Em novembro de 2008, quando milhões de americanos se congratulavam, certos de que haviam dado mais um passo para redimir nas urnas seu histórico pecado original - o racismo -, o dono de uma loja de conveniência em Standish, Estado do Maine, pendurou o aviso: "A Loteria Osama Obama de Espingarda". A aposta custava US$ 1 e o apostador estaria adivinhando quando o recém-eleito Barack Hussein Obama seria assassinado. O subitamente mais ocupado Serviço Secreto registrou a iniciativa do comerciante mentecapto, uma entre as milhares que tornaram o primeiro presidente negro da história americana um dos mais frequentes alvos de complôs assassinos entre os moradores da Casa Branca.
O incidente é lembrado por Randall Kennedy em seu livro The Persistence of the Color Line: Racial Politics and the Obama Presidency (A Persistência da Divisão de Cor, Política Racial e a Presidência Obama, Pantheon Books, US$ 26,95). Kennedy é professor da Harvard Law School e dono de um currículo acadêmico estelar que inclui uma passagem como analista de processos para o lendário Thurgood Marshall, o primeiro juiz negro da Suprema Corte americana.