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January 11, 2013 11:07 AM
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Mooc à brasileira: um jeito rentável de dar videoaula

Mooc à brasileira: um jeito rentável de dar videoaula | Inovação Educacional | Scoop.it

Site PingMind permite que escolas, universidades, organizações ou professores proponham cursos on-line, gratuitos ou não

O The New York Times decretou: 2012 foi o ano dos Moocs. Mas, apesar das centenas de milhares de alunos registrados em plataformas como Coursera, edX e Udacity, especialistas ainda alertam sobre a sustentabilidade de projetos que se baseiam no ensino on-line gratuito para grandes massas. Um grupo de pernambucanos, porém, está disposto a provar que é possível ter um modelo de Mooc rentável e acaba de lançar o PingMind, uma plataforma para oferta de cursos on-line que comporta tanto aulas gratuitas quanto pagas, a depender de quem propõe a aula.

O site, desenvolvido por Marcel Caraciolo, 28, e uma equipe mais quatro jovens profissionais, provê a infraestrutura necessária para professores e instituições oferecerem cursos. “Nossa missão é dar a ferramentas para ensino on-line para qualquer um que queira aprender ou ensinar”, diz o empreendedor. A ideia surgiu no ano passado, depois de os próprios criadores terem experimentado alguns dos Moocs mais famosos e percebido que era possível fazer uma versão brasileira rentável dessas plataformas. Lançaram então o PyCursos, site especializado em aulas da linguagem Python de programação. Deu tão certo que a equipe lançou o PingMind, já incluindo nessa nova iniciativa os cursos que haviam criado e abrindo espaço para aulas de outras áreas do conhecimento. “Percebemos que havia ali uma demanda”, diz Caraciolo.

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Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
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September 10, 2024 9:19 AM
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Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler | Inovação Educacional | Scoop.it

O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa?
Luciano Sathler
É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais
As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática.
Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing.
O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais.
Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho.
A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados.
A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar.
No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes.
Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador".
Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante.
Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos.
Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.

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Educar na era da IA: a necessidade urgente de redesenhar as escolas

Educar na era da IA: a necessidade urgente de redesenhar as escolas | Inovação Educacional | Scoop.it
Nestes tempos de extrema polarização, uma área de consenso educacional entre a esquerda e a direita é que as escolas americanas — especialmente as escolas de ensino médio — precisam ser redesenhadas para atender à idade em que vivemos. O modelo de fábrica herdado de 100 anos atrás não foi projetado para fornecer o tipo de aprendizado exigido pela economia moderna ou os relacionamentos de que os jovens precisam para se sentirem seguros, cuidados e engajados.

Líderes educacionais em estados republicanos e democratas, de Indiana, Kentucky e Missouri até Califórnia, Nova York e Washington, estão buscando desenvolver e implementar novos perfis de graduados , transformar os requisitos de conclusão do ensino médio, desenvolver abordagens de avaliação que meçam competências em vez de tempo de aula e apoiar o aprendizado experimental que desenvolva resolução de problemas, colaboração e outras habilidades duradouras.

Essas mudanças refletem a crescente percepção de que muitas de nossas escolas não foram projetadas para educar a próxima geração a enfrentar os desafios do nosso tempo. Após uma pandemia global, ficou claro que a maioria das escolas precisa ser mais capaz de personalizar a aprendizagem e criar espaços acolhedores para que os alunos possam lidar com os efeitos do trauma, atender às suas necessidades e apoiar sua aprendizagem. E as escolas precisam fazer mais do que apenas enfrentar crises de saúde, segurança e climáticas; precisamos que nossos jovens estejam preparados com o conhecimento e as habilidades para enfrentar os desafios ainda maiores que enfrentarão nos próximos anos.

PROMOVIDO
Repensando a educação para um futuro em rápida mudança
Um estímulo cada vez mais urgente é o rápido crescimento da IA, que está remodelando drasticamente o cenário de empregos e exigindo mudanças na forma como preparamos os estudantes para carreiras futuras. Um estudo de 2023 do McKinsey Global Institute estimou que, até 2030, até 30% das horas trabalhadas atualmente na economia dos EUA poderão ser automatizadas, com mais empregos rotineiros em serviços de alimentação, manufatura, suporte administrativo e atendimento ao cliente se tornando mais automatizados, enquanto empregos não rotineiros em profissões liberais e áreas STEM exigem abordagens de trabalho totalmente novas.

Em 2020, a Forrester Research projetou que as tecnologias de IA e automação poderiam eliminar 29% dos empregos até 2030, além de criar novos empregos para 13% da força de trabalho. Outro resumo de estudos recentes concluiu o seguinte:

Essa transformação exigirá uma força de trabalho com maior alfabetização digital, adaptabilidade e capacidade de trabalhar em conjunto com tecnologias inteligentes. Espera-se que os setores que se concentram no desenvolvimento e implementação de soluções de IA experimentem crescimento, criando novas oportunidades de emprego em áreas como desenvolvimento de IA, análise de dados e aprendizado de máquina. Para navegar no mercado de trabalho em evolução e se proteger contra possíveis deslocamentos, os indivíduos devem priorizar o aprendizado contínuo e a qualificação profissional. Enfatizar a educação em áreas STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) e cultivar habilidades exclusivamente humanas, como criatividade, pensamento crítico e inteligência emocional, pode aumentar a segurança no emprego.

Cada vez mais, as escolas devem garantir que os alunos desenvolvam o que a liderança do Google identificou como "capacidade de aprendizagem" — o mais forte preditor de sucesso nesse ambiente. Isso inclui a capacidade dos alunos de encontrar, analisar e usar recursos para responder a perguntas e projetar soluções; aplicar o conhecimento usando julgamento; avaliar e aprimorar seu próprio trabalho; e implementar efetivamente habilidades avançadas de resolução de problemas, literacias e disposições. Analistas observam que o currículo precisará enfatizar e integrar melhor esses tipos de habilidades e dar atenção muito mais focada à alfabetização em dados e ao uso da tecnologia. A avaliação deve evoluir de forma semelhante para avaliar aplicações mais complexas do conhecimento a situações novas, em vez de questões de múltipla escolha projetadas para medir a recordação de informações. A instrução precisa incorporar a IA e ensinar como ela pode ser usada, e precisa se concentrar mais explicitamente no desenvolvimento da capacidade de aprendizagem.

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Em meio a essa rápida mudança, estudantes do ensino médio em ambientes tradicionais estão se esforçando para seguir um currículo que foi inicialmente definido por um pequeno grupo de educadores nomeados pela Associação Nacional de Educação em 1892. O "Comitê dos Dez" definiu as expectativas para cursar disciplinas em cada área — muito antes da existência de campos interdisciplinares, computadores e big data — que ainda definem o ensino médio na maioria dos estados hoje. Essas disciplinas são frequentemente ensinadas de forma abstrata e isolada, sem conexões com questões do mundo real. Uma pesquisa recente de Yale com mais de 25.000 estudantes do ensino médio descobriu que 75% tinham sentimentos amplamente negativos sobre sua experiência escolar, com os adjetivos mais frequentes sendo "estressado", "cansado" e "entediado". Em outra pesquisa nacional, apenas 29% dos estudantes do ensino fundamental e médio relataram que frequentaram a escola em um ambiente acolhedor. Um dos indicadores mais reveladores do desengajamento dos alunos é a taxa alarmantemente alta de absenteísmo crônico em muitas escolas.

Enquanto isso, 70% do público acredita que mais aspectos do sistema educacional deveriam mudar do que permanecer os mesmos. Isso provavelmente se deve ao fato de que a estrutura e o funcionamento das escolas não evoluíram muito nos últimos 100 anos, mesmo com as necessidades dos alunos e os conhecimentos e habilidades exigidos pela economia sendo drasticamente diferentes.

Passando do modelo de fábrica para uma aprendizagem baseada em relevância, rigor e relacionamentos
Muitos dos nossos jovens vivenciam o modelo de fábrica ainda predominante em nossas escolas de ensino médio, que foi projetado para colocá-los em uma esteira rolante e movê-los de um professor sobrecarregado para outro, em intervalos de 45 minutos, para serem marcados com aulas separadas e desconectadas, 7 ou 8 vezes por dia, com um armário no corredor como seu único ponto de contato estável. Nessas escolas, os alunos têm pouca oportunidade de se tornarem conhecidos por um período prolongado por adultos que possam considerá-los como pessoas completas ou como intelectos em desenvolvimento. Aqueles que precisam de recursos adicionais ou aconselhamento pessoal podem precisar esperar semanas para consultar um conselheiro com uma carga de trabalho de 500 alunos. Essas enormes instituições de depósito geralmente se concentram mais no controle do comportamento do que no desenvolvimento da comunidade. Embora esses modelos de fábrica possam ter funcionado para os propósitos que foram solicitados a servir há 100 anos, eles não atendem à maioria das necessidades dos nossos jovens hoje.

Há escolas de ensino médio reformuladas que engajam e apoiam os alunos, conectando-os ao mundo ao seu redor. Redes de escolas associadas a Big Picture Learning , Linked Learning Alliance , High Tech High , New Tech Network e Internationals Network , entre outras, administram escolas menores, bem como academias de aprendizagem dentro de grandes escolas, que oferecem aprendizagem envolvente e desafiadora baseada em projetos que abordam problemas do mundo real. Elas também oferecem estágios em empresas locais e organizações comunitárias, além de cursos de crédito duplo com universidades locais, além de apoiar os alunos com sistemas de aconselhamento que garantem sua reputação.

Ao contrário de escolas centenárias que operam sob o modelo industrial de ensino, projetado para preparar a maioria dos alunos para o trabalho de memorização, estas escolas de ensino médio remodeladas são desenvolvidas com base em um amplo e crescente conjunto de pesquisas nas áreas de neurociência, psicologia e outras ciências do desenvolvimento e da aprendizagem. Esta ciência contemporânea da aprendizagem e do desenvolvimento confirma que os jovens crescem e prosperam em ambientes projetados para apoiar o desenvolvimento individualizado e a aprendizagem prática e baseada em investigação, onde mantêm relacionamentos fortes e de apoio e onde suas necessidades sociais, emocionais, físicas e cognitivas são atendidas.

Nos últimos 30 anos, milhares de escolas secundárias reformuladas demonstraram que é possível proporcionar níveis muito maiores de sucesso para os jovens, incluindo aqueles que foram historicamente excluídos e excluídos das oportunidades de aprender.

Para destacar apenas um exemplo, veja o caso da Life Academy of Health and Bioscience em Oakland, Califórnia, que atende 446 alunos do 6º ao 12º ano. Nessa escola, 99% dos alunos são negros, 96% vêm de famílias de baixa renda e 30% são estudantes de inglês. A Life Academy é uma das mais de 600 opções de preparação para a faculdade e para a carreira lançadas na Califórnia por meio da Linked Learning Alliance. Essas academias oferecem preparação para a faculdade e para a carreira em setores de alta demanda, em parceria com empresas e organizações comunitárias. Ao contrário dos antigos cursos de "educação profissional", projetados para alunos que não estavam destinados à faculdade, esses cursos preparam os alunos tanto para a faculdade quanto para a carreira em um ambiente sem acompanhamento, onde todos os alunos se beneficiam de um currículo desafiador e prático, além de oportunidades de aprendizagem baseadas no trabalho.

Inaugurada no outono de 2001, a Life Academy foi projetada com base em pesquisas sobre pequenas comunidades de aprendizagem eficazes e, originalmente, funcionava dentro de uma grande escola de ensino médio abrangente. A maioria das escolas de ensino médio de Oakland — grandes e pequenas — agora oferece academias de Aprendizagem Conectada em diferentes áreas, e todas elas também são escolas comunitárias que oferecem um conjunto completo de assistência médica, serviços sociais e oportunidades de aprendizagem ampliadas aos seus alunos.

A missão da Life Academy é criar oportunidades equitativas para estudantes oriundos de comunidades carentes de Oakland. Por meio de experiências de aprendizagem transformadoras, focadas em saúde, medicina e biociências, os alunos se envolvem em um aprendizado baseado em investigação e são inspirados a adquirir as habilidades, o conhecimento e os hábitos necessários para o sucesso na faculdade e em carreiras na área médica. Essas habilidades são desenvolvidas, em parte, por meio das diversas exposições performáticas da escola, nas quais os alunos apresentam e defendem seus projetos e trabalhos de pesquisa individuais e colaborativos para professores, parceiros da indústria, familiares e outros alunos.

Todos os alunos escolhem um dos três caminhos de carreira da escola — medicina, saúde ou biotecnologia — e cursam disciplinas e concluem um estágio alinhados a esse caminho. Para apoiar esses estágios, a escola desenvolveu relacionamentos profundos com parceiros do setor, incluindo o Oakland Children's Hospital, os programas Youth Bridge nos hospitais Alta Bates e Summit, e o Highland Hospital. Além dos estágios, os diferenciais da escola incluem ênfase na personalização, projetos interdisciplinares e trabalho em grupo colaborativo, integração de múltiplas formas de tecnologia em cursos e aprendizagem baseada no trabalho, demonstração pública de domínio e um currículo preparatório para a faculdade, bem como acesso a créditos duplos que levam a certificações em carreiras da saúde.

A escola teve uma taxa de graduação de 91% em 2021-22, e 96% de seus alunos concluíram os cursos para admissão em universidades estaduais, bem acima das médias distritais e estaduais. A escola normalmente coloca 100% de seus formandos em faculdades de 2 ou 4 anos. Ela teve a maior taxa de aceitação na Universidade da Califórnia e na Universidade Estadual da Califórnia entre todas as escolas de ensino médio em Oakland, com alunos estudando em instituições como UC Berkeley e UCLA, além de Stanford, Universidade de São Francisco e Smith College.

Quando questionados sobre quais experiências no ensino médio contribuíram para sua preparação para a faculdade, mais de 90% dos alunos da Life Academy listaram relacionamentos próximos com professores e orientadores. Mais de 90% também listaram características de suas experiências de aprendizagem mais profunda, incluindo estágios no local de trabalho, oportunidades para explicar seu pensamento, testar ou experimentar ideias para ver se funcionam, autoavaliação em seus trabalhos em sala de aula, participação em revisões por pares e necessidade de revisar seus trabalhos até que atendam aos padrões de proficiência. Essas práticas fazem parte de uma abordagem de aprendizagem baseada no desempenho, orientada para o domínio e apoiada por relacionamentos, que pode gerar sucesso para todos os alunos.

Alavancas para a Mudança: Alinhando Políticas e Práticas para uma Aprendizagem Poderosa e Equitativa
Para garantir que todos os alunos tenham acesso aos tipos de aprendizagem poderosa encontrados em escolas como a Life Academy, os formuladores de políticas devem reformular as estruturas que moldam a educação nos EUA. Isso inclui a mudança dos sistemas de responsabilização, que passam de medidas restritas baseadas em testes para avaliações que reflitam o desempenho no mundo real e um aprendizado mais profundo. Os estados e distritos devem estabelecer perfis claros de graduados que definam as habilidades e competências que os alunos precisam para o sucesso na escola, na faculdade e na carreira — e, então, alinhar currículo, ensino, avaliação e desenvolvimento profissional para apoiar esses resultados. Os recursos devem ser direcionados à construção de ambientes de aprendizagem pequenos e personalizados, onde relacionamentos sólidos, altas expectativas e trajetórias acadêmicas e profissionais integradas sejam a norma, não a exceção.

Ao mesmo tempo, as políticas federais e estaduais devem criar as condições que possibilitem essas mudanças necessárias, investindo na reformulação de modelos escolares obsoletos e ampliando abordagens baseadas em evidências que apoiem o acesso e o sucesso equitativos dos alunos. Isso inclui o financiamento de abordagens baseadas em evidências para a reformulação, o apoio a trajetórias universitárias e profissionais, e incentivos para parcerias entre escolas de ensino fundamental e médio, o ensino superior e a indústria. Mais importante ainda, os sistemas devem centralizar a voz e o bem-estar dos alunos em seus projetos, reconhecendo que pertencimento, relevância e propósito são fundamentais para a aprendizagem e a cidadania.

A transformação do ensino médio não é apenas um imperativo educacional: é uma necessidade cívica e econômica. Na era pós-pandemia, vimos claramente o que não funciona para os alunos do país — e o que funciona. Este momento é único para uma mudança informada e sistêmica em prol das abordagens baseadas em pesquisa que funcionam na educação e dos alunos que delas precisam em nosso mundo em rápida transformação.
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Today, 3:28 PM
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'Doutrina Monroe está viva': de onde vem a ideia americana de que América Latina é o quintal dos EUA

'Doutrina Monroe está viva': de onde vem a ideia americana de que América Latina é o quintal dos EUA | Inovação Educacional | Scoop.it
Secretário de Defesa dos EUA, Pete Segseth, disse que seu país precisa recuperar influência no seu “quintal”, se referindo ao restante da América; para especialistas, falas retomam interesses exclusivistas e passado de intervenções americanas
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O cientista que ajudou a converter a China em superpotência após ser deportado pelos EUA

O cientista que ajudou a converter a China em superpotência após ser deportado pelos EUA | Inovação Educacional | Scoop.it
Qian Xuesen tornou-se o pai do programa espacial e de mísseis da China. Se não tivesse sido deportado anos antes pelos Estados Unidos, sua história — e a dessas duas superpotências — poderia ter sido diferente.
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Today, 3:19 PM
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MEC lança série do Criança Alfabetizada no Canal Educação —

MEC lança série do Criança Alfabetizada no Canal Educação — | Inovação Educacional | Scoop.it
A série mostrará experiências das turmas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Cada episódio terá uma temática e comentários de especialistas. O projeto faz parte da formação de professores e gestores da educação básica disponível no Canal Educação. Os episódios serão transmitidos sempre às quintas-feiras, às 19h30, pelo canal 2.3. Outras possibilidades de acesso podem ser conferidas na página da TV do MEC no portal do ministério. A produção também estará disponível na plataforma Ambiente Virtual de Aprendizagem do MEC (Avamec).   
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Today, 11:25 AM
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Educação em Transformação: A Inteligência Artificial como Nova Fronteira do Aprendizado

Educação em Transformação: A Inteligência Artificial como Nova Fronteira do Aprendizado | Inovação Educacional | Scoop.it
No episódio de hoje, recebemos Luciano Sathler, doutor em Administração e membro do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais, para um bate-papo revelador sobre os impactos da inteligência artificial na educação — um tema tão atual quanto desafiador.
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Today, 11:19 AM
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Novas profissões exigem formação técnica aliada ao desenvolvimento humano

Já a Rede Batista de Educação adotou uma estratégia diferente, porém, complementar: a integração transversal de tecnologias emergentes em todo seu currículo. Valseni Braga, diretor-geral da rede, conta que todas as 22 unidades oferecem disciplinas de robótica com objetivo de incentivar os alunos a desenvolverem habilidades em programação e engenharia desde cedo, preparando-os para um mundo cada vez mais tecnológico. “Nosso compromisso é formar cidadãos éticos, críticos e inovadores, prontos para contribuir de maneira significativa em um mundo em transformação”, garante. A instituição criou até uma Gerência de Educação Digital específica, liderada pelo professor Luciano Sathler, para garantir que a incorporação de ferramentas como IA na educação seja feita de forma criteriosa e pedagogicamente fundamentada.
“Preparar os alunos para profissões emergentes requer uma formação que vá além do conhecimento técnico, enfatizando a capacidade de adaptação e o aprendizado contínuo”, indica, sinalizando que a promoção de uma cultura de inovação e pensamento crítico, incentivando os estudantes a serem solucionadores de problemas e agentes de mudança, uma preparação que passa, necessariamente, por disciplinas e projetos interdisciplinares que abordam temas como sustentabilidade e ética, além de visar o desenvolvimento de habilidades socioemocionais

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June 1, 2:31 PM
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A crise crônica das universidades federais

O que é imprescindível, portanto, ainda segue apenas como compromisso para o futuro, reafirmado pelo ministro aos reitores e entidades que assistiram ao seu anúncio: a construção de um projeto que garanta sustentabilidade ao ensino superior, da mesma forma que a educação básica tem com o Fundeb. Enquanto esse futuro não chega, será imprescindível voltar ao passado: hoje as universidades e institutos federais pagam, em grande medida, o preço da política de expansão desenfreada promovida pelos governos lulopetistas, empenhados em espalhar câmpus sem condições materiais e financeiras para seu funcionamento e manutenção.

No caso das federais, muitos dos novos câmpus nasceram da transformação de unidades de ensino em “novas universidades”. Uma faculdade de Medicina no interior, por exemplo, foi transformada em universidade, obrigando a criação de mais cursos, burocracia e infraestrutura, gerando mais despesas de custeio. Com isso aprofundou-se um déficit acumulado de muitos anos, que se traduz em dificuldades perversas, sobretudo no chamado orçamento discricionário, que paga o custeio das instituições, incluindo despesas rotineiras como água, luz, internet, limpeza, vigilância e manutenção predial.

Na ânsia de anunciar cifras e obras, os governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff deixaram em segundo plano questões essenciais como o modelo de ensino e os papéis que universidades federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia têm para a formação de estudantes, a pesquisa e a qualificação profissional. Também menosprezaram a necessidade, já tardia, de atualizar currículos e propósitos e aperfeiçoar a trajetória de jovens que saem de um ensino médio deficiente para uma formação superior em grande parte obsoleta. E assim o Brasil seguiu com três cacoetes históricos: a crença num modelo único para a educação superior, o devaneio de que a universidade é para todos e o preconceito contra a educação profissionalizante.

Por óbvio em razão das umbilicais ligações do PT com o sindicalismo, seus governos também jamais enfrentaram o corporativismo de professores e servidores públicos em geral, que costumam sentir urticária com qualquer tentativa de debate sobre produtividade e eficiência. Os dados mais recentes do Censo da Educação Superior, de 2023, mostram, por exemplo, que cada professor das universidades e institutos federais forma, em média, apenas 1,26 aluno por ano. O leitor não leu errado: naquele ano, cerca de 147 mil estudantes concluíram cursos de graduação, com 117 mil docentes em atividade. Embora muitos desses professores também deem aulas na pós-graduação, a grande maioria ainda dedica boa parte de sua carga horária à graduação, onde há números preocupantes de evasão e baixa taxa de formatura. A relação entre o custo das instituições e o número de alunos também é desabonadora.

O fato é que, sob qualquer ótica, a eficiência nessa área é baixíssima, problema que se torna ainda mais agudo porque desde 2014 o Estado brasileiro vive em crise fiscal permanente – o que amplia a pressão para cortes no Orçamento, realimenta a penúria já existente e exige ainda mais disciplina fiscal e capacidade de gestão e manejo dos recursos, atributos em falta no nível federal. Um ciclo de desserviço contra o ensino superior público. Se há instituições federais “respirando por aparelhos”, como disse uma delas, ainda estamos longe de ver um tratamento definitivo para eliminar a insegurança orçamentária e tirá-las de fato da UTI.
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June 1, 2:22 PM
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Estresse e exaustão marcam o dia a dia de gestores escolares, aponta pesquisa

Estresse e exaustão marcam o dia a dia de gestores escolares, aponta pesquisa | Inovação Educacional | Scoop.it
A inserção de tecnologias digitais no ambiente escolar não é recente. Muitas escolas fazem esforços para aproximar os estudantes de um uso mais apropriado das tecnologias, de forma que possam desenvolver habilidades importantes para o século 21 tais como pensamento crítico e resolução de problemas. 

Contudo, o indicador mostrou que há dificuldades nesse campo. Para 60% dos entrevistados, seus professores da educação básica não estão preparados para aplicar novidades tecnológicas nas aulas. No ensino superior o índice é menor: 33,3%.
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June 1, 2:16 PM
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IA pode afetar 1 em cada 4 empregos, diz OIT; descubra se o seu está em risco | Trabalho e Carreira

IA pode afetar 1 em cada 4 empregos, diz OIT; descubra se o seu está em risco | Trabalho e Carreira | Inovação Educacional | Scoop.it
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), aproximadamente 25% dos empregos em todo o mundo estão potencialmente expostos à IA generativa.
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June 1, 2:10 PM
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O Melhor Caminho para Dominar Inteligência Artificial - Um Guia Completo (Parte 1)

O Melhor Caminho para Dominar Inteligência Artificial - Um Guia Completo (Parte 1) | Inovação Educacional | Scoop.it
A Inteligência Artificial (IA) está redefinindo o mundo. Está nos aplicativos que usamos, nos diagnósticos médicos, na indústria, no código que escrevemos. E quem domina essa tecnologia está um passo à frente.
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June 1, 2:08 PM
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Avanço da IA ameaça mais os empregos de mulheres do que os de homens

Avanço da IA ameaça mais os empregos de mulheres do que os de homens | Inovação Educacional | Scoop.it
Estudo da ONU alerta que as mulheres estão mais vulneráveis ao impacto da IA no mercado de trabalho, em especial nos países mais ricos
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June 1, 2:04 PM
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Jonathan Haidt defende políticas públicas contra o “emburrecimento da humanidade”

Jonathan Haidt defende políticas públicas contra o “emburrecimento da humanidade” | Inovação Educacional | Scoop.it
Em entrevista à Fast Company Brasil, autor de "A Geração Ansiosa" critica big techs, fala do papel do Brasil e diz esperar que “as redes sociais passem um dia a competir por segurança”
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Today, 3:40 PM
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Pais tóxicos: quando é a hora de se romper a relação?

Pais tóxicos: quando é a hora de se romper a relação? | Inovação Educacional | Scoop.it
Pesquisas mostram que distanciamento entre pais e filho é extremamente comum.
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Today, 3:28 PM
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Bebês reborn: 'Apego por boneca pode vir da vontade de controle absoluto das relações'

Bebês reborn: 'Apego por boneca pode vir da vontade de controle absoluto das relações' | Inovação Educacional | Scoop.it
A psicóloga Daniela Bittar propõe uma reflexão sobre o aumento de vínculos com formas não humanas e questiona se isso revela uma solidão crescente nas relações. Ela cita exemplos que vão de bebês reborn a inteligências artificiais tratadas como confidentes.
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A crise dos 'homens jovens inviáveis econômica e emocionalmente'

A crise dos 'homens jovens inviáveis econômica e emocionalmente' | Inovação Educacional | Scoop.it
A correspondente especial da BBC nos Estados Unidos, Katty Kay, entrevista o professor Scott Galloway, em busca de respostas sobre como lidar com a crise atual vivida pelos homens jovens, sem prejudicar as conquistas atingidas pelas mulheres nos últimos anos.
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Today, 3:27 PM
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Ganhar dinheiro na internet? Os 'microtrabalhos' de tarefas repetitivas que atraem mulheres

Ganhar dinheiro na internet? Os 'microtrabalhos' de tarefas repetitivas que atraem mulheres | Inovação Educacional | Scoop.it
Possibilidade de conciliar cuidados com os filhos e trabalho doméstico com geração de renda online, leva mulheres a ficarem 14 horas por dia assistindo vídeos, respondendo pesquisa de mercado ou impulsionando vendas de produtos para plataformas digitais.
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Today, 3:05 PM
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Faculdade particular deverá indenizar aluna que não conseguiu estágio

Faculdade particular deverá indenizar aluna que não conseguiu estágio | Inovação Educacional | Scoop.it
Uma aluna que cursava Enfermagem em uma faculdade particular de Juiz de Fora (MG) deverá receber R$ 5 mil da instituição por danos morais. A decisão é da 11ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que reformou a sentença da Comarca de Juiz de Fora.
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Today, 11:25 AM
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Equilíbrio financeiro, educação disruptiva, novas tecnologias e capacitação docente em pauta

Equilíbrio financeiro, educação disruptiva, novas tecnologias e capacitação docente em pauta | Inovação Educacional | Scoop.it

Aprendizagem em tempos de inteligência artificial,
estratégias e cuidados.
Prof. Luciano Sathler

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Today, 9:43 AM
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Silvio Meira | O cisne vermelho que já bate à porta

Silvio Meira | O cisne vermelho que já bate à porta | Inovação Educacional | Scoop.it
A ruptura não é futura; vai começar a engolir empregos formais agora,
e mais de 20% da força de trabalho brasileira está na linha de frente
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June 1, 2:24 PM
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As crianças com deficiência rejeitadas por escolas: 'Devolveram matrícula quando disse que meu filho é autista'

As crianças com deficiência rejeitadas por escolas: 'Devolveram matrícula quando disse que meu filho é autista' | Inovação Educacional | Scoop.it
Embora a Lei Brasileira de Inclusão, que completa dez anos em julho, proíba a recusa, algumas escolas ainda dificultam ou até negam a matrícula de crianças com deficiência, ou transtornos como o autismo.
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June 1, 2:22 PM
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Presencial/remoto já era: trabalho híbrido agora quer dizer humanos + IA

Presencial/remoto já era: trabalho híbrido agora quer dizer humanos + IA | Inovação Educacional | Scoop.it
Nos últimos anos, “trabalho híbrido” virou sinônimo de alternar entre o home office e o escritório. E, no geral, esse modelo agradou bastante: as pessoas ganharam mais flexibilidade, passam menos tempo no trânsito e conseguem ter uma rotina mais equilibrada. Mas agora o trabalho híbrido está ganhando um outro significado – que não tem nada a ver com lugar.

Com a inteligência artificial cada vez mais integrada ao dia a dia das empresas, o futuro do trabalho híbrido não será apenas sobre onde a gente trabalha, mas como trabalhamos com esses novos “colegas” digitais. Entramos na era do trabalho híbrido com IA.
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June 1, 2:12 PM
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IA em processos seletivos: como preparar seu currículo para ser lido por algoritmos

IA em processos seletivos: como preparar seu currículo para ser lido por algoritmos | Inovação Educacional | Scoop.it

Filtros automatizados podem ser um obstáculo para quem busca emprego. Veja como a inteligência artificial pode ajudar a lidar com eles
Por Juliana Causin na newsletter IAí? — São Paulo
Quem nasceu em algum momento dos anos 1990, como eu, provavelmente lembra-se das aulas de informática, dos arquivos salvos em disquete e do desafio de fazer uma conexão discada. Era uma época também em que os currículos eram em papel e as vagas de emprego anunciadas prioritariamente nos jornais. O maior desafio para um candidato era fazer o CV ultrapassar a recepção e chegar até as mãos de alguém.
Desde então, o Google Drive substituiu o disquete, os classificados estão no LinkedIn e ninguém mais precisa “entrar” na internet. Mas uma coisa não mudou: ter o seu perfil avaliado por um ser humano pode ser tão difícil quanto antes. A diferença é que o filtro mais desafiador, agora, é de um algoritmo.
Na coluna de hoje, explico como funcionam essas barreiras invisíveis dos processos de seleção e como a inteligência artificial pode dar uma força para superá-las (sem que você caia em ciladas).
Por que seu currículo é barrado por um robô?
O principal desafio dos processos seletivos atuais tem nome em inglês: Applicant Tracking System, ou simplesmente ATS. São sistemas automatizados, baseados em inteligência artificial, que decidem quem merece (ou não) seguir adiante no processo seletivo, a partir da análise de compatibilidade do perfil e da vaga.
Ferramentas desse tipo são o padrão. A empresa que não trabalha com sistemas próprios recorre a plataformas que os aplicam.
Para os RHs, os ATS representaram a libertação das pilhas de papel, das caixas de e-mails lotadas e de horas de trabalho manual de seleção. Para os candidatos, viraram um pesadelo que os deixam insistentemente barrados “na porta” por robôs. Mesmo executivos experientes enfrentam esse funil, conta Andréa Cruz, CEO da Serh1 Gestão de Carreiras.
— Muitos profissionais qualificados não passam em vagas por incompatibilidade de linguagem com o sistema — explica Andréa. — Os algoritmos geralmente usam parâmetros definidos por analistas de dados jovens, com uma linguagem mais técnica. Currículos mais tradicionais, com linguagem subjetiva, acabam ignorados.
🔧 Como usar a IA a seu favor
Primeiro, um alerta: fazer do ChatGPT ou outra IA um auxiliar para ajudá-lo não significa compartilhar qualquer tipo de informação sensível com o chatbot. Inteligências artificiais podem ser úteis, mas é bom lembrar que elas têm memória (ou pelo menos algumas têm...).
Assim, se o sistema armazena conversas ou usa seus dados para treinar futuros modelos, é melhor evitar compartilhar detalhes como CPF, endereços ou informações confidenciais. Outro lembrete: IAs alucinam. Aqui vamos mostrar como usar as sugestões como ponto de partida, mas sempre com você no controle da versão final.
📌 Revisão e ajustes do seu CV
Antes de chegarmos no ATS, é bom lembrar que seu currículo precisa ser bem escrito e organizado. Se você precisa de ajuda para isso, o ChatGPT, o Claude e o Gemini são algumas opções para ajudar a revisar erros e sugerir ajustes (há outras opções, que mostramos na coluna passada).
Um comando (prompt) para esse primeiro passo pode ser:
➤ Revise meu currículo (anexo) e identifique erros de gramática, pontuação e concordância. Também verifique se há problemas de digitação ou formatação. Me envie as sugestões de correção ponto a ponto.
Um detalhe importante: se você só pedir a correção, muito provavelmente a IA vai escrever tudo para você. Ao pedir “sugestões ponto a ponto”, você continua no controle do resultado, recebe os trechos que precisam de ajuste e decide o que adotar ou não.
Para anexar o arquivo, é só ir na opção "+”, dentro da conversa com a IA, e escolher anexar o arquivo.
📌 O seu currículo conversa com a vaga?
Se o seu currículo está pronto e revisado, mas você quer entender se ele é compatível com uma vaga (e se passaria nos ATS), uma opção é enviar o documento e a vaga pretendida para a IA e escrever o seguinte prompt:
➤ Meu currículo está anexo. Você pode revisá-lo e checar a compatibilidade com a vaga a seguir (descrição abaixo)? Faça sugestões de melhoria e pontos que poderiam ser aperfeiçoados
Procure entender as sugestões e focar nas adaptações que fazem sentido. Como são modelos baseados em texto, as IAs são boas para fazer comparações e sugerirem alterações.
📌 Como adaptar seu CV para os filtros ATS?
Os algoritmos do ATS geralmente procuram palavras-chave específicas, mas o ponto é que, mesmo que seu currículo seja bom, ele precisa “falar a mesma língua” da vaga. Faça assim:
➤ Leia esta descrição de vaga: [cole abaixo]. Agora, faça sugestões de ajuste no meu currículo para destacar minhas habilidades e experiências que mais se encaixam nesse perfil, otimizando a descrição para análise de sistemas ATS.
Aqui, uma explicação: o objetivo é fazer a IA identificar as palavras-chave da vaga e sugerir ajustes estratégicos no seu CV para que elas sejam identificadas pelo sistema. De novo: use as sugestões a seu favor, sem deixar o trabalho final na mão do robô.
⚠️ Último alerta: IA não faz milagre
Currículo bom é aquele que traduz com clareza o que você sabe fazer e não o que a IA inventa. A tentação de automatizar tudo é grande, mas vale lembrar que se for genérico demais, o currículo pode até passar pelo robô, mas dificilmente vai convencer o humano do outro lado, que, no final, é quem decide.
Laís Vasconcelos, gerente de recrutamento da Robert Half, ressalta que é fundamental que o candidato deixe no CV somente aquilo que ele realmente domina.
— É importante fazer a compatibilidade do seu currículo com as atividades solicitadas na descrição da vaga, mas mantendo o senso crítico sobre a realidade das informações. Um currículo 100% formatado por IA pode gerar uma percepção de que são informações falsas.
Vasconcelos ainda sugere que a IA pode ser útil para além do currículo e ajudar o candidato em pesquisas sobre a cultura da empresa, as tendências para determinado segmento e como se preparar para ele.

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June 1, 2:09 PM
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Por que a conexão humana é o verdadeiro motor da inovação na era da IA

Por que a conexão humana é o verdadeiro motor da inovação na era da IA | Inovação Educacional | Scoop.it
A inteligência artificial está remodelando o mundo do trabalho com velocidade e profundidade. Processos são transformados, ganhos de eficiência se multiplicam e a promessa de uma nova era de produtividade se espalha por todos os setores.
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June 1, 2:07 PM
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Janeiro Branco: um olhar sobre a saúde mental do professor

Janeiro Branco: um olhar sobre a saúde mental do professor | Inovação Educacional | Scoop.it
Movimento Janeiro Branco convida à reflexão sobre o quanto a saúde mental dos educadores impacta diretamente na qualidade do ensino
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June 1, 2:02 PM
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Os paradoxos do mercado de trabalho no Brasil

Desemprego caiu, mas boa parte das ocupações formais têm salários rebaixados e alta rotatividade. “Autônomos” já são 25% da força de trabalho. Taxa de sindicalização despencou. Como construir saídas criativas e solidárias a estes desafios?
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