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Why College Will Soon Be About Credegrees And Co-Ops

Why College Will Soon Be About Credegrees And Co-Ops | Inovação Educacional | Scoop.it

Let’s start with some simple math. The #1 reason why Americans value higher education is to get a good job. And although 96% of chief academic officers of colleges and universities have confidence they are preparing students well for the workplace, no one else believes them; 13% of US adults, 11% of C-level business executives and 6% of college trustees have the same levels of confidence in how well college grads are prepared for work. When employers are asked what they want to see most in college grads, the top things they cite are work-related experiences and industry-relevant skills. And the strongest predictor of alumni saying their education was worth the cost and high quality is the degree to which they feel their education is relevant to their current work. If you add this all up, it points to a pretty clear ultimatum for the future of higher education: credegrees and co-ops.
What exactly are credegrees and co-ops? Credegree is a new term I’ve coined to describe a program where a student graduates with both a traditional bachelor degree and some sort of industry-recognized skill or credential – hence the combination of credential and degree in the name. Co-ops have been around for more than a century, but many people still have a limited understanding of what they are.  Co-op is short for cooperative education, which is “a structured method of combining classroom-based education with practical work experience.” Co-ops usually involve a partnership between an educational institution and an employer, are typically paid jobs for the students and are done in a way in which students alternate between school and work terms. Co-ops, importantly, are also longer than a typical 12-week summer internship – usually lasting six months, across a summer and a semester.  This allows for students and employers both to engage in deeper and more meaningful work experiences.
Cooperative education is not new. Yet, the universities that have been doing it for decades now are suddenly among the hottest brands in North America – Northeastern University, Drexel University and University of Waterloo, for example. The specific idea of credegrees is indeed a new one, but there has been long-established workplace demand among the top employers for individuals with both degrees (that have trained them well in critical thinking, skilled communication and collaboration) and industry-relevant skills (such as data science or coding). And several early examples of this concept can be found in higher education today in the form of universities partnering with bootcamps to offer coding skills to traditional college students. What’s new is the clear employer and consumer demand that will quickly establish credegrees and co-ops as the norm in higher education - as opposed to being rare practices.
Traditional four-year universities have often looked down upon the idea of offering non-accredited or industry-aligned/recognized credentials as part of a bachelor degree experience. The prevailing attitude is that this kind of education is best offered by community colleges or other vocational training providers – as if these aspects of education and training are somehow anathema to a traditional four-year institution. Here’s a classic question that illustrates the false dichotomy the academy has created on this topic: What would you rather have a graduate who is broadly educated and prepared for any number of jobs as a critical thinker, skilled communicator, etc., or a grad who has work experience and hard skills?  The correct answer is neither. It’s both. And there’s no reason – other than ignorance, snobbish attitudes and a lack of creativity and new elbow-grease put into pedagogical design – that we can’t have both at the same time, in the same graduate.
So how would this work? As students chose majors they will now also select an industry-credential to add to their educational mix in college.  We already have double majors, minors, etc. Why not a major and a credential? Such offerings will inevitably mean new kinds of ecosystem partnerships between universities, employers, industry associations and other educational providers. It may also mean students pursuing their industry credential during the “nooks and crannies” of the traditional academic schedule – such as during summers and breaks and perhaps even weekends. It may mean embedding the cost of the industry credentialing in their overall tuition costs. It could also mean new revenue sources for universities – by providing this kind of training to current alumni, many of whom will eagerly look to their alma mater as a trusted and preferred source of this kind of education and training.
For a student, it doesn’t necessarily require that they chose their career indefinitely. With estimates that current graduates will face dozens of career changes in their lives, it will be critical to introduce students to the process of industry-recognized credentials and programs – as there is a high-likelihood they will need to weave in and out of this kind of education in some fashion for their entire career. Whether it’s completing industry exams for the financial services industry or becoming proficient in a coding language or in data science – there are a range of valuable credentials and skills that can be effectively woven into the bachelor degree. And if a grad ever finds him or herself out of a job, they immediately have a valuable credential that can land them a new job – if only a temporary situation.
Most critically, credegree and co-op graduates will become the most highly sought-after by employers because they will be better prepared for work – bringing a dynamic blend of broad abilities, specific skills and real experience. The universities who seize the opportunity to be decisive first-movers in the credegree and co-op campaign will be the big winners who thrive amidst the current higher education disruption.

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Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
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O belo, o bom e o básico no Ensino Superior brasileiro em 2024

O belo, o bom e o básico no Ensino Superior brasileiro em 2024 | Inovação Educacional | Scoop.it

Por Luciano Sathler.

Muitas lideranças à frente de Instituições de Ensino Superior (IES) estão com dúvidas sobre o que fazer para enfrentar o cenário, que foi profundamente alterado nos últimos anos e, ao que tudo indica, terá sua transformação acelerada daqui para frente.

Muitos já desistiram. De 2018 a agosto de 2023, houve o descredenciamento voluntário de 245 Instituições de Ensino Superior (IES) e outros 79 processos desse tipo estavam em andamento junto ao MEC. 

Ao mesmo tempo, 700 novos pedidos de credenciamento institucional foram protocolados junto ao MEC, sendo 478 destes focados em Educação a Distância. Esses dados eu obtive junto ao Ministério da Educação, após uma consulta com base na Lei da Transparência. 

A julgar pelas notícias das novas IES que já conseguiram se credenciar, há um novo modelo nascente, com pouco ou nenhum capital imobilizado em imóveis, modelos pedagógicos inovadores e atuação em nichos, tais como negócios, tecnologia, agro ou economia criativa, por exemplo.

O BÁSICO 

Para quem quiser permanecer no segmento é urgente alcançar a máxima eficiência nas atividades-meio, com intensificação de uso da tecnologia para melhorar a experiência dos estudantes, suas famílias, as empresas e a comunidade que se relacionam com a IES. 

Finanças, contabilidade, gestão de espaços físicos, compras, marketing, captação e financiamento dos alunos são exemplos de processos e áreas que passaram por uma ampla profissionalização, especialmente após a ascensão dos grandes grupos consolidadores. 

Claro que a sustentabilidade econômico-financeira é a base para tanto, por isso trata-se de uma busca permanente adequar-se aos melhores indicadores de gestão.

O BOM 

Diante do acirramento do cenário competitivo, as Instituições de Ensino Superior (IES) que buscam se diferenciar e serem percebidas por melhor qualidade precisarão estabelecer fortes vínculos com a comunidade na qual se inserem, especialmente com o desenvolvimento de arquiteturas curriculares que permitam maior diálogo com o mundo do trabalho. 

Realizar a extensão universitária e a pesquisa aplicada intrinsecamente relacionadas ao ensino, numa trajetória marcada por certificações intermediárias e microcertificações que ressaltem as competências desenvolvidas ao longo do curso, com foco primordial no desenvolvimento regional.

As mudanças no mundo do trabalho pedem que os discentes sejam apoiados já durante os estudos para ampliar o sucesso da sua inserção profissional, para que atuem na mesma área de sua formação, tenham uma renda mais alta do que as pessoas que concluíram apenas o Ensino Médio e a capacidade de aprender sempre para manter a sua trabalhabilidade, um conceito que é mais amplo do que a empregabilidade. 

As carteiras digitais de competências, parte do movimento dos Learning Employment Records – LER, tornam-se algo a ser individualizado, pois armazenam e compartilham comprovações de experiências, estudos e trabalhos com segurança e interoperabilidade, para que a gestão algorítmica valorize os egressos ao longo da vida. 

As IES que quiserem ter perenidade precisarão colaborar com a maior sofisticação da matriz produtiva dos locais onde estão para gerar mais oportunidades de trabalho, especialmente de caráter empreendedor, o que vai ajudar que seus diplomas sejam também mais valorizados pela sociedade. 

Todas as IES precisam ter a sua própria estratégia para a EAD e o Ensino Híbrido, mesmo que seja para assumir um posicionamento fortemente calcado no presencial. Caso seja essa a opção, é preciso ressignificar os encontros síncronos no mesmo local, para que sejam mobilizados pelas metodologias ativas. 

O melhor é estabelecer um modelo próprio de EAD, ainda que como estratégia para blindar a sua região de influência aproveitando a força da marca e a presença de um campus bem estruturado. Ao ponto do estudante ser beneficiado com tudo de melhor que uma Instituição oferece no presencial, seja qual for a modalidade que escolha.

O BELO

As plataformas de inteligência artificial (IA) geradoras de imagens, textos, áudios, vídeos, avaliações de aprendizagem e capazes de criar agentes conversacionais que interagem com as pessoas são um fenômeno de crescente adoção nas Instituições de Ensino Superior (IES). 

Torna-se cada vez mais fácil, econômico e rápido criar, remixar ou atualizar recursos didáticos digitais com a utilização de IA, com pouca ou nenhuma intervenção humana. As empresas que trabalham com a oferta de conteúdos e os docentes enfrentarão desafios diante dessa realidade, a exemplo do que já está acontecendo com os roteiristas e atores do audiovisual, jornalistas e empresas de mídia, agências de propaganda e marketing, arquitetos, engenheiros, advogados, dentre outros setores que têm a informação como sua matéria-prima principal.  

Os tutores virtuais habilitados por IA se tornarão cada vez mais presentes na vida dos estudantes e de qualquer um interessado em aprender, seja algo oferecido pelas IES ou mesmo um assistente pessoal a fazer parte do cotidiano, Inteligência Artificial embarcada nos carros, aparelhos celulares, na televisão e até em outros eletrodomésticos. 

A tradução simultânea e a sincronização labial permitirão que a internacionalização seja uma possibilidade ao alcance de quaisquer IES, independentemente do porte ou localização. Professores e pesquisadores de outros países poderão interagir com estudantes no Brasil de forma síncrona ou assíncrona, com a mesma familiaridade que as videochamadas e a troca de mensagens instantâneas são praticadas hoje por ampla parcela da população. As fronteiras físicas se dissolvem e será comum concorrer com universidades mundialmente renomadas, com o fim da barreira da linguagem. 

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O Online Safety Act e a indústria de tecnologia

A interconexão digital trouxe consigo desafios significativos, especialmente no que diz respeito à segurança on-line. Em 2021, o Reino Unido foi pioneiro ao publicar o Online Safety Act, uma legislação fundamental na busca por ambientes virtuais mais seguros. Esse ato representou um marco significativo na regulamentação da segurança nos meios digitais, estabelecendo um precedente para outras nações enfrentarem os desafios emergentes da era tecnológica.
O exemplo abre espaço para explorar os princípios trazidos por essa legislação, além de algumas repercussões jurídicas - contratuais, neste momento - na indústria de tecnologia, com ênfase na integração entre a segurança desde a concepção (safety by design) e a transparência nas práticas de moderação de conteúdo, além de abordar questões de responsabilidade legal e desafios.
O impacto do Online Safety Act se estende por diversas áreas, não apenas na prevenção do discurso de ódio e proteção da privacidade, mas também na luta contra a exploração sexual infantil on-line e na mitigação dos riscos associados ao cyberbullying. Essas áreas refletem a abrangência do ato, que busca endereçar tanto questões de conteúdo nocivo, quanto práticas prejudiciais que afetam especialmente os usuários mais vulneráveis da internet.
Mas qual o impacto efetivo do Online Safety Act no mercado corporativo, sobretudo nas rotinas jurídicas, especialmente em contratos?
O conceito de segurança desde a concepção é um dos pilares do Online Safety Act. Esse princípio implica que as plataformas digitais devem ser desenvolvidas considerando a segurança como um componente intrínseco, desde a fase inicial de design. A adoção de medidas preventivas desde o início do desenvolvimento de produtos e serviços digitais é crucial para mitigar riscos e assegurar um ambiente on-line confiável. Essa abordagem proativa não só visa prevenir problemas futuros, como sublinha a responsabilidade das empresas de tecnologia em garantir a segurança dos usuários desde a concepção de suas plataformas.
Em relação a esse último ponto, desenvolvedores de aplicativos que integram as maiores plataformas disponíveis nos aparelhos viraram o ano já com projetos de adaptação a pleno vapor, na medida em que alguns países, como a Austrália, já começaram a exigir a implantação/desenvolvimento de tais mecanismos, a partir das premissas que já vinham sendo debatidas junto ao mercado privado ao longo de 2023.
As práticas de moderação de conteúdo incorporadas ao Online Safety Act foram alvo de intenso debate, dado que têm sido consideradas fundamentais para a efetividade dos mecanismos de segurança on-line. A transparência nessas práticas é um requisito importante para estabelecer a confiança dos usuários nas plataformas digitais e responde não só a incidentes específicos, mas serve como um componente essencial do desenvolvimento e operação das plataformas, refletindo os princípios de segurança desde a concepção.
Nesse sentido, a implementação do Online Safety Act impõe às empresas de tecnologia uma nova camada de responsabilidade legal, que precisarão ser escalonadas adequadamente nos contratos com desenvolvedores, de modo a garantir que os papéis vinculados à observância das premissas incorporadas à lei sejam observadas adequadamente na concepção e na manutenção da plataforma.
É preciso ficar claro, contudo, que a empresa contratante (aquela que explora o app por exemplo) será a responsável pela segurança dos usuários, devendo fazer frente aos desafios trazidos pela regulação, demonstrando de maneira formal os mecanismos implantados e as contramedidas adotadas diante de problemas identificados ao longo da jornada do cliente, além dos aprendizados incorporados à sua atuação.
Outro desafio na implementação da legislação é a definição de padrões universais para a moderação de conteúdo e a necessidade de adaptação às mudanças rápidas na tecnologia digital. A formalização de contratos robustos com desenvolvedores também representa um desafio, requerendo um equilíbrio entre inovação e conformidade legal. Os desafios encontrados incluem a proteção da liberdade de expressão, a necessidade de rápida adaptação tecnológica e a coordenação internacional para enfrentar ameaças globais, demonstrando a complexidade de criar um ambiente digital seguro e ético em uma paisagem digital em constante evolução.
A eficácia do Online Safety Act depende da colaboração entre empresas de tecnologia e órgãos governamentais - essencial para desenvolver práticas de segurança eficazes que sejam adaptáveis às constantes evoluções da internet, beneficiando empresas e usuários. Na Austrália, por exemplo, a autoridade pública e os diversos segmentos envolvidos diretamente no tema trabalham em conjunto para criar elementos que possam vir a ser desenvolvidos dentro de uma perspectiva equivalente, fator que propiciará uma atuação mais ágil diante dos ajustes e evoluções que precisarão ser feitas.
Em conclusão, o Online Safety Act representa um avanço significativo na busca por um ambiente on-line seguro e responsável. Ao integrar segurança desde a concepção com práticas de moderação transparentes, incentivar a indústria a formalizar melhores contratos com a cadeia de desenvolvedores e demais agentes envolvidos, escalonar adequadamente as responsabilidades legais e abordar os desafios na implementação em nível global, estabelece-se um novo padrão para a indústria de tecnologia. Navegar pelos desafios da conformidade legal e da inovação tecnológica é crucial para promover um espaço digital mais seguro para todos.

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IA perpetuará os preconceitos de gênero e não será eficiente sem mulheres, diz uma influente empresária africana

IA perpetuará os preconceitos de gênero e não será eficiente sem mulheres, diz uma influente empresária africana | Inovação Educacional | Scoop.it
CEO de diversas startups e incubadoras, Rebecca Enonchong quer garantir o desenvolvimento do continente e promover a igualdade de gênero, raça e nacionalidade
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Wiser, de Flavio Augusto e Carlos Wizard, assume 100% da escola de negócios Conquer, e cresce fora do inglês

Wiser, de Flavio Augusto e Carlos Wizard, assume 100% da escola de negócios Conquer, e cresce fora do inglês | Inovação Educacional | Scoop.it

Após investimento de R$ 215 milhões nos últimos três anos para diversificar a empresa, a principal fonte de receita da dona da Wise Up não é mais o curso de inglês. Hoje, esse negócio representa apenas 30% do faturamento do grupo que fechou em R$ 530 milhões, no ano passado. A Conquer fatura cerca de R$ 130 milhões.
Nesse contexto, o grupo Wiser Educação aumentou de 40% para 100% sua participação na Conquer, startup de cursos relacionados aos temas de liderança e negócios e cuja aquisição marcou o início da mudança de perfil do grupo fundado pelo empresário Flavio Augusto.
A transação da Conquer envolveu um pagamento de R$ 40 milhões em dinheiro e ações da holding para os fundadores. Em 2021 e 2023, a Wiser fez dois aportes, de R$ 50 milhões e R$ 70 milhões, que foram destinados às aquisições e na operação da escola. Os acionistas — Flavio Augusto (que detinha pouco mais de 50%); a gestora Kinea (20%) e a família de Carlos Wizard Martins (cerca de 30%) — foram diluídos para entrada dos fundadores da Conquer, Josef Rubin e Hendel Favarin. Mas, Augusto continua como maior sócio.
Para esse ano, Augusto conta que pretende fazer outras duas aquisições usando recursos do próprio caixa. Hoje, a empresa não tem dívidas. A partir de 2026, seus passos são mais ambiciosos. O empresário — que era dono do time de futebol americano Orlando City — diz que pretende fazer uma aquisição por mês. “Mas para essa etapa vamos ter que buscar recursos, pode ser uma fusão, IPO [abertura de capital], dívida”, disse.
Para o próximo ano, os alvos de interesse para aquisição são escolas de cursos para concurso público e programação.
Questionado se o mercado de aprendizado de inglês não é mais interessante, Augusto diz que é um segmento que ainda cresce, porém, enxerga mais oportunidades em outras áreas como preparatórios para concurso público, residência e especialização médica, Enem, concurso militar, além de cursos modelados para empresas.
“Na pandemia, quando tivemos que mudar rapidamente tudo para on-line e fizemos muitos investimentos para essa adaptação, vimos que era possível nossa estrutura para outros cursos”, disse Augusto. Antes da pandemia, a Wise Up tinha 120 mil alunos no presencial, agora são 400 mil matriculados nos cursos de inglês digital. “Pivotamos e mantivemos margem”, complementou. O grupo tem uma margem Ebitda de 50,7%.
“Em 2021, a Conquer tinha receita de R$ 35 milhões, agora são R$ 130 milhões. Crescemos com a estrutura da Wiser”, disse Favarin.

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M. Carnoy: Educação tem sido ineficaz contra desigualdade

M. Carnoy: Educação tem sido ineficaz contra desigualdade | Inovação Educacional | Scoop.it

Martin Carnoy, de Stanford, diz que grupos menos favorecidos têm que trabalhar muito mais para superar preconceitos e falta de recursos
Formado em engenharia elétrica pela Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), ele fazia o doutorado na Universidade de Chicago quando recebeu de T. W. Schultz, futuro Nobel de Economia, a sugestão de estudar os custos e retornos da educação no México —seria, segundo conta, o primeiro trabalho de economia da educação em um país em desenvolvimento.
Coordenador do Centro Lemann de Empreendedorismo e Inovação Educacional na Universidade de Stanford, centro de pesquisa voltado para ajudar a transformar a educação do Brasil, ele aponta que o sistema educacional tem se mostrado ineficaz na redução das diferenças de renda e riqueza.
Segundo Carnoy, quando a sociedade cria condições em que os mais desfavorecidos têm que trabalhar muito mais para superar preconceitos e falta de recursos, isso significa que a coletividade não tem como prioridade que esses membros tenham sucesso.
No Brasil, há quem acredite que a educação é a solução para resolver toda a exclusão social existente na sociedade. Até que ponto um sistema educacional eficaz pode promover o progresso social? E quais são os limites?
Um sistema educacional eficaz pode promover o progresso social no sentido de que pode levar todos os membros da sociedade a níveis de conhecimento que os ajudem a tomar decisões mais sábias e, provavelmente, a obter empregos mais produtivos, se esses empregos estiverem disponíveis. Também pode tornar as pessoas mais tolerantes umas com as outras. No entanto, o sistema educacional, como tal, tem se mostrado bastante ineficaz na redução das diferenças de renda e riqueza ou até mesmo nas diferenças de desempenho acadêmico e níveis educacionais atingidos entre ricos e pobres, áreas rurais e urbanas, e entre grupos raciais e étnicos.
A razão para isso é muito simples: o sistema educacional é designado na maioria das sociedades para ser um dos principais alocadores da posição econômica e social. Para que a educação superasse as diferenças, seria preciso dedicar muito mais recursos educativos aos excluídos, mas as camadas dominantes, que controlam mais riqueza, não querem voluntariamente ceder seus recursos para criar uma maior igualdade. Eles têm muito poder para resistir, incluindo a ameaça de que não investirão seus recursos de outras maneiras que aumentem o crescimento econômico, o que também é importante para a melhoria social.
O sistema educacional é designado na maioria das sociedades para ser um dos principais alocadores da posição econômica e social. Para que a educação superasse as diferenças, significaria dedicar muito mais recursos educativos aos excluídos
Na sua opinião, quais são as principais medidas que o Brasil deveria adotar para melhorar a educação básica?
A chave é melhorar o ensino na sala de aula: capacitar os professores a níveis razoavelmente altos de conhecimento do conteúdo das disciplinas que ensinam e a níveis razoavelmente altos de conhecimento pedagógico do conteúdo —formas eficazes de ensinar as disciplinas— e gestão de sala de aula —que inclui garantir que todos os alunos em todos os níveis de aprendizado estejam totalmente engajados no processo de aprendizagem.
Elevar a formação de professores a um novo patamar não é tão simples como parece. A preparação de professores está agora sob controle das universidades, atores autônomos que podem definir a formação de professores, e o desenvolvimento profissional está sob controle dos estados e municípios e consiste principalmente em cursos curtos de baixa qualidade que não mudam realmente o comportamento dos professores em sala de aula.
Institutos como o Banco Mundial argumentaram que para melhorar o ensino no Brasil é necessário recrutar uma força de trabalho de professores mais academicamente qualificados. Não concordo com esse argumento. Nossa experiência com o Programa de Especialização Docente (PED), que trabalha com mais que 30 universidades, tem mostrado que a maioria dos professores e futuros professores pode ser capacitada para níveis de habilidade muito mais altos reformando os programas existentes.
Na sociedade brasileira também há uma grande desigualdade educacional quando levamos em consideração a classe social e a raça. Que políticas o sr. acredita que poderíamos ter para mudar essa situação?
Eu acredito que uma política-chave é disponibilizar muitos mais recursos humanos e físicos para as classes sociais mais baixas, especialmente em municípios mais pobres e com mais população negra. Inclinar a curva de recursos de forma que distritos escolares mais pobres e mais negros, por exemplo, recebam 50% mais recursos do que distritos mais ricos e mais brancos. Isso não é algo impossível: o Chile está atualmente seguindo essa política, concedendo vouchers escolares muito maiores para estudantes de baixa renda do que para estudantes de renda média e alta. Os Estados Unidos, sob políticas de "adequação educacional" ditadas pelos tribunais, também estão aumentando significativamente o financiamento por aluno em distritos de baixa renda.
Outra política é melhorar os cuidados de saúde, nutrição e educação infantil disponíveis para crianças de baixa renda. Uma terceira política são programas extracurriculares e de verão [período de férias nos EUA] para estudantes de baixa renda e negros, que lhes permitem ter experiências academicamente enriquecedoras fora da escola. Estudos têm mostrado que estudantes de baixa renda ficam para trás durante o verão e nunca conseguem acompanhar completamente. Outra política é ação afirmativa nas universidades. Isso ajuda a igualar oportunidades na força de trabalho.
No que diz respeito mais especificamente à desigualdade racial, o hiato de aprendizado entre brancos e negros está se ampliando. Que tipo de política poderíamos adotar para transformar isso?
De acordo com nossa pesquisa, dois problemas principais são que municípios de classes sociais mais altas —e escolas de classes sociais mais altas dentro desses municípios— estão obtendo maiores ganhos nas pontuações das avaliações e que, além disso, mesmo ao controlar esses ganhos diferenciados de classe social, municípios com altas porcentagens de estudantes negros estão tendo menores ganhos nas pontuações do que municípios com baixa porcentagem de estudantes negros.
Uma razão pode ser que municípios de baixa renda, com alta porcentagem de negros, exigem muito mais recursos para produzir os mesmos ganhos, mas atualmente estão carentes desses recursos. Essa falta de recursos provavelmente inclui a capacidade de gestão para lidar com os desafios sociais enfrentados pelas escolas.
É muito comum alguns serem contra a política de cotas sociais e raciais nas universidades e dizer que deveríamos melhorar a educação básica. O sr. concorda?
Não. As cotas funcionam para aumentar a igualdade de oportunidades em sociedades que sistematicamente excluíram estudantes de baixa renda e negros dos níveis mais altos de educação, especialmente das partes elitizadas do sistema de ensino superior. Mas cotas não significam que você ignora a melhoria educacional e outras políticas sociais necessárias.
Até onde o sr. acha que vão a responsabilidade individual e a coletiva nos resultados atingidos em um país tão desigual quanto o Brasil?
Sempre há espaço para o ser humano se autoaperfeiçoar —para tomar melhores decisões e se tornar a "história de sucesso contra chances difíceis". A tendência em nossas sociedades democráticas é enfatizar a responsabilidade da família em proporcionar aos filhos a capacidade de trabalhar duro e usar as instituições para progredir, e, da mesma forma, colocar a responsabilidade nos jovens de serem bons alunos, trabalharem duro e terem sucesso. Mas se a sociedade coletiva cria condições em que aqueles com poucos recursos têm que trabalhar dez vezes mais para superar a falta de recursos e preconceitos. Isso significa que a coletividade realmente não quer que esses membros de poucos recursos da sociedade tenham sucesso. Mudar as condições em que grupos com poder desigual competem é uma tarefa enorme. Também é uma tarefa política. O Estado deve agir para fazer essa mudança acontecer —os indivíduos não podem fazer isso sozinhos.
Nasceu em Varsóvia, na Polônia, formou-se em engenharia elétrica pela Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia) e é PhD em economia pela Universidade de Chicago. Professor da Fundação Lemann de Educação na Universidade de Stanford. Já escreveu mais de 40 livros e 150 artigos sobre o valor econômico da educação e sobre a economia política das políticas educacionais. Em "A Vantagem Acadêmica de Cuba: Por que seus Alunos Vão Melhor na Escola", lançado no Brasil em 2009, compara experiências em salas de aula cubanas, chilenas e brasileiras. Seu mais recente livro é: "The Political Economy of Education" (A economia política da educação, 2024, não publicado no Brasil).

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Exclusivo: O Brasil está pronto para adotar IA, mas há preocupações, diz estudo da Unesco

Exclusivo: O Brasil está pronto para adotar IA, mas há preocupações, diz estudo da Unesco | Inovação Educacional | Scoop.it
Quatro países, entre os quais o Brasil, foram piloto em levantamento que mapeia as condições para implantar inteligência artificial; o trabalho será expandido para 50 países
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FT: Reino Unido investiga acordos de inteligência artificial entre Microsoft e Amazon

FT: Reino Unido investiga acordos de inteligência artificial entre Microsoft e Amazon | Inovação Educacional | Scoop.it
A Competition and Markets Authority (CMA) diz que ainda não determinou se os negócios se enquadram nas regras de fusão do Reino Unido ou levantam preocupações com a concorrência no país
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Como a IA afeta nosso senso de identidade

Como a IA afeta nosso senso de identidade | Inovação Educacional | Scoop.it
Resumo.   
A frequência crescente de interações que temos com IA e tecnologias automatizadas significa que é vital compreender como essas coisas fazem as pessoas se sentirem em relação a si mesmas. Por que? Porque a forma como as pessoas se sentem em relação a si mesmas afeta uma ampla gama de fatores de sucesso, incluindo vendas, fidelidade do cliente, referências boca a boca, satisfação e desempenho dos funcionários. Os autores estudam as reações das pessoas à tecnologia automatizada há mais de sete anos. Neste artigo, eles se concentram nas respostas psicológicas à IA e às tecnologias automatizadas que observaram no design de serviços e processos de negócios, design de produtos e comunicação, e oferecem orientação prática para ajudar líderes e gerentes a descobrir a melhor forma de usar essas novas tecnologias. para servir clientes, apoiar funcionários e promover os interesses de sua organização.

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Se você já fez um curso de marketing, deve se lembrar do famoso caso da década de 1950 sobre o lançamento das misturas para bolo Betty Crocker pela General Mills, que exigia simplesmente adicionar água, misturar e assar. Apesar do excelente desempenho do produto, as vendas foram inicialmente decepcionantes. Isso era intrigante até que os gerentes descobriram o problema: a mistura tornava o cozimento muito fácil e os compradores sentiam que, de alguma forma, estavam trapaceando ao usá-la. Com base nessa percepção, a empresa removeu o ovo em pó dos ingredientes e pediu aos clientes que quebrassem um ovo e o misturassem à mistura. Essa pequena mudança fez com que os padeiros se sentissem melhor consigo mesmos e, assim, impulsionou as vendas. Hoje, 70 anos depois, a maioria das misturas para bolo ainda exige que os usuários adicionem um ovo.



Podemos tirar uma lição dessa história hoje. À medida que as empresas adotam cada vez mais produtos e serviços automatizados, elas precisam entender como essas coisas fazem seus clientes se sentirem em relação a si mesmos. Até à data, contudo, os gestores e os académicos têm-se concentrado normalmente em algo bastante diferente: compreender o que os clientes pensam sobre essas coisas. Os pesquisadores têm estudado, por exemplo, se as pessoas preferem a inteligência artificial aos humanos (não preferem), como a IA moral ou justa é percebida (não muito) e as tarefas para as quais as pessoas provavelmente resistirão à adoção da automação. (aqueles que são menos quantificáveis ​​e mais abertos à interpretação).

Tudo isso é importante considerar. Mas agora que as pessoas estão a começar a interagir frequente e significativamente com a IA e as tecnologias automatizadas, tanto dentro como fora do trabalho, é altura de nos concentrarmos nas emoções que essas tecnologias evocam. Esse assunto é terra incógnita psicológica, e explorá-lo será fundamental para as empresas, porque afeta uma ampla gama de fatores de sucesso, incluindo vendas, fidelidade do cliente, referências boca a boca, satisfação dos funcionários e desempenho no trabalho.

Há mais de sete anos que estudamos as reações das pessoas à tecnologia autónoma e as barreiras psicológicas à sua adoção. Neste artigo, com base em pesquisas recentes de nosso laboratório e revisando exemplos da vida real, analisamos os efeitos psicológicos que observamos em três áreas que têm ramificações importantes para a tomada de decisões gerenciais: (1) serviços e design de processos de negócios , (2) design de produto e (3) comunicação. Depois de examinar a pesquisa e os exemplos, oferecemos algumas orientações práticas sobre a melhor forma de usar tecnologias automatizadas e orientadas por IA para atender clientes, apoiar funcionários e promover os interesses das organizações.

Serviços e design de processos de negócios
Hoje, a IA e as tecnologias automatizadas estão incorporadas numa vasta gama de serviços e processos empresariais que afetam direta ou indiretamente consumidores e funcionários. A Upstart, por exemplo, usa IA para decidir a quais candidatos emprestar, e a Monster e a Unilever a usam para avaliar o potencial dos candidatos a empregos. O programa DriveEasy da GEICO utiliza-o para avaliar as habilidades de condução dos clientes e determinar os prêmios de seguro automóvel, enquanto a IBM e a Lattice ajudam as empresas a adotar processos de feedback de desempenho baseados em IA, que têm impacto nas decisões de promoção e demissão.

Dada esta tendência, precisamos de perguntar: Como é que as pessoas reagem às decisões e ao feedback da IA ​​e das tecnologias automatizadas? E como podem as empresas incorporá-los da melhor forma nos seus serviços e processos de negócio para maximizar a satisfação dos clientes e dos funcionários?

Vamos começar com a primeira pergunta. Juntamente com Sarah Lim, da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, e Stijn MJ van Osselaer, da Universidade Cornell, examinamos recentemente situações em que os pedidos que as pessoas fizeram às empresas (talvez para um empréstimo ou alguns benefícios) foram aceitos ou rejeitados. . Em 10 estudos, que envolveram um total de mais de 5.000 participantes, descobrimos que, no caso de aceitação, eles reagiram de forma diferente às decisões tomadas pela IA e às tomadas pelos humanos.

As suas reações foram psicologicamente reveladoras: os participantes do estudo cujos pedidos foram atendidos por uma pessoa sentiram mais alegria do que aqueles cujos pedidos foram atendidos pela IA, embora o resultado tenha sido idêntico. Por que? Porque estes se sentiram reduzidos a um número e pensaram que não poderiam receber tanto crédito pelo seu sucesso. No entanto, quando seus pedidos foram recusados, os participantes sentiram o mesmo, quer a rejeição tenha sido feita por uma pessoa ou pela IA. Em ambos os casos, e na mesma medida, tenderam a culpar o decisor pelo seu fracasso e não a si próprios.

A conclusão aqui é clara: os sentimentos das pessoas sobre si mesmas podem diferir dependendo de quem ou do que as avalia, e isso tem consequências importantes para os negócios.

Os participantes do estudo cujos pedidos foram atendidos por uma pessoa sentiram mais alegria do que aqueles cujos pedidos foram atendidos pela IA, embora o resultado tenha sido idêntico.

Consideremos os resultados de um dos nossos estudos, no qual pedimos às pessoas que se imaginassem a pedir um empréstimo bancário. Metade dos participantes foi informada de que um algoritmo de empréstimo avaliaria seus pedidos e a outra metade que um agente de crédito os avaliaria. Mais tarde, metade dos participantes de cada grupo foi informada de que o seu pedido tinha sido aprovado e a outra metade que tinha sido negado.

Os participantes cujos pedidos foram aprovados por um algoritmo atribuíram classificações mais baixas ao banco e eram menos propensos a recomendá-lo a terceiros do que as pessoas cujos pedidos tinham sido aprovados por um agente de crédito. Mas todos os participantes cujos pedidos foram negados avaliaram o banco de forma semelhante e sentiram o mesmo grau de interesse em recomendá-lo a outros.

Observamos esse padrão também em contextos do mundo real. Por exemplo, pedimos aos trabalhadores que faziam parte de uma plataforma de trabalho online que se candidatassem a membro de um painel seleto formado por uma empresa de pesquisa. Metade foi informada de que a IA avaliaria suas aplicações e a outra metade que um funcionário humano o faria. Aqueles que foram admitidos no painel por meio de IA avaliaram a empresa de pesquisa de forma menos positiva do que aqueles que foram admitidos por meio de um funcionário, mas todos os que foram rejeitados sentiram o mesmo em relação à empresa.

Em suma, ao transmitirem boas notícias sobre decisões e avaliações, as empresas podem gerar reações mais positivas entre clientes e funcionários se confiarem nos seres humanos em vez da IA ​​— mas esse efeito desaparece quando transmitem más notícias.

A maioria dos líderes e gestores experientes que entrevistamos em nossa pesquisa parecia não ter consciência desses efeitos. Numa pesquisa descobrimos que quase nenhum deles conseguia prever os resultados reais. Os executivos precisarão compreender as prováveis ​​reações das pessoas se quiserem envolver efetivamente clientes e funcionários com novas tecnologias automatizadas e de IA.


Ana Parini
Passemos agora à nossa segunda questão: como podem as empresas integrar a IA nos seus serviços e processos de negócio para maximizar a satisfação dos clientes e dos funcionários? Nossas descobertas experimentais oferecem algumas sugestões.

Primeiro, quando a IA ou tecnologias automatizadas são adotadas para fins de avaliação e feedback, recomendamos ter algum envolvimento humano ativo nesses processos e deixar esse envolvimento claro para clientes ou funcionários. Num dos nossos estudos, avaliámos como as pessoas avaliam uma empresa quando um ser humano está envolvido apenas passivamente nas avaliações (talvez apenas monitorizando decisões algorítmicas). Comparamos essa condição com aquela em que um ser humano é responsável pelo processo de avaliação e outra em que apenas um algoritmo o é, e descobrimos que os participantes reagiram positivamente apenas quando o envolvimento humano estava ativo.

Em segundo lugar, recomendamos que os gestores sejam selectivos quanto ao grau em que dependem da sua (cara) força de trabalho humana para a tomada de decisões. Como as pessoas tendem a reagir da mesma forma a notícias negativas, quer venham de uma pessoa ou da IA, as empresas podem não precisar do “toque humano” para as transmitir – mesmo que isso contradiga o pensamento de gestão tradicional. Deveriam, no entanto, considerar a utilização de seres humanos tão frequentemente quanto possível para transmitir boas notícias.

Outro projeto de pesquisa também esclarece quando os humanos podem ser implantados de forma mais eficaz nos processos de negócios. Stefano trabalhou com Armin Granulo, da Universidade Técnica de Munique, e Christoph Fuchs, da Universidade de Viena, para estudar produtos e serviços simbólicos, que oferecem aos consumidores mais do que apenas funcionalidade instrumental. Tais produtos e serviços incorporam conceitos abstratos que transmitem algo sobre personalidade, crenças, pertencimento a grupos sociais, status de classe ou outros intangíveis. Alguns exemplos são tatuagens, joias da moda e jaquetas universitárias. É importante lembrar, porém, que um único produto pode ter usos físicos e simbólicos. Os óculos, por exemplo, consistem em lentes, que permitem aos consumidores ver (um uso físico), e em armações, que mantêm as lentes no lugar (um uso físico) e servem como um acessório de moda que pode ser fundamental para a autoexpressão ( um uso simbólico).

Como as pessoas tendem a reagir da mesma forma a notícias negativas, sejam elas provenientes de uma pessoa ou da IA, as empresas podem não precisar do “toque humano” para transmiti-las.

Para esse projeto – que consistiu em quatro experiências utilizando diferentes categorias de produtos e envolvendo mais de 1.000 entrevistados – os autores compararam as atitudes dos consumidores em relação a produtos simbólicos fabricados por tecnologias automatizadas ou por seres humanos. O que descobriram consistentemente foi que o trabalho humano acrescenta valor distintivo aos produtos simbólicos. Numa das experiências, os participantes revelaram que preferiam lentes de óculos feitas por tecnologia automatizada – presumivelmente pela sua precisão baseada em máquinas – mas armações feitas por seres humanos. Num outro estudo, os participantes eram mais propensos a comprar um cartaz desenhado por um ser humano do que um desenhado pela IA.

Estas descobertas levam-nos a uma terceira recomendação, que é a de que as empresas devem considerar cuidadosamente a razão pela qual os clientes são propensos a comprar as suas ofertas – e se podem acrescentar valor distinto ao produto, mantendo pelo menos algum envolvimento humano no processo de produção, mesmo que pretendo automatizar a maior parte disso.

Design de produto
As tecnologias de IA e funcionalidades automatizadas avançadas estão integradas em muitos produtos e estão a transformar a forma como realizamos uma variedade de tarefas nas nossas vidas pessoais: o Roomba da iRobot limpa o chão, o piloto automático da Tesla permite-lhe desfrutar da viagem, a máquina de café totalmente automática da Jura prepara o seu café a partir do grão para copo e até se limpa. Cada vez mais, também, as pessoas trabalham com aplicativos baseados em IA no trabalho. O Watson da IBM se une a funcionários de muitas empresas em uma ampla gama de tarefas de negócios, incluindo estimativas financeiras e gerenciamento de estratégias de comunicação de marketing; A IA da Adobe capacita designers e aprimora sua expressão criativa com o Photoshop e outros aplicativos; e os trabalhadores da Toyota operam ferramentas e máquinas altamente automatizadas. O recente advento de grandes modelos de linguagem e IA generativa, como DALL-E e ChatGPT da OpenAI, provavelmente acelerará essas tendências. Como é que as nossas interações com todas estas tecnologias automatizadas influenciarão o nosso sentido de identidade e realização? E como isso influenciará a demanda por produtos?

Nosso laboratório explorou como as pessoas reagem a produtos automatizados no contexto do consumo baseado em identidade, o que ajuda as pessoas a definir quem são. Stefano trabalhou nesse projeto com Eugina Leung da Tulane University e Gabriele Paolacci da Erasmus University Rotterdam. Em seis estudos e em várias categorias de produtos, descobriram que as pessoas que se identificam com uma actividade específica, como pescar, cozinhar ou conduzir, podem encarar a automatização como uma ameaça à sua identidade, levando a uma menor adopção e aprovação de produtos.

Para saber mais sobre este fenómeno, os autores realizaram um estudo com participantes holandeses e centraram-se no ciclismo, uma atividade que é central para o sentido de identidade de muitos holandeses. Para temporariamente fazer com que se identificassem ainda mais fortemente com o ciclismo, pediu-se a metade dos participantes que escrevessem um pequeno ensaio sobre a paixão nacional holandesa pelo ciclismo, e à outra metade foi pedido que escrevessem um ensaio sobre a paixão holandesa pelas flores (a condição de controlo). . Depois dessa tarefa, eles participaram de um estudo aparentemente não relacionado. Os autores contaram a eles sobre uma oferta especial de uma loja de bicicletas e perguntaram sobre seu interesse em adicionar um recurso automatizado gratuito às suas próprias bicicletas: uma bateria recarregável para auxiliar na pedalada. Os participantes que escreveram sobre ciclismo tiveram 20% menos probabilidade de aceitar o recurso, mesmo sendo gratuito.

Num outro projeto , com a mesma equipa e Maria Cristina Cito da Universidade Bocconi, os investigadores examinaram uma questão complementar: como as pessoas motivadas por objetivos relevantes para a identidade respondem aos esforços de digitalização das empresas. Através de três estudos principais e cinco experiências de acompanhamento, descobriram que os produtos simbólicos são adotados com menos frequência em formato digital do que em formato físico. As pessoas simplesmente não conseguem expressar quem são tão facilmente com produtos digitais. Ver a coleção de obras de Shakespeare em seu Kindle não é uma forma tão poderosa de validar sua identidade literária quanto ver a mesma coleção na estante de sua sala de estar.

As conclusões destes dois projectos indicam que quando as pessoas se identificam com uma determinada categoria de produtos, ou quando os produtos as ajudam a expressar as suas crenças e personalidades, por vezes resistem a qualquer melhoria tecnológica desses produtos. Quando for esse o caso, o que as empresas devem fazer?

O senso de identidade de muitas pessoas está enraizado em sua identidade profissional, e a IA e a automação podem ser percebidas como minando-o.

Em primeiro lugar, recomendamos que as empresas evitem atingir consumidores motivados pela identidade com produtos totalmente automatizados e que, quando o fizerem, concentrem-se em funcionalidades ou tarefas que permitam aos utilizadores sentirem-se orgulhosos e envolvidos. Considere o caso de um fabricante de componentes para bicicletas com quem trabalhamos. Algum tempo antes, a empresa tinha introduzido um dispendioso dispositivo de mudança automática de velocidades no mercado europeu e tinha como alvo os entusiastas do ciclismo, que estão mais dispostos a pagar por dispositivos mecânicos. Mas esses consumidores demonstraram pouco interesse no dispositivo, porque sentiram que eliminaria uma parte central da experiência de ciclismo para eles. Se a empresa tivesse comercializado para passageiros ou ciclistas casuais ou tivesse projetado o recurso de uma forma que desse aos passageiros uma sensação de maior controle, poderia ter tido maior sucesso.

Em segundo lugar, recomendamos que as empresas realizem pesquisas de mercado para avaliar até que ponto a automação corre o risco de desencadear uma ameaça à identidade.

Comunicação
Com a adoção da IA ​​e de tecnologias automatizadas, como acontece com tantas outras coisas, a comunicação é importante. Na nossa pesquisa, descobrimos três formas importantes pelas quais as empresas podem otimizar as suas estratégias de comunicação para minimizar o risco de resistência ou reação negativa.

Primeiro, as empresas que utilizam interfaces de IA para comunicar com clientes ou funcionários devem considerar humanizar essas interfaces. Descobrimos que isso é particularmente importante em processos de negócios que envolvem avaliação e tomada de decisão. Num dos nossos estudos, testámos se a adição de características humanas à IA levaria as pessoas a internalizar notícias positivas e a avaliar a empresa de forma mais favorável. Quando demos um nome à IA (Sam), adicionamos um avatar e tornamos sua interação com as pessoas mais coloquial, eles responderam da mesma forma que responderiam a um funcionário humano. Para as empresas que não podem empregar humanos por vários motivos – como um elevado volume de pedidos, limitações de tempo ou restrições computacionais – esta descoberta sugere que a simples humanização da sua IA pode mitigar reações menos positivas ao feedback ou às notícias provenientes da mesma.

Considere o caso de uma empresa fintech com a qual trabalhamos, que depende da tecnologia de IA para avaliar a saúde financeira dos usuários. Em seu processo interativo e totalmente automatizado, os usuários preenchem um questionário, a IA avalia suas respostas e o sistema produz uma avaliação de sua saúde financeira. Nesse ponto, os usuários são incentivados a clicar em um link para obter informações sobre os serviços da empresa. Numa tentativa de aumentar o interesse dos consumidores nestes serviços, a empresa, trabalhando em nome de um grande banco global, criou um formato de chat em que a IA envolvia os utilizadores com sinais emocionalmente expressivos, como emojis. Quando os usuários receberam feedback positivo sobre sua saúde financeira por meio da IA ​​humanizada em comparação ao formato de exibição padrão, eles ficaram mais propensos a clicar no link e buscar mais informações.

Em segundo lugar, recomendamos que as empresas modifiquem a forma como comunicam com clientes e funcionários sobre os seus produtos automatizados. Conforme observado, quando as pessoas se identificam com um determinado domínio ou atividade, às vezes resistem à automação se sentirem que não podem atribuir resultados às suas próprias habilidades ou esforços. Mas e se as empresas descreverem os recursos automatizados não como substitutos de pessoas, mas como complemento de suas habilidades?

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Liderança
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Parte do projeto de Stefano com Leung e Paolacci testou se a reação das pessoas a um produto automatizado pode ser alterada se for enquadrado nesses termos. Os autores criaram dois anúncios nos quais descreviam uma máquina de cozinhar automatizada de maneiras diferentes: um anúncio dizia que o aparelho realizaria todas as etapas de cozimento “com o toque de um botão” e o outro que guiaria o processo de cozimento e prepararia a refeição com a ajuda do usuário. Os participantes receberam aleatoriamente um deles. Embora os anúncios fossem para o mesmo produto, os resultados revelaram que o enquadramento é realmente importante: quando o aparelho foi descrito como permitindo às pessoas utilizar, pelo menos parcialmente, as suas competências, os consumidores motivados pela identidade tiveram atitudes mais positivas em relação a ele.

Embora os nossos estudos tenham sido conduzidos principalmente no contexto de atividades de consumo, a motivação relacionada com a identidade é muitas vezes importante também no local de trabalho. O sentido de identidade de muitas pessoas está enraizado na sua identidade profissional, e a IA e a automação podem ser vistas como minando essa identidade se ameaçarem desvalorizar competências, conhecimentos ou estatuto. A comunicação interna sobre o seu potencial complementar será crucial se as empresas pretendem implementá-los em grande escala.

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As tecnologias automatizadas estão a mudar não só os mercados de produtos e de trabalho, mas também a forma como as pessoas que utilizam essas tecnologias se sentem em relação a si próprias. Cada vez mais, as empresas terão de ultrapassar barreiras psicológicas, concebendo estrategicamente os seus processos de negócio e produtos que tenham em conta os sentimentos humanos e empregando estratégias de comunicação bem pensadas. Em alguns casos, a automação pode introduzir o risco de redução do comprometimento dos funcionários ou da satisfação do cliente, e as empresas precisarão pesar os seus benefícios em relação a esse risco. Em tais situações, a pergunta apropriada ao considerar uma mudança para IA e automação não é “Podemos?” mas “Deveríamos?”
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Pressão, estresse e solidão: relatório aponta recorde no número de CEOs que desistem do cargo

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Segundo empresa de recrutamento, lideranças executivas estariam atravessando momento de cenário delicado nos negócios, e dinheiro não estaria compensando o desgaste da gestão
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De baby boomers a gen Z, quatro gerações atuam juntas no mercado de trabalho; como lidar com as diferenças?

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Especialistas concordam que, de forma geral, há diferenças geracionais com relação a objetivos e prioridades no trabalho, mas é possível ter o melhor de todas as gerações reunidas
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Vilã ou aliada? No embate entre a IA generativa e a capacidade criativa humana, existe um caminho do meio 

Vilã ou aliada? No embate entre a IA generativa e a capacidade criativa humana, existe um caminho do meio  | Inovação Educacional | Scoop.it
Em novembro do ano passado, uma nova edição do livro Frankenstein, de Mary Shelley, foi desclassificada da categoria ilustração do Prêmio Jabuti, um dos mais importantes do circuito literário brasileiro. Após indicar a obra como finalista, um grupo de jurados descobriu que as artes haviam sido produzidas com apoio do Midjourney, plataforma de inteligência artificial usada para geração de imagens – embora a informação não constasse no formulário de inscrição, o autor havia feito uma live pública explicando os detalhes do processo alguns meses antes. A discussão extrapolou rapidamente as fronteiras do mercado editorial, levantando um debate que já vinha ganhando força em praticamente todos os setores: qual é, qual deve ser e qual será o papel das novas tecnologias de IA em processos de inovação e criatividade?
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Google anuncia programa para capacitar startups brasileiras a trabalharem com soluções de IA

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10 startups já foram selecionadas para viverem uma imersão de 10 semanas no AI Academy, que fornece ferramentas e mentorias personalizadas voltadas para os negócios
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Startup financiada pela Nvidia revela IA que pode transmitir emoções humanas

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Synthesia disse que seus “avatares expressivos” podem confundir os limites entre o mundo virtual e os personagens reais
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Corrida da IA puxa receita e investimentos

Corrida da IA puxa receita e investimentos | Inovação Educacional | Scoop.it

O aumento da receita de computação em nuvem das empresas Alphabet, dona do Google, Amazon e Microsoft no primeiro trimestre trouxe otimismo a analistas do mercado financeiro. Esse avanço mostra mais disposição, por parte dos clientes das “big techs”, para tocar projetos de digitalização, envolvendo especialmente a adoção da inteligência artificial (IA) generativa. Os especialistas também estão atentos às despesas de capital (Capex, na sigla em inglês) das gigantes de tecnologia para expandir centros de dados (data centers).
A demanda por nuvem levou as empresas a investirem US$ 73,7 bilhões em infraestrutura física e softwares no quarto trimestre, alta de 16,3% em base anual, segundo a consultoria Synergy Research.
A Amazon fechou o trimestre com receita de US$ 25 bilhões gerada por serviços de nuvem, aumento de 17% em base anual. “O grande destaque é a aceleração do crescimento da [sua empresa de nuvem] AWS para 17%, ante 14% no trimestre anterior, mesmo com uma comparação mais difícil ante o primeiro trimestre de 2023”, diz Matheus Popst, sócio da gestora Arbor Capital.
A AWS é a maior do setor de nuvem no mundo, mas a disputa com a Microsoft é acirrada. A AWS tinha 31% do mercado no quarto trimestre do ano passado. Um ano antes, eram 33%, segundo a Synergy Research. Já a Microsoft avançou - foi de 21% para 24%, no mesmo período. O Google, em terceiro, manteve os 11%.
A Microsoft fez questão de ressaltar que a IA colaborou com 7 pontos percentuais no avanço de 31% da receita com serviços de nuvem Azure, no terceiro trimestre fiscal de 2024. O analista da Arbor estima que a receita de IA da empresa tenha representado US$ 4,5 bilhões dentro dos US$ 19 bilhões de receita com a linha Azure. “Ainda é pouco perto da receita total da empresa [US$ 61,9 bilhões no trimestre], mas é um valor importante e mostra a evolução deste segmento”, disse. Há um ano, lembrou, a fatia da IA na receita de Azure era de US$ 900 milhões.
Para sustentar a demanda por IA, Microsoft e Alphabet elevaram suas despesas de capital em 79% e 90%, respectivamente, no primeiro trimestre.
A executiva-chefe de finanças da Microsoft, Amy Hood, disse que o Capex segue crescendo no próximo ano fiscal. Este investimento em infraestrutura computacional para sustentar a “revolução da IA” é visto com bons olhos por analistas do banco UBS. “A despesa de capital vai crescer, mas não significa que a despesa com pessoas vai crescer”, diz o banco.
No balanço da Alphabet, que anunciou o primeiro pagamento de dividendos aos acionistas a partir de junho, a receita do serviço de nuvem Google Cloud (US$ 9,6 bilhões) cresceu 28%, em base anual. No primeiro trimestre, a nuvem gerou 11,9% da receita total da empresa, ante uma fatia de 10,7% um ano antes. A parcela é pequena diante da receita de US$ 61,7 bilhões gerada com publicidade on-line no período. Deste filão, 74,9% (US$ 46,2 bilhões) vêm de buscas on-line, onde a receita aumentou 14,4%, em base anual.
Para Arthur Siqueira, analista e gestor de investimentos da Geo Capital, os resultados da Alphabet e da Microsoft sinalizam que a IA não vai abalar produtos já estabelecidos, como se temia.
“O Google teve um crescimento supersaudável em buscas com o avanço de IA, enquanto a Microsoft eleva a receita ao incentivar a migração a pacotes de softwares de produtividade com IA embutida”, afirma Siqueira.
Para o Google, a estratégia de IA requer ajustes após a exposição de vieses da ferramenta Gemini de criação de imagens e do possível lançamento de uma busca paga com recursos de IA, sem anúncios, noticiado pelo “Financial Times”.
Para os analistas, investir mais em infraestrutura para suportar a IA traz ganhos de eficiência para as próprias “Big Techs”. Já no caso da Meta, o aumento de despesas anunciado no próximo trimestre não foi bem aceito pelos investidores. “A mudança no discurso da Meta é de que a empresa continua enxergando uma oportunidade relevante em IA, especialmente na aplicação para publicidade digital, mas sinalizou que isso vai exigir um ciclo de investimentos mais longo”, disse Thiago Alves Kapulskis, analista do setor de tecnologia do Itaú BBA. “Acreditamos que o rumo adotado pela Meta é correto, mas a empresa pode passar por um ano difícil”, completa.
O ciclo de resultados trimestrais das cinco maiores empresas de tecnologia do mundo se fecha com o balanço do segundo trimestre fiscal da Apple, no fim da tarde desta quinta-feira (2). “Está bastante telegrafado que será um resultado ruim com piora nas vendas na China”, observa Kapulskis, do Itaú BBA.

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Centenas de manifestantes são presos em várias universidades nos EUA

Centenas de manifestantes são presos em várias universidades nos EUA | Inovação Educacional | Scoop.it
Centenas de manifestantes foram presos em vários campi nos EUA, com as universidades e a polícia reprimindo o que afirmavam manifestações pró-Palestina escaladas por agentes externos.
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Escola integral e a oportunidade de virada na educação

Mudança demográfica, com menos jovens para educar, é oportunidade para empregar melhor o dinheiro no ensino público
A D3e (Dados para Um Debate Democrático na Educação) lançou há pouco mais de um mês a nota técnica “Educação integral em tempo integral: caminhos e desafios”. O trabalho é assinado por Luciane Alaíde Alves Santana, Everson Meireles e Paulo Gabriel Soledade Nacif, professores e pesquisadores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). O texto mostra que o cenário está longe do ideal.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), em 2022 o Brasil tinha 18% dos alunos matriculados na educação integral. Isso dá 6,4 milhões de estudantes entre educação infantil e ensinos fundamental e médio. A meta para 2024 era chegar a 25% no mínimo, mas a média nacional não deve passar de 20%, o que dá em torno de 7,4 milhões de alunos em um universo de 35 milhões de estudantes.
Além disso, os dados mascaram desigualdades regionais. No Norte, somente 8,4% das matrículas são de período integral. Já no Nordeste, a taxa prevista para este ano, 23% das matrículas, é a mais próxima da meta nacional. Ainda assim, esconde diferenças, pois é puxada basicamente por dois Estados com programas educacionais mais sólidos, Ceará e Piauí.
A tradicional falta de continuidade nas políticas públicas também é fator que dificulta o avanço da educação em período integral. O foco se modifica a cada governo, quase não há planos de médio e longo prazo, a maioria se limita a uma gestão, e quando passam para a gestão seguinte não raro sofrem mudanças pelo novo governo, comenta Antonio Bara Bresolin, diretor-executivo da D3e. O atual programa do governo federal, por exemplo, só está estruturado até 2026, ano do fim do mandato.
No trabalho, a D3e propõe que o modelo de educação integral deveria ser buscado pela educação pública visando não só a quantidade, mas também a qualidade. A ideia é de que não basta oferecer acolhimento de sete horas ou mais para os alunos se a escola não estiver equipada para tornar a experiência do ensino integral produtiva.
Isso inclui dispor de “recursos materiais, didaticopedagógicos, condições da rede física, recursos humanos e financeiros necessários para desenvolver as atividades pedagógicas”, diz o texto. Requer também “qualificação permanente do corpo docente e demais trabalhadores da escola, bem como o envolvimento e a participação ativa de toda a comunidade”.
“A questão do financiamento a esses programas é muito sensível e muito importante, porque o ensino integral envolve não só a manutenção das escolas com toda a infraestrutura e aparelhagem necessárias, mas também transporte e alimentação escolar”, diz Bresolin. “Alunos socialmente mais vulneráveis só conseguem ficar na escola por pelo menos sete horas se houver alimentação adequada e reforçada.”
A falta de recursos não deveria ser um problema. O Brasil tem gasto cada vez menos com educação. E parte disso se deve ao processo de transição demográfica. A redução da natalidade, o aumento da expectativa de vida e o consequente envelhecimento médio da população brasileira diminuíram o número de alunos. Inep e IBGE mostram redução das matrículas ano após ano. O problema é como investir os recursos que “sobram”.
O diretor da D3e acha que seria uma boa oportunidade de investir em educação de mais qualidade e combater o abandono escolar. As taxas de evasão do ensino fundamental e, principalmente, do médio são altas. Muitas vezes motivadas por questões econômicas. O aluno é obrigado a contribuir com a renda da família por questão de sobrevivência - situação que se agravou com a covid-19. Uma política que contemple ao menos a redução da pressão financeira das famílias pode ser o caminho para melhorar a educação e encurtar a distância do Brasil para economias mais avançadas. (Por ser anterior a ele, o trabalho não analisa o programa Pé-de-Meia.)
No último Pisa (programa internacional de avaliação de estudantes), os alunos brasileiros de até 15 anos ficaram em 65º lugar em matemática, 64º em leitura e 74º em ciências num ranking de 81 países.
Paulo Totti
No início de 2019, voltei de férias, encontrei Paulo Totti e o convidei para um café.
Sempre bem-humorado, ele me perguntou para onde tinha viajado e o que mais havia feito “de útil”. Disse: “Totti, acabei de ler ‘Operação Condor’”. Com os olhos marejados, ele pensou por alguns segundos e respondeu: “Eu nunca havia contado essa história antes”.
Em seguida, Totti, que gostava de brincar com nossa diferença física, ele franzino, eu corpulento, me envolveu com seus braços curtos para minha circunferência em um dos abraços mais afetuosos que já recebi. Nunca mais conversamos sobre isso.
O livro de Luis Cláudio Cunha (“Operação Condor: O Sequestro dos Uruguaios”, L&PM, 2008) relata operações militares conjuntas das ditaduras de Brasil, Uruguai e Argentina. Uma passagem conta como o jovem repórter Paulo Totti foi preso e torturado pela repressão em Porto Alegre.
No fim da semana passada, perdemos a graça, a leveza, o carisma, a inteligência, o companheirismo e a dignidade de Paulo Totti, profissional exemplar, ser humano magnífico. Se todos os jornalistas - para não dizer todas as pessoas - tivessem 10% das qualidades de Totti, o jornalismo brasileiro e o mundo seriam melhores.

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Amazon apresenta recursos personalizados de inteligência artificial em disputa contra rivais | Empresas

Amazon apresenta recursos personalizados de inteligência artificial em disputa contra rivais | Empresas | Inovação Educacional | Scoop.it

A Amazon permitirá que as empresas usem seus próprios modelos generativos de inteligência artificial (IA) dentro de sua plataforma de desenvolvimento de aplicativos, parte de um pacote de medidas que a gigante da computação em nuvem está lançando para acompanhar seus rivais.
A Amazon Web Services (AWS) disse que “dezenas de milhares” de empresas estão usando Bedrock, sua plataforma de desenvolvimento de aplicativos de inteligência artificial. Oferecer às empresas a capacidade de adicionar modelos ao Bedrock torna mais fácil para desenvolvedores corporativos e cientistas de dados trabalharem juntos, disse Swami Sivasubramanian, vice-presidente de inteligência artificial e dados da AWS.
A empresa com sede em Seattle também lançou dois novos modelos de inteligência artificial na terça-feira, seu modelo gerador de imagens Titan, que pode criar imagens a partir de texto, e seu modelo Titan V2 de incorporação de texto, projetado para coisas como chatbots de perguntas e respostas e recomendações personalizadas.
A expectativa é de que a inteligência artificial generativa impulsione os gastos globais em tecnologia da informação para US$ 5 trilhões este ano, um aumento de 8% em relação a 2023, segundo a empresa de pesquisa de mercado e consultoria Gartner. Isto aumenta a urgência entre os fornecedores de nuvem, fabricantes de software e dispositivos em oferecer produtos e serviços baseados em inteligência artificial a clientes empresariais.
A Amazon ficou para trás dos rivais tecnológicos na disputa de inteligência artificial, embora tenha tentado aumentar a sua posição com novas ofertas na AWS e nas suas operações de varejo, informou anteriormente o “Wall Street Journal.”
A AWS não tem uma parceria definidora de inteligência artificial, como a da Microsoft com a OpenAI, ou o Copilot, o assistente de inteligência artificial generativo da Microsoft para seu software empresarial. Em novembro, a AWS lançou o Amazon Q, um chatbot de inteligência artificial para empresas e desenvolvedores, e oferece os modelos Titan, mas eles não são tão conhecidos quanto o chatbot e modelos Gemini do Google.
Tal como os seus rivais, a AWS oferece às empresas que utilizam a sua plataforma uma espécie de balcão único para inteligência artificial, computação em nuvem e serviços de dados e software. A empresa se concentrou em ajudar os desenvolvedores a criar aplicativos de inteligência artificial – uma tarefa mais difícil do que criar aplicativos de software – e em dar aos clientes a escolha entre vários modelos, disse Sivasubramanian.

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Apagão de docentes na educação básica: MEC pode piorar a situação

Apagão de docentes na educação básica: MEC pode piorar a situação | Inovação Educacional | Scoop.it

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC), publicou estudo recente mostrando que faltam professores habilitados para a docência na educação básica em todas as regiões do país. Norte e Nordeste são as regiões com maior necessidade. As piores condições estão na Bahia e no Maranhão.
Apesar deste cenário de alerta ter sido divulgado em dezembro de 2023, em abril deste ano o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou a resolução 4/2024, que, se homologada pelo MEC, inviabiliza a oferta de cursos de licenciatura pela educação a distância (EaD), agravando o problema.

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Debate sobre governança do mundo digital foca em desenvolvimento ético

Debate sobre governança do mundo digital foca em desenvolvimento ético | Inovação Educacional | Scoop.it
NETmundial+10 reuniu mais de 800 participantes; desafios de governança e propostas compõem conclusão do evento
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‘Financial Times’ vai licenciar conteúdo para OpenAI treinar o ChatGPT | Empresas

‘Financial Times’ vai licenciar conteúdo para OpenAI treinar o ChatGPT | Empresas | Inovação Educacional | Scoop.it
O jornal britânico “Financial Times” fechou um acordo com a OpenAI. Esta empresa, dona do ChatGPT e apoiada pela Microsoft, poderá para treinar seus modelos de inteligência artificial (IA) usando o conteúdo do jornal.
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Conheça Daniela Amodei, presidente da Anthropic e uma das executivas mais influentes na área de IA

Conheça Daniela Amodei, presidente da Anthropic e uma das executivas mais influentes na área de IA | Inovação Educacional | Scoop.it
A Anthropic, em seu sentido literal, quer dizer “relativo ao ser humano”. Mas, no jargão da indústria de inteligência artificial, significa um sistema de IA alinhado com valores humanos. Foi por essa razão que os irmãos Daniela e Dario Amodei decidiram usar o termo para batizar a empresa que fundaram em 2021, logo depois de deixar a OpenAI. Baseada em São Francisco, na Califórnia, a Anthropic se propõe a desenvolver chatbots alimentados por IA que sejam mais “prestativos, honestos e confiáveis”, como diz em seu site. A empresa já atraiu investimentos bilionários de gigantes como Google (US$ 2 bilhões) e Amazon (US$ 4 bilhões) – este último, no segundo semestre do ano passado.
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Microsoft anuncia R$ 8,5 bilhões em investimentos para IA e nuvem na Indonésia

Microsoft anuncia R$ 8,5 bilhões em investimentos para IA e nuvem na Indonésia | Inovação Educacional | Scoop.it
A Microsoft anunciou nesta terça-feira (30) que está direcionando US$ 1,7 bilhão (cerca de R$ 8,5 bilhões) nos próximos quatro anos para novas infraestruturas de nuvem e inteligência artificial (IA) na Indonésia, que envolve também a capacitação em tecnologia para 840 mil pessoas.
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IA deixa CEO do Google perto de se tornar bilionário | Empresas

IA deixa CEO do Google perto de se tornar bilionário | Empresas | Inovação Educacional | Scoop.it
Sundar Pichai, está prestes a alcançar um marco raro para um executivo de tecnologia não fundador: uma fortuna de 10 dígitos
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Oito jornais americanos processam OpenAI e Microsoft por violação de direitos autorais 

Oito jornais americanos processam OpenAI e Microsoft por violação de direitos autorais  | Inovação Educacional | Scoop.it
Oito jornais americanos, incluindo o Chicago Tribune, estão processando a OpenAI e a Microsoft por violação de direitos autorais, conforme ação judicial protocolada na terça-feira, 30, no Distrito Sul de Nova York. Os jornais são pertencentes à empresa de investimentos Alden Global Capital. De acordo com fontes ouvidas pelo site Axios, a Alden cogita envolver seus mais de 60 jornais regionais na ação.
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'Cidade futurista': São Paulo lança espaço oficial no metaverso com investimento de R$ 5 milhões

'Cidade futurista': São Paulo lança espaço oficial no metaverso com investimento de R$ 5 milhões | Inovação Educacional | Scoop.it
O MetaversoSP faz parte do que o prefeito, Ricardo Nunes, chama de projeto para uma cidade futurista, e tem como objetivo contribuir para que o público tenha uma nova forma de experimentar espaços e serviços públicos da cidade
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Essa definição de criança saudável pode surpreender você

Essa definição de criança saudável pode surpreender você | Inovação Educacional | Scoop.it

A verdade é que nem sempre a criança mais quieta ou obediente é a que se sente mais segura frente ao seu desamparo, e pode ser que efetivamente se sinta em perigo de rejeição quando precisa demonstrar seus medos, mostrar suas dificuldades, então simplesmente para, e entende que suas necessidades não têm lugar. Para preservar suas ligações de apego e afeto, precisa desistir, ou pelo menos abrir mão parcialmente, de sua autenticidade.
Se ser saudável é manter em grande parte nossa autenticidade e criatividade para inventar modos de viver, sentir e se relacionar – como nos ensina Winnicott em toda sua obra – temos aí um impasse frente ao que costumamos entender como saudável: a obediência e adequação frente ao que os adultos esperam da criança.
É certo que uma criança saudável pode ser muito colaborativa, mas não será pelos mesmos motivos da criança obediente e adequada. A colaborativa provavelmente se sente motivada a colaborar, a aprender com quem admira e se sente segura com os adultos que a cercam. A criança adequada que precisou desistir de parte de sua motivação e autenticidade para ser aceita pelos adultos e instituições – ou pelo menos não ser tão rejeitada – provavelmente obedece por medo.

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