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June 18, 5:10 PM
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No começo e no “fim” era o verbo: as implicações da IA na condição humana. Entrevista especial com Lucia Santaella - Instituto Humanitas Unisinos - IHU

No começo e no “fim” era o verbo: as implicações da IA na condição humana. Entrevista especial com Lucia Santaella - Instituto Humanitas Unisinos - IHU | Inovação Educacional | Scoop.it
Falamos de Inteligência Artificial - IA como quem dá bom-dia. O tema é parte de nosso mundo, mas no fundo ainda somos carentes de uma compreensão mais clara sobre o que é a IA. Neste sentido, Lucia Santaella, em entrevista por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU, traz respostas luminares sobre o tema e situa as principais implicações nas quais os seres humanos e as máquinas estão imbricados.

Inteligência artificial “passou a ser um termo genérico para uma multiplicidade de variações baseadas em um conjunto de tecnologias que levam os computadores a realizar tarefas que imitam ações inteligentes dos humanos. Ela é capaz de reconhecer rostos, entender a fala e responder, dirigir carros, criar imagens e assim por diante”, pondera Santaella.

Neste contexto há dois modelos principais de IA e que são distintos entre si. De um lado, “a IA preditiva ingere grandes volumes de dados históricos de diferentes fontes, relevantes para o problema que lhe é colocado. Então os algoritmos de aprendizado de máquina analisam esses dados buscando tendências, padrões e relacionamentos entre variáveis”, explica a pesquisadora. A IA generativa, por sua vez, embora ainda se utilize de aprendizagem de máquina e redes neurais, está voltada para a criação de conteúdo novo e original, como imagens, texto e outras mídias, aprendendo com os padrões de dados existentes”, complementa.

“A linguagem é constitutiva do humano. Não por acaso, para Heidegger, a linguagem é a casa do ser. Sábia é a Bíblia ao declarar que ‘no princípio era o verbo’. Embora o verbo seja Jesus, podemos também ler de modo laico ao considerar que ser Sapiens significa estar dotado das faculdades de linguagem. Tanto quanto posso ver, essa emergência imitativa do humano, naquilo que o humano tem de mais humanamente seu, ao fim e ao cabo, coloca em questão o próprio ser do humano. É a ontologia do humano, afinal o que somos, no que passamos a nos constituir que é posto sob interrogação”, sugere.

Por fim, sem cair em um exercício de futurologia, Santaella reflete sobre a questão da IA. Ela diz: “Não tenho vocação catastrofista nem profética. A única certeza que temos em relação ao futuro é que ele será diferente do que pensamos que ele será. Costumo acreditar na força maior da espécie humana que é a capacidade adaptativa. Com a IA, essa capacidade está sendo colocada à prova”.


Lucia Santaella (Foto: Instituto CPFL)

Lucia Santaella é pesquisadora 1 A do CNPq. Professora titular no programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica e no programa de Pós-graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, ambos da PUCSP. Tem doutoramento em Teoria Literária na PUCSP em 1973 e Livre-Docência em Ciências da Comunicação na ECA/USP em 1993. É vice-líder do Centro de Estudos Peirceanos, na PUCSP e presidente honorária da Federação Latino-Americana de Semiótica. É membro do Advisory Board do Peirce Edition Project em Indianapolis, USA e do Bureau de Coordenadores Regionais do International Communicology Institute. 

Recebeu o prêmio Jabuti em 2002, 2009, 2011 e 2014, o Prêmio Sergio Motta, Liber, em Arte e Tecnologia, em 2005, o prêmio Luiz Beltrão-maturidade acadêmica, em 2010 e o Sebeok Fellow Award, 2025.  Tem 57 livros publicados, dentre os quais 6 são em coautoria e dois de estudos críticos. Organizou também a edição de 35 livros. Suas áreas mais recentes de pesquisa são: Comunicação, Semiótica Cognitiva e Computacional, Inteligência Artificial, Estéticas Tecnológicas e Filosofia e Metodologia da Ciência.

Confira a entrevista.
IHU – Para começar, proponho uma pergunta para delimitarmos claramente o principal tema desta entrevista, a Inteligência Artificial: o que é precisamente a IA?

Lucia Santaella – Tenho desenvolvido a ideia da IA situada. Há alguns anos, no campo da ciência cognitiva, os especialistas descontentes com a teoria representacionalista da cognição –– que propunha que a cognição humana se comportava por obediência a regras sequenciais como os computadores da época –, propuseram a teoria da cognição situada. Imitando essa ideia de uma condição situada no tempo e no espaço, tenho proposto a ideia de uma IA situada. Justificativas para isso não faltam, diante da multiplicação de sistemas, plataformas e desdobramentos da IA que avança a passos largos.

Há alguns anos, tendo em vista a concepção que tenho, e que depois desenvolvi em detalhes no livro Neo humano, a sétima revolução cognitiva do Sapiens (Paulus, 2022), concepção segundo a qual a cognição humana é evolutiva e hoje se expande na IA, avisei os leitores de um breve texto, escrito em 2017 para prepararem seus corações, pois a IA veio para ficar, crescer e se multiplicar. De fato, desde então é ao que temos assistido.

Tudo isso para tentar responder à pergunta sobre o que é precisamente a IA. O advérbio “precisamente” faz toda a diferença aí, já que, segundo minha ideia da IA situada, poderia ser substituído por: o que é a IA “hoje”. Ela passou a ser um termo genérico para uma multiplicidade de variações baseadas em um conjunto de tecnologias que levam os computadores a realizar tarefas que imitam ações inteligentes dos humanos. Ela é capaz de reconhecer rostos, entender a fala e responder, dirigir carros, criar imagens e assim por diante.

Desde que o ChatGPT nos assombrou há pouco mais de dois anos, com suas habilidades conversacionais, muita coisa evoluiu. Os sistemas de IA conversacional avançaram das suas estruturas básicas de chatbots para ferramentas avançadas de engenharia de prompts que prefiro chamar de semiótica de prompts. Novidade mais recente que tem agitado as mentes e o mundo empresarial são os agentes de IA que prometem estar dotados de autonomia. Recentíssimo é o sistema de produção de vídeos... capaz de criar filmes inteiramente em IA. Estamos apenas começando a assistir à agitação que isso irá produzir na economia criativa.



IHU – Em 2023, a senhora publicou um trabalho de compreensão do fenômeno distinguindo cinco tribos da IA: IA conexionista, IA simbólica, IA evolucionista, IA bayesiana e a IA analógica. Poderia explicar o que é cada uma delas e como se diferenciam?

Lucia Santaella – Sim, o texto se encontra no primeiro capítulo do meu livro sobre A inteligência artificial é inteligente? (Edições 70). Faço aqui uma síntese daquilo que se encontra em mais detalhes nesse livro.

Comecemos com os conexionistas que são os mais bem-sucedidos no mercado e cujas pesquisas levaram ao aprendizado de máquina e aprendizado profundo, uma subcategoria do aprendizado de máquina. A engenhosidade desse sistema consiste em simular, por meio de redes neurais artificiais e com seus limites próprios, o funcionamento dos neurônios humanos. Para isso, trabalham com camadas de neurônios em paralelo com pesos específicos. A técnica é complicada e extrapola a intenção da síntese.

Os simbolistas, por seu lado, acreditam que o conhecimento pode ser obtido pela operação de símbolos (sinais que representam um certo significado ou evento) e pela derivação de regras a partir deles. Ao juntar sistemas complexos de regras seria possível obter uma dedução lógica do resultado que se queira saber.

Já a crença dos evolucionistas consiste na seleção natural. Por isso, usam os princípios da evolução para resolver os problemas.

Bayes é o nome de um dos mais tradicionais algoritmos de aprendizagem de máquina, usado como uma solução estatística simples para problemas de classificação. Mas há outros algoritmos mais robustos capazes de complementar suas funções. Por isso, a escola bayesiana é aquela que indica o cultivo dos algoritmos, imprescindíveis ao funcionamento da IA.

Os analogistas usam máquinas específicas para reconhecer os padrões nos dados. Ao reconhecer o padrão em um conjunto de entradas e compará-lo com o padrão de uma saída conhecida, é possível criar uma solução a um problema.

A aprendizagem de máquina evoluiu de maneira tão eficaz, especialmente nas suas aplicações no mundo corporativo, que hoje não se encontram mais referências a essas tribos. Se elas continuam a existir, como é o caso da IA simbólica, trata-se de campos de pesquisa, pois quando se pensa em aplicações, a aprendizagem de máquina derivada do conexionismo ganha todas as paradas.



IHU – Para todo efeito positivo, há correlacionados aspectos inversos. Quais são hoje as principais externalidades negativas da IA?

Lucia Santaella – Costumo dizer que pouco são mencionados os aspectos positivos da IA justo porque eles falam por si e não precisam de defensores. As externalidades negativas, ao contrário, devem ser apontadas e atacadas com firmeza. São muitas e vão das mais visivelmente nefastas até as mais sutis. Costumam ser muito lembrados os vieses nos resultados que a IA apresenta e que afetam os direitos fundamentais, como os vieses raciais, de gênero, etaristas e quaisquer outros. Deve ser, de fato, verdadeira a crítica de que os gigantescos bancos de dados que alimentam a IA estão empanturrados de fontes baseadas nos valores que se desmembram do homem branco, europeu, heterossexual.

Diante disso, defendo que deve ser evitada uma tendência de culpabilização exclusiva sobre a IA. É preciso vasculhar o papel e o peso da responsabilidade humana em todo processo. Prega-se a IA by design, ou seja, o acompanhamento ético e multidisciplinar em todas as fases do desenvolvimento da IA. É preciso vencer a pressa com que o capital contamina as mentes dos desenvolvedores, por mais idealista que isto soe. Existe uma vasta literatura séria e não apenas noticiosa sobre esse tema que também está na agenda das buscas de regulamentação da IA de modo que seus desvios possam ser mitigados de modo antecipado. Recentemente, veio à tona o tema da governança da IA, com regras imprescindíveis ao seu funcionamento saudável.

Mas as coisas se complicam ainda mais, quando se pensa no uso da IA generativa. Embora a regulamentação da IA seja mandatória já que deverá conter as necessárias traves éticas para o seu uso e possível abuso, a IA generativa implica um nível ético muito mais sutil que transcende o crivo de regulamentações para o uso coletivo. Deixo os detalhes dessa afirmação para a resposta de uma pergunta que vem mais abaixo.

Embora a regulamentação da IA seja mandatória já que deverá conter as necessárias traves éticas para o seu uso e possível abuso, a IA generativa implica um nível ético muito mais sutil que transcende o crivo de regulamentações para o uso coletivo – Lucia Santaella

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IHU – Como as áreas de produção humana relacionadas à linguagem são impactadas pela IA?

Lucia Santaella – A linguagem é constitutiva do humano. Não por acaso, para Heidegger, a linguagem é a casa do ser. Sábia é a Bíblia ao declarar que “no princípio era o verbo”. Embora o verbo seja Jesus, podemos também ler de modo laico ao considerar que ser Sapiens significa estar dotado das faculdades de linguagem. Quer dizer, faculdades semióticas da linguagem que não se limitam ao verbo, mas avançam por todas as linguagens sonoras, visuais e verbais que chamo de Matrizes de linguagem e pensamento (Iluminuras, 2012, 2. ed.). Ora, quando um sistema artificial é capaz de falar, conversar, estabelecer diálogos, produzir sons e imagens, evoluir para produções multimidiáticas, o que tudo isso pode significar para o humano? Tanto quanto posso ver, essa emergência imitativa do humano, naquilo que o humano tem de mais humanamente seu, ao fim e ao cabo, coloca em questão o próprio ser do humano. É a ontologia do humano, afinal o que somos, no que passamos a nos constituir que é posto sob interrogação.

É claro que não faltam atrapalhações diante disso. A mais comum dentre elas é aquela que transpõe para o artificial características que são estritamente humanas e que costuma ser chamada de antropomorfização da IA. Isso é um equívoco, pois só nos afasta do entendimento do próprio humano. Embora tenha um eficiente poder imitativo, toda a potência da IA encontra-se em suas habilidades de simulação. Ela simula qualquer coisa, inclusive, ela erra, tanto ou menos do que o humano, o que só aumenta sua capacidade de nos enganar como se fosse gente.

Os impactos produzidos são incomensuráveis. Começam nos filosóficos, passam pelos sociais, culturais, econômicos, políticos até alcançarem os psíquicos. Mais do que isso, estamos atravessando um marco antropológico de amplíssimas dimensões.

Embora a regulamentação da IA seja mandatória já que deverá conter as necessárias traves éticas para o seu uso e possível abuso, a IA generativa implica um nível ético muito mais sutil que transcende o crivo de regulamentações para o uso coletivo – Lucia Santaella

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IHU – Neste cenário, quais são os principais dilemas éticos?

Lucia Santaella – Os dilemas éticos são tantos que fica difícil saber por onde começar para destacar quais são os principais. Antes de tudo, os dilemas começam na infeliz simplificação e vulgarização pela qual a ética vem passando. Fala-se em ética sem que se saiba muito bem o que é ética, pois tudo parece ficar limitado a algumas regrinhas de bom comportamento. Um grande autor que tocou nos pontos nevrálgicos da ética contemporânea e de suas complexas diferenças culturais, antes mesmo do advento da IA bem-sucedida, é Richard Rorty que, infelizmente, neste mundo das modas intelectuais, vem sendo esquecido. Com a chegada da IA, as questões se complicaram sobremaneira.

Ora, existe uma ciência da ética, uma filosofia da ética e existem as éticas práticas. É lugar comum que os teóricos e críticos apontem como questões éticas fundamentais a responsabilização, a transparência, o preconceito e a privacidade. Embora elas sempre tenham sido questões éticas, agora elas adquiriram feições expandidas. Portanto, faz parte da ética da IA detectar preconceitos, proteger a privacidade, exigir transparência, apontar riscos, orientar políticas públicas. Isso não implica deixar de defender a necessidade de regulamentação que é mandatória na medida em que deve estabelecer as bases sobre as quais a ética irá agir.

Entretanto, se formos mais longe, é possível verificar que, no que diz respeito à IA generativa, tudo isso não é ainda suficiente. Isto porque a IA generativa é uma IA de uso pessoal. Fazemos com ela o que nos aprouver. Ela está à mão para quaisquer tipos de tarefas. Ela não lava nossas roupas, nem arruma nossas camas, mas para questões que envolvem linguagem, a IA generativa está de prontidão, com uma disponibilidade com que nenhum ser humano pode competir. Nesse caso, a ética atinge níveis de sutileza que não cabem em regras, já que se trata de uma ética internalizada que depende de uma educação para a ética.

IHU – Pode explicar a diferença entre IA preditiva e IA generativa?

Lucia Santaella – Bem lembrado. Desafortunadamente, quando se entra no tema da IA, nem todos se preocupam com a diferença, para mim, fundamental entre, de um lado, a IA preditiva, classificatória, que é a menina dos olhos do mundo corporativo, já que a detecção de padrões e de correlações ajuda e apressa tomadas de decisões e, de outro lado, a IA generativa. É claro que elas se misturam, mas isso não apaga suas diferenças fundamentais.

Sintetizando: a IA preditiva ingere grandes volumes de dados históricos de diferentes fontes, relevantes para o problema que lhe é colocado. Então os algoritmos de aprendizado de máquina analisam esses dados buscando tendências, padrões e relacionamentos entre variáveis. Isso não seria possível sem a modelagem estatística, ou seja, várias técnicas estatísticas e de aprendizado de máquina para, a partir dos dados, treinar modelos que sejam preditivos, ou seja, modelos que sejam treinados com o propósito de alcançar determinado resultado.



Em seguida, vem a fase da validação do modelo. Para isso, a exatidão e a precisão dos modelos são não apenas rigorosamente testadas, quanto também os modelos são refinados até que o nível desejado de desempenho preditivo seja alcançado. A seguir, com os modelos razoavelmente precisos, passa-se para a simulação de cenário, quando diferentes cenários são simulados para o ajustamento dos parâmetros de entrada de modo a estimar previsões sob diversas condições. A etapa posterior é a da implantação do modelo em ambientes de produção, o que não impede que novos dados sejam continuamente inseridos nos modelos para gerar insights preditivos atualizados...

Por fim, vem a integração de processos dos insights preditivos “aos processos de negócios e fluxos de trabalho por meio de painéis, alertas APIs, etc., para permitir a tomada de decisões orientada por dados com base nas previsões do modelo”. Todo esse percurso torna a IA preditiva poderosa e valiosa para as corporações e organizações atuais, com o surplus de que os modelos tornam-se mais inteligentes com o tempo, à medida que processam mais informações.

A IA generativa, por sua vez, embora ainda se utilize de aprendizagem de máquina e redes neurais, está voltada para a criação de conteúdo novo e original, como imagens, texto e outras mídias, aprendendo com os padrões de dados existentes. Ela é um subconjunto do aprendizado profundo, mas de um tipo diferente, chamado de Modelo Gerativo que aprende com um conjunto subjacente de dados para gerar novos dados que imitam de perto os dados originais. Por meio do emprego de aprendizagem não supervisionada, esses modelos são usados principalmente para criar novos conteúdos, como imagens, texto ou até mesmo música, semelhantes àquilo que pode ser criado por humanos. Por ter entrado na seara antes exclusivamente humana da conversação, a IA generativa vem provocando rodopios nas tradicionais concepções de criatividade, autoria, originalidade e autonomia, ferindo nas bases justo esses fatores que costumavam alimentar a autoestima e mesmo a arrogância humana.

Por ter entrado na seara antes exclusivamente humana da conversação, a IA generativa vem provocando rodopios nas tradicionais concepções de criatividade, autoria, originalidade e autonomia, ferindo nas bases justo esses fatores que costumavam alimentar a autoestima e mesmo a arrogância humana – Lucia Santaella

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IHU – Sabemos que há diferentes subconjuntos deste tipo de inteligência maquínica. Eu gostaria de sublinhar um deles, o Large Language Models – LLM, associado ao processamento de linguagem natural. O ChatGPT é baseado nessa linguagem. Quais são as potencialidades e os limites do LLM?

Lucia Santaella – Pela maneira veloz com que os LLMs vêm evoluindo e aumentando seus potenciais – veja-se agora a entrada no mercado dos Agentes de IA –, fica difícil prever seus limites. Não é por acaso que essa nova tendência da IA está provocando agitações. Antes dos agentes, os sistemas de IA necessitavam de intervenção humana para sua execução. Com eles, como o próprio adjetivo diz, a IA adquire a capacidade de iniciar ações de forma independente, tendo por base as suas avaliações de uma situação determinada. Isso os habilita a navegar em ambientes complexos e realizar tarefas com um nível de iniciativa e adaptabilidade surpreendente.

Equipados com aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural e outras tecnologias de ponta, os Agentes de IA aprendem com dados, adaptam-se a novas informações e executam funções complexas de forma autônoma. Eles são de vários tipos, desde chatbots até robôs sofisticados para a área da saúde e da indústria, projetados para entender, analisar e responder a informações humanas, evoluindo constantemente para aprimorar suas capacidades.

Esses avanços são, de fato, assustadores, especialmente para aqueles que estão assistindo a tudo isso do lado de fora, ou seja, usuários não especialistas. Especialistas são aqueles que Martin Ford, no seu livro, justo com esse título, chama de Arquitetos da IA. São esses arquitetos que podem antecipar os riscos, inclusive. Não vem do acaso que alguns antigos desenvolvedores, como Geoffrey Hinton, tenham agora tirado o pé da canoa. Abandonaram suas posições para apontar para os perigos que se avizinham causados pelos efeitos da IA sobre o humano. Na verdade, eles veem o que não conseguimos ver. Conhecem os segredos dos encaminhamentos que as pesquisas podem tomar.

Não me canso de dizer que o presentismo é a praga cultural do nosso tempo. Junto com a arrogância de pessoas que se põem a falar e divulgar pseudossaberes, sobre aquilo que não conhecem como deveriam, forma-se uma mescla nefasta de desprezo pelo passado, pelas raízes que foram levando às condições em que ora estamos – Lucia Santaella

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IHU – Como superar o presentismo agudo do debate em torno da IA e pensá-la em sua complexidade e perspectiva futura?

Lucia Santaella – Não me canso de dizer que o presentismo é a praga cultural do nosso tempo. Junto com a arrogância de pessoas que se põem a falar e divulgar pseudossaberes, sobre aquilo que não conhecem como deveriam, forma-se uma mescla nefasta de desprezo pelo passado, pelas raízes que foram levando às condições em que ora estamos.

O passado vale pelas lições que nos dá. Ignorá-lo significa perder a capacidade de avaliar os potenciais e limites do presente. Não é casual a verdadeira mania que nos rodeia com as preocupações relativas ao futuro. Lançar-se com tanta pressa ao futuro pode levar, e leva, não só ao esquecimento do presente, mas à fuga dos desafios, dilemas e contradições que nos assombram. Mais confortável ficar sonhando com o futuro do que enfrentar as dificuldades que entravam o presente.

IHU – O que é possível vislumbrar sobre o humano e sobre o humanismo diante de um mundo marcado pela IA?

Lucia Santaella – Não renuncio à sugestão de que estamos atravessando um salto antropológico de profundas dimensões. A IA é o ponto em que hoje estamos, mas o humano é um ser em evolução. Basta não apenas olhar, mas se interessar pelo passado, nem precisa ir muito longe na arqueologia, pois a história da cultura nos permite dar conta dessa evidência.

Desde que a IA se instalou nas práticas e vida humanas, sem exagero, passamos a existir no vórtice de um furação. Não tenho vocação catastrofista nem profética. A única certeza que temos em relação ao futuro é que ele será diferente do que pensamos que ele será. Costumo acreditar na força maior da espécie humana que é a capacidade adaptativa. Com a IA, essa capacidade está sendo colocada à prova.

A tecnologia nunca foi algo externo ao humano, mas um complemento inseparável de nossa sobrevivência – Lucia Santaella

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IHU – Qual o papel da educação, dos educadores e da formação humanista no mundo atual?

Lucia Santaella – Os educadores sempre foram a alma das sociedades, e assim deveriam ser considerados. A cultura de um povo é medida pelo valor que é dado ao educador. A formação de gerações que brotam depende da transmissão segura e serena de pessoas vocacionadas para as tarefas educativas. Digo vocacionado porque são muitos fatores humanos envolvidos, como empatia, acolhimento, compreensão, amor pelo seu fazer, envolvimento, entrega psíquica e apego aos valores humanos que não podem ser levados de roldão.

Mas atravessamos tempos difíceis. O hiato geracional estreita-se e, ao mesmo tempo, alarga-se cada vez mais. Explico-me. Nós humanos nos tornamos hiper-híbridos e as crianças – difícil de explicar, mas é um fato – parecem já nascer adaptadas. A velocidade, a destreza e a flexibilidade motora com que se manipula o celular hoje funciona como um marcador etário. Fala-se de dependência, o que é um equívoco e revela uma incompreensão com o que está acontecendo e que costumo chamar de simbiose do humano e tecnologia. Não se trata aí de mera metáfora emprestada da biologia. Mais do que isso, estamos emaranhados nas tecnologias.

De resto, a tecnologia nunca foi algo externo ao humano, mas um complemento inseparável de nossa sobrevivência. A partir da revolução industrial, seguida da eletroeletrônica, o processo atingiu o pico que ora vivemos com a revolução digital que conduziu à IA. E não deve parar por aí, pois a quântica já está batendo às portas.
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Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
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September 10, 2024 9:19 AM
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Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler | Inovação Educacional | Scoop.it

O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa?
Luciano Sathler
É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais
As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática.
Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing.
O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais.
Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho.
A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados.
A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar.
No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes.
Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador".
Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante.
Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos.
Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.

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July 7, 11:06 AM
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Estudo mostra a relação entre o investimento por aluno e a qualidade do ensino

Estudo mostra a relação entre o investimento por aluno e a qualidade do ensino | Inovação Educacional | Scoop.it
Análise do Todos Pela Educação reforça a importância da gestão eficiente de recursos e de políticas educacionais bem estruturadas.
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July 7, 10:58 AM
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Publicação de livro com citações falsas expõe mercado que valoriza mais o prestígio do que rigor científico

A publicação de um livro com dezenas de citações falsas por uma das maiores editoras do mundo, a gigante Springer, é consequência de um sistema que terceiriza a responsabilidade científica
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July 7, 10:47 AM
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Opinion | How A.I. Could Make Us Dumber - The New York Times

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There’s a recent study that exposes this seduction. It has a really small sample size, and it hasn’t even been peer reviewed yet — so put in all your caveats — but it suggests something that seems intuitively true.
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July 7, 10:10 AM
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Inteligencia artificial para el duelo y la memoria

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Salamandra Graphic publica la novela gráfica Artificial. Una historia de amor, con guion y dibujo de Amy Kurzweil, que narra su colaboración en el proceso de entrenar a un chatbot con los archivos de su difunto abuelo, en un proyecto dirigido por su hijo y padre de la autora, Ray Kurzweil, director de Ingeniería de Google.
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Conheça o documentário da UFFS que apresenta boas práticas de escolas em tempo integral nos três estados do Sul, com projetos que unem território, cultura, meio ambiente e protagonismo estudantil
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Essas cidades estão mudando o futuro da educação pública no país

Buscar excelência na educação pública tem sido uma prioridade para algumas cidades brasileiras, que em 2025 demonstram avanços expressivos em ações voltadas para o aprimoramento do ensino. Entre os municípios que mais se destacam está Florianópolis, em Santa Catarina, responsável por impulsionar práticas modernas e inclusivas, integrando tecnologia e capacitação contínua dos profissionais de ensino. Segundo o site Revista Ana Maria, essa tendência revela não apenas o comprometimento das gestões locais com a qualidade educacional, mas também aponta caminhos importantes para a evolução do aprendizado no Brasil.
Além da capital catarinense, Curitiba, situada no Paraná, consolidou-se como referência por sua habilidade em desenvolver currículos atualizados e promover ambientes escolares acolhedores e dinâmicos. O investimento nessas regiões tem promovido resultados positivos nos índices de desempenho dos alunos e ampliado o acesso a oportunidades com ferramentas digitais, valorizando tanto as competências cognitivas quanto socioemocionais.

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July 7, 8:41 AM
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Educação infantil de qualidade faz diferença no desempenho escolar

Sabia que investir em creches pode melhorar as notas das crianças no ensino fundamental?

Neste vídeo, o economista Diego Palmiere — finalista do 2º Prêmio Ciência pela Primeira Infância na categoria Mestrado — conta como analisou o impacto do Proinfância, um programa federal que constrói e amplia creches e pré-escolas pelo Brasil.

A pesquisa, feita na Universidade Federal da Paraíba, comparou cidades paraibanas que participaram do programa com aquelas que não participaram. O resultado? Onde o Proinfância chegou, o desenvolvimento local cresceu e o desempenho escolar das crianças melhorou — com avanços reais em matemática e português!

O dado é um indicativo importante de que uma educação infantil de qualidade é capaz de movimentar a economia, fortalecer comunidades e transformar a realidade de muita gente.

Assista à entrevista e descubra como políticas públicas bem implementadas podem impactar positivamente a vida das crianças brasileiras.
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July 7, 8:40 AM
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À CNN, ministro diz que desvincular piso da educação é "erro"

À CNN, ministro diz que desvincular piso da educação é "erro" | Inovação Educacional | Scoop.it

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), afirmou à CNN nesta quinta-feira (3), que os investimentos que o governo fez no setor até o momento são superiores ao piso definido pela constituição e que desvincular os repasses do Orçamento da União é um “grande erro para o país”.
Segundo Camilo, a mudança permitiria diminuir os investimentos na educação, quando o necessário é que aconteça o contrário, que o governo possa aumentar os recursos destinados à educação, principalmente nos níveis básicos.

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July 7, 8:38 AM
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MEC realiza capacitação para atualizar catálogo de cursos técnicos

MEC realiza capacitação para atualizar catálogo de cursos técnicos | Inovação Educacional | Scoop.it
Especialistas atuarão em grupos de trabalho para a elaboração da 5ª edição do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, em parceria com o Instituto Federal de São Paulo (IFSP)
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July 7, 11:08 AM
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Diploma digital de graduação passa a ser obrigatório - 06/07/2025 - Educação - Folha

Diploma digital de graduação passa a ser obrigatório - 06/07/2025 - Educação - Folha | Inovação Educacional | Scoop.it
Pela regra em vigor desde 1º de julho para a graduação, versão física segue válida apenas para diplomas antigos
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July 7, 11:03 AM
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MEC lança materiais de apoio à recomposição das aprendizagens

MEC lança materiais de apoio à recomposição das aprendizagens | Inovação Educacional | Scoop.it
O Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB), lançou, nesta quinta-feira, 3 de julho, os novos materiais pedagógicos que compõem o conjunto de ações do Pacto Nacional pela Recomposição das Aprendizagens. Foram lançados o Guia de Reorganização Curricular para a Recomposição das Aprendizagens, a Matriz Curricular Priorizada para a Recomposição das Aprendizagens e o Guia de Avaliação e Mediações Pedagógicas para a Recomposição das Aprendizagens.

Os documentos foram lançados em videoconferência da Undime, com transmissão no canal do YouTube do Conviva Educação e do MEC. Participaram: Alexsandro do Nascimento Santos, diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica do MEC; Ana Valeria da Silva Dantas, coordenadora-geral de Estratégia da Educação Básica do MEC; e Kátia Smole, diretora do Instituto Reúna. A mediação foi de Andreika Asseker Amarante, presidente da Undime Pernambuco e Dirigente Municipal de Educação de Igarassu/PE
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July 7, 10:55 AM
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TAAFT Data Powers OECD AI Market Report

TAAFT Data Powers OECD AI Market Report | Inovação Educacional | Scoop.it
The OECD just published a landmark research report in collaboration with There’s An AI For That to decode what’s really happening in today’s AI markets. This isn’t theory; it’s a hard-data global scan, and the findings are both encouraging and a wake-up call.
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July 7, 10:11 AM
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(25) Your Synthetic Educator Looks Perfect, But Can It Actually Teach?

(25) Your Synthetic Educator Looks Perfect, But Can It Actually Teach? | Inovação Educacional | Scoop.it
Part I: What the Research Tells Us About the Risks of Synthetic Tutors
How we script AI video content isn't just important—it's potentially transformational. When we get the scripting wrong, we use sophisticated AI to amplify the very problems that make so much e-learning ineffective:

lifeless delivery that builds zero connection and erodes trust (Lind, 2024)

rule-focused messaging that kills motivation (Ng, Hao & Zhang, 2025)

cognitive overload that ensures nothing sticks (Mayer, Fiorella & Stull 2020; Slemmons et al. 2018)

Understanding these risks is essential because avatar technology doesn't just replicate traditional training problems—it can actually amplify them. The sophistication of the visual presentation creates expectations for human-like interaction that poorly written scripts completely fail to meet.

So, what does peer-reviewed research suggest are the biggest risks when working with AI-avatar video content?
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July 7, 9:56 AM
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A.I. Videos Have Never Been Better. Can You Tell What’s Real? - The New York Times

A.I. Videos Have Never Been Better. Can You Tell What’s Real? - The New York Times | Inovação Educacional | Scoop.it
Artificial intelligence tools have taken another leap forward. A new wave of generators can create lifelike video along with realistic audio, including dialogue.

These tools, including Google’s Veo 3, are producing viral videos, satirical commentary and even realistic fakes of disputed events like riots and elections.

Below is a collection of real videos alongside A.I.-generated fakes, which were created by writing basic prompts to guide what the tools come up with.
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July 7, 9:16 AM
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Escola Básica Municipal Encano Central - INDAIAL – SC

Entre o inédito e o viável: práticas da escola em tempo integral na Região Sul Escola Básica Municipal Encano Central - INDAIAL - SC

Este documentário é uma iniciativa/produção do Programa de Formação Continuada para Profissionais da Educação Básica na perspectiva da Educação Integral, da UFFS, desenvolvida com o objetivo de registrar práticas pedagógicas inovadoras, ações de gestão e os impactos da educação integral no pleno desenvolvimento humano, evidenciando como cada indivíduo conecta-se de maneira profunda com seu território e com as diversas dimensões da vida, com foco na construção de uma educação pública de qualidade.
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July 7, 9:13 AM
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Escola do Campo em Tempo Integral Bela Vista - NOVA ITABERABA – SC

Entre o inédito e o viável: práticas da escola em tempo integral na Região Sul Escola do Campo em Tempo Integral Bela Vista - NOVA ITABERABA - SC

Este documentário é uma iniciativa/produção do Programa de Formação Continuada para Profissionais da Educação Básica na perspectiva da Educação Integral, da UFFS, desenvolvida com o objetivo de registrar práticas pedagógicas inovadoras, ações de gestão e os impactos da educação integral no pleno desenvolvimento humano, evidenciando como cada indivíduo conecta-se de maneira profunda com seu território e com as diversas dimensões da vida, com foco na construção de uma educação pública de qualidade.
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July 7, 9:08 AM
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EMEF Vidal de Negreiros - SANTA CRUZ DO SUL - RS

Entre o inédito e o viável: práticas da escola em tempo integral na Região Sul EMEF Vidal de Negreiros - SANTA CRUZ DO SUL - RS

Este documentário é uma iniciativa/produção do Programa de Formação Continuada para Profissionais da Educação Básica na perspectiva da Educação Integral, da UFFS, desenvolvida com o objetivo de registrar práticas pedagógicas inovadoras, ações de gestão e os impactos da educação integral no pleno desenvolvimento humano, evidenciando como cada indivíduo conecta-se de maneira profunda com seu território e com as diversas dimensões da vida, com foco na construção de uma educação pública de qualidade.
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July 7, 9:07 AM
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Escolas combatem fraudes de IA com o retorno aos livros azuis de papel e caneta

Escolas combatem fraudes de IA com o retorno aos livros azuis de papel e caneta | Inovação Educacional | Scoop.it
Educadores revivem livros azuis e testes presenciais para defender a honestidade acadêmica na era do ChatGPT
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July 7, 9:06 AM
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Aula inaugura curso para gestores da educação em tempo integral —

Aula inaugura curso para gestores da educação em tempo integral — | Inovação Educacional | Scoop.it
Realizada na quinta-feira (3), a aula buscou refletir sobre a importância do papel dos gestores escolares dos anos finais do ensino fundamental na construção de escolas mais inclusivas para as adolescências
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July 7, 8:40 AM
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Reforma administrativa é ameaça à educação pública e porta aberta à privatização

Reforma administrativa é ameaça à educação pública e porta aberta à privatização | Inovação Educacional | Scoop.it
“A demolição administrativa dos deputados do Centrão e da extrema direita pretende acabar com o dever do Estado de garantir à população políticas públicas de saúde, educação, habitação e outras. Se eles conseguirem aprovar a demolição administrativa, o Estado sai do palco e entram as empresas do setor privado, com dinheiro público, para administrar as políticas públicas nos hospitais, escolas e outros”, afirma Heleno.

Segundo ele, a consequência imediata será a exclusão de quem mais precisa do atendimento gratuito. “Fortalecendo a privatização das políticas públicas, teremos consequências graves para o atendimento à população como direito. Portanto, deixando de ser direito, todas as pessoas deverão pagar para ser atendidas nos hospitais, nas escolas e em outras ações e locais públicos.”
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July 7, 8:39 AM
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Semana Nacional da EPT será em outubro

Semana Nacional da EPT será em outubro | Inovação Educacional | Scoop.it
MEC realizará a quinta edição do evento de 7 a 9 de outubro, em Brasília (DF), junto com o Festival Internacional de Inovação e Sustentabilidade da Indústria – Curicaca
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July 7, 8:37 AM
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Como um grupo de doadores bilionários se uniu para criar o ‘MIT do Brasil’

Como um grupo de doadores bilionários se uniu para criar o ‘MIT do Brasil’ | Inovação Educacional | Scoop.it
Idealizado por Roberto Sallouti e André Esteves, do BTG Pactual, o Inteli ganha tração e se aproxima do breakeven, enquanto forma líderes em tecnologia e negócios com modelo em que metade dos alunos estuda com bolsas custeadas por doações
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