Inovação Educacional
598.0K views | +25 today
Follow
Inovação Educacional
Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
Your new post is loading...
Your new post is loading...
Scooped by Inovação Educacional
September 10, 2024 9:19 AM
Scoop.it!

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler | Inovação Educacional | Scoop.it

O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa?
Luciano Sathler
É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais
As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática.
Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing.
O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais.
Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho.
A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados.
A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar.
No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes.
Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador".
Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante.
Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos.
Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 10:45 AM
Scoop.it!

Televisão, smartphones e assistentes de voz: conheça a história do cientista britânico que 'previu' em 1925 como seria a vida moderna

Televisão, smartphones e assistentes de voz: conheça a história do cientista britânico que 'previu' em 1925 como seria a vida moderna | Inovação Educacional | Scoop.it

Em um exercício de imaginação surpreendente, o inventor e físico inglês Archibald Montgomery Low delineou em seu livro "The Future", de 1925, uma visão detalhada de como seria a vida um século depois. Suas previsões revelaram uma impressionante capacidade de antecipar avanços tecnológicos e mudanças na rotina diária que hoje são parte integral da vida, aumentando sua fama como pensador.
Suas antecipações foram compiladas pelo site de genealogia Findmypast e surpreenderam todos os fãs pela precisão de seus prognósticos. Low trabalhou no desenvolvimento dos primeiros aparelhos de televisão em 1914, que chamou de “TeleVista”, e previu com acerto que a “máquina de televisão” superaria os jornais como principal fonte de notícias e entretenimento.
Em uma época em que a TV era uma tecnologia incipiente e experimental, essa projeção sobre seu domínio na informação e no lazer se mostrou fundamental para o desenvolvimento dos meios de comunicação de massa.
'Alto-falante doméstico' e despertador
Embora não tenha imaginado a capacidade dos smartphones atuais, Low vislumbrou a evolução das comunicações. Antecipou que os pesados telefones rotativos dos anos 1920 seriam substituídos por “telefones automáticos” capazes de discar o número correto de forma eficiente. Essa previsão lançou as bases para a automação das redes telefônicas, que hoje são uma das estruturas centrais da comunicação.
Outra inovação doméstica que o professor britânico previu foi o “alto-falante doméstico”, um dispositivo que manteria as pessoas informadas sobre as notícias. Essa descrição se alinha perfeitamente com os assistentes de voz modernos, como Google Home ou Alexa da Amazon, assim como com as notificações sonoras dos celulares, transformando a forma de acessar informações em casa.
Quanto à mobilidade urbana, Low considerava perda de tempo a dependência das pernas para subir escadas e percorrer longos trechos. Por isso, previu a invenção de “calçadas móveis” para maior comodidade. Essa visão se concretizou nas escadas rolantes e esteiras transportadoras que hoje são comuns em aeroportos, shoppings e estações de trem, facilitando o deslocamento de milhões de pessoas diariamente.
O inventor também demonstrou uma notável consciência ambiental para sua época. Em um Reino Unido que dependia fortemente do carvão, do gás e do petróleo, Low previu que o “vento e as marés” seriam aproveitados para gerar energia. Essa antecipação das energias renováveis é particularmente relevante no contexto atual da crise climática e da busca por fontes de energia sustentáveis.
Além disso, afirmou que “a vida será muito mais fácil graças às máquinas que realizarão todo o trabalho pesado e desagradável”, uma frase que ressoa com a automação e a robótica contemporânea.
Por fim, Low até se aprofundou nos detalhes da rotina diária, como o despertar matinal. Antes da existência dos despertadores modernos, os trabalhadores eram acordados por um “despertador”, um homem que ia batendo de casa em casa. O professor imaginou, por exemplo, o barulho de um alarme que acordaria bruscamente as pessoas, um costume muito comum atualmente, mas que na época era impensável.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 8:45 AM
Scoop.it!

Por falta de estudantes, Senai anuncia encerramento de unidade em Corumbá

Por falta de estudantes, Senai anuncia encerramento de unidade em Corumbá | Inovação Educacional | Scoop.it

A unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em Corumbá será fechada devido à baixa procura de alunos. O anúncio foi feito pelo presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen.
Com capacidade para atender até 2 mil estudantes, a escola conta hoje com apenas 860 matriculados. O processo de encerramento será feito de forma gradual, começando pela suspensão de novas matrículas e pelo fechamento dos laboratórios.
Segundo Longen, o déficit preocupa e os laboratórios devem ser desativados já na próxima semana. Ele destacou ainda que a estrutura ao redor do prédio dificulta a continuidade das atividades.
Os alunos já matriculados terão as aulas mantidas até a conclusão dos cursos em andamento.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 8:18 AM
Scoop.it!

Inteligência artificial desestabiliza o mercado de software 

Inteligência artificial desestabiliza o mercado de software  | Inovação Educacional | Scoop.it

O executivo entende que o atual momento de transformação vai passar por todos os segmentos de software, assim como na era dos sistemas de gestão, na década de 1990, e da internet. “Estamos em uma fase de exagero da IA. Ela é tão importante como a internet foi, pode matar alguns setores e acelerar outros, mas é o meio de uma grande mudança.”
Nas mãos de empreendedores, a facilidade de criar programas com IA mesmo sem habilidades de programação pode ser um acelerador de startups, observa Kapulskis, da São Pedro Capital. “Um empreendedor hoje consegue construir uma empresa de software muito mais rápido com IA. Esse sim é um ponto de atenção para as empresas estabelecidas”, afirma.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 8:03 AM
Scoop.it!

Debate sobre taxa de desemprego neutra ainda menor ganha força

Debate sobre taxa de desemprego neutra ainda menor ganha força | Inovação Educacional | Scoop.it

A queda persistente da taxa de desemprego nos últimos meses ao mesmo tempo em que a inflação começa a exibir sinais mais benignos tem levado novamente economistas a suspeitar que a chamada taxa de desemprego neutra, a que não acelera a inflação, está ainda mais baixa.
Até a pandemia, boa parte do mercado estimava que a taxa de desemprego natural, ou (Nairu, na sigla em inglês), rodava em 10% ou acima disso. Nos últimos anos, as estimativas passaram a considerar o intervalo entre 8% e 10%. O desempenho mais recente do mercado de trabalho, no entanto, tem suscitado o debate sobre este patamar ser ainda menor.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 8:00 AM
Scoop.it!

‘Educação é elefante contra estilingue’

‘Educação é elefante contra estilingue’ | Inovação Educacional | Scoop.it

Subir na vida não é fácil para quem vem de baixo no Brasil. O caminho para a ascensão social de crianças e jovens que nascem em famílias de baixa renda, mesmo os mais talentosos, esforçados e estudiosos, tem uma série de desvantagens que, na prática, os afastam de um padrão de vida parecido com o de quem nasceu em “berço de ouro”.
Muito do que se convencionou chamar de mérito, nesse contexto, seria apenas um reflexo das vantagens propiciadas pelo local e condições em que nasceu. “O local do nascimento dita grande parte dos resultados atingidos na vida de seus cidadãos”, diz o economista Michael França, doutor em teoria econômica pela USP, coordenador do Núcleo de Estudos Raciais do Insper e coautor do livro “A Loteria do Nascimento: filha do porteiro termina universidade, mas não alcança filho do rico”, com o sociólogo Fillipi Nascimento, lançado ontem pela Editora Jandaíra no Insper, em São Paulo.
Em linguagem acessível que mistura pesquisas acadêmicas a relatos pessoais e fictícios, os autores defendem que, embora importantes, os avanços educacionais recentes da sociedade brasileira foram insuficientes para reduzir tais disparidades.
A divisão é clara: enquanto uma minoria nasce com condições ótimas para o sucesso, como estrutura familiar, herança, rede de contatos e ensino em instituições renomadas, as desvantagens marcam a jornada dos mais pobres: menos conexões que o indiquem para empregos, falta de liberdade financeira para recusar oportunidades ruins, impossibilidade de fazer estágios não remunerados ou investir em educação adicional, exemplifica o livro.
Outra barreira relatada é a cultural: os “filhos dos porteiros”, como citam os autores, trazem consigo experiências e referências de música, arte, moda e sotaque distintas das de seus gestores, o que pode resultar em uma sensação de desconexão e não pertencimento.
"A falta de familiaridade com certos códigos sociais e profissionais pode levar a mal-entendidos ou a uma percepção dolorosa de inadequação.”
O livro reforça a ideia de que a meritocracia deveria garantir que os mais competentes e dedicados ocupassem posições de destaque na sociedade, mas não é isso que acontece. "Um sistema verdadeiramente meritocrático precisa considerar que o mérito não é apenas uma questão de desempenho individual, mas também de condições de partida.”
A própria trajetória de França é um exemplo de exceção que conseguiu quebrar as barreiras da desigualdade e alcançar grande sucesso profissional. O economista, no entanto, não gosta que sua trajetória seja romantizada para servir de regra para outros jovens.
“Eu fico muito incomodado”, diz, acrescentando que normalizar o esforço extra cobrado pelas desigualdades gera conforto para as elites, mas um sentimento de culpa em quem não alcança o mesmo sucesso.
Filho de um retirante nordestino e uma empregada doméstica, ele cresceu em um bairro onde a grande distração era brincar na rua. Cursar uma faculdade, naquela época, não era sequer uma possibilidade. Formou-se em economia na Universidade Estadual Paulista (Unesp) como melhor aluno da turma e fez o mestrado e o doutorado na Universidade de São Paulo (USP) - com pesquisa na Universidade Columbia, nos Estados Unidos.
Venceu o Prêmio Jabuti Acadêmico e é colunista no jornal “Folha de S.Paulo”. Foi a partir da repercussão de uma de suas colunas, inclusive, que surgiu a ideia do livro. “Recebia mensagens de muitos jovens de origem desfavorecida que tinham aquele sonho lá atrás de que se fizessem ensino superior estavam com a vida feita. E não foi bem assim. Eu senti que tinha uma coisa ali, um certo ressentimento.”
França, como muitos jovens negros de baixa renda, enfrentou dificuldades que nada tinham a ver com o ótimo desempenho acadêmico. Só conseguiu se manter na USP no doutorado, por exemplo, morando em uma favela da qual ia a pé para o campus. Fazia todas as refeições no bandejão da universidade, pagando R$ 4,5 por dia com o dinheiro das bolsas de pesquisa. Estudava o dia todo, todos os dias, inclusive sábados e domingos, sem descanso ou vida social.
“A minha juventude inteira, se você for ver, eu só estudei. Eu nem interagi com as pessoas direito, sabe? Eu comecei a viver a vida, sair de casa, fazer alguma coisa, eu tinha 32 anos de idade, hoje eu tenho 37. Não desejo isso para ninguém.”
No livro, os autores também defendem que combater o problema envolve também medidas como a tributação de patrimônio, além de vontade política e uma significativa mudança cultural, principalmente entre os mais ricos.
“Eu sou um entusiasta da educação, mas não sou como essas pessoas que acham que a educação vai resolver todas as desigualdades. É como derrubar um elefante com um estilingue”, diz.
Embora veja sinais de melhora nesse debate, ele defende que falta mais aprofundamento por parte dos mais ricos na compreensão de conceitos como sucesso e mobilidade social. "Tem muita gente bem intencionada que acaba usando esse subterfúgio de focar somente em educação [como combate à desigualdade]”, diz. “Parece que é até uma válvula de escape [da elite] de falar que o problema [que causa a desigualdade] é a educação. O problema não é, por exemplo, o meu patrimônio herdado, não é que eu estou pagando muito pouco imposto, não é porque eu tenho muitas vantagens. Então é um subterfúgio muito grande que as pessoas usam. Não me tribute, porque estou tô defendendo a educação”, diz.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 19, 3:09 PM
Scoop.it!

Google busca fortalecer nuvem com espaço de inovação | Empresas

Google busca fortalecer nuvem com espaço de inovação | Empresas | Inovação Educacional | Scoop.it
O projeto dá prosseguimento aos investimentos do Google para reforçar os negócios de nuvem computacional na América Latina e transformar o Brasil em “hub” regional
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 19, 2:17 PM
Scoop.it!

Apenas 2,6% dos alunos do Ensino Médio Técnico fazem estágio

Apenas 2,6% dos alunos do Ensino Médio Técnico fazem estágio | Inovação Educacional | Scoop.it
Ainda segundo dados da Abres, devem ser homenageados, nesta data, 264 mil estagiários do Ensino Médio Técnico e 836 mil do ensino superior. Entre os mais de 10 milhões de alunos que estão no Ensino Médio Técnico, conforme estatísticas da associação apenas 2,6% fazem estágio, apresentando um potencial a ser explorado pelas empresas na abertura de vagas. A modalidade de ensino deve ter vagas mais que triplicadas até 2034, segundo o PNE (Plano Nacional de Educação).
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 19, 10:46 AM
Scoop.it!

#TVdoMEC | Adolescentes e o Mundo Digital - EP 02

O segundo episódio da série Adolescentes e o Mundo Digital fala sobre como o ensino integral pode apoiar o desenvolvimento intelectual, físico, afetivo, social e cultural dos adolescentes, levando em conta também a mediação das tecnologias de informação e comunicação.

O debate traz reflexões sobre o acesso às plataformas digitais, que na teoria seria igual para todos, e sobre como a escola precisa se inserir nesse contexto por meio da educação digital.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 18, 4:21 PM
Scoop.it!

IA amplia necessidade de educação continuada no trabalho

IA amplia necessidade de educação continuada no trabalho | Inovação Educacional | Scoop.it

Ficou para trás o tempo em que a vida profissional era dividida em três partes distintas: estudo, trabalho e aposentadoria. Com o advento da Inteligência Artificial (IA) generativa e as rápidas transformações tecnológicas, pelo menos duas dessas etapas - estudo e trabalho - estão cada vez mais misturadas, e a formação contínua é uma realidade para quase todos os trabalhadores com algum grau de especialização.
No Brasil, 88% dos trabalhadores estão conscientes de que o estudo constante é fundamental para o desenvolvimento profissional, indica a pesquisa Habilidades do Futuro, produzida pelo Santander em parceria com o instituto Ipsos. O levantamento ouviu 15 mil pessoas, entre 18 e 65 anos, em 15 países.
No ranking internacional, o Brasil ficou apenas atrás do México, que tem 90% de sua população acreditando ser fundamental o estudo perene.
O levantamento aponta também que a formação constante não é só importante para o aperfeiçoamento das demandas profissionais atuais, mas auxilia na preparação do futuro do mercado de trabalho. Dentre os entrevistados, sete em cada dez acreditam que o trabalho das futuras gerações ainda nem existe.
Para o senior head de governos, instituições, universidades e universia do Santander no Brasil, Marcio Giannico, as inovações tecnológicas e os novos hábitos de consumo estão provocando uma mudança constante das exigências laborais. “Compartilho da crença, apontada na pesquisa, de que o único caminho para continuar inserido e corresponder às expectativas do mercado de trabalho é continuarmos aprendendo”, diz.
Frequentes mudanças
Para ele, nesse caminho de frequentes mudanças, o primeiro passo está na adaptação da dinâmica de aprendizado, que deve corresponder às necessidades do tempo presente. “O aprendizado contínuo é a parte mais óbvia e fácil, o elemento mais difícil é desaprender. Estamos convencidos de que há conhecimentos que não podem mais ser aplicados na atualidade”, afirma.
“Por exemplo, me formei há 24 anos em administração e muito do que aprendi não pode mais ser aplicado. Por isso, preciso desaprender para trabalhar de uma forma mais condizente com a atualidade”, relata. “É preciso, portanto, renunciar a conhecimentos que me foram úteis em algum momento e que não funcionam mais no mundo de hoje, e que não vão funcionar no mundo de amanhã.”
Nesse processo de aprendizagem contínua, os cinco principais temas que os brasileiros elencaram para aprofundamento são: tecnologia digital, soft skills, ferramentas de trabalho, saúde e bem-estar, além de idiomas.
Giannico chama a atenção que nesta lista não há somente opções voltadas à formação técnica, mas também há o que chamou de “conteúdos transversais”. Ou seja, aprendizados sobre habilidades de comportamento e postura para enfrentar as constantes mudanças de maneira proativa.
Segundo ele, tudo que é relacionado ao humano está intrinsecamente ligado às competências do futuro. “Hoje, não dá mais para olharmos para alguém somente em seu aspecto [estritamente] profissional”. “Precisamos de humanos fazendo trabalho de humanos, senão acabamos contratando um monte de agentes de IA para fazer o trabalho de que precisamos, sem as características que só nós humanos temos”, afirma.
“As pessoas não serão substituídas pela IA, mas por outras pessoas que utilizem melhor a ferramenta. O futuro do trabalho será essa combinação entre o humano e a IA, quem souber usar essa tecnologia vai ter uma vantagem profissional enorme.”
Barreiras
O estudo do Santander aponta ainda que para a formação continuada se tornar uma realidade na vida da maioria dos trabalhadores é preciso superar algumas barreiras. O custo (48%), o tempo (27%), as restrições dentro da organização onde trabalha (21%), a falta de apoio por parte da empresa (19%), e a ausência de incentivos e/ou reconhecimento (18%) são os principais empecilhos para a educação continuada entre os brasileiros.
Sobre os altos custos da formação, Giannico lembra que o aprendizado não necessariamente precisa ser da maneira tradicional, em sala de aula. Para ele, o processo de continuar estudando pode se dar de diversas formas, inclusive com o auxílio da própria tecnologia, “lendo um livro, vendo pílulas de conhecimento nas redes sociais, ou fazendo um curso rápido on-line”, diz. “Tudo isso complementa modelos mais convencionais de aprendizagem. E acredito que outras formas ainda vão surgir. O importante é cada um encontrar as formas que funcionem melhor.”
Sobre o custeamento das formações, o diretor-executivo da Junior Achievement (JA) Brasil, Alexandre Mutran, afirma que “as empresas têm um papel fundamental na formação continuada. Da mesma forma que a instituição é responsável por investir em tecnologia e em pesquisa, deve investir também em desenvolvimento humano, que é a base da sua produção”, argumenta.
“Se a empresa precisa de capital humano, tem que investir nisso. Seja fornecendo o curso, seja em curadoria, indicando ao funcionário o que ele precisa aprender para ser um profissional atrativo para a corporação.”
Além das empresas (26%), os entrevistados afirmaram que a responsabilidade da formação continuada deve ser do próprio indivíduo (43%), do setor público (29%) ou de outros (2%).
Sobre a escassez de tempo, Mutran alerta é necessário priorizar a formação. Ele recorda que o Brasil é campeão em tempo de tela, com uma média de cinco horas diárias. “As pessoas não estão nem dormindo para ficarem no celular”, diz. “Nessas cinco horas, elas não estão em aplicativo de banco ou de trabalho, mas basicamente nas redes sociais ou jogando games.”
Mutran lembra que não há embate entre a universidade com a formação continuada, pois a segunda “tem um papel de complementação da educação formal, que continua sendo uma base muito importante”, afirma. “Os currículos escolares e universitários são quase únicos, a especialização vem depois, com a formação continuada.”
Na mesma linha, o escritor Pedro Salomão afirma que o foco nunca deixou de estar na educação formal, sobretudo com a polarização da inteligência artificial. “Estamos sendo emparedados por muitas informações e se não existe capacidade intelectual e cognitiva suficiente, as pessoas podem se deixar levar facilmente por uma informação falsa. Essas habilidades, somente uma educação mais sólida pode fornecer”, diz o autor do livro “LYdereZ: O exercício da liderança para conectar gerações”, pela editora Record.
Por fim, o estudo revela que 45% dos entrevistados preferem que a formação continuada seja ministrada por outros profissionais mais experientes e tenha uma abordagem mais prática e do cotidiano da profissão. Para Salomão, esse dado rompe com o mito do conflito geracional, pois, em sua visão, “todo nos sentimos estimulados a aprender com os mais velhos, porque o conhecimento pode vir em qualquer idade, desde que você dedique tempo para isso, mas a sabedoria só se adquire com a experiência.”
Sobre o aprendizado intergeracional, Mutran diz tratar-se de um mito, pois ele recorda que a JA tem o projeto “Executivos na Escola” que é bem-sucedido. Na inciativa, executivos de grandes corporações visitam escolas públicas pelo país a fim de conhecer a realidade escolar e partilhar sobre sua trajetória profissional. Nessa troca, “o jovem percebe que pode conquistar seus sonhos, porque muitos executivos passaram por dificuldades enormes para chegarem aonde estão”, conta Mutran.
Giannico, do Santander, acredita que os profissionais que estão há muito tempo no mercado de trabalho têm muito a compartilhar, “o que significa ter passado por muita coisa, ter cometido muitos erros”, diz. “Se ainda estão no mercado de trabalho, é porque erraram, mas aprenderam com o percalço, reagiram rápido e conseguiram seguir em frente. Isso é o que de melhor eles conseguem passar para as gerações mais novas.”

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 18, 4:19 PM
Scoop.it!

‘Não existe uma nova ordem, há apenas um novo caos’

‘Não existe uma nova ordem, há apenas um novo caos’ | Inovação Educacional | Scoop.it
O historiador israelense Yuval Harari tornou-se um dos mais importantes pensadores contemporâneos ao publicar livros em que explica conceitos complexos em linguagem acessível, repletos de exemplos históricos saborosos e análises originais. A primeira obra, “Sapiens: uma breve história da humanidade” (Companhia das Letras), foi lançada em 2011 e vendeu 25 milhões de cópias em todo o mundo. Seguiram-se outros best-sellers como “Homo Deus” (2015) e “21 lições para o século XXI” (2018). Em seu mais recente trabalho, “Nexus” (2024), ele aborda as redes de informação da Idade da Pedra à inteligência artificial.

Em São Paulo, onde participou do lançamento do SP2B Beyond Business, evento de inovação, empreendedorismo e urbanismo que vai ocorrer em agosto de 2026, e para o qual são esperadas 500 mil pessoas, Harari falou ao Valor. Disse que as mudanças em curso no comércio global não preveem uma nova ordem - “apenas um novo caos” -, alertou que a IA pode, sim, destruir a democracia, e afirmou que não se deve esperar que as “Big Techs” regulem a si mesmas.

A seguir, os principais trechos da entrevista.

Valor: O presidente americano Donald Trump está usando tarifas não apenas como ferramenta econômica para redesenhar o comércio global, mas como instrumento estratégico para aumentar influência em outras áreas, como se vê no caso do Brasil. Que tipo de nova ordem vai emergir dessas mudanças?

Yuval Harari: O problema é que não existe uma nova ordem. Existe apenas um novo caos. A ordem liberal global dominou o mundo por décadas, e tinha seus problemas. Não era perfeita, mas ainda assim era uma ordem. Agora o que estamos vendo é que líderes como Trump estão simplesmente destruindo completamente os fundamentos da ordem global e não têm nenhuma alternativa para oferecer. Eles não apresentam uma nova ordem. Na verdade, estão apoiando essa desordem e esse caos. Eles não têm resposta para a pergunta mais básica que é: como potências rivais devem administrar suas disputas? Na ordem liberal, existiam leis internacionais, normas e valores. Existiam organizações internacionais. A lei mais importante era o tabu da conquista imperial. Um país não pode simplesmente invadir e conquistar outro só porque é mais poderoso. Agora tudo isso está destruído. Você vê que líderes como Trump não acreditam em leis internacionais. Não acreditam em cooperação internacional. O maior tabu foi quebrado.

Valor: Pode dar um exemplo?

Harari: A Rússia já sofreu mais de um milhão de baixas tentando conquistar a Ucrânia sem nenhuma justificativa - apenas porque pode, apenas porque é poderosa. E você vê Donald Trump basicamente concordando com a linha russa. E isso está se espalhando pelo mundo: para o Oriente Médio, para a América do Sul. Os EUA dizem que querem o Panamá, ou o Canal do Panamá; a Venezuela diz que quer a Guiana. Isso vai afetar o mundo todo.

A IA vai transformar completamente tudo. Será maior que a revolução industrial do século XIX”
Valor: Existe alguma solução à vista?

Harari: Todos os países deveriam fazer tudo o que puderem para, antes de tudo, restabelecer alguma ordem - e, acima de tudo, o tabu sobre a conquista imperial. Porque se isso for quebrado, o impacto será enorme. Nenhum país se sentirá seguro a menos que invista cada vez mais dinheiro em mísseis, armas e armamentos cibernéticos, o que fará com que outros países se sintam menos seguros e gastem ainda mais em armas - e isso é apenas uma escalada da corrida armamentista.

Valor: Qual o papel do Brasil nesse cenário?

Harari: O Brasil é um país muito poderoso e tem uma relação tradicionalmente próxima - ou potencialmente próxima - da Rússia. Então, por exemplo, no caso da invasão russa à Ucrânia, eu esperaria que o Brasil usasse sua considerável influência em relação à Rússia para transmitir a mensagem de que isso é simplesmente inaceitável. Ok, a Rússia tem preocupações legítimas de segurança. Isso deve ser tratado. Mas a ideia de que se pode invadir e conquistar outro país por ser mais poderoso é totalmente inaceitável.

Valor: E em relação ao comércio global?

Harari: Enquanto cada país estiver tentando, sozinho, garantir o melhor acordo com os Estados Unidos, todos perdem. Porque é dividir para conquistar. É dividir para governar. Então, espero que vejamos uma coalizão de vários países tentando estabelecer e manter as regras do comércio global, de forma que os Estados Unidos não possam simplesmente manipulá-los individualmente, colocando-os uns contra os outros e assinando acordos diferentes com cada país.

Valor: Qual a relevância da inteligência artificial na disputa pela liderança econômica global?

Harari: A IA vai transformar completamente tudo - a economia, o setor militar, o sistema político. Será maior que a revolução industrial do século XIX, quando os poucos países que se industrializaram primeiro conquistaram e exploraram o resto do mundo. Agora, com a IA, isso está acontecendo de novo. E, atualmente, há apenas dois países liderando essa corrida: os Estados Unidos e a China. A menos que os outros países ajam rapidamente, eles em breve se verão completamente dominados, militar e economicamente, pelas poucas superpotências da IA.

O problema nas redes sociais é que o algoritmo pega a notícia falsa e a espalha para milhões de pessoas”
Valor: Em seu mais recente livro, “Nexus”, o senhor aborda o tema das redes de informação em diferentes contextos políticos. Neste momento vemos a ascensão de vários regimes autoritários no mundo, não necessariamente ditaduras, mas governos que desafiam as normas da democracia liberal. Como as redes de informação influenciam esses modelos?

Harari: Ditaduras e democracias podem ser vistas como diferentes tipos de sistemas de informação. Numa ditadura, todas as informações vão para um único lugar, de onde todas as ordens são emitidas. A democracia é um sistema distribuído de informação, onde organizações, indivíduos, empresas podem trocar informações e tomar decisões sem precisar passar por um centro. O que estamos vendo agora, por causa do surgimento de novas tecnologias da informação, é que o equilíbrio entre sistemas de informação centralizados e descentralizados está mudando. No fim do século XX, redes descentralizadas de informação funcionavam melhor, porque era impraticável tentar analisar todas as informações em um só lugar. Por isso, as ditaduras não funcionavam bem. Agora, com o avanço da inteligência artificial, dos algoritmos e afins, as ditaduras têm o potencial de funcionar muito melhor, porque no centro não estão mais humanos, mas algoritmos e inteligências artificiais que conseguem analisar todas as informações. Então, o poder está se deslocando dos humanos para os algoritmos - algo que vimos até nos Estados Unidos, com todo esse esforço de redução de pessoal, em que demitiram dezenas de milhares de servidores civis humanos e os substituíram por algoritmos e IAs.

Valor: E quanto às democracias?

Harari: Elas estão enfrentando dificuldades com esse novo cenário informacional, porque estão sendo sobrecarregadas por “fake news”, mentiras, teorias da conspiração - e leva tempo para construir os mecanismos que verificam os fatos. Informação não é verdade. A maior parte da informação - isso sempre foi verdade ao longo da história - é lixo. É composta de mentiras, ficções e fantasias. A verdade é um tipo muito raro de informação, porque ela é cara. Leva muito tempo e dinheiro para pesquisar e encontrar a verdade. Já a fantasia é muito barata. Não custa nada inventar a primeira coisa que vem à cabeça. Historicamente, para que funcionem, as democracias tiveram que construir mecanismos capazes de filtrar esse oceano de informações falsas e encontrar a verdade. Instituições científicas, meios de comunicação, tribunais - esses são os mecanismos que as democracias usam para esse fim. Mas leva tempo para construí-los e mantê-los. E agora, com a revolução da tecnologia da informação, as instituições antigas não sabem como lidar com o dilúvio de novas informações. E o processo para construir novas instituições e mecanismos é demorado.

Valor: A IA pode vir destruir a democracia?

Harari: Sim, isso não é inevitável. Não é uma profecia. Mas se não administrarmos corretamente a tecnologia da IA, ela pode destruir a democracia. Devemos lembrar que a democracia é construída sobre a tecnologia da informação. Durante a maior parte da história, não existiam democracias em larga escala. Os únicos exemplos de democracia que temos do mundo antigo são pequenas tribos ou cidades-estados como Atenas. Não há exemplos de democracias em larga escala - milhões de pessoas espalhadas por um país enorme gerenciando seus assuntos de forma democrática - porque faltava a tecnologia da informação necessária para que houvesse uma conversa democrática. Democracia é uma conversa. É muita gente falando para decidir em conjunto. Já a ditadura é uma pessoa decidindo tudo. A democracia em larga escala só se tornou possível na era moderna tardia, por causa das novas tecnologias da informação - jornais, rádio, televisão - que tornaram possível, pela primeira vez, uma conversa em grande escala. Milhões de pessoas em todo o Brasil podem discutir políticas econômicas, sociais, em tempo real, porque têm rádio, televisão e jornais. Como a democracia é construída sobre a tecnologia da informação, qualquer grande mudança nessa tecnologia provoca um terremoto na democracia. E é isso que está acontecendo agora.

Valor: Em vários países, inclusive o Brasil, legisladores estão debatendo leis para tornar as plataformas de mídia social responsáveis por eventuais abusos. Há, no entanto, resistência da parte de pessoas que dizem que isso seria censura e argumentam que as redes sociais já têm controles internos para coibir atos ilícitos. Seria sábio deixar que as “Big Techs” regulamentem a si mesmas?

Harari: Você não pode confiar que elas vão se autorregular. O mais importante é diferenciar humanos de algoritmos. Humanos têm liberdade de expressão, e devemos ser muito cuidadosos antes de censurar ou banir a fala humana -em casos extremos, sim, mas com muito cuidado. Algoritmos não têm liberdade de expressão. O problema nas redes sociais não é uma pessoa inventar uma notícia falsa. O problema é que um algoritmo - como o do Facebook, do TikTok ou do Twitter - pega essa notícia falsa e a espalha deliberadamente para milhões de pessoas, com o objetivo de chamar atenção, atrair usuários e gerar mais dinheiro para a plataforma. Esse é o problema. É como imaginar uma situação de um século atrás, em que alguém na rua conta uma mentira. Você não o prende só porque ele mentiu. Mas então o editor de um grande jornal publica essa mentira na capa do jornal. E quando você reclama com o jornal - “Por que vocês colocaram ‘fake news’ na capa?” - eles dizem: “O que você quer de nós? Não inventamos isso. Foi aquela pessoa. Ela mentiu.” Sim, ela mentiu, mas vocês decidiram colocar isso na capa. É responsabilidade de vocês. Deveria ser o mesmo com as redes sociais. Se alguém no Facebook mente, se é um ser humano, geralmente está protegido pela liberdade de expressão. Mas se o algoritmo do Facebook decide pegar essa mentira e espalhá-la no ‘feed’ de notícias de milhões de pessoas, isso é culpa do algoritmo. E isso não está protegido pela liberdade de expressão. Deve ser claramente regulado.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 18, 1:58 PM
Scoop.it!

Sobre o colonialismo digital e as pedagogias decoloniais – Understanding Artificial Inteligence

Kwet (2021) detalha a arquitetura do colonialismo digital pelos serviços amplamente usados na internet, controlados atualmente pelas Big Techs, como por exemplo: serviço de busca (Google), navegadores (Google Chrome, Edge /Microsoft, Safari/Apple), sistemas operacionais de celulares (IOS/Apple, Android/Google), sistemas operacionais (Windows/Microsoft) e programas de “escritório”, como editores de texto e apresentações (Office/Microsoft, Google Drive), serviços de armazenamento em nuvem (Amazon, Google, Microsoft), redes sociais (Facebook, Twitter), serviços de transporte (Uber, Lyft), rede social corporativa (LinkedIn), serviços de streaming de vídeo (Google, Youtube, Amazon, Apple, Netflix, Hulu), serviços de propaganda online (Google, Facebook), dentre outros. Segundo o autor, essas empresas são atualmente os novos donos de praticamente todo o ecossistema digital disponível.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 18, 8:39 AM
Scoop.it!

Pesquisa feita nas principais universidades mostra que uso da IA segue desregulada no ensino superior brasileiro

Pesquisa feita nas principais universidades mostra que uso da IA segue desregulada no ensino superior brasileiro | Inovação Educacional | Scoop.it
Como parte de uma pesquisa da Cátedra Oscar Sala da USP, verificamos os sites de 69 universidades federais, 38 universidades estaduais, 35 universidades católicas, e 16 universidades particulares de alto reconhecimento nacional, em busca de normas, resoluções, guias, manuais e diretrizes para o uso da IAG em atividades acadêmicas.

A pesquisa foi feita por mecanismos de busca profunda do ChatGPT o3 e Gemini 2.5 pro entre 24 de julho e 6 de agosto de 2025, sendo que cada lista de IES passou ao menos por duas buscas. Depois, todos os dados foram conferidos manualmente e os falsos positivos foram descartados.

E-mails semanais com o que há de mais relevante na produção científica brasileira
Assinar
Deste universo de mais de 150 IES, fomos capazes de achar apenas sete documentos. Eles pertencem às seguintes instituições: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e Centro Universitário SENAI Cimatec. A título de exemplo comparativo, um estudo foi capaz de mapear 116 políticas de uso de IA em instituições de ensino superior nos Estados Unidos ainda no ano de 2023.

UFMG, EFBA, PUC-PR e Senai Cimatec: raras exceções
Dessas sete, o exemplo de mais destaque seria a UFMG, que montou uma comissão permanente de inteligência artificial, que não apenas elaborou as regras, mas que pode ser acionada para sanar dúvidas, propor eventos, discussões e parcerias.

Por sua vez, vale destacar que UFBA, PUC-PR e o Senai Cimatec lançaram guias mais longos e aprofundados sobre o uso da IAG em diferentes atividades de suas instituições. Unesp, PUC-PR e UFMG optaram por lançar resoluções ou normativas, com destaque para o material da UFDPar por sua completude. Já a UFG preferiu incluir regras sobre o uso de IA em seu guia de integridade acadêmica.

São passos iniciais, mas certamente é muito pouco diante dos inúmeros desafios que a IAG traz para ensino, pesquisa e extensão. Como já sabemos, a facilidade com que um aluno pode gerar um texto completo sobre qualquer assunto com tal tecnologia abalou as noções de autoria e integridade acadêmica, mas o impacto no cotidiano universitário é muito mais amplo e profundo.

As ferramentas de IAG já se integraram a quase todas as etapas do trabalho intelectual. Estudantes e pesquisadores as utilizam para explorar ideias, realizar buscas bibliográficas, ler e sintetizar artigos, aprimorar a escrita, traduzir textos e até mesmo para gerar ou corrigir códigos de programação para análise de dados.

Para os docentes, os mesmos recursos podem ser úteis na preparação de aulas e materiais didáticos, mas a sua existência introduz um dilema central no processo avaliativo, uma vez que as ferramentas para detectar conteúdo gerado por máquina mostram-se pouco confiáveis.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 11:26 AM
Scoop.it!

Como usar o modo 'investigação' das IAs para ter respostas confiáveis e fazer pesquisas profundas

Como usar o modo 'investigação' das IAs para ter respostas confiáveis e fazer pesquisas profundas | Inovação Educacional | Scoop.it

O Deep Research foi projetado para investigações complexas e multifacetadas, mas também pode ser útil em tarefas do dia a dia. Em vez de vasculhar reviews antes de comprar um celular, é possível solicitar um relatório comparativo. O mesmo vale para viagens: dá para montar um roteiro personalizado, com dicas para evitar filas, contexto histórico e preços de pacotes.
Estudantes e curiosos podem recorrer à ferramenta para obter explicações, buscar referências (de filmes, livros, autores ou artigos) e comparar diferentes análises sobre um mesmo tema. Quem se interessa por saúde e bem-estar encontra respostas que podem ser refinadas de estudos clínicos, artigos científicos ou referências médicas.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 9:11 AM
Scoop.it!

Indicados ao Conselho Estadual de Educação passam por sabatina

Indicados ao Conselho Estadual de Educação passam por sabatina | Inovação Educacional | Scoop.it

Inteligência artificial é desafio
O último indicado a se apresentar foi Luciano Sathler, um servidor do Banco do Brasil que foi designado para formar colegas e, assim, se descobriu na profissão de professor. Comunicador social e doutor e administração, ele tem passagem por muitas instituições particulares de ensino, inclusive superior.
Sua atuação tem como focos a tecnologia (foi o primeiro pro reitor de educação a distância no Brasil) e, mais recentemente, a inteligência artificial (IA). “Essa é uma mudança de paradigma na educação”, pontuou.
Ele foi questionado por Zé Laviola sobre como o CEE pode auxiliar na regulação da IA de forma a impulsionar a educação no Estado.
Para Luciano, o momento é oportuno porque o currículo de referência em computação ainda não foi implementado nos Estados. “Precisamos de alfabetização e IA, para que o aluno possa usar essa ferramenta de forma crítica e criativa e também saiba se defender nesse contexto”, afirmou.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 8:18 AM
Scoop.it!

Estudo mapeia o perfil do líder da área de recursos humanos no Brasil

Estudo mapeia o perfil do líder da área de recursos humanos no Brasil | Inovação Educacional | Scoop.it

O perfil mais comum de quem comanda o RH nas maiores empresas do Brasil é de uma profissional mulher, formada em administração de empresas, com pós-graduação e uma longa trajetória dentro da área de pessoas. A constatação é do estudo “O perfil do CHRO brasileiro 2025”, feito pelo executivo Marcelo Nobrega, fundador do Amppl.iA, think tank especializado em pesquisas e insights estratégicos para a comunidade de RH.
Segundo a amostra, que mapeou os perfis do LinkedIn dos líderes de RH das 500 maiores organizações do Brasil, de acordo com o ranking “Valor 1000”, 59% dos CHROs (Chief Human Resources Officers) são mulheres e 70% são considerados “nativos de RH” - traçaram a maior parte da carreira na área. Ainda de acordo com o estudo, 75% das contratações de heads de recursos humanos feitas nos últimos três anos foram mulheres que vieram de outras empresas.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 8:07 AM
Scoop.it!

Mercado subestima sistematicamente emprego

Mercado subestima sistematicamente emprego | Inovação Educacional | Scoop.it
Há ainda questões metodológicas que atrapalham, como a introdução do Novo Caged em 2020 e a queda na taxa de resposta da Pnad. Por fim, a expansão da “gig economy”, com muitos autônomos e uso de plataformas digitais, as mudanças de estrutura e relações de trabalho aceleradas pela pandemia e a demografia brasileira são fatores que influenciaram a resiliência do empregos no país, segundo Imaizumi, tornando a tarefa de prever o seu comportamento mais desafiadora.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
Today, 8:02 AM
Scoop.it!

Plataformas de cursos colocam à venda suas operações 

Plataformas de cursos colocam à venda suas operações  | Inovação Educacional | Scoop.it

As plataformas de cursos não regulados Alura (de tecnologia), Gran e Estratégia Concurso (para concursos públicos e OAB) contrataram assessores financeiros para vender a operação e analisar oportunidades de mercado. A Sanar, de educação médica, planeja uma nova captação, mas não descarta se desfazer do controle, segundo o Valor apurou. Em comum, essas quatro empresas receberam aportes de gestoras de private equity (que compram empresas), nos últimos cinco anos.
Além desse prazo, em que muitos fundos começam a se desfazer de seus ativos, o movimento ocorre num momento em que esse mercado passa por uma profunda transformação no modelo de monetização devido ao “boom” dos influenciadores. Eles têm seus próprios canais com oferta de conteúdo de cursos de forma gratuita em troca de patrocínios, remuneração via plataformas ou apenas uma parte do curso paga.
No caso da Alura, plataforma de cursos on-line de tecnologia que pertence à gestora Crescera (ex-Bozano), o UBS BB foi contratado para estruturar sua venda, apurou o Valor. A venda seria de uma posição majoritária. Uma fonte próxima à companhia disse que a empresa tem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 300 milhões e uma receita de US$ 600 milhões. O Grupo Alun, formado pela Alura e suas unidades de negócios, informou que “não comenta rumores ou especulações de mercado.”
Ainda segundo fontes, o UBS BB também está assessorando a Estratégia Concurso, empresa de cursos on-line para concursos públicos controlada pela Axxon. A gestora já aportou R$ 170 milhões na empresa e as negociações envolvem a sua fatia, podendo chegar à totalidade da empresa.
A Gran, que tem uma área de cursos para concursos públicos e uma faculdade, contratou o Rothschild. A startup recebeu um aporte de R$ 105 milhões de um fundo de impacto do BTG em 2021. Gabriel Granjeiro, um dos fundadores da Gran, confirmou que está trabalhando com a Rothschild para que a assessoria financeira analise o mercado, uma vez que o fundo do BTG tem prazo de saída. “Não temos pressa, acho que neste ano não devemos colocar um processo no mercado. A empresa está bem, nosso Ebitda dobrou e a receita cresceu entre 25% e 30% em 2024”, disse Granjeiro. Sua meta é alcançar receita de R$ 550 milhões neste ano.
Também na rua estaria a Sanar, plataforma de especialização médica, disseram fontes ao Valor. O Itaú BBA foi contratado e o negócio pode envolver uma nova rodada de captação, mas uma fonte destaca que uma venda de controle não estaria descartada. A Sanar informou que, “sobre rodada ou assuntos semelhantes, não costuma comentar rumores.”
Essas quatro empresas receberam mais de R$ 500 milhões de investimentos dos fundos, entre 2020 e 2022. Foi um período em que a taxa de juros era atraente e havia um rigoroso isolamento, que obrigou alunos a estudarem de forma remota.
“Em pouco tempo, nesses anos pós-pandemia, o mercado de cursos digitais mudou muito e continua mudando de forma acelerada. A forma de consumir conteúdo hoje é outra. Os influencers e o TikTok trouxeram uma outra dinâmica de monetização. É um desafio para os grupos tradicionais”, disse Paulo Presse, consultor da Hoper Educação.
Ainda segundo fontes, essas plataformas podem ser negociadas por grupos de ensino. A Afya tem um braço de cursos complementares de saúde. A Yduqs é dona de QConcurso, Damásio e Hardwork, preparatório para residência médica. A Cogna tem uma plataforma chamada Voomp, de cursos livres e que os criadores podem apresentar seus cursos.
Segundo Virgílio Gibbon, presidente da Afya, ter a figura dessas celebridades tornou-se fundamental para atrair alunos. “Nos nossos cursos, os ‘influencers’ são médicos referências em suas áreas, não é qualquer celebridade, mas precisa ter essa figura”, disse.
Procuradas, a Estratégia Concurso e a Axxon não retornaram.

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 20, 6:20 PM
Scoop.it!

A Oferta de Cursos Técnicos pelas IES no PROPAG da SETEC/MEC

Veja como encaixar a sua IES no Edital MEC 6/205, que permite a oferta de cursos técnicos de nível médio por IES Privadas.

O financiamento dos cursos vem do Programa de Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), onde as Unidades da Federação podem renegociar dívidas com a União em troca de investimentos em áreas estratégicas. E, aí se encaixa a educação profissional técnica de nível médio.

⚠️O prazo de entrada para os pedidos vai só até 1º de setembro.

Os cinco fundamentos do programa são:

1 - As IES privadas como agentes de desenvolvimento de políticas públicas educacionais.
2 - Ampliação da oferta de educação profissional de nível médio.
3 - As IES privadas de comprovada competência na formação superior podem se habilitar a ofertar cursos técnicos nestes mesmos eixos.
4 - Os Estados e o Distrito Federal farão a articulação e parcerias com as IES privadas visando se beneficiar da redução de juros de sua dívida com a União.
5 - Ampliação através de política pública federal – SETEC – MEC das iniciativas de compras de vagas pelos estados dos cursos técnicos oferecidos pelas Instituições de Ensino credenciadas para esta oferta

Conferencistas:
- Marcelo Bregagnoli. Secretário da SETEC MEC.
- Cleunice Rehem. Presidente da BrasilTEC e Conselheira no CNE.
- Francisco Borges. Consultor de Políticas Públicas da Fundação FAT.
- Felipe Michel Braga. Presidente do FONCEDE - Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais e Distrital de Educação.

Mediação:
- João Vianney. Sócio-consultor Hoper e Jornalista.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 19, 3:06 PM
Scoop.it!

0,1% mais rico amplia concentração de renda no Brasil, diz estudo

0,1% mais rico amplia concentração de renda no Brasil, diz estudo | Inovação Educacional | Scoop.it
A participação do 1% mais rico avançou de 20,4% para 24,3% da renda nacional de 2017 a 2023. Mas 85,7% do crescimento nessa faixa do 1% mais rico veio daqueles que integram o 0,1% mais rico do país, com renda a partir de R$ 1,75 milhão anuais. Essa faixa avançou de 9,1% para 12,5% da renda disponível total do país. E metade do crescimento da faixa de 0,1% foi capturada por uma faixa mais privilegiada ainda, do 0,01% mais rico do país. Seus integrantes ficaram com 6,2% da renda total do país em 2023, ante 4,3% em 2017.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 19, 1:33 PM
Scoop.it!

PF realiza operação contra desvios de R$ 50 milhões da educação no MA

PF realiza operação contra desvios de R$ 50 milhões da educação no MA | Inovação Educacional | Scoop.it
Os principais alvos são a deputada Daniella (PSB) e o namorado Fábio Gentil, que é ex-prefeito de Caxias (MA) e atual secretário de Agricultura e Pecuária do Maranhão. Nas residências do casal, a PF apreendeu diversos bens, incluindo um cheque de R$ 350 mil.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 19, 10:46 AM
Scoop.it!

#TVdoMEC | Adolescentes e o Mundo Digital - EP 01

No Dia do Estudante, o Canal Educação estreia a série Adolescentes e o Mundo Digital, um bate-papo entre adolescentes e especialistas em Educação sobre as múltiplas e complexas transformações dessa fase e sua relação com o mundo online. Conversas e reflexões sobre como as mídias sociais impactam comportamentos, emoções e o dia a dia de quem está vivendo a adolescência.
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 18, 4:19 PM
Scoop.it!

Inteligência artificial não, ‘melhor é inteligência alien’ | Brasil

A ascensão da inteligência artificial e seus riscos para o futuro do mundo podem sugerir uma conversa baseada no poder da tecnologia e na superioridade da máquina, mas quando é o historiador israelense Yuval Noah Harari quem está no palco, a conclusão pode contrariar esse senso comum e seguir exatamente na direção oposta: realçar o valor da humanidade e as conexões entre pessoas, não algoritmos.

Sob o tema “Redefinindo humanidade na era da inovação”, Harari falou a uma multidão que lotou o Auditório Ibirapuera, em São Paulo, no domingo à noite. Convidado para o evento de lançamento do SP2B Beyond Business, megaevento que vai ocupar o Parque do Ibirapuera de 9 a 16 de agosto do ano que vem. Concebido pela DA20, responsável pelo Rio2C, o evento tem previsão de atrair 500 mil participantes.

Harari observou que “inteligência artificial” é uma expressão inadequada para o conjunto de tecnologias descritas pelo termo. Artificial supõe algo que é totalmente criado e controlado por seres humanos. E não é esse o caso da IA, afirmou. “Melhor seria inteligência alien.”

Para exemplificar, o historiador citou um dos valores mais caros à sociedade: a religião. Lembrou que as três grandes religiões monoteístas - cristianismo, judaísmo e islamismo - baseiam-se não na autoridade de pessoas, mas em textos que requerem a interpretação de sacerdotes ou especialistas. “As palavras sagradas são mudas, mas o que acontecerá quando passarem a falar?”, perguntou.

Nenhuma pessoa consegue ler e se lembrar de todos os textos de uma das três religiões majoritárias, mas a inteligência artificial não só tem essa capacidade como consegue ir além, como encontrar padrões entre eles e, a partir daí, conceber interpretações capazes de despedaçar tradições milenares ou, de maneira mais radical, estabelecer uma religião totalmente nova. É esse enorme poder de criação que foge ao conceito de “artificial” - porque não depende do homem.

Pessoas não costumam confiar em pessoas, disse Harari, mas líderes do setor de alta de tecnologia não pensam duas vezes antes de assegurar que a inteligência artificial, e suas versões futuras, as superinteligências, são absolutamente dignas da confiança humana. “É um grande erro”, disse à plateia.

A ameaça não é como se vê nos filmes de ficção científica, nos quais robôs enlouquecidos atiram nas pessoas nas ruas. O risco, disse, é que à medida que as corporações substituem profissionais humanos por sistemas de IA, maior o poder de decisão desses sistemas ao contratar ou demitir pessoas, fazer investimentos, criar grupos de pressão para influenciar políticos. E essas decisões não serão baseadas nos critérios de seres biológicos - nós - mas de uma entidade praticamente autônoma, um alie como ele gosta de dizer.

IAs serão mais poderosas e inteligentes que a humanidade, mas poder não é sinônimo de felicidade, nem inteligência de sabedoria, afirmou Harari. O indivíduo, hoje, é muito mais poderoso que no tempo das cavernas, mas não se pode dizer que seja infinitamente mais feliz. Da mesma forma, a IA não acrescentará necessariamente mais sabedoria por ser mais inteligente. Pelo contrário, pode ser um agente capaz de iludir a humanidade.

Para a sociedade florescer na era da inovação, a resposta é restabelecer a confiança entre as pessoas antes de criar IAs mais complexas. “Crianças aprendem com base no que os pais fazem, não no que dizem. Se você instrui a IA para ser compassiva, mas ela observa que você vive numa busca desenfreada por poder, ela agirá desse jeito”, disse. “Todos temos um papel nisso: usar o poder que temos para construir relações de confiança e um mundo de dignidade para todos.”
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 18, 4:16 PM
Scoop.it!

IA e humanos: saldo positivo é possível

Por anos, os CEOs evitaram o debate sobre o impacto da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho. Agora, com a chegada da terceira onda da IA e a iminência de uma transformação sem precedentes nas empresas, nos empregos e na própria concepção do que é trabalho, a verdade inconveniente da qual todos queriam se esquivar veio à tona. Em questão de meses, líderes de gigantes globais romperam o silêncio e admitiram: nesta nova era da IA, dezenas de milhões serão demitidos, e isso será logo. Jim Farley, da Ford, alertou que a IA pode substituir até 50% dos profissionais com funções intelectuais e administrativas. Jensen Huang, da Nvidia, foi categórico: “Ignorar a IA é uma passagem só de ida para o desemprego”. E Andy Jassy, da Amazon, resumiu a questão: “A IA significará, indubitavelmente, menos empregos”.
A narrativa de um futuro sombrio com humanos vagando sem propósito em um mundo dominado por máquinas me assusta muito! Mas, diferentemente das previsões futurológicas do passado, agora estamos falando do presente e de um horizonte muito próximo. A terceira fase da IA, marcada pela ascensão dos agentes de inteligência artificial, já está virando do avesso o mercado de trabalho. Esses agentes representam um salto quântico em relação aos modelos de linguagem como o Chat GPT. Enquanto estes respondem a comandos específicos, os agentes agem de forma autônoma, tomam decisões, aprendem com erros e acertos, enfim, “pensam”.
Esses sistemas já substituem humanos em inúmeras tarefas burocráticas: na McKinsey, 12 mil agentes de IA assumiram funções de colaboradores júniores; na IBM, fazem as tarefas antes designadas a de centenas de funcionários de RH; na Salesforce, 50% do trabalho é feito por “colaboradores digitais”. Não é difícil entender o receio: os agentes são mais rápidos, eficientes e baratos do que os humanos e, no longo prazo, podem superá-los em quase tudo, alimentando a sensação angustiante de que “ninguém é insubstituível”.
Com a IA evoluindo exponencialmente, surge a pergunta: que trabalhos restarão quando quase tudo estiver automatizado? A resposta está nas nossas características mais humanas. Enquanto a inteligência artificial geral (AGI) não for realidade, a IA não substituirá o julgamento humano, a empatia, a liderança e a criatividade. Além disso, nossa existência física e nossa capacidade de gerar ações espontâneas nos diferenciam. Um agente de IA é apenas código, incapaz de vivenciar experiências sensoriais ou criar a partir de um sentimento genuíno. A interação entre biologia, ambiente e vivências torna cada ser humano único, capaz de criar ideias e contar histórias e experiências de um jeito que nenhuma máquina pode replicar.
O Projeto A.MAR é um exemplo inspirador de como os atributos distintivamente humanos podem levar à criação de soluções inovadoras e tangíveis que sirvam de inspiração para a necessária reinvenção do trabalho em um mundo cada vez mais dominado pela IA. Inspirado pela visão humanista de solidariedade, o A.MAR nasceu de uma ideia espontânea: usar o pescado artesanal, abundante em comunidades tradicionais, para criar produtos de alto valor agregado, como conservas, defumados e charcutaria, que resolvem problemas reais, como a baixa renda dos pescadores e o desperdício de peixes.
Educação socrática, que estimula a curiosidade e evita atalho tecnológico, será crucial para preparar a próxima geração
Focado em fornecer produtos alimentícios sustentáveis, como alheira de carapau e ovas de tainha reconstruídas, inicialmente na Praia do Bonete, em Ilhabela, e agora expandindo para o Ceará, Paraty e até o Peru, o A.MAR é um negócio social que capacita pescadores em técnicas de conservação, como defumação e salga, e promove a sustentabilidade ambiental. Seu impacto social é profundo: o projeto aumentou a renda familiar em até R$ 80 mil por ano em Ilhabela.
Diferentemente de um agente de IA, que opera exclusivamente no mundo virtual, o A.MAR atua na realidade por meio de conexões humanas e de experiência reais - algo que uma agente de IA, por mais avançado que seja, nunca será capaz de fazer. Essa capacidade de observar, sentir e agir com intenção é o que o que nos diferencia das máquinas. Enquanto a IA automatiza processos, são os humanos que geram propósito e impacto duradouro, transformando a vida de pessoas ao conectar tradição, inovação e educação, como no caso do A.MAR. Para criar isso é preciso estar no território.
Nesse contexto, educação enfrenta um desafio duplo: ensinar o uso da IA e fortalecer nossas “humanidades”. Alfabetizar em IA é essencial, mas mais importante é cultivar a curiosidade, o pensamento crítico e as habilidades humanas que nos permitem guiar a tecnologia, ao invés de sermos guiados por ela. A IA pode ser uma ferramenta para desafiar nosso pensamento, mas o uso excessivo pode levar à “atrofia cognitiva”. Um estudo do MIT de 2025 revelou que o Chat GPT agiliza tarefas em 60%, mas reduz a carga cognitiva para aprendizado em 32%. A educação socrática, que estimula a curiosidade e evita atalhos tecnológicos, será crucial para preparar a próxima geração.
Em 2025, os agentes de IA estão transformando o trabalho, em larga escala e numa velocidade jamais esperada. Acredito que nosso futuro coletivo depende de criarmos um “set” de valores comuns para a sociedade e que eles possam reger os agentes de IA. Somente assim a tecnologia poderá amplificar nossa curiosidade e criatividade, e quem sabe assim, encontraremos um caminho para continuarmos também seres pensantes. Somente isso pode nos salvar de enlouquecer.
Como disse o historiador israelense Yuval Noah Harari, estamos agora em uma situação em que a confiança entre os seres humanos está em jogo. Este é o maior perigo. Se conseguirmos fortalecer a confiança entre os humanos, seremos mais capazes de lidar com a revolução da IA. Infelizmente não é isso que está acontecendo no mundo. Estamos indo no sentido oposto!

No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 18, 8:53 AM
Scoop.it!

R&D skills for today: Rethinking the talent model | McKinsey

Rapid advancements in science and technology are challenging pharma and biotech companies’ approaches to talent. What R&D skills do they need today, and how can they sustain this workforce?
No comment yet.
Scooped by Inovação Educacional
August 18, 8:10 AM
Scoop.it!

Pearson y Google colaborarán en herramientas de inteligencia artificial para estudiantes y educadores | IBL News .es

Pearson y Google colaborarán en herramientas de inteligencia artificial para estudiantes y educadores | IBL News .es | Inovação Educacional | Scoop.it
Google Cloud compite actualmente en el espacio educativo con otras empresas de servicios en la nube como Azure de Microsoft y AWS. Ofrece la Plataforma de IA Vertex, Gemini, agenticAI, LearnLM y otros modelos afinados para el aprendizaje.
No comment yet.