O programa de crédito estudantil do governo dos EUA parecia ser uma grande ideia em 1965: tome dinheiro emprestado para fazer a faculdade agora e pague depois, quando você tiver um emprego.
Mas muitos participantes do programa agora estão perto de serem expulsos da faculdade, vítimas das dolorosas lições da vida real em matemática e economia.
Acima do US$ 1 trilhão, as dívidas pendentes do crédito estudantil superaram as dívidas dos americanos com o cartão de crédito e com os financiamentos automobilísticos. A explosão dessa dívida ameaça a frágil recuperação da economia, aumenta a carga para os contribuintes e possivelmente prepara o caminho para uma nova crise econômica. Com o mercado de trabalho ainda vacilante, aumentam cada vez mais as dificuldades de pagamento desses empréstimos. Incapazes de conseguir emprego, muitos estudantes voltaram para a escola, aumentando ainda mais suas dívidas.
A dívida média dos estudantes com o crédito estudantil superou recentemente os US$ 25 mil, um crescimento de 25% em dez anos. E essa dívida crescente tem implicações diretas para os contribuintes, uma vez que oito em cada dez desses empréstimos são emitidos ou garantidos pelo governo.
Contribuindo para a escalada do endividamento está o aumento das mensalidades, que sobem num ritmo bem mais acelerado que a inflação. E as matrículas vêm crescendo há anos, uma tendência que ganhou força na última recessão, alimentando ainda mais a tomada de empréstimos.
Mark Zandi, economista-chefe da Moody"s Analytics, afirma que os empréstimos e subsídios concedidos pelo governo não são particularmente bons para os contribuintes, do ponto de vista dos benefícios proporcionados, porque as "universidades e as faculdades simplesmente aumentam suas mensalidades. Isso não melhora a acessibilidade e também não facilita a entrada em uma faculdade".