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June 4, 2023 6:30 PM
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ChatGPT Will Not Replace Teachers But Could Act As A Teaching Assistant

ChatGPT Will Not Replace Teachers But Could Act As A Teaching Assistant | Inovação Educacional | Scoop.it

Embora ferramentas de IA como o ChatGPT tenham potencial para transformar a educação, um desafio fundamental é a falta de confiabilidade. Como um chatbot que às vezes dá errado pode fazer parte da escola?
A primeira vez que um aluno faz uma pergunta ao ChatGPT e recebe uma resposta bem escrita, as possibilidades parecem infinitas. Isso é até que a resposta seja simplesmente imprecisa. Esses resultados decorrem do fato de a IA ser um “transformador pré-treinado generativo”, ou GPT, em que o treinamento é sobre aprender a gerar texto escrito corretamente e não sobre a compreensão do assunto subjacente.
Em vez de ver o ChatGPT como um oráculo que substitui a relação aluno-professor, é melhor vê-lo como um assistente de ensino – capaz de fazer uma grande quantidade de trabalho braçal de rotina, mas que precisa de revisão e, às vezes, de correções por um ser humano.
Um exemplo notável de confiar na IA é a recente decisão do Bacharelado Internacional de permitir que os alunos citem o ChatGPT em suas redações. Existem preocupações sobre esta política, ou seja, alguns dos perigos em tratar essas respostas bem escritas como uma fonte confiável – conteúdo impróprio, falta de compreensão do contexto, falta geral de veracidade.
Embora essas limitações sejam significativas para os educadores que ensinam ou para os alunos que escrevem trabalhos, elas são muito menos problemáticas para os professores que trabalham com professores ou assistentes de pesquisa. Qualquer pessoa que ocupe essas funções conhece os perigos de depender desse tipo de trabalho sem revisão, mesmo apreciando os benefícios de um assistente.
Um post recente da Loyola University Maryland School of Education reflete essa perspectiva. Ele identifica tarefas como gerar planos de aula, fornecer feedback aos alunos ou criar questionários ou testes prontos para o ChatGPT. Essas tarefas que poderiam ter sido tradicionalmente entregues a um assistente de ensino agora podem ser terceirizadas para a IA.
Outro uso potencial é fazer com que a IA extrapole notas em exposições de formato mais longo. Por exemplo, ao fornecer feedback sobre o trabalho de um aluno, um instrutor pode anotar observações gerais e alguns pontos específicos e, em seguida, passar as coisas para a IA para transformar as notas em um conjunto mais formal de comentários ou até mesmo em um relatório de progresso mais detalhado para pais. Embora um professor precise revisar o resultado antes da distribuição, isso não é diferente de como as coisas funcionam com o uso responsável de assistentes humanos.
A Khan Academy e o projeto Khanmigo fornecem um terceiro exemplo de como o ChatGPT pode ser usado como assistente de ensino. Criado em colaboração com a Open AI, a Khan Academy descreve o Khanmigo como sendo capaz de ajudar os alunos como um tutor virtual ou parceiro de debate ou para ajudar os professores com tarefas administrativas, como a geração de planos de aula.
Cada uma dessas abordagens de ensino-assistente tem potencial para beneficiar os alunos precisamente porque não estão sendo apresentadas como fontes incontestáveis, mas, em vez disso, estão usando a IA como uma ferramenta para aumentar a eficácia do professor.
Quanto à possibilidade de substituição de professores, há duas coisas que o ChatGPT não poderá fazer tão cedo. A primeira é estabelecer a conexão emocional com os alunos que é a marca registrada de um bom ensino. A segunda é servir como professor de registro nas transcrições.
Esse sistema de transcrições e as correspondentes cartas de recomendação produzidas por professores que trabalharam com alunos de uma forma definida é a moeda corrente na qual as instituições educacionais negociam. No final das contas, um componente-chave de uma educação não é a aquisição do conhecimento que está sendo ensinado, mas o registro formal de que um determinado aluno foi ensinado por uma pessoa em particular, em um momento específico, em um local específico e com um determinado resultado.
Mesmo que o ChatGPT forneça novos métodos para aquisição de conhecimento, levará muito tempo até que ele substitua o sistema de transcrição/recomendação estabelecido. Por esse motivo, se não houver outro, os professores não devem se preocupar com o fato de seu novo assistente de IA colocá-los fora do emprego tão cedo.

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Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
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September 10, 2024 9:19 AM
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Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler | Inovação Educacional | Scoop.it

O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa?
Luciano Sathler
É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais
As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática.
Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing.
O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais.
Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho.
A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados.
A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar.
No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes.
Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador".
Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante.
Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos.
Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.

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Today, 4:14 PM
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1 em cada 5 cidades do país não oferece EJA 

1 em cada 5 cidades do país não oferece EJA  | Inovação Educacional | Scoop.it
Modalidade voltada para aqueles que não conseguiram estudar na idade certa atingiu o menor patamar desde 1996
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Today, 4:13 PM
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63% da população preta e parda entre 15 e 64 anos é analfabeta no Brasil

63% da população preta e parda entre 15 e 64 anos é analfabeta no Brasil | Inovação Educacional | Scoop.it
Levantamento também apontou que a cada 10 brasileiros entre 15 e 64 anos, três são analfabetos funcionais
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Today, 4:12 PM
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Tempo de sentir

Tempo de sentir | Inovação Educacional | Scoop.it
Na verdade, ouvi algo mais ou menos assim de um editor que conversava num "podcast" com vários escritores. Ele afirmou, sem cerimônia, que muitos livros são comentados, que temos de saber de que tratam e até formar opinião sobre eles, mas que não serão lidos – até porque ninguém consegue ler tudo o que é publicado. Acrescento, de minha parte, que livros bem comentados são bem vendidos e se tornam ótimos presentes nas datas festivas. Nada disso garante, no entanto, que sejam, efetivamente, lidos. Ainda assim, ao que parece, cumprem um papel no debate cultural. São lidos por alguns, comprados por muitos e comentados por todos.
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Today, 4:07 PM
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Grupo propõe pacto para adiar uso de celular por crianças 

Grupo propõe pacto para adiar uso de celular por crianças  | Inovação Educacional | Scoop.it

Um grupo de famílias vai lançar nesta quarta-feira (7) a proposta de um pacto entre os pais para que adiem o contato das crianças e adolescentes aos riscos do uso de celulares e das redes sociais.
O Movimento Desconecta propõe aos pais que assinem um acordo coletivo para adiar a entrega do primeiro smartphone aos filhos até os 14 anos e o acesso às redes sociais até os 16. Especialistas defendem que essas são as idades mínimas para adolescentes conseguirem fazer um uso mais seguro e consciente dessas ferramentas.
Os pais interessados podem acessar o documento e assinar o pacto na plataforma do Movimento Desconecta.
O grupo surgiu em abril do ano passado a partir de uma iniciativa de pais e mães da Beacon School, colégio particular no Alto de Pinheiros, zona oeste da capital paulista. Eles buscavam meios de conscientizar a comunidade sobre os riscos do uso precoce de celulares e redes sociais pelas crianças.
Então, resolveram propor um movimento para os pais do colégio: firmar um compromisso coletivo para que todos adiassem o contato dos filhos com essas ferramentas.
"Por um lado, estudos e especialistas recomendam que o acesso só aconteça na adolescência. De outro lado, há uma pressão social para a inserção no mundo digital. Os pais ficam em um beco sem saída. Mas, se houver um combinado com todo mundo, a decisão fica mais fácil de ser tomada e cumprida", diz a designer gráfica Mariana Uchoa, mãe de três crianças e uma das fundadoras do movimento.
O movimento se baseia em inúmeras evidências de pesquisas que ganharam força nos últimos anos sobre os danos a crianças e adolescentes do smartphone e das redes sociais.
Há prejuízos de aprendizagem, concentração, foco, alertados por relatórios recentes da Unesco (a agência da ONU para educação, ciência e cultura). O uso também pode causar graves consequências à saúde mental, com aumento do vício, ansiedade, depressão, automutilação e suicídios, evidenciados em dezenas de estudos.
O movimento foi inspirado em mobilizações semelhantes de outros países, como o Wait Until 8th ("espere até o 8º ano" para dar o celular, a série escolar dos 14 anos de idade), grupo dos Estados Unidos com mais de 50 mil famílias, e o Smartphone Free Childhood ("infância livre de celular"), organização da Inglaterra com mais de 60 mil pais e mães.
O grupo cita como fonte, especialmente, o psicólogo americano Jonathan Haidt, autor do best-seller "A Geração Ansiosa", que trata do colapso da saúde mental entre crianças e jovens no mundo —no Brasil, um levantamento da Folha mostrou que, pela primeira vez, os registros de ansiedade na infância e na adolescência superaram os de adultos.

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Today, 4:05 PM
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Inaf mede, pela 1ª vez, alfabetismo no contexto digital

Inaf mede, pela 1ª vez, alfabetismo no contexto digital | Inovação Educacional | Scoop.it

Divulgado esta semana, depois de um intervalo de seis anos, o Inaf (Indicador de Alfabetismo Funcional) mostrou que importantes dados sobre a educação brasileira pouco mudaram nos últimos anos. Segue em 29% a fatia da população de 15 a 64 anos considerada analfabeta funcional, enquanto os proficientes oscilaram de 12% para 10% no período entre 2018 e 2024.
Além dos números em si, a pesquisa chama atenção por provocar um debate essencial: o que, afinal, significa ser alfabetizado nos tempos atuais? De que práticas sociais tratamos ao medir a capacidade de uma pessoa compreender e utilizar a linguagem escrita?
A digitalização da sociedade, com a proliferação de plataformas e aplicativos de que dependemos cada vez mais para acessar serviços e usufruir direitos, altera e expande significativamente o escopo da alfabetização. Diante dessa constatação, o Inaf procurou medir, pela primeira vez, o alfabetismo também no contexto digital.
Em um exercício ainda incipiente, a pesquisa detectou limitações mesmo entre os alfabetizados proficientes: 40% desse grupo teve desempenho apenas médio ou baixo em situações do cotidiano desenvolvidas em ambientes digitais. No caso dos analfabetos, 95% conseguiram apenas realizar tarefas muito limitadas.
Para chegar a esses dados, o Inaf propôs três atividades aos entrevistados: um processo de compra online em que era necessário identificar uma tentativa de golpe; interação em um grupo fictício de WhatsApp para escolher um filme para assistir; e preenchimento de um formulário digital para inscrição em um festival de música.
Há alguns anos, a pesquisadora estadunidense Renee Hobbs, referência mundial em educação midiática, nos convida à reflexão ao afirmar que "o conceito de literacia muda à medida que mudam as tecnologias e as formas de circulação da informação". Também a Unesco, em uma proposta de currículo de alfabetização midiática e informacional, propõe uma ecologia de literacias: da informação, visual, da notícia e de dados —isso sem falar no letramento algorítmico a partir do qual podemos conhecer os mecanismos de seleção e personalização empregados por redes sociais, sites de busca e aplicativos de inteligência artificial com que interagimos crescentemente.
Em 2022, o National Council of Teachers of English, instituição centenária que busca o aprimoramento do ensino na área de linguagens nos Estados Unidos, divulgou uma declaração em que destaca o impacto das "rápidas mudanças no ecossistema de informações e comunicação" dentro e fora das escolas.
"Todos em nossa sociedade agora precisam da capacidade de avaliar a qualidade amplamente variável da informação, do entretenimento e da persuasão que os cerca, de refletir sobre a veracidade e a validade das alegações e de desmascarar a desinformação quando necessário", apontou o NCTE. Para o conselho, as discussões sobre exclusão digital cada vez mais envolvem o grau de habilidade com que as pessoas "têm sucesso ou enfrentam dificuldade ao usar a tecnologia na tentativa de navegar por seus ambientes, solucionar problemas e tomar decisões".
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também já anunciou que o Pisa 2029 terá avaliações sobre alfabetização midiática e em inteligência artificial, ampliando o leque do que geralmente é avaliado. A intenção é verificar se os jovens "tiveram oportunidades de aprender a se engajar ativa e criticamente em um mundo onde a produção, a participação e a integração são cada vez mais mediadas por ferramentas digitais e de IA".
Os novos dados servirão de farol para políticas públicas que maximizem as oportunidades geradas pelas tecnologias digitais ao mesmo tempo em que favorecem o enfrentamento de seus riscos.

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Today, 10:52 AM
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Projetos de matemática na pré-escola podem receber até R$ 80 mil

Projetos que incentivam o conhecimento em matemática em pré-escolas, desenvolvidos em escolas públicas, poderão receber até R$ 80 mil. Para isso, basta se inscreverem no edital inédito de Letramento Matemático na Pré-escola, lançado nesta terça-feira (6) pelo Itaú Social, com o apoio da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC).
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Today, 10:50 AM
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O futuro da universidade

Não deve ter sido por acaso que, na mesma semana, fui convidado para dois seminários sobre o mesmo tema, o futuro da universidade. A primeira coisa que digo sobre isso é que “a universidade” não existe, o que existe são milhares de instituições diferentes, desde grandes universidades com pesquisa, cursos de pós-graduação e milhares de estudantes, geralmente públicas, até gigantescas empresas com centenas de milhares de estudantes em cursos à distância, passando por um sem-número de pequenas faculdades isoladas com cursos noturnos em educação, administração ou saúde. Existem as públicas, gratuitas e financiadas pelo governo federal e alguns Estados, e as privadas, algumas religiosas ou de orientação comunitária, e a grande maioria com fins de lucro. Estamos falando de quê?

Mas existe também, na cabeça das pessoas, uma ideia difusa de “universidade” como um lugar para onde os jovens vão no início da vida adulta, aprofundam seus conhecimentos, vivem a cultura da juventude, criam redes de relacionamento que vão levar para toda a vida e adquirem uma profissão que vai lhes dar um lugar seguro e muito mais rentável do que o de seus pais, se de famílias mais pobres, ou semelhante ao deles, se de famílias mais ricas e educadas. Quando milhões de jovens, todo ano, se inscrevem no Enem, é essa ideia que estão perseguindo, embora saibam que poucos conseguirão a nota necessária para entrar numa carreira de prestígio em uma boa universidade. Quando, depois, muitos dos que sobraram se inscrevem em cursos baratos a distância, em que é mais fácil conseguir um diploma, é ainda a ilusão das carreiras universitárias que perseguem, embora a maioria acabe abandonando os cursos ou só consiga um trabalho precário e mal pago.

A incerteza sobre o futuro da universidade é a incerteza crescente sobre esta ideia difusa, que reflete a incerteza sobre o futuro do País. Apesar das imensas desigualdades, predominava no Brasil até recentemente a sensação de que as coisas iam melhorar para todos, que amanhã seria melhor do que hoje, que a vida de nossos filhos seria melhor do que a nossa. Essa sensação vinha da grande mobilidade econômica e social que durou, com altos e baixos, até dez anos atrás e que se interrompeu com a crise econômica e a desilusão com governos, partidos políticos e instituições. Investir a longo prazo numa carreira, esquentar a cadeira aprofundando conhecimentos, construir uma reputação profissional pelo trabalho sério e responsável, tudo isso perde sentido quando comparado com a fascinação do estrelismo prometido pelos meios de comunicação, o enriquecimento pela tacada de um grande negócio ou os números corretos na Mega Sena e as certezas simples de entender disseminadas pelos influenciadores da internet.

O que mais se ouve, conversando com professores universitários, é como os estudantes de hoje são apáticos, mal cumprem as obrigações escolares e são muito mais ligados às suas redes de internet do que ao que dizem seus professores.

Pesquisas mostram que um terço dos jovens, no Brasil, gostaria de mudar para outro país. Existem, hoje, mais de 4 milhões de brasileiros no exterior, comparado com 3 milhões há dez anos e menos de 1 milhão no ano 2000.

A incerteza, no entanto, vai além da estagnação do País e da apatia da juventude. A ideia de que as universidades, primeiro as públicas, depois as privadas, se aproximariam do modelo tradicional, e que seriam acessíveis a todos, está cada vez mais distante, com 80% das matrículas em instituições privadas e mais da metade em cursos a distância. Instituições públicas mal conseguem recursos para pagar salários a seus professores e manter os prédios que ocupam. Poucas conseguem manter pesquisa e programas de pós-graduação de qualidade, e a distância entre a pesquisa brasileira e a dos países de ponta só aumenta. No setor privado, o espaço das instituições comunitárias e religiosas, criadas com a intenção de influenciar a sociedade com seus valores, vem diminuindo, na concorrência com os grandes conglomerados de ensino que dificilmente vão além de cursos empacotados nas profissões sociais mais simples e baratas de ministrar. E, com os novíssimos recursos da inteligência artificial, ninguém sabe mais o que, como e para que ensinar.

As instituições de ensino superior, em suas diversas formas e com todas as suas dificuldades, não vão desaparecer, porque o mundo depende cada vez mais de conhecimentos e competências, e a capacitação intelectual e profissional continuará sendo a grande porta de entrada para a vida dos países, instituições e pessoas. Elas precisam, no entanto, se reinventar. Essa reinvenção passa por novos tipos e cursos e carreiras, novas formas de ensinar, novas maneiras de buscar recursos e novos e mais relevantes temas para pesquisar. Para isso, elas contam com um recurso precioso, que é o capital intelectual de seus professores e a tradição de autonomia e audácia intelectual que muitas vezes acabaram perdendo, pelo peso da rotina, da burocracia ou dos resultados de curto prazo. É por aí que passa o futuro, se ele não trouxer mais desilusões.
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Today, 10:34 AM
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Ensino integrado de Educação Ambiental estimula reflexão e visão crítica dos estudantes sobre a conservaçãodo meio ambiente

Ensino integrado de Educação Ambiental estimula reflexão e visão crítica dos estudantes sobre a conservaçãodo meio ambiente | Inovação Educacional | Scoop.it
A proximidade com o meio ambiente e a compreensão sobre a sua relevância despertam uma visão crítica sobre a temática ambiental e senso de pertencimento que ajudam a fortalecer a responsabilidade de conservá-lo e protegê-lo. Nesse sentido, em um momento em que eventos climáticos extremos atingem recorrentemente o Brasil e diferentes partes do mundo, é fundamental formar uma nova geração conectada com a natureza e consciente de sua importância. Crianças e adolescentes precisam entender a relação existente entre um planeta em equilíbrio e eventos climáticos extremos, como enchentes, ondas de calor, aquecimento do oceano, incêndios, assim como a necessidade de termos cada vez mais Soluções Baseadas na Natureza no dia a dia.
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Today, 10:30 AM
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Pontes para o futuro: novo centro da USP integra ciência, sociedade e inovação para transformar o mundo

Pontes para o futuro: novo centro da USP integra ciência, sociedade e inovação para transformar o mundo | Inovação Educacional | Scoop.it
Em um mundo atravessado por crises complexas e interconectadas, surge na Universidade de São Paulo (USP) uma iniciativa ousada: usar a força da ciência para criar pontes reais entre conhecimento, inovação e impacto social. Foi inaugurado nesta semana o CEPID Bridge – Gestão de Ecossistemas para Transições Sustentáveis, o primeiro Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão sediado na FEA-USP, com financiamento da FAPESP.
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May 10, 12:16 PM
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Rede pública tem acesso a formação STEAM gratuita

Rede pública tem acesso a formação STEAM gratuita.
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May 10, 12:15 PM
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Competencias digitales y desarrollo de habilidades metacognitivas 2025

En la era digital, el desarrollo de competencias digitales ha tomado un papel fundamental en la educación, no solo por su impacto en la alfabetización tecnológica, sino también por su estrecha relación con el desarrollo de habilidades metacognitivas. Comprender cómo las competencias digitales fortalecen la autorregulación del aprendizaje es clave para potenciar el rendimiento académico y profesional de los estudiantes.
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May 10, 11:22 AM
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Brasil tem 18.000 startups em operação; SP lidera com 1.900 empresas

Brasil tem 18.000 startups em operação; SP lidera com 1.900 empresas | Inovação Educacional | Scoop.it
O Brasil contabiliza 18.056 startups em operação, segundo levantamento do Sebrae Startups divulgado na 3ª feira (6.mai.2025). O dado faz parte do Startups Report Brasil 2024, elaborado pelo Observatório Sebrae Startups, que traça um panorama do cenário de inovação no país.
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Today, 4:15 PM
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Vagas em cursos de Medicina no País dobram e concorrência cai quase 60% em 9 anos, aponta USP

Vagas em cursos de Medicina no País dobram e concorrência cai quase 60% em 9 anos, aponta USP | Inovação Educacional | Scoop.it
A concorrência para ingressar na graduação em Medicina caiu 59,5% em nove anos, de 46,51 candidatos por vaga em 2014 para 18,81 em 2023, segundo aponta estudo Demografia Médica, realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e divulgado nesta quarta-feira, 30.
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Só um em cada 4 brasileiros tem altas habilidades digitais; entenda como isso foi medido

Só um em cada 4 brasileiros tem altas habilidades digitais; entenda como isso foi medido | Inovação Educacional | Scoop.it

Veja os níveis de habilidades digitais:
Baixo - acerta até 1/3 das atividades propostas no celular - 25% dos brasileiros estão nesse nível
Médio - acerta até 2/3 das atividades propostas no celular - 53% estão nesse nível
Alto - acerta mais de 2/3 das atividades propostas no celular - 23% estão nesse nível
O estudo mostra também que o Brasil tem hoje 29% de analfabetos funcionais, que são aqueles que só conseguem fazer leituras bastante simples de palavras, pequenas frases e números familiares, como o do telefone ou de preços.
Para medir o nível do alfabetismo, os participantes fazem provas escritas sobre questões do cotidiano, tanto relacionadas à Linguagem quanto à Matemática. Entre os analfabetos funcionais, só 3% têm nível alto de habilidades digitais.
A maior parte da população brasileira se encontra no que o índice chama de alfabetismo elementar (36%); são pessoas que conseguem ler textos de extensão média, selecionando informações e fazendo algumas inferências, mas com vocabulário limitado.
Nesse grupo, chama a atenção o fato de 18% estarem no nível alto de habilidades digitais; outros 67% estão no médio, um resultado mais esperado. “Por alguma razão, o ambiente digital abre possibilidades que algumas pessoas não teriam no mundo analógico e elas têm performance melhor”, afirma Ana. Mas há outros 15% que estão no nível mais baixo, o que mostra uma dupla exclusão.

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Superdotados: alunos se beneficiam de ação extracurricular

Superdotados: alunos se beneficiam de ação extracurricular | Inovação Educacional | Scoop.it
Familiares de alunos com altas habilidades relatam melhoras após participação em atividades extracurriculares
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Os desafios de ser pai de adultos

Os desafios de ser pai de adultos | Inovação Educacional | Scoop.it

É compreensível o receio de que a relação se torne burocrática e visitar os pais seja apenas mais uma tarefa a riscar da lista. Além de visões de mundo que podem ser inconciliáveis, é a própria interseção de experiências que começa a rarear: gostos musicais, normas de etiqueta, estilos, expressões —enfim, são inúmeros os códigos de uma geração que a outra já não partilha.
E é para isso mesmo que essas diferenças existem: para sinalizar mudanças e afirmar que os mais jovens também são criadores de algo inédito.
Tornar-se anacrônico diante dos filhos, não saber o que eles sabem, é um desafio para quem se habituou a apresentar o mundo ao outro. A ferida narcísica provocada pela perda de ascendência sobre eles é conhecida dos pais —e será vivida oportunamente pelos filhos, quando chegar a vez deles.
O antídoto para isso é o prazer de conhecer, através deles, um universo que de outra forma nos seria inacessível: as saídas que encontram para os impasses amorosos, a forma como encaram o trabalho, o que esperam do futuro, quais são suas causas políticas e sociais, o que consideram justo. Em suma, o que fizeram com nosso legado capenga —e o que deixarão, de igualmente precário, para os que vierem depois.
Comparada ao amor e à confiança cega que os filhos tinham por nós na infância, a afeição que demonstram na vida adulta pode frustrar alguns. Mas, de fato, é aí que se revela algo mais autêntico, pois não se apoia mais na alienação infantil ao desejo dos pais.
Crianças evitam reconhecer a falibilidade de seus cuidadores para se proteger da angústia de saber que dependem inteiramente de pobres e míseros mortais. É daí que nasce a idealização: um artifício necessário para que consigam brincar e dormir em paz.
Um constrangimento comum é a necessidade que muitos filhos sentem de provar maturidade contrariando sistematicamente os pais. Por outro lado, também podem se infantilizar diante deles, na tentativa de preservá-los num lugar de onipotência. Ambos os comportamentos dão bandeira de como a influência dos pais pode continuar pesando mesmo na fase adulta.
Por tudo isso, pais e filhos talvez nunca se tornem amigos no sentido estrito do termo. Para alguns, isso pode parecer um fracasso. Mas por que a amizade deveria ser o nosso critério? Já não bastam os encantos —e os abismos— que essa relação nos impõe?

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Today, 4:06 PM
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Como é que é? | Como reduzir o analfabetismo funcional no Brasil?

O Brasil estagnou na redução do analfabetismo funcional e a condição atinge 29% da população de 15 a 64 anos. Esse é o mesmo patamar que o país tinha em 2018 e ainda um recuo em relação a 2009, quando alcançava 27% dos brasileiros.
O resultado é do Inaf (Indicador de Alfabetismo Funcional), estudo coordenado pela ONG Ação Educativa e que teve início em 2001.

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Today, 4:02 PM
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Analfabetismo funcional: 1/3 tem dificuldade de ler texto

Analfabetismo funcional: 1/3 tem dificuldade de ler texto | Inovação Educacional | Scoop.it
Taxa de analfabetismo funcional segue no mesmo patamar de 2018; 7% da população dessa faixa etária não lê palavras ou número de telefone
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Today, 10:51 AM
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Regra do EAD permitirá aula síncrona para formar professor - 10/05/2025 - Educação - Folha

Regra do EAD permitirá aula síncrona para formar professor - 10/05/2025 - Educação - Folha | Inovação Educacional | Scoop.it
Priscila Cruz, do movimento Todos Pela Educação, critica a justificativa das universidades privadas para a oferta EAD na formação de professores, de que democratiza o acesso dos jovens à universidade. "Trata-se de um pacto de mediocridade em que as instituições de ensino superior fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem", diz. "Levar a sério a formação de professores seria a maior contribuição da iniciativa privada para a educação básica."

Dos 9,9 milhões de alunos de ensino superior no Brasil, 49% estão em cursos de EAD (educação a distância), segundo dados de 2023 (os mais recentes divulgados).

Pedagogia, por exemplo, é a carreira com mais alunos no país, somando 852 mil matrículas. Desses, 77% estão no EAD.

Já enfermagem é o quarto curso com mais alunos, sendo que 41% dos 472 mil matriculados estudam na modalidade remota.

Desde o fim do ano passado o governo tem visto forte mobilização de empresários do setor educacional, que tem no EAD uma das principais apostas e são contra regras muito restritivas para essa oferta. Integrantes do setor fizeram chegar ao governo a mensagem de que as mudanças podem provocar aumento de mensalidades e desaceleração na evolução de matrículas.

Internamente, a equipe do Planalto teme que a publicação das novas regras possa causar uma crise parecida com aquela enfrentada no início do ano, depois da publicação de uma norma sobre o Pix. O governo realizou pesquisas de opinião para tentar medir as possíveis repercussões, segundo relatos.
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IBM e L'Oréal construirão o primeiro modelo de IA para promover a criação de Cosméticos Sustentáveis  

IBM e L'Oréal construirão o primeiro modelo de IA para promover a criação de Cosméticos Sustentáveis   | Inovação Educacional | Scoop.it
A IBM (NYSE: IBM) e a L’Oréal, empresa líder mundial em beleza, anunciaram uma colaboração para alavancar a tecnologia e a experiência de inteligência artificial generativa (GenAI), com o objetivo de descobrir novos insights em dados de formulação cosmética, facilitando o uso de matérias-primas sustentáveis para redução de desperdício de energia e suprimentos. Esta iniciativa exclusiva desenvolverá um modelo de base de IA personalizado, projetado para aumentar significativamente a capacidade das equipes de pesquisa e inovação da L’Oréal a fim de atingir desempenho e satisfação extra do consumidor em todas as categorias de cosméticos e em todo o mundo. Acredita-se que o modelo de base da formulação seja o primeiro do gênero na indústria, redefinindo a inovação em IA na intersecção entre beleza, química e tecnologia.
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Correlação entre IA e ações de adaptação é prioridade para indústria brasileira diante de mudanças climáticas

Correlação entre IA e ações de adaptação é prioridade para indústria brasileira diante de mudanças climáticas | Inovação Educacional | Scoop.it
Os efeitos da mudança do clima estão se tornando cada vez mais frequentes, nos últimos meses foram observados eventos com impactos severos no Rio Grande do Sul, incêndios em Los Angeles, Valência (na Espanha) e em cidades da Indonésia, Afeganistão e Quênia. Ao mesmo tempo, áreas de vegetação – como Brasil, China, Chile e países na região da África Subsaariana – sofrem com as secas extremas e queimadas. Os impactos preocupam a indústria, afetada de diferentes formas. Apenas no primeiro semestre de 2024, os desastres climáticos somaram US$120 bilhões de perdas em todo o mundo, segundo levantamento da seguradora Munich Re. O altíssimo custo desses eventos levanta o debate: como estimular a mitigação e a adaptação ‘dentro de casa’ para reduzir esse impacto?
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O Brasil que envelhece rápido: inovar para não colapsar 

O Brasil que envelhece rápido: inovar para não colapsar  | Inovação Educacional | Scoop.it
Esse impasse pode ser encarado como crise ou como oportunidade. Há sinais de reinvenção produtiva entre os mais velhos: empreendedores que começam negócios após os 50 anos, consultores experientes que atuam por projeto, profissionais que encontram nas plataformas digitais uma ponte para o trabalho flexível e sob demanda. Mas nada disso será suficiente se o país não investir em capacitações acessíveis e em políticas públicas que reconheçam o valor da experiência. A inclusão produtiva da população mais velha precisa ser tratada como prioridade econômica, e não como pauta periférica.
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May 10, 12:16 PM
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Pensamento computacional: inovação essencial na sala de aula

Pensamento computacional: inovação essencial na sala de aula.
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May 10, 12:11 PM
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Why Proprietary Data Is The New Gold For AI Companies

Why Proprietary Data Is The New Gold For AI Companies | Inovação Educacional | Scoop.it

À medida que a competição pelo domínio da IA ​​se intensifica, as empresas começam a pensar em como aproveitar os dados proprietários que possuem para conquistar sua própria fatia do bolo da IA. Embora o boom da IA ​​tenha sido impulsionado por chips mais rápidos, modelos maiores e poder computacional em constante expansão, modelos fundamentais como GPT, Gemini e Claude estão se tornando mais acessíveis e comoditizados. E isso resultou em empresas de IA — como OpenAI, xAI, DeepSeek, Anthropic, Google, Ali Baba e outras — lançando cada vez mais modelos de IA que fazem, sem dúvida, as mesmas coisas, com alguns modelos superando outros em determinados benchmarks.

Especialistas agora dizem que a verdadeira vantagem competitiva está mudando para dados proprietários , com alguns até argumentando que as empresas que controlam conjuntos de dados exclusivos e de alta qualidade são aquelas que definirão os termos sobre como a IA será desenvolvida e usada em todos os setores no futuro próximo.

Boe Hartman, cofundador e CTO da Nomi Health , vê essa mudança se refletindo em vários setores. “Os provedores de dados têm vantagem. Os provedores de modelos estão em uma corrida para o fundo do poço — eventualmente, serão comoditizados. O verdadeiro valor está nos dados que tornam esses modelos mais inteligentes e úteis, especialmente com a entrada em cena da IA ​​agêntica”, disse ele em uma entrevista.

É uma afirmação ambiciosa com potencial real para mudar o futuro do desenvolvimento da IA. Mas essa tendência emergente também traz novos desafios: mais batalhas judiciais sobre propriedade de dados, regulamentações de privacidade mais rígidas e custos crescentes de aquisição de dados.
A vantagem dos dados proprietários

Dados sintéticos e publicamente disponíveis já foram vistos como a base do desenvolvimento da IA. Mas, como explicou Andy Thurai , analista principal e vice-presidente da Constellation Research, sua utilidade está chegando ao limite. "A maioria das empresas de IA esgotou os dados disponíveis na internet. As diferenças em dados, computação, infraestrutura e algoritmos estão diminuindo, o que significa que os modelos terão dificuldade para serem diferenciados. Conjuntos de dados exclusivos e de alta qualidade são agora o verdadeiro diferencial."

 
Dados proprietários permitem que as empresas ajustem modelos de IA com conhecimento específico de domínio, criando aplicações que superam modelos genéricos treinados em dados públicos. Isso é especialmente verdadeiro em setores altamente especializados. Prestadores de serviços de saúde, por exemplo, estão utilizando registros privados de pacientes (com as devidas proteções de privacidade) para treinar modelos de IA que podem diagnosticar doenças com mais rapidez e precisão do que a IA de uso geral.

No entanto, adquirir e manter conjuntos de dados exclusivos não é fácil. Como me disse Tzvi Kopetz, vice-presidente de marketing da Lusha : “O maior problema é a relação sinal-ruído. Adquirir dados valiosos, não apenas dados com ruído, exige o processamento de enormes quantidades, além de triagem e filtragem. Além disso, também requer IA proprietária para isso.”

Monetizando o Ouro dos Dados Proprietários

O dinheiro é rei no mundo dos negócios, não é mesmo? E o mundo acelerado da IA ​​não está isento dessa realidade. No espírito de minerar e monetizar o ouro dos dados proprietários, algumas empresas — como plataformas de mídia social, por exemplo — estão usando discretamente conteúdo gerado pelo usuário para treinar modelos de IA que são então licenciados para empresas terceirizadas. Outras, como serviços financeiros com tecnologia de IA, estão usando dados de transações proprietários para construir modelos preditivos que ajudam a otimizar investimentos.“Há tanta coisa acontecendo neste setor que é difícil dizer quais modelos de negócios vão perdurar”, disse Hartman. “Vi um relatório que dizia que existem 28.000 empresas diferentes de 'IA' no mundo — isso é muita besteira. O tempo dirá quem vencerá, mas as empresas com conjuntos de dados proprietários serão as vencedoras.”

Thurai vê essa mudança como inevitável. "Ao adicionar dados proprietários ou exclusivos, os modelos ganham um valor enorme. Especialmente modelos treinados com dados específicos de um domínio, como em saúde ou finanças, agregam muito valor."

O custo da propriedade de dados

Embora dados proprietários possam ser o novo ouro da IA, há espinhos e espinhos no caminho. Por exemplo, cumprir regulamentações — que agora estão prestes a se tornar ainda mais rigorosas — e atender aos requisitos éticos da IA ​​não são moleza. O custo de adquirir e manter conjuntos de dados limpos e estruturados é outra grande barreira.

Inna Tokarev Sela, fundadora e CEO da Illumex , observou como a regulamentação está moldando o cenário: “A verdadeira batalha será sobre quem realmente detém os dados — a empresa que os coleta ou a pessoa que os cria. E quem decide qual é o uso apropriado desses dados quando eles são gerados constantemente em todo o mundo?”

Leis de privacidade como GDPR, CCPA e HIPAA já estão reformulando a forma como os dados podem ser usados, e ainda mais regulamentações estão a caminho. Ao mesmo tempo, há uma percepção crescente de que o compartilhamento de dados — quando feito de forma responsável — pode ser mutuamente benéfico. Na Europa, por exemplo, acordos de compartilhamento de dados específicos do setor, como as trocas de dados de saúde, estão criando novos modelos para equilibrar privacidade e inovação.

Poder para os proprietários de dados

Com o equilíbrio de poder mudando para conjuntos de dados exclusivos e modelos de IA menores, mais enxutos e mais específicos do setor, as empresas que possuem dados de alto valor estão em posição de ditar como eles são usados ​​e quem tem acesso a eles. Essa tendência sugere que o futuro da IA ​​pode não ser dominado pelos desenvolvedores de modelos, mas sim pelas empresas que fornecem dados de alta qualidade para esses modelos.

“Os provedores de modelos continuarão a agregar valor a um grande número de provedores de serviços”, disse Kopetz, “mas vejo um desenvolvimento de níveis de provedores de modelos. Assim como a DeepSeek construiu uma solução de baixo custo sobre outros modelos , da mesma forma, haverá níveis de provedores de serviços de modelos.”

Sela concorda com essa ideia, observando que "a dinâmica de poder está evoluindo mais para os detentores de dados definindo termos para os consumidores de dados, em vez de os desenvolvedores de modelos fundamentais deterem o poder. Se eu possuo um conjunto de dados exclusivo e você deseja usar um novo modelo DeepSeek com meus dados proprietários, é você, como consumidor final, quem pagará por essa exclusividade de dados, não o fornecedor do modelo."

Definindo a próxima era

O mundo da IA ​​é dinâmico e novas inovações surgem quase diariamente. Portanto, será interessante ver como as empresas alavancam seus conjuntos de dados exclusivos, como isso pode mudar a forma como a IA é desenvolvida e a que custo.

Mas uma coisa é certa: à medida que os modelos de IA se tornam cada vez mais acessíveis, não são os algoritmos que determinarão o sucesso, mas os dados que os alimentam. E as empresas que conseguem coletar, gerenciar e monetizar conjuntos de dados proprietários definirão a próxima era da IA ​​— enquanto aquelas que dependem exclusivamente de dados públicos podem ter dificuldades para competir.

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May 10, 11:21 AM
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Investimento do Brasil em educação: quanto e em quais áreas

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