa desse gargalo”, completou.

O economista da FGV também destacou outro problema que deve ser discutido com mais ênfase no debate educacional do País: as métricas de avaliação dos docentes. É fato que os salários estão defasados e devem ser ajustados na medida do possível, mas faltam formas de avaliar os resultados que esses profissionais entregam, refletidos nos desempenhos dos alunos. “Não adianta só aumentar a remuneração. É preciso estimular a produtividade educacional.”

Esse diagnóstico foi corroborado por Paulo Delgado, também membro do conselho da FecomercioSP, que questionou as dificuldades em implementar medidas como essas no Brasil. Ainda segundo Portela, a dificuldade está em como equilibrar os salários de acordo com os níveis profissionais existentes. “É preciso uma estrutura em que haja uma exigência dos docentes em novas habilidades, em que as escolas sejam sensíveis e abertas à pressão do mundo externo para dentro desse espaço. Isso certamente teria impacto sobre sua eficiência”, finalizou.
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