O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa? Luciano Sathler É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática. Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing. O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais. Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho. A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados. A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar. No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes. Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador". Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante. Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos. Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano. O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.
Embora a Lei Brasileira de Inclusão, que completa dez anos em julho, proíba a recusa, algumas escolas ainda dificultam ou até negam a matrícula de crianças com deficiência, ou transtornos como o autismo.
Nos últimos anos, “trabalho híbrido” virou sinônimo de alternar entre o home office e o escritório. E, no geral, esse modelo agradou bastante: as pessoas ganharam mais flexibilidade, passam menos tempo no trânsito e conseguem ter uma rotina mais equilibrada. Mas agora o trabalho híbrido está ganhando um outro significado – que não tem nada a ver com lugar.
Com a inteligência artificial cada vez mais integrada ao dia a dia das empresas, o futuro do trabalho híbrido não será apenas sobre onde a gente trabalha, mas como trabalhamos com esses novos “colegas” digitais. Entramos na era do trabalho híbrido com IA.
Filtros automatizados podem ser um obstáculo para quem busca emprego. Veja como a inteligência artificial pode ajudar a lidar com eles Por Juliana Causin na newsletter IAí? — São Paulo Quem nasceu em algum momento dos anos 1990, como eu, provavelmente lembra-se das aulas de informática, dos arquivos salvos em disquete e do desafio de fazer uma conexão discada. Era uma época também em que os currículos eram em papel e as vagas de emprego anunciadas prioritariamente nos jornais. O maior desafio para um candidato era fazer o CV ultrapassar a recepção e chegar até as mãos de alguém. Desde então, o Google Drive substituiu o disquete, os classificados estão no LinkedIn e ninguém mais precisa “entrar” na internet. Mas uma coisa não mudou: ter o seu perfil avaliado por um ser humano pode ser tão difícil quanto antes. A diferença é que o filtro mais desafiador, agora, é de um algoritmo. Na coluna de hoje, explico como funcionam essas barreiras invisíveis dos processos de seleção e como a inteligência artificial pode dar uma força para superá-las (sem que você caia em ciladas). Por que seu currículo é barrado por um robô? O principal desafio dos processos seletivos atuais tem nome em inglês: Applicant Tracking System, ou simplesmente ATS. São sistemas automatizados, baseados em inteligência artificial, que decidem quem merece (ou não) seguir adiante no processo seletivo, a partir da análise de compatibilidade do perfil e da vaga. Ferramentas desse tipo são o padrão. A empresa que não trabalha com sistemas próprios recorre a plataformas que os aplicam. Para os RHs, os ATS representaram a libertação das pilhas de papel, das caixas de e-mails lotadas e de horas de trabalho manual de seleção. Para os candidatos, viraram um pesadelo que os deixam insistentemente barrados “na porta” por robôs. Mesmo executivos experientes enfrentam esse funil, conta Andréa Cruz, CEO da Serh1 Gestão de Carreiras. — Muitos profissionais qualificados não passam em vagas por incompatibilidade de linguagem com o sistema — explica Andréa. — Os algoritmos geralmente usam parâmetros definidos por analistas de dados jovens, com uma linguagem mais técnica. Currículos mais tradicionais, com linguagem subjetiva, acabam ignorados. 🔧 Como usar a IA a seu favor Primeiro, um alerta: fazer do ChatGPT ou outra IA um auxiliar para ajudá-lo não significa compartilhar qualquer tipo de informação sensível com o chatbot. Inteligências artificiais podem ser úteis, mas é bom lembrar que elas têm memória (ou pelo menos algumas têm...). Assim, se o sistema armazena conversas ou usa seus dados para treinar futuros modelos, é melhor evitar compartilhar detalhes como CPF, endereços ou informações confidenciais. Outro lembrete: IAs alucinam. Aqui vamos mostrar como usar as sugestões como ponto de partida, mas sempre com você no controle da versão final. 📌 Revisão e ajustes do seu CV Antes de chegarmos no ATS, é bom lembrar que seu currículo precisa ser bem escrito e organizado. Se você precisa de ajuda para isso, o ChatGPT, o Claude e o Gemini são algumas opções para ajudar a revisar erros e sugerir ajustes (há outras opções, que mostramos na coluna passada). Um comando (prompt) para esse primeiro passo pode ser: ➤ Revise meu currículo (anexo) e identifique erros de gramática, pontuação e concordância. Também verifique se há problemas de digitação ou formatação. Me envie as sugestões de correção ponto a ponto. Um detalhe importante: se você só pedir a correção, muito provavelmente a IA vai escrever tudo para você. Ao pedir “sugestões ponto a ponto”, você continua no controle do resultado, recebe os trechos que precisam de ajuste e decide o que adotar ou não. Para anexar o arquivo, é só ir na opção "+”, dentro da conversa com a IA, e escolher anexar o arquivo. 📌 O seu currículo conversa com a vaga? Se o seu currículo está pronto e revisado, mas você quer entender se ele é compatível com uma vaga (e se passaria nos ATS), uma opção é enviar o documento e a vaga pretendida para a IA e escrever o seguinte prompt: ➤ Meu currículo está anexo. Você pode revisá-lo e checar a compatibilidade com a vaga a seguir (descrição abaixo)? Faça sugestões de melhoria e pontos que poderiam ser aperfeiçoados Procure entender as sugestões e focar nas adaptações que fazem sentido. Como são modelos baseados em texto, as IAs são boas para fazer comparações e sugerirem alterações. 📌 Como adaptar seu CV para os filtros ATS? Os algoritmos do ATS geralmente procuram palavras-chave específicas, mas o ponto é que, mesmo que seu currículo seja bom, ele precisa “falar a mesma língua” da vaga. Faça assim: ➤ Leia esta descrição de vaga: [cole abaixo]. Agora, faça sugestões de ajuste no meu currículo para destacar minhas habilidades e experiências que mais se encaixam nesse perfil, otimizando a descrição para análise de sistemas ATS. Aqui, uma explicação: o objetivo é fazer a IA identificar as palavras-chave da vaga e sugerir ajustes estratégicos no seu CV para que elas sejam identificadas pelo sistema. De novo: use as sugestões a seu favor, sem deixar o trabalho final na mão do robô. ⚠️ Último alerta: IA não faz milagre Currículo bom é aquele que traduz com clareza o que você sabe fazer e não o que a IA inventa. A tentação de automatizar tudo é grande, mas vale lembrar que se for genérico demais, o currículo pode até passar pelo robô, mas dificilmente vai convencer o humano do outro lado, que, no final, é quem decide. Laís Vasconcelos, gerente de recrutamento da Robert Half, ressalta que é fundamental que o candidato deixe no CV somente aquilo que ele realmente domina. — É importante fazer a compatibilidade do seu currículo com as atividades solicitadas na descrição da vaga, mas mantendo o senso crítico sobre a realidade das informações. Um currículo 100% formatado por IA pode gerar uma percepção de que são informações falsas. Vasconcelos ainda sugere que a IA pode ser útil para além do currículo e ajudar o candidato em pesquisas sobre a cultura da empresa, as tendências para determinado segmento e como se preparar para ele.
A inteligência artificial está remodelando o mundo do trabalho com velocidade e profundidade. Processos são transformados, ganhos de eficiência se multiplicam e a promessa de uma nova era de produtividade se espalha por todos os setores.
Desemprego caiu, mas boa parte das ocupações formais têm salários rebaixados e alta rotatividade. “Autônomos” já são 25% da força de trabalho. Taxa de sindicalização despencou. Como construir saídas criativas e solidárias a estes desafios?
No primeiro episódio da série É Sobre Educação, uma parceria do Estadão Blue Studio com o Sesi-SP, a jornalista Camila Silveira conversa com Adilson Dalben, supervisor de Projetos de Formação da Faculdade Sesi de Educação, e com o professor-doutor Rogério Chaparin, docente do Instituto Federal de São Paulo e educador do Centro de Aperfeiçoamento do Ensino de Matemática do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (Caem-IME-USP).
Uma discussão sobre por que a matemática continua sendo um obstáculo para tantos alunos e o que pode ser feito para transformar esse cenário. Assista.
À exceção de unidades educacionais específicas —como aquelas dentro de unidades prisionais, hospitais ou em regiões muito isoladas—, o diretor enxerga as PPPs como um modelo plenamente expansível para todo o estado.
Mas antes de dar escala, a ideia é usar os contratos recém-assinados como aprendizado, entendendo o que funciona e o que ainda precisa ser adaptado.
Ganhar tempo, aliás, pode jogar a favor das parcerias, avalia Benozatti. Para o diretor, à medida que os projetos forem implementados, a qualidade das entregas deve gerar uma demanda espontânea.
"Todo governo vai querer avançar nesses projetos, porque eles vão dar resultado. Da mesma maneira que aconteceu com as rodovias, que tiveram as primeiras licitações na década de 1990 e hoje, mais de 30 anos depois, 70% da malha está sob concessão [no estado]", afirma.
Prefeitura diz que mapeou gestores mal avaliados e vai oferecer formação; para especialistas, responsabilização dos dirigentes deveria ser parte de um processo de construção da carreira e não punição isolada
No episódio de hoje, recebemos Luciano Sathler, doutor em Administração e membro do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais, para um bate-papo revelador sobre os impactos da inteligência artificial na educação — um tema tão atual quanto desafiador.
Já a Rede Batista de Educação adotou uma estratégia diferente, porém, complementar: a integração transversal de tecnologias emergentes em todo seu currículo. Valseni Braga, diretor-geral da rede, conta que todas as 22 unidades oferecem disciplinas de robótica com objetivo de incentivar os alunos a desenvolverem habilidades em programação e engenharia desde cedo, preparando-os para um mundo cada vez mais tecnológico. “Nosso compromisso é formar cidadãos éticos, críticos e inovadores, prontos para contribuir de maneira significativa em um mundo em transformação”, garante. A instituição criou até uma Gerência de Educação Digital específica, liderada pelo professor Luciano Sathler, para garantir que a incorporação de ferramentas como IA na educação seja feita de forma criteriosa e pedagogicamente fundamentada. “Preparar os alunos para profissões emergentes requer uma formação que vá além do conhecimento técnico, enfatizando a capacidade de adaptação e o aprendizado contínuo”, indica, sinalizando que a promoção de uma cultura de inovação e pensamento crítico, incentivando os estudantes a serem solucionadores de problemas e agentes de mudança, uma preparação que passa, necessariamente, por disciplinas e projetos interdisciplinares que abordam temas como sustentabilidade e ética, além de visar o desenvolvimento de habilidades socioemocionais
O que é imprescindível, portanto, ainda segue apenas como compromisso para o futuro, reafirmado pelo ministro aos reitores e entidades que assistiram ao seu anúncio: a construção de um projeto que garanta sustentabilidade ao ensino superior, da mesma forma que a educação básica tem com o Fundeb. Enquanto esse futuro não chega, será imprescindível voltar ao passado: hoje as universidades e institutos federais pagam, em grande medida, o preço da política de expansão desenfreada promovida pelos governos lulopetistas, empenhados em espalhar câmpus sem condições materiais e financeiras para seu funcionamento e manutenção.
No caso das federais, muitos dos novos câmpus nasceram da transformação de unidades de ensino em “novas universidades”. Uma faculdade de Medicina no interior, por exemplo, foi transformada em universidade, obrigando a criação de mais cursos, burocracia e infraestrutura, gerando mais despesas de custeio. Com isso aprofundou-se um déficit acumulado de muitos anos, que se traduz em dificuldades perversas, sobretudo no chamado orçamento discricionário, que paga o custeio das instituições, incluindo despesas rotineiras como água, luz, internet, limpeza, vigilância e manutenção predial.
Na ânsia de anunciar cifras e obras, os governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff deixaram em segundo plano questões essenciais como o modelo de ensino e os papéis que universidades federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia têm para a formação de estudantes, a pesquisa e a qualificação profissional. Também menosprezaram a necessidade, já tardia, de atualizar currículos e propósitos e aperfeiçoar a trajetória de jovens que saem de um ensino médio deficiente para uma formação superior em grande parte obsoleta. E assim o Brasil seguiu com três cacoetes históricos: a crença num modelo único para a educação superior, o devaneio de que a universidade é para todos e o preconceito contra a educação profissionalizante.
Por óbvio em razão das umbilicais ligações do PT com o sindicalismo, seus governos também jamais enfrentaram o corporativismo de professores e servidores públicos em geral, que costumam sentir urticária com qualquer tentativa de debate sobre produtividade e eficiência. Os dados mais recentes do Censo da Educação Superior, de 2023, mostram, por exemplo, que cada professor das universidades e institutos federais forma, em média, apenas 1,26 aluno por ano. O leitor não leu errado: naquele ano, cerca de 147 mil estudantes concluíram cursos de graduação, com 117 mil docentes em atividade. Embora muitos desses professores também deem aulas na pós-graduação, a grande maioria ainda dedica boa parte de sua carga horária à graduação, onde há números preocupantes de evasão e baixa taxa de formatura. A relação entre o custo das instituições e o número de alunos também é desabonadora.
O fato é que, sob qualquer ótica, a eficiência nessa área é baixíssima, problema que se torna ainda mais agudo porque desde 2014 o Estado brasileiro vive em crise fiscal permanente – o que amplia a pressão para cortes no Orçamento, realimenta a penúria já existente e exige ainda mais disciplina fiscal e capacidade de gestão e manejo dos recursos, atributos em falta no nível federal. Um ciclo de desserviço contra o ensino superior público. Se há instituições federais “respirando por aparelhos”, como disse uma delas, ainda estamos longe de ver um tratamento definitivo para eliminar a insegurança orçamentária e tirá-las de fato da UTI.
A inserção de tecnologias digitais no ambiente escolar não é recente. Muitas escolas fazem esforços para aproximar os estudantes de um uso mais apropriado das tecnologias, de forma que possam desenvolver habilidades importantes para o século 21 tais como pensamento crítico e resolução de problemas.
Contudo, o indicador mostrou que há dificuldades nesse campo. Para 60% dos entrevistados, seus professores da educação básica não estão preparados para aplicar novidades tecnológicas nas aulas. No ensino superior o índice é menor: 33,3%.
A Inteligência Artificial (IA) está redefinindo o mundo. Está nos aplicativos que usamos, nos diagnósticos médicos, na indústria, no código que escrevemos. E quem domina essa tecnologia está um passo à frente.
Em entrevista à Fast Company Brasil, autor de "A Geração Ansiosa" critica big techs, fala do papel do Brasil e diz esperar que “as redes sociais passem um dia a competir por segurança”
Ele é maior do que a média nacional, a informalidade é alta e 67% não possuem qualificação. Há desajustes profundos entre o sistema educacional e o mercado de trabalho. E o “empreendedorismo” não resolverá o problema: uma política robusta de primeiro emprego é necessária
Qual é a aposta dos jovenspara o seu futuro? Dados de uma pesquisa do Senac São Paulo, em parceria com o Instituto Locomotiva, mostram que 84% dos jovens de 14 a 18 anos acreditam que fazer cursos formais é fundamental para atuar nas novas profissões. Além disso, 86% veem o ensino técnico como aliado na construção de uma carreira, 85% consideram essa formação porta de entrada para o mercado de trabalho e 92% estão confiantes no próprio sucesso profissional.
Esse cenário contrasta com os discursos que circulam nas redes sociais, desestimulando os estudos e desvalorizando a formação técnica. “Os dados revelam uma geração que, mesmo exposta a esses conteúdos, aposta no conhecimento como ferramenta para alcançar estabilidade, propósito e realização”, afirma Fernanda Yamamoto, coordenadora do Ensino Médio Técnico do Senac São Paulo.
Escola como aliada A confiança na educação também aparece nos planos para os próximos anos. Entre os estudantes do ensino fundamental, 74% escolheriam um curso técnico integrado ao ensino médio. A maioria afirma que deseja alinhar seus valores pessoais à profissão escolhida e acredita que, quanto mais anos de estudo, é maior a chance de crescimento financeiro. “Mesmo expostos a conteúdos digitais que desestimulam a educação, 79% consideram prejudicial o incentivo ao abandono dos estudos”, diz Fernanda.
Em 2024, mais de 560 mil matrículas foram feitas no Senac São Paulo, sendo 280 mil com bolsas de estudo integrais Foto: Tiago Queiroz/Estadão Blue Studio Para 74% dos jovens, os professores são referência maior do que influenciadores digitais — sinal de que a escola segue como espaço legítimo de formação. De acordo com Fernanda, o papel do educador é central nesse processo. “Eles ajudam os jovens a acreditarem em si mesmos. Essa geração só precisa de alguém que diga: ‘Você pode ser tudo o que quiser’. E esse é o nosso papel”, afirma.
Aprender para transformar Essa visão positiva sobre a formação técnica se conecta ao Jeito Senac de Educar, modelo pedagógico baseado em metodologias ativas, valorização da diversidade e estímulo ao protagonismo dos alunos (leia mais na pág. 8). “A educação profissional é inclusiva e transformadora. Ela oferece identidade a quem, muitas vezes, não se via como parte legítima do mundo do trabalho”, diz Fernanda. “Os alunos saem com uma percepção diferente sobre si mesmos e passam a ter voz”, completa.
Fernanda Yamamoto, coordenadora do Ensino Médio Técnico do Senac São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão Blue Studio A proposta é aproximar os conteúdos da realidade dos alunos, com experiências práticas e aplicadas. “É comum ouvir de um aluno: ‘Agora a matemática faz sentido’”, conta Fernanda. “Eles percebem o uso concreto da ciência, da gestão, da comunicação. Isso dá propósito ao que aprendem e ajuda a construir projetos de vida mais sólidos.”
Educação que gera oportunidades O compromisso do Senac com a democratização da educação se reflete nos números. Só em 2024, mais de 560 mil matrículas foram realizadas nas 63 unidades do Senac São Paulo, boa parte por meio do Programa Senac de Gratuidade. Ao longo da última década, mais de 1,4 milhão de pessoas foram beneficiadas com bolsas integrais. Para o 2º semestre de 2025, estão previstas mais de 78 mil novas bolsas distribuídas em todo o Estado de São Paulo.
“Quem vem ao Senac busca mudar de vida, e a gente está preparado para isso, com centenas de cursos em áreas como gastronomia, moda, tecnologia e meio ambiente. A melhor forma de criar o futuro é fazendo”, resume Gilberto Garcia, Gerente de Desenvolvimento do Senac São Paulo.
E os resultados são concretos. Segundo dados do Departamento Nacional do Senac, cerca de 70% dos alunos conseguem emprego em até um ano após a conclusão do curso. “A educação técnica impulsiona o País ao formar profissionais para áreas estratégicas. Ela deveria ser vista não como uma alternativa de segunda linha, mas como uma trilha sólida para quem quer transformar a própria vida”, complementa Gilberto.
Gilberto Garcia, Gerente de Desenvolvimento do Senac São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão Blue Studio “Em geral, a sociedade valoriza mais o ensino superior como caminho de sucesso e desconhece as vantagens da formação técnica, que oferece inserção rápida e qualificada no mercado”, diz Fernanda Yamamoto.
Da teoria à prática O Geração Senac traduziu essa proposta em experiências reais. Oficinas de animação, Toy Art, gastronomia e design de games permitiram que os visitantes testassem habilidades e descobrissem interesses. “Muitos nunca imaginaram que poderiam criar um parque ou desenvolver um jogo. E descobriram que é possível aprender dessa forma”, analisa Fernanda.
Ao ampliar horizontes e construir pontes entre presente e futuro, a educação profissional revela seu papel mais poderoso: libertar trajetórias, abrir caminhos e permitir que cada um seja o que quiser ser — com propósito, identidade e pertencimento. “Essa escola serve para que cada estudante entenda quem é, de onde veio e o impacto que pode causar no mundo”, conclui Fernanda.
divider Jovens veem educação como chave para o futuro
86% acreditam que o ensino técnico pode impulsionar suas carreiras 85% consideram a formação técnica porta de entrada para o mercado de trabalho 74% dos estudantes do ensino fundamental optariam por um itinerário técnico no ensino médio 65% veem o ensino técnico tão útil quanto o superior para conquistar boas oportunidades 84% valorizam o alinhamento entre carreira e valores pessoais 72% acreditam que mais anos de estudo significam melhores salários 66% conhecem alguém que teve sucesso profissional com base em um curso técnico 74% admiram mais seus professores do que influenciadores digitais Fonte: Pesquisa Senac São Paulo e Instituto Locomotiva (2025)
“Aprender matemática não deve ser sinônimo de memorizar, mas sim de resolver problemas.” A frase dita por Adilson Dalben, supervisor de Projetos de Formação da Faculdade Sesi de Educação, traduz o espírito do episódio de estreia da série É sobre Educação, uma parceria do Estadão Blue Studio com o Sesi-SP. Com mediação da jornalista Camila Silveira, o podcast recebe Dalben e o professor-doutor Rogério Chaparin, docente do Instituto Federal de São Paulo e educador do Centro de Aperfeiçoamento do Ensino de Matemática do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (Caem-IME-USP), para discutir por que a matemática continua sendo um obstáculo para tantos alunos — e o que pode ser feito para transformar esse cenário.
Levantando do Equidade.info em parceria com a Frente Parlamentar Mista da Educação mostra, no entanto, que 16% dos alunos mantém utilização de maneira consistente
Como foram selecionados os 25 diretores? Segundo a secretaria, os gestores escolhidos deveriam atender a três critérios:
Unidade escolar — escolas enquadradas no grupo prioritário, cuja lista não foi divulgada; Tempo de atuação — diretores que estão há pelo menos quatro anos na gestão da mesma escola; Desempenho em avaliações de larga escala — resultados obtidos no IDEB e IDEP em 2023.
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