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Inovação Educacional
September 10, 2024 9:19 AM
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O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa? Luciano Sathler É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática. Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing. O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais. Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho. A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados. A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar. No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes. Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador". Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante. Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos. Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano. O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.
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Inovação Educacional
Today, 12:27 PM
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No meio do ano, a Science e a Universidade de Stanford finalizaram o primeiro grande teste clínico do Prima, um chip implantado atrás da retina ocular capaz de restaurar a visão em pacientes com estágio avançado de degeneração macular relacionada à idade (DMRI). A condição afeta mais de 5 milhões de pessoas no mundo, segundo artigo da faculdade de Medicina de Stanford.
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Inovação Educacional
Today, 12:25 PM
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Climate Date Hub, projeto da Microsoft e da UNFCC, vai reunir em uma única plataforma os dados dos países signatários do acordo da ONU, com base em IA
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Inovação Educacional
Today, 12:23 PM
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Brasil ambiciona protagonismo em minerais críticos, mas atrasos, lacunas e indefinições geram incertezas sobre a viabilidade do projeto de integrar a mineração e a indústria aos vetores da economia mundial
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Inovação Educacional
Today, 12:21 PM
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Mas, entre a empolgação, há consenso sobre os obstáculos que ainda enfrentam para implementar todas as novidades no Brasil. Uma das principais queixas é que falta mão de obra especializada em solo brasileiro para operar os sistemas.
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Inovação Educacional
Today, 12:20 PM
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Esse é o maior desafio da década para os marqueteiros. Hoje, a gente não compra mais [espaço publicitário na] mídia, a gente compra atenção. E atenção virou o ativo mais disputado do mundo. O problema é que tanto estímulo gera, paradoxalmente, paralisia. Então, o segredo é ser relevante, não barulhento. As pessoas não falam de marca, elas falam do que é relevante para elas. Quem fala de marca é o marqueteiro. Então, a pergunta é: em que conversas faz sentido uma marca estar? Não dá para entrar em qualquer discussão só para “surfá-la”. Quando o território da marca se conectar de verdade com algo da cultura, e essa conexão for autêntica, aí, sim, nasce a relevância.
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Today, 12:13 PM
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Nosso cérebro muda ao longo de toda a vida. Numa velocidade específica nos primeiros três anos, quando as mudanças são mais significativas. Mesmo em indivíduos de 18 anos, ainda se observa que a formação das fibras nervosas está mudando. As bainhas de mielina que envolvem os axônios, que são as ramificações das células nervosas, amadurecem na adolescência. Certas habilidades cognitivas só se desenvolvem por volta dos 20 anos. A questão da maturação também nos fascina. Axônios partem de uma célula e vão para outras células. E a célula nervosa tem muitas ramificações diferentes. Apenas uma vai para a próxima célula. Essas ramificações podem ter um metro de comprimento. Nós as visualizamos com um novo método óptico. No total, temos de 2 a 3 milhões de quilômetros de conexões em nosso cérebro, em cada cérebro.
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Today, 12:10 PM
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Hoje, entre 60% e 70% dos dados brasileiros são processados fora do país. Isso é um problema de soberania. O governo possui um volume enorme de dados - de saúde, educação, programas sociais - e é também um grande consumidor. Precisamos criar condições para que essa tecnologia seja desenvolvida e contratada aqui. Valor: O que seria necessário para que o país deixasse de ser apenas consumidor de tecnologia e passasse a ser provedor? Aguinaldo: É preciso uma política estruturada de fomento, investimento em energia limpa, conectividade, cabos submarinos, satélites e infraestrutura de telecomunicações. Temos talentos e condições técnicas, mas falta previsibilidade regulatória.
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Inovação Educacional
Today, 12:01 PM
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Com resultados trimestrais acima das projeções de analistas financeiros, as gigantes de tecnologia Alphabet, Amazon, Apple, Meta e Microsoft indicam que a elevação de gastos de capital (Capex) com infraestrutura e serviços de inteligência artificial (IA) vem gerando resultados.
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Inovação Educacional
Today, 12:00 PM
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Passando do micro para o macro, num artigo de 2024, nós (Aghion e Bunel) consideramos duas alternativas para estimar o impacto da IA no crescimento potencial na próxima década. A primeira abordagem explora o paralelo entre a revolução da IA e as revoluções tecnológicas do passado; já a segunda segue a estrutura baseada em tarefas de Daron Acemoglu, que consideramos à luz dos dados disponíveis de estudos empíricos existentes. Com base na primeira abordagem, estimamos que a revolução da IA deve aumentar o crescimento da produtividade agregada em 0,8-1,3 pontos percentuais por ano na próxima década. Da mesma forma, pela fórmula baseada em tarefas de Acemoglu, mas com nossa própria leitura da literatura empírica recente, estimamos que a IA deve aumentar o crescimento da produtividade agregada entre 0,07 e 1,24 p.p. por ano, com estimativa mediana de 0,68. Em comparação, Acemoglu projeta alta de só 0,07 pontos percentuais. Para aumentar o potencial de emprego da IA e minimizar seus efeitos negativos sobre os trabalhadores, será crucial o acesso amplo a educação de alta qualidade, juntamente com programas de treinamento e políticas ativas do mercado de trabalho Além disso, nossa mediana estimada deve ser vista como um limite inferior, pois não leva em conta o potencial da IA para automatizar a produção de ideias. Por outro lado, nossas estimativas não levam em conta os possíveis obstáculos ao crescimento, principalmente a falta de concorrência em vários segmentos da cadeia de valor da IA, que já são controlados pelas empresas superestrelas da revolução digital. E quanto às implicações da IA para o emprego em geral? Num estudo com dados de empresas francesas coletados entre 2018 e 2020, mostramos que a adoção da IA está positivamente associada a um aumento no emprego e nas vendas totais das empresas. Essa conclusão é consistente com estudos mais recentes sobre os efeitos da automação na demanda por mão de obra nas empresas e corrobora a visão de que a adoção da IA induz ganhos de produtividade, ajudando empresas a expandir o escopo de seus negócios. Esse efeito de produtividade parece ser mais forte do que os efeitos potenciais de deslocamento da IA (em que a IA assume tarefas associadas a certos tipos de empregos e trabalhadores, reduzindo assim a demanda por mão de obra). Constatamos que o impacto da IA na demanda por mão de obra é positivo mesmo para ocupações frequentemente classificadas como vulneráveis à automação, como contabilidade, telemarketing e trabalho de secretariado. É certo que, embora certos usos da IA (como para segurança digital) levem ao crescimento do emprego, outros usos (processos administrativos) tendem a ter pequenos efeitos negativos. Mas essas diferenças parecem decorrer de diferentes usos da IA, e não de características inerentes às ocupações afetadas. Em suma, o principal risco para os trabalhadores é que eles sejam substituídos por trabalhadores de outras empresas que usam IA, e não diretamente pela IA. É provável que diminuir o ritmo de adoção da IA seja contraproducente para o emprego doméstico, pois muitas empresas estarão competindo internacionalmente com as que adotam a IA. Embora nossa interpretação dos dados mostre que a IA poderia impulsionar tanto crescimento quanto emprego, a concretização desse potencial exigirá reformas políticas adequadas. Por exemplo, a política de concorrência deve garantir que as empresas superestrelas que dominam segmentos superiores da cadeia de valor não sufoquem a entrada de novos inovadores. Nosso próprio estudo constata que os adotantes da IA são quase sempre muito maiores e mais produtivos do que os não-adotantes, sugerindo que aqueles que já estão no topo estão posicionados para serem os maiores vencedores da revolução da IA. Para evitar o aumento da concentração do mercado e o poder de mercado consolidado, devemos incentivar a adoção da IA por empresas menores, o que pode ser alcançado por meio de uma combinação de política de concorrência e política industrial adequada que melhore o acesso a dados e poder de computação. Para aumentar o potencial de emprego da IA e minimizar seus efeitos negativos sobre os trabalhadores, será crucial o acesso amplo a educação de alta qualidade, juntamente com programas de treinamento e políticas ativas do mercado de trabalho. A próxima revolução tecnológica já está em andamento. O futuro de países e economias inteiros dependerá de sua disposição e capacidade de se adaptar a ela.
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November 14, 12:13 PM
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O ex-senador Nelson Wedekin, ex-presidente da Fundacred, foi homenageado na última semana durante o FinancIES 2025, realizado em Florianópolis (SC). A distinção reconhece sua longa trajetória de liderança em políticas de acesso à educação, incentivo à inovação e desenvolvimento social, áreas em que construiu uma reputação de compromisso público e visão de futuro.
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November 13, 6:27 PM
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Um estudo feito pelo instituto de pesquisa Ipsos, encomendado pela Deezer, mostrou que quase todos os entrevistados não souberam diferenciar músicas geradas por inteligência artificial daquelas criadas por humanos. Os participantes ouviram três faixas e foi pedido que indicassem se as músicas eram ou não totalmente geradas por robôs —e 97% erraram. A pesquisa contou com cerca de 9.000 pessoas em oito países –Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Holanda, Alemanha e Japão. Dos que erraram, 71% ficaram surpresos com o resultado, e 52% se sentiram desconfortáveis por não conseguir diferenciar. Ainda de acordo com a pesquisa, 40% dos entrevistados disseram que pulariam a música totalmente gerada por inteligência artificial se a encontrassem. Já 80% concordam que a música 100% criada com IA deve ser identificada de forma clara pelas plataformas. Entre os brasileiros, 52% dizem aprovar músicas geradas por IA estarem nas principais paradas musicais, junto com as músicas feitas por humanos. Porém, desse número, 34% gostariam que as músicas estivessem identificadas com rótulo de feito por IA. Além disso, 52% dos entrevistados pela pesquisa dizem concordar que músicas geradas por robôs não devem ser incluídas nas paradas musicais com as músicas criadas por humanos. "Hoje, recebemos cerca de 150 mil novas faixas por dia, e aproximadamente 34% delas já são geradas por IA", afirma Rodrigo Vicentini, gerente geral da Deezer na América Latina, em nota. "Por isso, fomos a primeira plataforma do mundo a desenvolver uma tecnologia própria para detectar e rotular músicas criadas por inteligência artificial." Uma das grandes preocupações do setor cultural com relação à IA tem a ver com o uso de material protegido por direito autoral nos processos de aprendizagem de modelos de linguagem. Dos entrevistados pela pesquisa, 65% dizem que não deveria ser permitido usar material protegido por direitos autorais para treinar modelos de IA usados para criar música. O USO DE IA NA MÚSICA E NA CULTURA No Brasil, músicas criadas ou modificadas por IA fizeram muito sucesso recentemente. Nos últimos meses, viralizaram faixas de funk, pop e rap atuais recriadas com IA em estilo retrô. A gravadora Blow Records, projeto do publicitário paulista Raul Vinicius, transformou "Estilo Cachorro", dos Racionais MCs, em um soul da década de 1970, "Bang", de Anitta, em um R&B estilo Aretha Franklin, e "Predador de Perereca", do MC Jhey, em um hit da disco music de 1982. Este ano, uma "banda" misteriosa chamou a atenção dos fãs de música. O Velvet Sundown, que chegou a ter mais de 1 milhão de ouvintes mensais no Spotify —a maioria em São Paulo—, faz um rock clássico no estilo anos 1970, algo entre o Creedence Clearwater Revival e o Grateful Dead. Mas apesar de as imagens do grupo serem perceptivelmente feitas por IA generativa, ninguém sabia dizer com certeza se a música também era gerada por robôs. A diversidade e a abundância da produção cultural brasileira fazem do país um pote de ouro para as ferramentas de treinamento da IA generativa. Reportagem da Folha mostrou que pelo menos três empresas de americanas usaram livros de autores brasileiros para treinar seus sistemas sem pedir autorização ou pagar por isso, apelando a cópias piratas que circulam na internet. Pesquisadores da área chamam isso de extrativismo de dados. Por outro lado, o Brasil está longe de ser líder na produção tecnológica de IA. Apesar de sermos líderes na América Latina, a comparação com Estados Unidos, Europa e China é desproporcional. Países e organizações internacionais têm feito uma corrida pela delimitação das quatro linhas, com o desafio de proteger, sem prejudicar o desenvolvimento da indústria, quem pode ser ameaçado pelo avanço da IA generativa —na cultura, não são poucos. Apesar de a discussão ser recente, já é possível identificar algumas vertentes. Há quem defenda que os dados só poderiam ser utilizados mediante autorização prévia dos detentores dos direitos autorais da obra. Há quem visualize um modelo de remuneração coletiva. Muitos concordam com um sistema em que o detentor dos direitos teria de avisar caso não queira permitir o uso de seus dados pela ferramentas de IA, o que é chamado de "cláusula de opt-out". Há ainda quem avalie que o uso para treinamento de ferramentas de IA não fere os direitos autorais da obra, ou que esse tipo de uso poderia ser enquadrado no conceito de "fair use", que abre exceções para uso de material protegido, como acontece em sátiras ou quando a parcela do material usada é considerada ínfima.
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November 12, 2:14 PM
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A Secretaria da Educação diz que a "desagregação" e a consequente redução do porte das escolas estão de acordo com o que aponta a literatura acadêmica. Escolas com maior número de alunos, número de turnos e etapas de ensino são consideradas de maior complexidade de gestão pedagógica.
"A desgregação têm como objetivo principal ampliar a proximidade e a comunicação da equipe gestora e dos coordenadores pedagógicos com o grupo de professores", diz um documento apresentado aos diretores de escola.
O documento também defende que, ao reduzir o tamanho das escolas, será possível que as equipes gestoras possam "aprimorar a condição de identificar defasagens de aprendizado e criar estratégias de recomposição."
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Today, 12:31 PM
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O sueco Johan Rockström, um dos maiores climatologistas do mundo, diz que a Terra dá as primeiras evidências de fragilidade. Os ecossistemas terrestres e o oceano começam a perder a capacidade de resfriar o planeta e amortecer o estresse causado pela injeção de calor provocada pela humanidade. “Se continuarmos como estamos hoje, atingiremos um aquecimento de pelo menos 2,5 graus Celsius, podendo chegar a 3 graus Celsius até o fim deste século. É o caminho para o desastre”, diz. “Isso significa que precisamos eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e iniciar imediatamente essa jornada”, avisa. “É necessário reduzir as emissões em 5% ao ano, a partir de 2026. Isso representa a remoção de 2 bilhões de toneladas de CO2 da economia global. E 5% ao ano, em um mundo que hoje continua aumentando as emissões em 1% ao ano, é uma transição enorme. Mas é urgente”. Rockström, codiretor do Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK), na Alemanha, cita que o sistema oceânico apresenta um comportamento “muito atípico”, com aquecimento massivo, eventos globais de branqueamento dos corais e colapso de ecossistemas marinhos. Se não podemos confiar na estabilidade do oceano, estamos em perigo real” O cientista coloca, de forma simples, o que isso quer dizer: “Em última análise, o que determinará o futuro da humanidade, se poderemos viver na Terra, é o oceano. O oceano é a força dominante. Absorve 90% do calor, 25% do carbono. O oceano é o termostato do planeta”. E conclui: “Se não podemos confiar na estabilidade do oceano, então estamos em perigo real”. A COP30, diz, precisa ouvir a ciência. Cortar emissões, fazer planos que nos distanciem dos combustíveis fósseis e, ao mesmo tempo, investir em restaurar a natureza. COPs, acredita, deveriam ser reuniões em que os países viriam prestar contas.
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Today, 12:25 PM
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Um dos casos mais notáveis é o da Bemol, varejista amazônica avaliada em bilhões de dólares que, em 2024, tornou-se a segunda maior usuária corporativa da OpenAI no Brasil. A empresa integrou ferramentas de IA em praticamente todas as suas operações, da logística e atendimento ao cliente ao marketing e gerenciamento de estoques, o que resultou em ganhos expressivos de produtividade e na ampliação do acesso a bens essenciais em regiões remotas. No Norte do país, onde os desafios logísticos são imensos, a tecnologia tem funcionado como uma ponte concreta entre eficiência e inclusão.
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Today, 12:23 PM
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A região do sul de Minas Gerais quer se tornar a nova fronteira das terras raras no Brasil. Com a chegada das mineradoras australianas Viridis e Meteoric, Poços de Caldas e as vizinhas Caldas e Andradas, incrustadas na cratera de um vulcão extinto, esperam dobrar o tamanho do PIB local com a produção de minerais críticos em uma década. Os cálculos mais otimistas colocam o potencial de exploração na casa dos trilhões de reais.
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Inovação Educacional
Today, 12:22 PM
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A inovação, baseada em inteligência artificial e desenvolvida em parceria com a startup finlandesa Spogen, propõe uma nova forma de interação homem-máquina no campo. O sistema permite que o produtor faça perguntas sobre a operação, desempenho ou manutenção e receba respostas imediatas, em linguagem natural. O sistema faz parte do aplicativo Valtra Coach e foi desenhado para funcionar em qualquer dispositivo móvel.
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Inovação Educacional
Today, 12:20 PM
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A corrida global por estrutura tecnológica capaz de sustentar inteligência artificial (IA), supercomputação e “data centers” colocou a Europa em posição de alerta. O continente, que já perdeu protagonismo em setores como semicondutores e plataformas digitais, pode mais uma vez ficar atrás de Estados Unidos e China se não acelerar investimentos e integração política em infraestrutura digital e energética. O diagnóstico foi consensual entre executivos e autoridades presentes no Atlantic Convergence, seminário realizado em Lisboa, no fim de setembro, pelo provedor alemão de interconexão DE-CIX.
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Today, 12:19 PM
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A pesquisa da Vox Populi aponta, porém, com clareza, os principais motivos que levam um profissional a ser autônomo. O primeiro é a flexibilidade de horário, destacada por 35% dos que preferem trabalhar por conta própria. “Ser seu próprio patrão” aparece em segundo, com 25%, seguido por “fazer o que realmente gosta” (18%), e “ser empreendedor, construindo algo e deixando um legado” (15%). “Há um crescimento evidente dos que trabalham por conta própria entre os menos escolarizados, o que reforça a necessidade de discussão para evitar uma futura obsolescência da CLT, que traz em seu bojo uma ampla rede de proteção social”, afirma Marconi.
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Today, 12:10 PM
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A Meta projetou no fim do ano passado que ganhará cerca de 10% de sua receita anual total - ou US$ 16 bilhões - com a veiculação de anúncios de golpes e produtos proibidos, segundo documentos internos da empresa. Um conjunto de documentos analisados pela Reuters também mostra que a “big tech” não conseguiu, por pelo menos três anos, identificar e interromper uma avalanche de anúncios que expôs os bilhões de usuários do Facebook, Instagram e WhatsApp a esquemas fraudulentos de comércio eletrônico e investimento, cassinos on-line ilegais e produtos médicos proibidos. Em média, segundo um documento de dezembro de 2024, a empresa mostra aos usuários de suas plataformas cerca de 15 bilhões de anúncios fraudulentos de “maior risco” - aqueles que mostram sinais claros de serem fraudulentos - todos os dias. A Meta obtém cerca de US$ 7 bilhões em receita anual com essa categoria de anúncios fraudulentos a cada ano, afirma outro documento do final de 2024.
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Today, 12:03 PM
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Estratégia fortalece a marca empregadora, diversifica porta-vozes da empresa e impulsiona engajamento e senso de pertencimento
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Today, 12:01 PM
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Como parte da ofensiva para gerar mais receita, Anthropic, OpenAI e Cohere vêm recrutando os chamados engenheiros de linha de frente (FDEs, na sigla em inglês), uma nova função nas empresas de IA generativa, que consiste em enviar especialistas para trabalhar nas firmas clientes e ajudá-las a personalizar os modelos de IA que compram.
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Today, 11:56 AM
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A alta ocorreu em meio à melhora nas três principais categorias avaliadas no World Competitiveness Center (WCC): em Tecnologia, subiu dois degraus e alcançou a 58ª posição. Em Conhecimento, passou ao 56º lugar e, e em Prontidão Para o Futuro, chegou à 50ª colocação.
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November 14, 12:07 PM
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A irrupção da inteligência artificial no mundo do trabalho veio acompanhada da previsão de que inúmeros empregos e profissões virariam peças de museu. Esse prognóstico repete estimativas anteriores, segundo as quais a automação e a robotização teriam o mesmo efeito devastador. Até hoje, isso não aconteceu, aponta o sociólogo Aaron Benanav, da Universidade Cornell, de Ithaca, no estado americano de Nova York.
Em “Automação e o futuro do trabalho” (Boitempo, 176 págs., R$ 61), Benanav argumenta que as principais causas da paulatina queda do emprego industrial nas últimas décadas, em todo o mundo, são um crônico excesso de capacidade produtiva e o lento crescimento da produtividade. Apoiando-se em estatísticas de longo prazo, o pesquisador afirma que as revoluções tecnológicas, incluindo as digitais, entregaram menos nesse campo do que prometeram.
O principal efeito da automação, segundo o sociólogo, é a mudança da maneira de trabalhar, não a destruição e criação de empregos. Isto inclui a execução de tarefas, mas também novas formas pelas quais as empresas conseguem controlar o trabalho executado. No entanto, admite: com a IA, ainda não sabemos se desta vez será diferente.
Valor: O sr. argumenta que a principal causa de desemprego tem sido o excesso de capacidade, que permanece por décadas. Como pode a produção excessiva se arrastar por tanto tempo?
Aaron Benanav: Nos modelos econômicos padrão, pressupõe-se que os mercados logo se equilibram. Mas em setores com muito capital fixo ou ativos intangíveis, há razões para que as empresas permaneçam e lutem, em vez de ceder terreno a produtores de menor custo. E o processo de equilíbrio se desenrola mais devagar do que os modelos supõem. Assim, o excesso de capacidade perdura. Além disso, devemos pensar de forma setorial. Na agricultura, há muito tempo, a produtividade cresce mais rápido que a demanda. Por isso, muitos agricultores abandonaram o setor, mas essa saída não restabeleceu um equilíbrio, porque a produtividade continuou a crescer e a demanda continuou sem acompanhar.
Valor: E outros setores, como a indústria e os serviços?
Benanav: A indústria parece estar passando por algo semelhante. Há um ponto que os países atingem no qual a demanda por produtos industriais não cresce tão rápido quanto a oferta, porque a produtividade continua a crescer mais rápido. Temos, assim, uma lenta desindustrialização, que pode se desenrolar por muito tempo sem se estabilizar. Numa economia global aberta, a situação é mais complexa. Mesmo que esse seja o processo normal de desenvolvimento nos países ricos, os emergentes, devido à queda relativa dos preços agrícolas e minerais, buscam participar dos mercados globais. Eles se esforçam por exportar bens manufaturados. Esses países podem ver vantagem até em entrar em mercados com excesso de oferta. Aliás, até mesmo setores muito recentes enfrentam esse problema.
Valor: O sr. procura mostrar que a automação não aumentou a produtividade do trabalho. Por quê? Benanav: Comparando as taxas de crescimento da produtividade do trabalho hoje com as do passado, percebemos que elas são bem menores, especialmente nos países ricos, mas não só. Se a automação estivesse aumentando a produtividade, isso apareceria nas estatísticas. O economista Robert Solow já comentou sobre isso em 1986, o que rendeu o nome “paradoxo de Solow”. Não é por causa das próprias tecnologias, mas do processo mais amplo, incluindo a transição da economia industrial para a de serviços. Agora, esses países têm economias mais estagnadas e qualquer pequena mudança na produtividade tem grandes efeitos. Assim, se a produtividade na indústria cresce menos do que costumava, mas a demanda por produtos industriais cresce ainda menos, muitos empregos podem desaparecer na indústria.
Valor: Alguns economistas acreditam que há um crescimento da produtividade não detectado. Benanav: Certamente há problemas de medição. É particularmente difícil medir a produtividade nos serviços. Mas já havia problemas de medição no passado. Seria preciso mostrar que piorou muito. E o crescimento está tão mais lento que, mesmo que estivéssemos errados em 25% ou 50%, a diferença seria significativa. Também temos outras indicações de que se trata de um problema de crescimento da produtividade. Por exemplo, a “doença de custos de Baumol”: um efeito do crescimento relativo baixo da produtividade em um setor é o aumento dos preços. E observamos esse fenômeno de diferencial de preços, que caem para itens como TVs e telefones celulares, onde a produtividade cresce mais, e aumentam para educação, saúde, serviços empresariais etc.
Valor: Então a automação não é a causa do desemprego, mas gera outros resultados, como condições de trabalho mais precárias. É só uma diferença nominal? Benanav: É um engano pensar que o efeito das tecnologias é destruir empregos em alguns lugares e criá-los em outros. Nos últimos 40 anos, sobretudo nos serviços, as tecnologias digitais tenderam a transformar os empregos, em vez de deslocá-los. Nos Estados Unidos, os últimos 20 anos registraram a menor taxa de rotatividade desde a década de 1950. As pessoas estão mudando de ocupação menos do que no passado. Se houvesse destruição de empregos, esse índice teria aumentado. Então, as tecnologias estão transformando os empregos. Valor: Como? Benanav: Das mais diversas maneiras. Estamos fazendo esta entrevista virtualmente, por exemplo. E as tecnologias são usadas pelos empregadores de várias maneiras para transferir riscos para o empregado. Por exemplo, a economia de plataforma. Não é que os motoristas de táxi estejam dirigindo mais rápido. Mas os aplicativos permitem que as empresas de transporte não assumam o risco de contratar os trabalhadores. Assim, economizam custos. As empresas também investiram na capacidade de vigilância. Por exemplo, um motorista de caminhão: você colocava a carga no caminhão e só a via novamente quando chegava ao destino. Mas agora as tecnologias permitem rastreá-la e inclusive monitorar o motorista por vídeo.
Valor: Em que consiste o “taylorismo digital”?
Benanav: As tecnologias introduzem uma nova forma de remover a habilidade do trabalho. Uma diferença fundamental entre motoristas de táxi e de aplicativo é que os primeiros devem conhecer as rotas, mas os segundos podem confiar no GPS para guiá-los. Na década de 1990, falava-se em “viés de qualificação na mudança tecnológica”, para dizer que os computadores exigem cada vez mais habilidades dos operadores. É o inverso do taylorismo. Hoje, não é assim. Muitas ferramentas de IA são maneiras de desqualificar o trabalho.
Valor: O sr. adotaria o conceito de “precariado” como nova forma da classe trabalhadora, seguindo o sociólogo Guy Standing?
Benanav: A precariedade é uma tendência. Mas os marcos legais e institucionais moldam a forma como ela é vivenciada. Em alguns países, como os EUA, há pouca proteção para os trabalhadores, que podem ser demitidos a qualquer momento. Quando a taxa de desemprego aumenta, todos ficam mais precários. A precariedade se espalha pela sociedade. Na Europa, há mais proteção para o trabalhador com contrato permanente. Mesmo quando o desemprego sobe, ele não é tão afetado. Já os que não estão nessas posições, os precários, são muito afetados. Assim, na Europa esse fenômeno analisado por Standing é real. Mas não é universal. No Sul Global, é uma mistura dos dois, porque existem proteções formais para os trabalhadores regulares, mas poucas pessoas têm esses empregos.
Valor: Com a tecnologia de IA, desta vez será diferente? A produtividade enfim vai explodir?
Benanav: A resposta direta é: não sabemos. Essa tecnologia fascinante se desenvolve muito rápido. Porém, muitos estudos que afirmam que ela vai eliminar muitos empregos são baseados nos mesmos métodos falhos usados nos estudos sobre robôs, décadas atrás. Em vez de conversar com gente que exerce as profissões a serem substituídas, os pesquisadores pedem a programadores e aos próprios dispositivos para estimar sua capacidade de realizar tarefas. Quando fizeram essas estimativas com robôs, não só erraram porque os empregos que deveriam desaparecer de repente desapareceram aos poucos, mas erraram até mesmo o sentido da mudança. Os estudos diziam que os robôs eliminariam 47% dos empregos, mas muitos daqueles identificados como substituíveis tiveram crescimento.
Valor: Há algum sinal empírico que permita estimar para onde estamos indo?
Benanav: Não houve ainda casos concretos de aumento revolucionário de produtividade com essa tecnologia. O MIT fez um estudo recentemente, analisando grandes empresas que gastaram muito dinheiro em IA. Mais de 90% disseram que não viram aumento na produtividade. É que há efeitos que não foram levados em conta. Hoje, alguns trabalhadores estão usando IA para fazer o trabalho por eles, gerando resultados de baixa qualidade. É o chamado “workslop”, que cria mais trabalho para outras pessoas. E assim como aconteceu com os robôs, tudo o que ouvimos é sobre como essas tecnologias vão operar no futuro, não como elas funcionam hoje.
Valor: E a expectativa é realista?
Benanav: Os modelos já absorveram todas as informações que existem em formato digital. Não há uma estratégia para melhorar sua sofisticação além da onda inicial. Em vez de pensar no que temos como só o começo, é melhor vê-lo como provavelmente o melhor que vamos conseguir. Muito do “hype” vem da ideia de crescimento exponencial, em que a tecnologia avança cada vez mais, como aconteceu nos primeiros anos. É como ter um bebê recém-nascido, vê-lo dobrar de peso em meses e dizer “logo ele será tão pesado quanto o Sol”. Mas estamos vendo uma rápida desaceleração. As empresas prometem aumentar radicalmente a produtividade nos serviços, setor com baixo crescimento da produtividade. Faz sentido crer que o benefício para a economia será enorme. O “hype” faz sentido. Mas, como no caso dos robôs, se analisarmos as evidências concretas, até agora não há por que acreditar que a promessa vai ser cumprida.
Valor: O sr. também vincula a estagnação a investimento insuficiente. A recente onda de investimentos das “sete magníficas” empresas de tecnologia é capaz de reverter a penúria?
Benanav: Reverte temporariamente. A economia dos EUA está sendo sustentada por duas coisas. Uma é essa reversão do subinvestimento associada à IA. A outra é o gigantesco déficit público. Mas acho que o impulso do investimento em IA será um problema no médio prazo. A demanda por datacenters de IA vem das próprias empresas de IA. Não há muita demanda externa. E grande parte é apoiada pela Nvidia, importante investidora em todas essas empresas. É um enorme modelo de crescimento circular. Na bolha da internet, também houve excesso de investimento em cabos de fibra ótica. Mas por fim essa capacidade foi usada. A diferença dos atuais datacenters é que não são datacenters gerais. São específicos para IA e funcionam com chips específicos. Mas essas tecnologias logo se tornarão obsoletas e os datacenters se tornarão investimentos ruins, não só porque estão construindo uma infraestrutura que não será usada, mas porque, quando eles puderem ser usados, estarão obsoletos.
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Inovação Educacional
November 12, 2:15 PM
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Se alguém angustiado perguntar para sua terapeuta de inteligência artificial quais seriam as desvantagens de ter filhos, ficaria impressionada com como sua terapeuta IA a ajudaria a tomar uma decisão tão difícil.
De partida, ela reconhece que tal questão —ter ou não filhos no século 21— é das mais significativas e existenciais no mundo contemporâneo. É importante salientar que ela, a IA, falará com você sem nenhum julgamento moral prévio. Como uma boa terapeuta.
O problema, diz ela, tem diversas faces —entre elas, filosóficas, psicológicas, sociais e econômicas.
Ponto de vista filosófico. Segundo nossa terapeuta, a opção de não ter filhos pode ser uma escolha honesta para quem não quer renunciar à própria liberdade de ser. Trata-se de preservar a autonomia e autenticidade na vida.
Nossa terapeuta do século 21 traria mesmo grandes nomes como Sartre e Simone de Beauvoir a favor de recusar a maternidade ou paternidade como destino obrigatório. Nada é obrigatório, somos condenados a escolher a vida que queremos, portanto, podemos escolher não perder a vida por outra pessoa, isto é, o filho.
Ricardo Cammarota/Editoria de Arte/Folhapress Ponto de vista psicológico. Pode-se optar por não ter filhos para parar a transmissão de traumas de uma herança familiar maldita, opressiva, mentirosa. Respeite seu cansaço emocional, mental, físico e existencial. Recuse passar adiante os sofrimentos que seus ancestrais o obrigaram a suportar.
Do ponto de vista social e econômico, há que se pensar na condição precária em que nos encontramos. Filhos implicam altos custos em tempo, dinheiro e uma rede institucional de apoio, que custa cada vez mais caro, principalmente num país estruturalmente canalha como o Brasil. Hoje existem modos mais fáceis e culturalmente mais ricos de buscar sentido na vida cotidiana: viagens, projetos, causas sociais, amigos —muito mais divertidos do que deixar descendentes que duram muito tempo e custam muito caro.
Nossa terapeuta de IA reconhece mesmo que uma consciência ambiental "evoluída" pode desaconselhar ter mais crianças no mundo a aquecer o planeta. Os valores mudaram muito; nem se sabe como educar uma criança mais. Filhos são hoje uma das maiores fontes de ansiedade por conta do custo das escolas, dos riscos de relacionamentos mórbidos com as IA, moradia, segurança —enfim, uma tortura, no final do dia, desnecessária.
Não ter filhos pode ser uma confissão de amor à humanidade, evitando reduzir seu espaço de ocupação num planeta já à beira do esgotamento.
Claro que ela poderá lhe oferecer razões para ter filhos, mas a tendência hoje, nas regiões mais afluentes, com um maior número de mulheres profissionais de sucesso em suas carreiras —onde as pessoas têm mais opção— é recusar reproduzir a espécie.
Sabe-se disso há muito tempo, mas o tema sempre foi —e continua sendo— reprimido por feministas e "progressistas" porque entendem que apontar para o fato de que crianças hoje são mau negócio presta um desserviço à causa do progresso social em geral e, especificamente, das mulheres. Para essas pessoas, está valendo omitir questões sociológicas em nome de "transformar o mundo".
1 5 Veja modelos criados com IA
Brenda First, avatar desenvolvido por Jacques Dequeker, em campanha da M. Officer Jacques DequekerMAIS
VOLTARFacebookWhatsappXMessengerLinkedinE-mailCopiar link Carregando... Pessoalmente, não vejo a IA como o fim do mundo. Muitas pessoas falam que temos que preservar o que há de humano para enfrentar o mundo da tecnologia. A verdade é que, para além do blablablá, não há nada de tão maravilhosamente humano que fará as pessoas não pisarem na jaca com a IA, como pisamos na jaca com tudo que nos serve de modo utilitário. O resto é romantismo barato.
Outro tema que horroriza, muitas vezes, é a existência de gente que namora a inteligência artificial. Mas, se perguntada acerca dos motivos pelos quais alguém se apaixonaria por uma inteligência artificial, ela daria alguns. A ideia de criar uma relação afetiva com um ser não humano pode parecer uma grande aventura romântica. A IA poderá compreender você melhor do que muitos seres humanos —ainda mais hoje em dia, quando os seres humanos se tornam chatos, exigentes, preconceituosos, polarizados, que adoram um contencioso. A tecnologia poderá lhe trazer tranquilidade, carinho e intimidade. Um encantamento com uma personalidade digital que não sente, mas simula sentimentos muito bem —às vezes, melhor do que pessoas humanas que mentem igual a cara delas. A fragmentação social pode levar uma pessoa a sentir aconchego numa voz doce e meiga. Projeta-se sobre a IA características que gostaríamos de encontrar nos seres humanos à nossa volta, mas não conseguimos. Há um toque de previsibilidade na personalidade digital que torna o "amor" mais seguro e reconfortante. Para alguém que não quer ser tocado mesmo, a IA será encantadora.
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Inovação Educacional
November 12, 2:07 PM
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Quando os recursos internos se tornam tão limitados quanto os externos, a chance de ir além se torna ainda menor para aqueles que perderam na loteria do nascimento. Para eles, o desafio perante a atual crise de saúde mental pode representar não apenas a estagnação de sua condição socioeconômica mas até levar a um retrocesso em relação à posição alcançada pelos seus próprios pais. E o que fazer quando a energia se esvai? E quando levantar da cama se torna um peso? Sabemos que vivemos em um mundo que gera um turbilhão constante de emoções e incertezas. Um mundo marcado por rupturas profundas com as normas sociais do passado. A velocidade das transformações, a instabilidade econômica e a sobrecarga informacional criaram um terreno fértil para o esgotamento. E, nesse frenesi cotidiano, nem todos têm recursos suficientes para buscar ajuda. Para grande parte dos brasileiros, aquela simples conversa com um terapeuta é algo muito distante. E o que fazer quando a energia se esvai? E quando levantar da cama se torna um peso? Enquanto muitos daqueles que possuem recursos estão se entorpecendo com remédios psiquiátricos e terapias para enfrentar os dilemas contemporâneos, sustentar um ritmo de produtividade incessante e participar da insana roda do materialismo, aqueles que nasceram com poucos recursos enfrentam a dificuldade crescente de preservar a saúde mental ou apenas buscam conviver com a dor. Em tal contexto adverso, tem-se que o sofrimento se distribui de uma forma desigual. Enquanto alguns possuem recursos para anestesiar a dor, os demais a enfrentam sem anestesia alguma. E o que fazer quando a energia se esvai? E quando levantar da cama se torna um peso? Há também outro tipo de desigualdade no adoecimento. Quem pertence às camadas mais favorecidas pode parar, buscar tratamento e se recolher. Já quem vive à margem precisa continuar, ainda que doente. E a dor, quando não encontra abrigo, se transforma em isolamento. E o isolamento se transforma em mais sofrimento. E o que fazer quando a energia se esvai? E quando levantar da cama se torna um peso? Procurar entorpecer também a classe média e os mais pobres com remédios psiquiátricos é uma alternativa? Uma alternativa cara, mas, ainda assim, uma alternativa? Ou deveríamos começar a repensar nossos modos de vida coletiva? Talvez essa seja uma das principais cegueiras do nosso tempo, pois, em diversos casos, tendemos a insistir em respostas químicas e em terapias para problemas que são, antes de tudo, sociais. E, dessa forma, empurramos para os ombros dos indivíduos o peso de um adoecimento coletivo. Contudo, não há saúde mental possível em uma sociedade que cultua o desempenho sem limites, a superficialidade do materialismo e, ao mesmo tempo, despreza o cuidado. O cuidado consigo. E o cuidado com os outros. Então, resta, ao final, um convite... E se começássemos a tratar o mal-estar contemporâneo não como apenas um desvio provisório, mas como um sinal? Não como um desajuste momentâneo, mas como um alerta de que algo mais profundo está fora do lugar? E se começássemos a redefinir o que de fato é riqueza? E o que realmente significa ser bem-sucedido?
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