O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa? Luciano Sathler É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática. Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing. O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais. Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho. A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados. A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar. No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes. Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador". Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante. Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos. Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano. O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.
Perante a perspectiva de 152 milhões de portadores de declínio cognitivo até 2050, saúde cerebral é tema premente. Uma resenha de pesquisas científicas traçou um panorama atual da área. Mas há muitas questões em aberto.
Alinhada com a equipe de análise de dados da montadora, a Math criou um modelo de IA generativa para inferência de dados, geração automática de dicionário e catálogo de dados.
A Amazon montou uma equipe focada apenas em reescrever os títulos dos anúncios de seu aplicativo e site, em tempo real, baseado na busca de mercadorias pelo clientes, e com ajuda da inteligência artificial. Ainda acredita que essa revolução no varejo pode criar novos canais de venda de produtos, que ainda desconhecemos. A maior empresa de comércio eletrônico do mundo também passou a especificar mais a escolha dos produtos pelos consumidores, cruzando as milhares de tabelas de tamanho de medidas de roupa, por exemplo, com perfil dos clientes e seus padrões de roupas por tamanho. Dessa forma, o sistema consegue, por exemplo, indicar uma camisa tamanho médio a uma consumidora, mas uma calça tamanho G, considerando as informações sobre o tipo físico da compradora. Assim, é possível que a inteligência artificial da Amazon diga ao cliente que, se ele escolher determinada blusa, ela pode ficar larga nas mangas, porém mais ajustada na altura do quadril. Esse processo está sendo aprimorado neste momento, disse Doug Herrington, CEO global da Amazon Stores, no auditório central no Javits Centers, na Retail’s Big Show, o maior vento do comércio no mundo, em Nova York. “Temos um time de pessoas que construiu um modelo, incluindo [nos sistemas] todas as tabelas de tamanhos de diferentes marcas, os padrões de compra dos clientes, os comentários que recebemos de devoluções e avaliações de clientes”, disse ele no fim da tarde de ontem. Todas essas informações são cruzadas com o avanço da estrutura e arquitetura de dados da empresa.
A questão é que isso ajuda a reduzir a devolução de mercadorias, que além de cara para o varejo, é uma das principais razões pelas quais o consumidor não volta a comprar mais em determinado site ou aplicativo, disse o executivo.
Principalmente nos departamentos de moda e calçados, dizem consultores, em que há uma competição feroz entre Amazon, Shein, Temu, Alibaba e outras, no Brasil e no resto do Mundo. No país, a Amazon está entre a segunda ou terceira colocação (a depender da pesquisa) entre as maiores empresas on-line, depois de Mercado Livre.
A inteligência artificial vai transformar profundamente o setor de varejo e pode, inclusive, levar as empresas a inventar novos canais de compras, que até então desconhecemos, segundo o CEO.
“Nós não tivemos uma revolução tecnológica tão grande quanto essa desde o início da internet”, afirmou Herrington.
Na visão dele, esse forte avanço hoje da IA é mais relevante do que o crescimento dos telefones celulares e mesmo da ascensão das redes sociais.
Ambas foram transformadoras, mas ficam pequenas perto do impacto que a IA terá no setor. Ontem, em reportagem do Valor, as empresas já debateram esse tempo, como a nova “revolução tecnológica” do segmento.
“Isso irá cortar custos, avançar a qualidade. Vai nos ajudar a desenvolver novas experiências para o cliente e pode até gerar novos formatos [de varejo].”
Herrington disse que anos atrás começou um exercício de debates internos na Amazon, focado em IA, para que se pudesse avançar em ideias e suposições — um exercício muito comum na Amazon pela cultura da empresa.
Acontece que esse debate não foi concluído, diz ele, porque só vem crescendo as possibilidades de uso de dados, interações com clientes e aprimoramento das ferramentas que a empresa têm no contato com o consumidor, para com isso, tentar vender mais.
“Estamos refazendo recursos, tornando-o mais baratos ou melhores, ou inventando alguma experiência totalmente nova que parecia ficção científica dois anos atrás.”
Ele conta que a Amazon tem “meio bilhão de perguntas” de compradores que simplesmente não teria, anos atrás, como responder, sem o avanço da IA. “Coisas como ‘me fale sobre esse whey de proteína’ ou ‘posso usar esta vara de pescar em água salgada?’. Então, abriu realmente abriu um novo nível de experiência.”
Esse campo de avaliações de clientes é muito rico, e fundamental para o avanço da IA, que depende de um cruzamento de dados e informações para ajudar o consumidor.
No Brasil, as asiáticas Shopee, Shein e Alibaba deram um salto qualitativo nessa interação após a pandemia, especialmente Shopee, que dá moedas, que viram dinheiro, na hora da compra, cada vez que o cliente interage com informações ou fotos dos itens que comprou.
O Mercado Livre vem tentando evoluir nesse campo nos últimos meses, como já disse o seu principal executivo no Brasil, Fernado Yunes, e houve pequenos avanços nessa interação desde o começo do ano passado. Mas nessa área, o Mercado Livre ainda está atrasado versus os chineses.
Herrington citou as avaliações de clientes como uma área propícia para a disrupção da IA, e um salto de qualidade.
A Amazon tem centenas de milhares de avaliações de produtos incluídas todos os meses, que ajuda outros clientes, faz a empresa ser mais eficiente na hora de indicar produtos, e reduzir custos e melhorar rentabilidade. Isso, num negócio que no passado, nem sempre deu lucro no grupo. Por trimestres, quem sustentou os resultados da Amazon global foi sua área de serviços de nuvem, e não o marketplace.
Por outro lado, a proposta deve ser utilizada para proibir videogames portáteis, relógios digitais, leitores de livros digitais (como o Kindle), aparelhos de música e tablets, inclusive durante o recreio, e mesmo se não tiverem acesso à internet. Isso porque o texto da proposta cita genericamente o termo "aparelhos eletrônicos", o que pode abranger outros dispositivos.
Segundo congressistas, o objetivo de deixar o texto apenas com o termo "aparelhos eletrônicos" é que a lei contemple dispositivos frutos de inovação tecnológica que no futuro possam substituir celulares e smartphones.
Segundo o projeto, proibição do uso de aparelhos eletrônicos valerá para alunos do ensino infantil ao ensino médio. Além disso, a proposta prevê que as instituições de ensino deverão oferecer assistência aos alunos e funcionários que estejam em sofrimento psíquico e mental decorrentes do uso imoderado de telas.
Programas de preparação não apenas para a aposentadoria, mas, sobretudo, para o que chamamos de “pós-carreira”. Esses programas devem estimular o desenvolvimento de projetos de vida para essa nova etapa, abrangendo não apenas o papel profissional, mas também os papéis conjugal, familiar, social, educacional, espiritual e individual. O objetivo é conscientizar o indivíduo sobre a importância de enxergar sua vida de maneira ampla, muito além da esfera profissional. Nossa experiência nesse tema, acumulada desde a década de 1990, demonstra que há uma grande diferença na abordagem das diferentes populações envolvidas. Por exemplo, no nível mais operacional das organizações, os profissionais tendem a ser menos dependentes do "sobrenome corporativo" e, muitas vezes, já desenvolvem outras fontes de renda ou ocupações. Esse grupo transita pela etapa de "pós-carreira" de forma menos traumática, dado que, por necessidade, precisa manter alguma ocupação para complementar sua renda e manter seu nível social. Já para profissionais da média e alta gerência, o perfil é radicalmente diferente. Esses indivíduos frequentemente se acostumam a associar seu reconhecimento social ao "sobrenome corporativo". No dia seguinte ao desligamento, tornam-se apenas “ex” — e, como costumo dizer, “ex” é pior do que “vice”, porque não possuem mais uma identidade atrelada à empresa. Enquanto "vice" ainda pode manter algum nível de ocupação e reconhecimento, o "ex" muitas vezes perde completamente essas referências. Além disso, muitos desses profissionais estavam habituados aos benefícios proporcionados pela empresa — carro, combustível, cartão de crédito, remuneração extra, entre outros —, para os quais não se prepararam emocional ou financeiramente.
Como assim? Uma rede social, por exemplo. Ela pode interagir com nossa plataforma para fazer a prova de humanidade de quem a está utilizando. Essa interação pode ser cobrada da rede para ajudar a rentabilizar o projeto. Bancos poderiam usar nosso sistema para evitar que, no futuro, um robô abra uma conta corrente, por exemplo.
Num texto recente de Ted Gioia (sempre interessante), ele usou a ideia dos "dead malls" para falar das redes sociais, que, na visão dele, estão indo por um caminho semelhante.
Como a ideia de formar comunidades falhou, a capacidade de conectar pessoas está sendo substituída pela oferta de entretenimento hipnotizante, que não tem nem origem nem procedência.
Um sintoma disso é que as redes sociais todas estão se uniformizando e ficando praticamente iguais, seja copiando o TikTok (vídeos curtos e viciantes) ou o X. Nesta semana mesmo ficamos sabendo que, tal como em Singapura, o terror será bem-vindo nesses espaços.
Como o algoritmo gera mais disseminação do conteúdo que provoca indignação, raiva, medo —ou seja, engajamento — as teorias conspiratórias, fake news, negacionismo científico, vacinal e climático explodiram. Isso produziu hiperpolarização e disseminação de ódio, espalhou intolerância e mentira, inviabilizou o debate social e político, e provocou uma onda sem precedentes de adoecimento mental e emocional da juventude.
Por motivos como esses a Meta é investigada e processada nos EUA e Europa. Há um ano, Zuckerberg estava no Congresso americano pedindo desculpas às famílias cujos filhos morreram por causa de sua empresa.
Diante isso, podemos imaginar o impacto global desse posicionamento, claramente em direção à extrema direita, como ficou patente no discurso do comandante da Meta: ele fala em “liberdade de expressão” no mesmo tom manipulativo dessa facção política — que autoriza intolerância, ofensa e mentiras sem limites e deixa desprotegidos direitos coletivos. Ele menciona “tribunais secretos” na América Latina, uma referência ao trabalho do STF e do TSE para conter as ondas de fake news nas eleições; e libera conteúdos sobre gênero e imigração, frequentemente usados pelos extremistas para gerar ódio e votos.
Além disso, afirma que vai trabalhar junto com Donald Trump para combater políticas da Europa, Brasil e Austrália, que buscam proteger direitos no ambiente digital, que chama de “censura”. Isto sinaliza o desrespeito à soberania dos países no que se refere ao ambiente digital e mostra que a Meta usará do poder político dos EUA para faturar mais, gerando danos sociais e ameaçando democracias. Em troca, Trump terá o poder de influência das redes para se fortalecer.
É assustador: essa virada tem o poder de destruição maciça. A liberação de conteúdos falsos na rede prejudica especialmente os mais jovens, que têm menos discernimento. A desativação de filtros de ódio, misoginia, racismo e homofobia vai fazer com que esses conteúdos se disseminem ainda mais, aumentando o risco de sofrimento e bullying de crianças e adolescentes.
Pior: a redução da moderação de conteúdo deve aumentar a exposição do público infantil a posts de automutilação e suicídio, e também a predadores, chantagistas, golpistas, pedófilos e outros criminosos, mesmo que a Meta diga que vai monitorar esses temas. Se hoje esses crimes já acontecem em larga escala, quando o controle em geral for afrouxado, deverão explodir.
Outra provável consequência desastrosa é o fortalecimento do negacionismo: podemos ter surtos de doenças infecciosas preveníveis por vacinas, e deixar de enfrentar a crise climática, agravando suas terríveis consequências e acelerando o colapso da civilização.
Diante desse movimento tectônico, algumas atitudes se tornam ainda mais importantes: a supervisão e orientação de crianças e adolescentes nos ambientes digitais, incluindo a não permissão de redes sociais até os 16 anos; a proibição do celular nas escolas (já alcançada); e a regulamentação das redes pelo Estado, para a qual precisaremos dos três poderes – Judiciário, Legislativo e Executivo. Nada simples, mas fundamental.
Em paralelo, esse cenário só reforça a necessidade de trabalharmos nas escolas a educação midiática, que tem como uma de suas funções desenvolver nos estudantes competências e habilidades para navegar nesse mundo com excesso de informação de maneira crítica e consciente. Nesta área, há muito ainda a avançar, e não apenas no Brasil.
Uma revisão de estudos acadêmicos internacionais, publicada em novembro na revista científica Review of Educational Research, mostra alguns dos gargalos da pesquisa educacional e da atuação das escolas. Um deles é o de dar pouca ênfase ao papel das emoções na formação de atitudes e reações que aumentam as chances de pessoas serem vítimas ou propagadoras de estratégias de desinformação.
"Com assuntos que despertam fortemente nosso lado emocional, há forte influência de aspectos afetivos" — Antônio Gois No artigo “Can Education Save Us From Ourselves? Three Psychological Challenges to Democracy” (A Educação Pode nos Salvar de nós Mesmos? Três Desafios Psicológicos para a Democracia, em tradução livre), Christopher H. Clark (Universidade de Dakota do Norte) e Mardi Schmeichel (Universidade de Nebraska) analisaram 59 estudos científicos, publicados entre 2016 e 2022, sobre a atuação das escolas no combate a três fenômenos prejudiciais à democracia: o raciocínio motivado, a desinformação e teorias da conspiração.
O raciocínio motivado é um viés cognitivo que, inconscientemente, nos leva a selecionar apenas as evidências que confirmam pontos de vista prévios, de modo a construir um argumento racional em defesa de determinadas posições. A desinformação, pelo conceito trabalhado pelos autores, é uma estratégia, em geral deliberada, de influenciar a opinião pública através de notícias falsas ou que colocam em dúvida informações verdadeiras. Teorias da conspiração variam muito de escopo, mas, no contexto do estudo, são narrativas falsas baseadas na crença de que grupos ou pessoas, secretamente, agem de forma contrária ao interesse público.
Quando o debate sobre Fake News atingiu seu ápice, nas eleições de 2016 nos Estados Unidos (e em 2018 no Brasil), uma das primeiras reações da comunidade educacional foi reforçar a necessidade de ensinar os estudantes como identificar notícias falsas e de buscar fontes confiáveis de informação. Essas estratégias continuam válidas, mas logo se constatou que eram insuficientes. E uma das razões para isso é que, quando lidamos com assuntos que despertam mais fortemente nosso lado emocional (como discussões políticas), o apelo à racionalidade sofre forte influência de aspectos afetivos, nos deixando mais suscetíveis a vieses inconscientes e estratégias de desinformação.
Na revisão feita pelos autores, a maioria dos estudos sobre intervenções em escolas focava na construção de conhecimentos e habilidades dos estudantes para lidarem com os fenômenos analisados, mas sem abordar os componentes afetivos. Eles concluem que, apesar de um volume substancial da literatura acadêmica educacional abordar o efeito das emoções na aprendizagem, “a conexão entre o afeto e educação democrática e política é incipiente”.
The University has also developed an AI assistant for students called Cogniti, which allows teachers to create customised AI agents that can be steered with instructions and subject-specific information, answer students’ questions about content and syllabus, and provide instant personalised feedback, guidance and support, 24 hours a day.
At Sydney, over 1000 Cogniti agents have been developed. Cogniti has won many awards and has been adopted by many other institutions in Australia and beyond.
The University was named AI University of the Year in the 2024 Future Campus Awards, in recognition of its leadership in the field.
Neste episódio, conversamos com Rodrigo Dib, superintendente Institucional e de Inovação do Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE, sobre o mercado de trabalho em 2025, os desafios da empregabilidade juvenil e a transição da vida escolar para a carreira profissional. Aproveite para se inscrever no canal e ative as notificações para não perder nenhum episódio do Conexão Bett. Todo mês teremos convidados especiais, que trarão um ângulo diferente dos assuntos mais relevantes e atuais do setor de educação.
“La educación nunca volverá a ser la misma.” En esta conferencia magistral, el Profe Sang analiza el impacto de la inteligencia artificial en la educación, explorando cómo las herramientas tecnológicas están transformando el aprendizaje a través de la personalización, la automatización y la eliminación de barreras de espacio, tiempo e idioma.
Además, reflexiona sobre las oportunidades que estos avances ofrecen a educadores e instituciones educativas, así como los desafíos que enfrentan quienes no se preparen para este cambio. Una visión imprescindible sobre el futuro de la educación en la era de la IA. Profesor universitario, investigador y conferencista internacional de Corea del Sur. Experto en Ciberseguridad, Tendencias tecnológicas, Startup y Economía Digital. Ph.D. in Computer Science and Engineering. This talk was given at a TEDx event using the TED conference format but independently organized by a local community. Learn more at https://www.ted.com/tedx
Seria a inteligência artificial capaz de pensar exatamente como você? Estudo do Google DeepMind e da Universidade de Stanford cria "gêmeos digitais" após conversas de apenas duas horas com voluntários.
A ciência de criar sua própria duplicata digital parece ter alcançado um novo patamar.
Pesquisadores da empresa de inteligência artificial (IA) Google e da Universidade de Stanford conseguiram replicar a personalidade de mais de mil pessoas com uma precisão surpreendente de 85%, utilizando apenas duas horas de conversa com cada participante.
No estudo liderado pelo estudante de doutorado de Stanford Joon Sung Park, que envolveu 1.052 pessoas de diversos perfis demográficos nos Estados Unidos, os participantes foram entrevistados por meio de um sistema de inteligência artificial projetado para "incorporar" as atitudes e a personalidade de cada indivíduo.
Segundo o jornal científico MIT Technology Review, cada voluntário recebeu até 100 dólares (R$ 605) para participar da entrevista, na qual uma voz amigável os guiou por temas que vão desde a infância até suas opiniões sobre política.
A chave do sucesso do estudo, descrito em artigo publicado em 15 de novembro no banco de dados arXiv, está na metodologia.
Em vez de utilizar questionários simples ou dados demográficos, os investigadores optaram por entrevistas qualitativas que lhes permitiram captar nuances pessoais únicas.
"Podemos criar um agente de uma pessoa – uma réplica de IA – que capture muitas de suas complexidades e naturezas idiossincráticas", disse Joon Sung Park à revista científica New Scientist. Robô 'convoca' colegas robóticos a abandonarem seus empregos e voltarem para casa: veja o vídeo Testes comprovam precisão Para verificar a precisão das réplicas digitais, os pesquisadores submeteram tanto os participantes como suas duplicatas virtuais a uma série de testes duas semanas depois.
Um detalhe revelador surgiu quando os humanos repetiram os mesmos testes: eles somente acertaram suas próprias respostas originais 81% das vezes, o que mostra que as pessoas variam suas respostas ao longo do tempo.
Por sua vez, tendo em conta essa variabilidade natural, os agentes de IA alcançaram uma precisão efetiva de 85% e, o que é ainda mais significativo, superaram em 14 pontos percentuais os modelos tradicionais de previsão demográfica até agora utilizados.
Park contou ao MIT Technology Review que chegou a essa metodologia de entrevista após sua própria experiência em podcasts. "Depois de uma entrevista de duas horas, pensei que agora as pessoas sabem muito sobre mim", explicou.
Laboratório virtual para ciências sociais O principal objetivo dessa tecnologia não é criar duplicatas digitais por diversão, mas sim, facilitar a pesquisa em ciências sociais.
Os pesquisadores propõem a utilização desses agentes para avaliar políticas públicas, estudar respostas a novos produtos ou analisar reações a eventos sociais significativos, que seriam demasiadamente caros ou eticamente complexos para serem estudados com pessoas reais.
O estudo, porém, também reconhece algumas limitações importantes.
Os agentes de IA apresentaram precisão menor em situações que exigem tomadas de decisões econômicas ou que envolviam dinâmicas sociais complexas.
Além disso, os investigadores foram claros sobre os riscos potenciais dessas tecnologias, particularmente no que diz respeito ao seu potencial uso indevido para manipular ou se se passar por outras pessoas online.
De modo a proteger os participantes, a equipe estabeleceu algumas salvaguardas éticas.
Park explicou à New Scientist que qualquer participante pode remover seus dados do estudo ou restringir o acesso ao seu "gêmeo digital", sendo que a utilização destes agentes é estritamente limitada para fins acadêmicos.
Robô japonês que 'assopra' e esfria comidas e bebidas quentes é uma das novidades da CES 2025 Vislumbre do futuro? Embora ainda estejamos longe da adoção generalizada dessas tecnologias, empresas como a Tavus já realizam experiências com gêmeos digitais que requerem menos dados para replicar personalidades.
O CEO da Tavus, Hassaan Raza, afirmou ao MIT Technology Review que a pesquisa abre caminho para métodos mais eficientes, como entrevistas curtas, para treinar modelos personalizados.
Em última análise, esta investigação representa um avanço significativo na compreensão do comportamento humano, mas também sublinha a necessidade de equilibrar a inovação com a responsabilidade ética.
Embora a IA consiga replicar aspectos fundamentais da nossa personalidade, a riqueza e a complexidade da experiência humana continuam a ser um grande desafio para a tecnologia.
O governo de Joe Biden, em seus últimos dias, anunciou um novo conjunto de restrições à exportação de tecnologia, com o objetivo de impedir que a China tenha acesso a chips avançados e certas tecnologias de inteligência artificial (IA) por meio de outros países.
os que podem mostrar onde e como você dirige” — Djalma Brighenti Essa autorização pode ser concedida por meio do aplicativo Ford Pass, com diversos recursos acessados via celular, como ligar o ar-condicionado e abrir e fechar o veículo remotamente. “Pode parecer bobo”, diz o diretor, mas é útil quando o motorista percebe que esqueceu de fechar o carro e está longe dele. Quando o carro é vendido, a Ford tenta oferecer o serviço ao novo proprietário.
“Diariamente, o Command Center lê, filtra e cruza 90 milhões de linhas de dados dos veículos conectados da Ford no Brasil e na Argentina, e entrega, em poucos cliques, respostas que levariam ao menos dois dias inteiros de trabalho, se feito manualmente”, diz o gerente global de novos negócios conectados da Ford, Luciano Driemeier, no site da companhia.
Um painel no Command Center mostra como está cada módulo do veículo. Se for detectada alguma anomalia, o sistema alerta a engenharia, que atua proativamente, analisando o caso antes de o problema surgir, explica Brighenti. O mesmo ícone que acende no painel veículo para chamar a atenção do motorista é sinalizado no escritório da Ford.
Brighenti explica que a IA também monitora códigos de falhas severas no veículo e sinaliza no painel. No caso, a montadora entra em contato com o motorista para orientá-lo ou sugerir que agende um serviço de manutenção.
Além disso, em algumas situações, o Command Center consegue identificar, em toda a frota conectada, problemas que podem ser resolvidos por meio de atualização remota do software, sem a necessidade de fazer recall. A área de tecnologia da informação da Ford conta com 200 técnicos.
Mas a Ford não trabalha sozinha. Dentro da área de tecnologia da informação há cerca de meia dúzia de empresas nacionais e multinacionais. Entre os parceiros está a Math, que desenvolveu dicionários de dados para a montadora (veja reportagem ao lado).
Todo esse processo de interação com os veículos gera um volume imenso de dados. Como toda a indústria automobilística, a Ford tem estudado como transformar essas informações em serviços, em uma nova área de negócios. A mineração de dados vale uma fortuna, mas a questão é polêmica por envolver a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
As seguradoras estão entre os mais interessados. “Eu tenho dados que podem mostrar onde e como você dirige”, diz o diretor. O cliente pode até ter interesse em compartilhar as informações se isso lhe render desconto no seguro. Seria uma forma de ampliar a base de dados das seguradoras, limitados hoje a sexo, idade, endereço e se o carro fica em garagem.
O carro conectado deve despertar o interesse de empresas de vários setores, para vender seus produtos. Se o condutor frequentemente passa por determinada lanchonete, por exemplo, esse comércio pode tentar atraí-lo. “Há muito potencial, mas é muito incipiente o que podemos fazer com os dados, que são muito protegidos”, diz Brighenti. “Estamos estudando como monetizar esses dados, trazendo receita para a Ford e valor para o cliente.”
Os protagonistas dessa ação foram Troy e Scooby, dois robôs desenvolvidos pela empresa de tecnologia Future Media. A dupla estava gravando um vídeo para uma campanha publicitária, utilizando a Praia de São Francisco como cenário para exibir a interação entre mobilidade avançada e inteligência artificial.
Ainda que estejam trabalhando, 10,06 milhões de brasileiros entre 16 e 59 anos são beneficiários do programa Bolsa Família e se encontram em situação de pobreza ou extrema pobreza, sendo que 1,19 milhão deles têm emprego formal.
O grupo de beneficiários com carteira assinada inclui trabalhadores domésticos formais, aprendizes, estagiários, militares ou servidores públicos.
São 6,86 milhões dos trabalhadores nessa situação que atuam por conta própria, como autônomos ou fazendo bicos. Os demais (2 milhões) são trabalhadores temporários em áreas rurais, domésticos sem carteira e outros informais.
Os dados mais recentes, de novembro de 2024, são do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, e foram compilados pela consultoria Kairós Desenvolvimento Social.
Em todas as categorias, quem não declara trabalho pode pertencer a famílias em que outros membros estejam trabalhando. Também, na mesma família, pode haver mais de uma pessoa trabalhando.
De acordo com diversos estudos e depoimentos de professores de diversas universidades coletados pelo jornal turco Türkiye Today, os jovens da Geração Z ficaram tão acostumados a usar teclados que acabaram "entrando em choque" ao saltar da escrita digital para a tradicional. Como qualquer habilidade que é lentamente perdida pelo não uso, os alunos agora demonstram uma perda considerável na caligrafia, muitas vezes torta na página e exibindo uma letra ilegível.
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Google Maps dos cabos submarinos: impressionante mapa interativo permite descobrir o esqueleto do mundo moderno Um estudo realizado na Universidade de Stavanger, na Noruega, mostrou que em apenas um ano focando exclusivamente na escrita digital, 40% dos alunos perderam fluência na escrita manual. Porém, os responsáveis pelo estudo garantem que ter uma “caligrafia ruim” ou ficar mais cansado do que o necessário ao escrever no papel não é o pior que pode acontecer por conta da digitalização.
Motivados pelo uso das redes sociais como meio de comunicação, os alunos muitas vezes evitam frases longas ou não conseguem construir parágrafos significativos. A Gen Z não só tem mais dificuldade em escrever e se comunicar de forma eficaz, mas independentemente de fazê-lo manualmente ou com teclado, não consegue criar parágrafos com frases independentes, o que torna mais caótico e difícil a tentativa de compreensão de seus textos.
A boa notícia é que a capacidade de síntese para tentar explicar qualquer conceito em menos de 10 palavras melhorou significativamente, mas a longo prazo torna o aprofundamento em tópicos mais complexos especialmente difícil para eles. Entre a perda de certas normas ortográficas e a capacidade de estruturar corretamente o que pretendem transmitir, a preocupação com o caminho que a escrita tomará à medida que a tecnologia continua a crescer é, cada vez mais, uma realidade tangível.
Entre o primeiro semestre de 2014 e o mesmo período de 2024, o número de partos de mães adolescentes (10 a 19 anos) teve queda de 50%, de acordo com dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, divulgados na “Folha de S. Paulo” pelo repórter Demétrio Vecchioli. Mesmo que insuficiente, é um movimento positivo, que confirma uma tendência geral de queda no número de nascimentos no Brasil. Historicamente, múltiplos fatores explicam a redução da fecundidade — urbanização, mudanças culturais, acesso a métodos contraceptivos... — , sendo a ampliação da escolaridade um dos mais relevantes.
Entre 2000 e 2023, saímos de um patamar de 751 mil partos de jovens de 10 a 19 anos para 303 mil, e isso se deve em boa parte às políticas educacionais que aumentaram o acesso e a permanência de jovens na escola, dando a elas mais perspectivas de projetos de vida. Ainda assim, diante das evidências do impacto brutal que uma gravidez precoce não planejada traz, é preciso avançar mais. E, ainda que em número bem inferior ao grupo de 15 a 19, as estatísticas registraram 14 mil nascimentos de mães de 10 a 14 anos em 2023, um indicativo ainda mais grave de violação de direitos dessas meninas.
Nos anos 1990 e 2000, várias reportagens foram feitas destacando o alto número de gravidezes na adolescência. Chegou-se a falar em epidemia, mas não havia dúvidas de que era um problema a ser enfrentado pela ótica dos direitos reprodutivos, considerando, entre outros fatores, o brutal impacto negativo que uma gravidez precoce não planejada provoca nas perspectivas profissionais e educacionais das mulheres. Era preocupante também o fenômeno porque a tendência geral de queda nas taxas de fecundidade chegava em ritmo mais lento para essa população em idade escolar, especialmente nos grupos mais vulneráveis.
Como em todos os temas sociais, a educação sempre foi parte da solução e, ao mesmo tempo, afetada pelo problema. Hoje, mesmo com a queda da gravidez adolescente, 23% das mulheres jovens que abandonaram a escola antes de completar o ensino médio citaram em 2023 a gravidez como principal motivo. Se somarmos a isso 10% das que mencionam a necessidade de cuidar de afazeres domésticos e de outras pessoas no domicílio, os motivos relacionados à sobrecarga feminina nos cuidados e afazeres domésticos superam a proporção de 26% daquelas que destacaram a necessidade de trabalhar.
Esse desequilíbrio de gênero acaba refletido em outra estatística preocupante: o percentual de jovens de 15 a 29 anos que não estuda e nem está ocupado. Entre mulheres, as estatísticas do IBGE mostram que esta proporção chega a 28%, quase o dobro do verificado entre os homens (15%). De novo, os afazeres domésticos e o cuidado de parentes aparecem como principais motivos para estarem nessa condição, que afeta sobretudo as jovens que se autodeclaram pretas e pardas, que são 70% das mulheres nessa situação.
Em tempos de desinformação, um dos desafios nesse front é combater a falsa ideia de que a educação sexual na escola levaria a um aumento da sexualidade precoce. Pelo contrário, um relatório de 2019 da Unesco (Orientações Técnicas Internacionais de Educação em Sexualidade — Uma Abordagem Baseada em Evidências) analisou como a política foi implementada em vários países e concluiu que, em nenhum deles, isso levou à antecipação da iniciação sexual.
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O australiano Mark McCrindle falou com exclusividade à Forbes Brasil sobre a relação do grupo etário, que vai de 2025 a 2039, com a tecnologia . Leia na íntegra na Forbes Brasil.
O superintendente do CIEE destacou que o modelo educacional vigente prioriza métodos tradicionais, que muitas vezes deixam de lado habilidades comportamentais (as soft skills) essenciais para o mercado. “Culturalmente, o jovem é ensinado a responder a chamada no início da aula, estudar para testes e ser medido por provas. Depois de 16 ou 17 anos nesse modelo, espera-se que ele, de um dia para o outro, seja protagonista, bata metas e tenha iniciativa no trabalho”. Dib apontou que competências técnicas podem ser substituídas por máquinas, mas habilidades humanas, como resiliência, criatividade e compromisso, continuam indispensáveis. “As profissões que existem hoje podem não existir daqui a 20 ou 30 anos. Por isso, o jovem precisa estar pronto para se adaptar, seja com inteligência artificial ou qualquer nova profissão que surgir”.
Pasta apresentará os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio. Notas são essenciais para ingresso na educação superior por meio do Sisu, Prouni e Fies. Coletiva de imprensa será segunda-feira (13), na sede do Ministério da Educação, em Bras´ília (DF)
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