A proposta, apesar de bem-intencionada, traz requisitos que podem engessar o setor. Pontos específicos como a exigência de cumprimento de normas técnicas ainda pouco consolidadas, a ampla obrigatoriedade de relatórios de impacto em praticamente qualquer aplicação de IA e a falta de clareza na classificação de sistemas de "alto risco" criam incertezas. Isso significa que pequenos desenvolvedores terão de enfrentar custos adicionais na implementação de complexos processos de compliance, documentação e auditoria, algo muito mais simples para grandes empresas com equipes jurídicas e técnicas robustas. Ao detalhar obrigações que vão desde o mapeamento completo dos dados utilizados para treinar modelos até a realização de verificações externas contínuas, o PL impõe uma carga administrativa e financeira desproporcional às startups, que muitas vezes operam com recursos limitados e buscam agilidade no desenvolvimento de soluções. Além disso, a falta de uma definição clara sobre quais tecnologias ou usos da IA são considerados de maior risco abre margem para interpretações amplas, gerando insegurança jurídica e retardando o surgimento de novas soluções inovadoras. Em última análise, uma regulação excessivamente restritiva pode criar um ambiente hostil à experimentação e ao surgimento de novos players, prejudicando a competitividade nacional num momento em que outros países buscam atrair talentos e investimentos em IA. Para que a regulação cumpra seu papel, é indispensável que o diálogo com o setor seja ampliado, buscando um equilíbrio entre segurança, transparência e espaço para a inovação. Caso contrário, corre-se o risco de sufocar as ideias que poderiam impulsionar o país rumo à liderança tecnológica, em vez de garantir um desenvolvimento ético, responsável e verdadeiramente promissor.
O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa? Luciano Sathler É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática. Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing. O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais. Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho. A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados. A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar. No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes. Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador". Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante. Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos. Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano. O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.
Os wearables estruturais que aumentam o corpo humano ao oferecer suporte adicional foram proeminentes durante a CES 2025. A Hypershell exibiu sua Série X, que integra tecnologia de exoesqueleto para melhorar o movimento físico. Projetada para envolver os quadris e coxas, a tecnologia dá aos exploradores ao ar livre um impulso extra, enquanto a engenharia aumenta a resistência e reduz o esforço físico. Seja para caminhadas ou extensas aventuras ao ar livre em terrenos desafiadores, a premissa da Série X da Hypershell é permitir que os usuários façam isso com facilidade e conforto. E embora possa ser usada por aqueles que precisam de assistência para caminhar, ela foi projetada para todos. O modelo Hypershell Carbon X ganhou o CES Innovation Awards em Robótica e está programado para venda global em 20 de janeiro de 2025.
Talvez você já tenha ouvido falar do livro "A Geração Ansiosa", de Jonathan Haidt, que já movimentava basante o debate no Brasil mesmo antes de ser publicado pela Companhia das Letras, com tradução da Lígia Azevedo.
Na obra, Haidt discute uma das principais preocupações contemporâneas: quais são os efeitos de uma vida passada dentro de redes sociais e aplicativos de celular na nossa sociabilidade.
O autor se atenta sobretudo ao efeito alarmante disso nas crianças e adolescentes, que foram criados num ambiente em que podem ter contas no Instagram antes mesmo de sua completa formação cognitiva.
Para Vivek Murthy, a responsabilidade é coletiva e não pode recair apenas sobre os pais, e os alertas nas plataformas são uma parte importante do esforço para resolver o problema.
Artificial Intelligence is in the news every day. We hear how it is misleading us with deep fakes, will replace us in the workplace, or even wipe out the human race. For British artist and researcher James Bridle, while the advances and risks are usually exaggerated, our obsession with AI could allow us to recognise the many forms of non-human intelligence.
A indústria da pornografia está sendo moldada pela inteligência artificial, um mercado que já nasce grande e pode se tornar ainda maior. A plataforma Erogen.ai, por exemplo, oferece chatbots pornográficos com diversas opções já pré-definidas de personas ou até mesmo a possibilidade da criação de um personagem único por meio de um prompt.
Nesta terça-feira, 14, a Meta vai encerrar todos os filtros de realidade aumentada (RA) desenvolvidos por usuários. Ou seja: os mais de 2 milhões de efeitos de beleza, incluindo aqueles desenvolvidos pelo mercado publicitário, não estarão mais disponíveis no Facebook, Instagram e Messenger. O anúncio sobre a descontinuidade das ferramentas aconteceu em agosto de 2024, quando informou que a plataforma Spark, usada por criadores para aplicações e filtros de realidade aumentada nos Stories das redes sociais, seria desativada.
Ao longo dos próximos anos, apenas uma coisa vai avançar tão rapidamente quanto a inteligência artificial (IA): a necessidade de atualização profissional. Em 2025, a IA começará a direcionar os caminhos da economia global, transformando o mercado de trabalho e substituindo tarefas repetitivas por novos processos inteligentes, mas exigindo uma maior adaptabilidade humana. A eficiência trazida pelas LLMs e modelos preditivos impulsionará uma nova era de produtividade humana, reduzindo custos operacionais em diversos setores. Porém, essas mesmas inovações podem exacerbar desigualdades no mercado de trabalho, deslocando profissionais incapazes de se adaptarem a essa transição para atividades de maior complexidade cognitiva e tecnológica. Para acompanhar essa transformação, será necessário que profissionais desenvolvam competências fundamentais em programação básica, estatística e machine learning. A habilidade de escrever e compreender códigos simples no Python, combinada ao domínio de conceitos estatísticos como predição e inferência estatística, permitirá uma integração mais eficiente das diferentes tarefas com os algoritmos de IA. Além disso, a familiaridade com os próprios algoritmos de machine learning, como árvores de boosting, transformers e redes neurais, será cada vez mais valorizada, mesmo em funções não diretamente relacionadas à tecnologia. Essas habilidades não apenas capacitam os profissionais a interpretarem os resultados gerados pelos algoritmos, mas também os tornam capazes de colaborar na personalização e implementação das suas decisões. Do lado técnico, novas e empolgantes vagas vão começar a aparecer em áreas como interpretabilidade e mitigação de viés algorítmico para garantir que a IA não apenas funcione bem, mas também atenda a princípios éticos e de justiça. Além disso, o crescimento de áreas como aprendizado federado, permitirá que as empresas protejam a privacidade dos clientes e pacientes, ao mesmo tempo em que garantem o aprendizado coletivo dos seus algoritmos. Enquanto a IA transformará as diferentes áreas e profissões, o aprendizado humano constante será a melhor estratégia de sobrevivência e crescimento no mercado de trabalho. A revolução da IA demandará que os profissionais sejam protagonistas, não espectadores, dessa mudança. Ao investir em habilidades técnicas de programação e estatística, será possível transformar o desafio da atualização constante em uma oportunidade de liderança e crescimento.
A nova política impõe cotas para a maioria dos países do mundo sobre as vendas de GPUs, os chips essenciais para o desenvolvimento de grandes modelos de IA. Ela também impede que as empresas americanas compartilhem detalhes técnicos dos modelos de IA mais avançados com exceção de alguns aliados próximos dos EUA.
As regras classificam os países do mundo em três níveis. Para o primeiro deles, não há restrições de acesso a GPUs e modelos de IA. Nele, estão 18 aliados próximos dos EUA, como o Reino Unido, o Japão, a maior parte da Europa, Austrália e Taiwan. Já para o grupo três, as exportações de GPUs e algoritmos de ponta são totalmente proibidas. Neste grupo estão China, Rússia, Irã e Venezuela.
Edital nº 2/2024 visa ao desenvolvimento de cursos autoinstrucionais para formação continuada voltada aos saberes digitais. Instituições interessadas em interpor recurso ao resultado têm até dez dias corridos
A seguir está a mensagem do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, para o Dia Internacional da Educação, celebrado em 24 de janeiro:
A educação é um direito humano básico e um elemento essencial para que cada pessoa alcance seu potencial máximo e para que as sociedades e economias cresçam e floresçam.
Os rápidos avanços tecnológicos atuais — como a inteligência artificial (IA) — prometem muito apoiar estudantes de todas as idades em suas jornadas de aprendizagem.
Mas, as tremendas recompensas são acompanhadas por alguns riscos assustadores. À medida que os sistemas orientados por IA se tornam mais poderosos, a intenção humana e os impactos orientados por máquinas podem facilmente se desalinhar.
O Dia Internacional da Educação deste ano nos lembra que desbloquear o potencial da inteligência artificial também depende de manter a agência humana — e os direitos humanos — no centro dessa tecnologia em rápida evolução.
Precisamos garantir que a inteligência artificial apoie alunos e professores por meio do acesso a informações, currículos de ponta e outras ferramentas de aprendizagem.
E devemos trabalhar para garantir que todos os usuários tenham as ferramentas e o conhecimento necessários para usar essa tecnologia de forma inteligente, segura e ética — inclusive por meio dos Quadros de Competências da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para dar suporte a alunos e professores na incorporação da inteligência artificial em seu aprendizado.
O Pacto Digital Global adotado recentemente inclui outras etapas críticas para ajudar a garantir que a humanidade mantenha o controle sobre o desenvolvimento e a governança da inteligência artificial, e não o contrário.
A inteligência artificial nunca deve substituir os elementos humanos essenciais do aprendizado. Neste dia importante, vamos nos comprometer a manter a humanidade no centro dos sistemas educacionais, em todos os lugares.
A conta do ensino superior público no Brasil não fecha. Durante os governos Lula e Dilma, com o lema “Universidade para todos”, o crescimento das universidades federais foi exponencial. Os salários dos professores e técnicos-administrativos, que já representam cerca de 90% dos orçamentos das universidades, são alvos de greves constantes para reajustes. Sobra pouco do dinheiro público para investimentos e pesquisa, em um cenário de alta evasão de alunos e retornos tímidos para a sociedade. O sistema de ensino superior público, tal como está hoje, caminha a passos largos para a insustentabilidade.
Mesmo com o ensino superior brasileiro recebendo três vezes mais investimento público do que a educação básica, o mantra de “ensino superior público, gratuito e de qualidade” é acompanhado por exigências recorrentes de mais recursos. Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2023, o Brasil investiu US$ 14.735 por aluno do ensino superior. Embora esse valor esteja próximo à média de gasto dos países da OCDE com ensino superior, o Brasil não acompanha essas nações em termos de impacto científico - as produções científicas brasileiras são pouco lidas e aplicadas (leia mais abaixo).
Uma saída seria firmar parcerias com a iniciativa privada para encontrar novas fontes de recursos fora dos impostos federais. As instituições e sindicatos resistem a essa possibilidade, que traria, além do dinheiro de empresas, exigências de qualidade na produção acadêmica nos moldes previstos no mercado.
Apesar da grande estrutura e dos altos gastos para manter o ensino superior no Brasil, já é possível perceber uma tendência de diminuição de alunos nas universidades federais. O pico do número de ingressantes em cursos de graduação na rede federal foi de 380.561 em 2017. Nos anos seguintes, houve uma baixa gradual, chegando ao número de 322.122 em 2022, segundo o Censo da Educação Superior divulgado em 2023. Ainda de acordo com o levantamento, a taxa de desistência dos alunos de graduação em redes públicas passou de 8% em 2013 para 52% em 2022.
Até o dia 3 de julho, os professores universitários que estavam em greve devem voltar às salas de aula. Após mais de 60 dias de greve, a classe aceitou o reajuste salarial de 12,8% oferecido pelo governo Lula, ainda que no início da paralisação o pedido era de 22,71%. No último dia 10, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou um acréscimo de R$ 400 milhões para o custeio das universidades federais além dos R$ 5,5 bilhões que já estavam previstos pelo Orçamento da União.
Estrutura de universidades federais é desproporcional à quantidade de alunos “Quando se expande tem de se pensar no custeio. Naquele período [primeiro e segundo mandatos de Lula], houve um crescimento das universidades federais sem levar em conta que esse crescimento teria um impacto muito grande no custeio ao longo do tempo. Ou seja, se o sistema cresce demais, ele fica insustentável”, analisa o doutor em Teoria Política pela University College of London e professor da Universidade Federal do Ceará Átila Brilhante.
Um levantamento feito pelo próprio PT mostra que 18 universidades federais e 173 campi foram criados nas gestões de Lula e Dilma. Entre 2003 e 2014, o número de alunos no ensino superior passou de 505 mil para 932 mil, e mais de 360 institutos federais foram implantados.
Das 533.973 vagas oferecidas pelas instituições de ensino superior federal, apenas 322.122 foram preenchidas, o que resultou em quase 40% de vagas ociosas, segundo o Censo de Ensino Superior de 2022.
Desempenho de graduados fica abaixo do esperado pelo MEC As taxas de conclusão de curso são muito baixas. Em uma avaliação dos Indicadores de Trajetória da Educação Superior, o Inep levantou o CPF dos alunos que se matricularam no ensino superior em 2017 e avaliou a situação de cada aluno em 2022. Cinco anos depois, em um recorte feito por apenas universidades federais, 38,6% dos alunos desistiram do curso. A taxa dos concluintes é de 14,7%, consideravelmente baixa quando considerado o prazo de cinco anos.
Os resultados do Exame Nacional de Desempenho Educacional (Enade), que serve para medir o desempenho dos alunos que estão saindo da graduação, estavam abaixo da média de 60 pontos, esperada pelo ministério da Educação (MEC). Em 2022, a média dos alunos de instituições federais do curso de Ciências Contábeis foi de 33,91 pontos, enquanto os de Administração foi de 51,05 pontos.
Em reais, o valor apontado pela OCDE em relação ao gasto anual por aluno do ensino superior fica em torno de R$ 81.377,20, retirando mais de R$ 6 mil por mês dos cofres públicos. “Quem questiona esse investimento é visto como um inimigo da universidade e estaria agindo contra as instituições, quando, na verdade, deseja discutir sobre a eficiência desses investimentos”, revela Ferraz.
Grande parte do orçamento das universidades é destinada a folha de pagamento. O valor transferido para o pagamento específico de professores e servidores chega a 90% do total enviado às instituições. O sistema de progressão de carreira dos professores, que aumenta automaticamente os seus salários, e o pagamento de aposentadoria prejudicam qualquer chance de se obter uma melhora financeira.
Impacto científico de publicações feitas no Brasil é fraco, segundo ranking Uma reportagem da Gazeta do Povo selecionou 20 dissertações de mestrado e teses de doutorado insólitas realizadas em 2023. “Estado bruxólico. As bruxas como tecnologia de resistência” é o título da tese de um doutorado de Comunicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Já a Universidade Federal do Piauí (UFPI) contribuiu com uma dissertação de mestrado em Políticas Públicas intitulada de “Sapatonas caminhoneiras negras e o mercado de trabalho como desafio”.
A ideia é amparada por informações do Leiden Ranking. O sistema de classificação, elaborado pela Universidade de Leiden na Holanda, permite avaliar o impacto científico de trabalhos realizados por universidades do mundo inteiro. A Universidade de São Paulo – que está entre as melhores da América Latina – ocupa a 12ª posição quando se trata de quantidade de publicações feitas em 2023, mas cai para a 1083ª quando comparada a publicações similares entre os top 10% mais citadas. Isso indica que, apesar da alta quantidade de produção, a relevância dos trabalhos é expressivamente menor.
Carlos Ferraz reforça que “muitas vezes essas pesquisas, eventos e dissertações são banais. Ninguém lê, não possuem nenhuma relevância e nem sequer têm impacto na própria área. Ainda assim, eles atraem recursos do governo”.
Ainda com base no Leiden Ranking, a primeira universidade federal brasileira que aparece pelo número total de publicações é a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na 224ª posição, seguida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que ocupa o 233º lugar. No entanto, ao avaliar o impacto acadêmico, essas instituições caem para as posições 1064ª e 1179ª, respectivamente.
O setor educacional brasileiro possui um potencial imenso, sendo um pilar fundamental para o desenvolvimento do país. Além de sua importância para a sociedade, esse setor está se tornando cada vez mais relevante para a economia e a geração de riqueza. Contudo, há uma preocupação crescente de que a adoção de práticas de gestão profissional nas escolas possa comprometer a qualidade do ensino em prol de ganhos financeiros. Essa perspectiva pode ser prejudicial, especialmente para as escolas privadas, que se veem pressionadas pela competitividade imposta com a chegada de grandes players que implementam estratégias robustas de mercado e de gestão.
É essencial que os gestores profissionais compreendam o setor em que atuam e respeitem suas particularidades. Caso contrário, mesmo que consigam resultados financeiros positivos, não alcançarão uma performance educacional de excelência, ou seja, estarão comprometendo do core do negócio. O ensino privado representa 6,5% do PIB brasileiro e absorve cerca de 34% dos empregos formais, com aproximadamente dois terços desse total concentrados na Educação Básica. Esse segmento tem atraído a atenção de investidores, tanto nacionais como internacionais. Recentemente anúncios de aquisições e parcerias movimentaram o mercado, foi o caso do Colégio Móbile que anunciou sua entrada no grupo Nord Anglia, o qual passou a ser controlador da operação, da parceria entre a ARCO Educação, forte player no segmento de soluções educacionais para escolas, e o grupo Dom Bosco que anunciaram a chegada da escola Ways, ambos com sede em São Paulo.
Atualmente, há 47,3 milhões de alunos matriculados na educação básica no Brasil, dos quais apenas 16% frequentam escolas particulares. Em contraste, no Ensino Superior, a participação da iniciativa privada chega a 80%. Além disso, o ciclo de vida do aluno nas escolas pode se estender até doze anos, englobando os níveis fundamental e médio - um período incomum em outros setores. Esse ciclo longo é facilitado por altas taxas de retenção, uma vez que a escolha da escola é geralmente feita com uma perspectiva de longo prazo, haja visto às relações e vínculos que se estabelecem entre a família e os membros da comunidade escolar.
Para aproveitar essas oportunidades, é fundamental que as escolas implementem estratégias e boas práticas administrativas. Investir no aprimoramento da gestão é crucial. No entanto, o perfil predominantemente docente dos gestores das escolas brasileiras representa um desafio significativo. Dados do último Censo da Educação mostram que mais de 81% dos gestores vêm de programas de licenciatura. Embora isso garanta uma sólida base pedagógica, também cria lacunas na implementação de estratégias e práticas de gestão organizacional.
Para você
Além disso, os desafios que os alunos enfrentarão em suas futuras carreiras exigem modelos de ensino atualizados, que integrem alta qualidade pedagógica, individualização, bilinguismo e desenvolvimento de competências socioemocionais. O gestor educacional precisa equilibrar esses diferenciais pedagógicos com a sustentabilidade financeira da instituição e garantir que o ensino de qualidade seja acessível ao maior número possível de alunos.
Para isso, as instituições de ensino devem superar a inércia e promover mudanças organizacionais e de gestão profundas. Em qualquer segmento, as organizações enfrentam desafios complexos. Embora as organizações tendam a manter o status quo, ambientes de pressão forçam a adaptação. Esse é o contexto atual do Ensino Básico privado no Brasil.
O primeiro passo para implementar as mudanças necessárias é uma avaliação precisa da situação atual. Felizmente, a academia e a pesquisa científica oferecem modelos testados e validados que podem ajudar as instituições a implementar mudanças estruturadas e eficazes. Esses modelos são amplamente adaptáveis a diferentes segmentos de mercado.
Melhorar a performance do negócio educacional não significa comprometer a qualidade do ensino. Pelo contrário, escolas que adotam um modelo de gestão profissional tendem a se posicionar estrategicamente de maneira mais eficaz, atraindo e retendo alunos com alta qualidade acadêmica. Uma gestão eficiente dos recursos financeiros, humanos e tecnológicos permite que as áreas da escola atuem em sinergia, otimizando o desempenho organizacional. Com gestores focados na administração, os educadores podem concentrar-se em aspectos pedagógicos, criando uma relação complementar virtuosa. No final, todos saem ganhando: a escola, os professores, os gestores, os alunos e a sociedade, que se beneficia de uma educação de qualidade oferecida por instituições economicamente saudáveis.
Já se foi o tempo em que candidatos a uma vaga de emprego precisavam ir até uma empresa para entregar seu currículo. Desde meados de 2000, com o lançamento de plataformas online de recrutamento, começou o que os professores Stewart Black e Patrick van Esch classificam como “revolução do recrutamento digital”, com ajuda também do avanço das redes sociais profissionais.
Essas plataformas oferecem um espaço para que empresas anunciem suas vagas de emprego e obtenham informações que podem ser usadas para identificar milhões de candidatos, aumentando significativamente o número de concorrentes por vaga. É aí que começa o problema: sem ferramentas de triagem, as empresas correm o risco de se afogar em um mar de candidatos que podem não ser exatamente o que procuram.
Em artigo publicado no Insead Knowledge, Black e van Esch dizem que as ferramentas de recrutamento habilitadas por IA podem ajudar as empresas a gerar grupos amplos e profundos de talentos, triá-los de maneira inteligente, avaliá-los completamente e, por fim, ajudar a selecionar e contratar as pessoas certas.
Veja 8 dicas para usar a IA para encontrar os funcionários certos, segundo os dois especialistas:
1) Comece a experimentar Alguns executivos reclamam que é difícil saber quais fornecedores ou ferramentas de recrutamento habilitados por IA são os melhores. Dado o ritmo de mudança e melhoria dessas ferramentas, os especialistas não recomendam passar por uma revisão e comparação exaustiva de fornecedores e ferramentas. Em vez disso, eles dizem que os gestores devem entrar no jogo, começar a experimentar para manter o que funciona e descartar o restante.
2) Promova sua abordagem Empresas que utilizam ferramentas com IA não devem esconder isso nos processos seletivos. Pelo contrário: devem destacar sua abordagem, usando termos como “novo”, “inovador” e “de ponta” ao descrever o recrutamento.
3) Veja se talentos foram perdidos As ferramentas de IA podem ajudar a analisar candidatos que foram rejeitados no passado para encontrar aqueles que possam se encaixar em uma vaga atual.
4) Identifique quem também não está procurando emprego As ferramentas de IA podem colocar oportunidades de emprego diante de candidatos em busca de emprego. Mas talvez o mais interessante, segundo os especialistas, seja sua capacidade de identificar candidatos que não estão procurando emprego. Deixar de chegar nesses profissionais pode deixá-lo vulnerável aos esforços de outras empresas que usam ferramentas de IA em encontrá-los e atraí-los.
5) Use jogos para avaliações Para classificar melhor os candidatos, as empresas podem usar avaliações que vão de jogos cognitivos simples a simulações mais elaboradas. Há ferramentas de IA que criam jogos baseados em neurociência. Esses jogos avaliam, de forma confiável e válida, várias características, como tomada de risco, resolução de problemas e tomada de decisão.
6) Vá para o virtual em entrevistas iniciais A IA pode conduzir entrevistas iniciais, analisando respostas de forma mais objetiva do que humanos. Embora entrevistas finais presenciais continuem sendo necessárias, os especialistas recomendam o uso de ferramentas de IA para conduzir entrevistas iniciais. Essas ferramentas podem avaliar de forma mais confiável o conteúdo das respostas e a escolha de palavras, por exemplo.
7) Contrate um chatbot para informar os candidatos Os candidatos esperam um tratamento justo não apenas de outras pessoas, mas também de ferramentas de IA. Um dos principais componentes do tratamento justo é receber informações apropriadas e em tempo hábil. Infelizmente, a maioria das empresas não fornece feedback aos candidatos, exceto para reconhecer que sua inscrição foi recebida.
Candidatos sem resposta podem ficar com sentimentos negativos sobre a empresa. Os professores dizem que um chatbot habilitado por IA pode prevenir impactos negativos na reputação da empresa nesse sentido em relação a futuras contratações.
8) Integre toda a jornada de contratação Existem muitas ferramentas de IA no mercado. Por isso, os gerentes devem garantir que, do ponto de vista dos candidatos, a jornada de recrutamento seja o mais integrada possível.
O uso de redes sociais por adolescentes está fortemente correlacionado a níveis mais altos de ansiedade e depressão, de acordo com uma nova pesquisa da Universidade de Oxford.
Maior estudo sobre a saúde mental de adolescentes no mundo, o relatório descobriu que cerca de 60% dos jovens de 16 a 18 anos passam entre duas e quatro horas por dia em sites de redes sociais.
"Encontramos uma relação linear entre taxas mais altas de ansiedade e depressão e o tempo gasto em redes sociais", disse John Gallacher, professor de saúde cognitiva, que está liderando o trabalho.
"Nos casos mais extremos, tivemos jovens relatando que passavam até oito horas por dia usando esses sites."
Robson Ventura/Folhapress O estudo, que descobriu que meninas relatam mais problemas de saúde mental do que meninos, disse que as cinco plataformas de redes sociais mais frequentemente usadas eram Instagram, Snapchat, TikTok, WhatsApp e YouTube.
Também conclui que aumentar o sono e o exercício por si só melhoraria muito a saúde mental desse grupo etário.
Mais de 7.000 adolescentes participaram da pesquisa inicial e cerca de 50.000 jovens de 11 a 18 anos em todo o Reino Unido participarão do estudo completo, que examinará suas trajetórias de saúde mental ao longo de um período de 10 anos.
Os dados criarão um "mapa único de saúde mental" da população adolescente em todo o Reino Unido, disseram os pesquisadores.
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Instagram anuncia conta para adolescentes com mais restrições e regulagem de algoritmo Volta a aparelhos analógicos ajuda jovens a desconectar e preservar saúde mental Em artigo, editor da revista Science pede cautela sobre evidências de danos às crianças das redes sociais No ano que terminou em março, havia 1,1 milhão de crianças na Inglaterra em contato com serviços financiados pelo NHS (Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido) para saúde mental, dificuldades de aprendizagem e autismo, de acordo com números oficiais publicados na quinta-feira (10).
Isso é mais do que o dobro do número entre 2016 e 2017, quando os dados foram publicados pela primeira vez.
As adolescentes são as mais propensas a estarem em tratamento, com cerca de um quinto das meninas de 16 e 17 anos em contato com os serviços do NHS. Mas as taxas também aumentaram rapidamente para crianças do ensino fundamental nos últimos anos.
Quase 7% das meninas e 11% dos meninos de seis a 10 anos foram atendidos por serviços financiados pelo NHS em 2023-24, em comparação com 3% e 6% cinco anos antes.
1 4 Vinis e câmeras analógicas são aliadas de jovens para ficar longe das telas
André de Oliveira Aguiar, 22, foi diagnosticado com TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), e as redes sociais intensifica Anderson Coelho/Anderson Coelho / FolhapressMAIS
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VOLTARFacebookWhatsappXMessengerLinkedinE-mailCopiar link "A doença mental é o principal desafio de saúde pública do mundo", disse Gallacher. "Ela tem um efeito devastador nas economias porque afeta muitos, tende a começar cedo e a se repetir ao longo da vida."
"A peça que falta é a ciência", acrescentou. "Para os jovens, a lacuna entre evidência e política é gritante. Precisamos de estudos de coorte em larga escala focando na saúde mental dos jovens se quisermos alcançar mudanças."
Para preencher essa lacuna, Gallacher disse que sua equipe lançou o estudo BrainWaves, liderado pela Universidade de Oxford, juntamente com a Universidade de Swansea e The Day, um serviço de notícias diárias online para jovens.
Os dados do estudo estarão acessíveis a cientistas globalmente e o programa desenvolverá planos de aula sobre tópicos como lidar com mudanças, sono, pensamento crítico e estresse.
O estudo inicial descobriu que "agência" —definida como uma sensação de controle sobre ações e suas consequências— estava fortemente correlacionada à saúde mental. "Tanto a ansiedade quanto a depressão são altas quando a agência é baixa, e diminuem quando a agência é alta. Bem-estar e florescimento também estão fortemente correlacionados a alta agência", concluiu.
A norma determina que o uso dos celulares e de qualquer tecnologia em sala de aula deve ser pautado por uma intencionalidade pedagógica clara. Primeiramente, exige um planejamento consciente e direcionado do professor para que a tecnologia atenda a objetivos educacionais específicos. Em seguida, a tecnologia deve ser utilizada como meio, e não como fim, servindo para potencializar a aprendizagem e não como distração ou elemento isolado. Outro ponto essencial é a necessidade de promover uma reflexão crítica sobre o uso das tecnologias, ajudando estudantes e professores a compreenderem seu papel e impacto no processo educativo.
Em 22 de outubro, um editorial incomum apareceu no periódico Neurosurgical Review . “Tomamos a difícil decisão de pausar temporariamente a aceitação de cartas ao editor e manuscritos de comentários”, escreveu o editor-chefe Daniel Prevedello , um neurocirurgião da Ohio State University. A publicação foi derrubada por um “aumento sem precedentes” em comentários enviados que pareciam ser “impulsionados por” avanços em ferramentas de inteligência artificial (IA), como o ChatGPT, ele explicou.
A Neurosurgical Review não é a única revista sobrecarregada por artigos de comentários, uma investigação conjunta da Science e da Retraction Watch descobre. Eles agora compõem 70% do conteúdo do Oral Oncology Reports da Elsevier e quase metade do International Journal of Surgery Open da Wolters Kluwer . Na Neurosurgical Review , um título da Springer Nature, cartas, comentários e editoriais compreenderam 58% da produção total de janeiro a outubro — acima dos 9% do ano passado. Mais de 80% desses comentários são de países do sul da Ásia, em comparação com menos de 20% dos artigos de pesquisa e revisão.
A investigação da Science and Retraction Watch sugere que autores, periódicos e instituições se beneficiam do esquema, que inunda a literatura com publicações de baixa qualidade e lança dúvidas sobre métricas de produção acadêmica e impacto. Para autores, comentários podem ser uma maneira rápida e fácil de acumular publicações e citações. Autores "só querem um artigo indexado no PubMed. É isso", diz Shirish Rao, um recém-formado em medicina que trabalha em um hospital em Mumbai, Índia. Comentários são um caminho ideal porque "você realmente não precisa de dados originais", então ferramentas de IA podem gerá-los em quase nenhum momento, explica Rao, que é membro da Association for Socially Applicable Research, um think tank sem fins lucrativos. E como raramente são revisados por pares, eles são normalmente mais fáceis de serem colocados em periódicos do que um artigo de pesquisa.
INSCREVA-SE NA NEWSLETTER PREMIADA DO SCIENCE ADVISER As últimas notícias, comentários e pesquisas, gratuitamente na sua caixa de entrada diariamente INSCREVER-SE Publicar esses artigos também pode ser um bom negócio para os periódicos. Por um lado, muitos cobram taxas de publicação por comentários. Eles também oferecem uma oportunidade madura para manipular o fator de impacto do periódico, uma medida baseada em citações que dá peso extra a artigos de opinião. Comentários “são um almoço grátis” para periódicos, diz John Ioannidis, especialista em bibliometria da Universidade de Stanford. Os periódicos também podem pedir aos autores que adicionem citações aos próprios artigos da publicação, dando outro impulso ao fator de impacto.
Quanto às instituições, os comentários oferecem uma maneira fácil de inflar seus números de produção e citação e, portanto, impulsionar suas classificações, que são usadas agressivamente para publicidade, diz Moumita Koley, analista sênior de pesquisa do Instituto Indiano de Ciência. Várias universidades privadas na Índia parecem estar manipulando suas classificações , de acordo com Achal Agrawal, cientista de dados da Universidade Sitare e fundador da organização sem fins lucrativos India Research Watchdog. “Se você estiver medindo a pesquisa pela quantidade [de artigos científicos] ou pelo número de citações, verá que a Índia está subindo muito bem”, diz ele. “Se você se aprofundar um pouco mais... perceberá que estamos indo bem porque estamos manipulando essas métricas, não porque estamos realmente produzindo uma pesquisa melhor.”
Uma olhada nos bastidores da Neurosurgical Review destaca um exemplo provável. Quatro dias antes do anúncio de Prevedello suspendendo todos os comentários, um e-mail anônimo chegou em sua caixa de entrada. O e-mail, que o remetente compartilhou com o Retraction Watch, detalhou como, nos 2 meses anteriores, três autores de uma universidade na Índia publicaram “surpreendentes 69 comentários” no periódico. Quase todos eles pareciam ter sido escritos por máquina e careciam de “relevância substancial”, de acordo com o e-mail. As publicações também citavam trabalhos “irrelevantes” de outros pesquisadores da mesma instituição que os autores — Saveetha University.
ANÚNCIO Saveetha, que hospeda a principal escola de odontologia da Índia, tem um histórico de manipulação de métricas para melhorar suas classificações. Uma investigação de 2023 da Science e da Retraction Watch descobriu que a instituição coagiu alunos a escrever milhares de artigos de pesquisa durante os exames que foram então fornecidos com citações inapropriadas para outros trabalhos da Saveetha . A Retraction Watch relatou mais tarde que a escola ofereceu pagamentos a autores prolíficos ao redor do mundo para listá-la como uma afiliação em suas publicações .
Um representante da Saveetha escreveu que sua instituição havia “ordenado uma investigação formal e tomará as medidas apropriadas se qualquer irregularidade for identificada”. Mas ele argumentou: “É absurdo alegar que a instituição tem qualquer papel em tais supostas práticas”, alegando falsamente que, como os comentários “são excluídos por todas as agências de classificação”, não haveria “nenhum benefício para ninguém manipular essas citações”. A escola também apontou o dedo para a Neurosurgical Review , que este ano publicou 466 comentários, 120 dos quais eram de autores da Saveetha. “Por que o periódico não está sendo investigado?”
Prevedello se recusou a responder como seu periódico pôde publicar tantos comentários com claras bandeiras vermelhas em um período de tempo tão curto, embora seus números tenham começado a crescer logo depois que ele assumiu o comando em janeiro de 2023. Um porta-voz da Springer Nature disse que a editora estava "analisando o assunto com urgência", mas não poderia "compartilhar mais informações" neste momento.
Uma perseguição de papel Comentários aumentaram como uma porcentagem do total de artigos em cinco periódicos na última década. Autores da Saveetha University, conhecida por manipular classificações de publicações, publicaram comentários em todos os cinco. ( Oral Oncology Reports começou a publicar em 2022.)
(GRÁFICO) V. PENNY/ CIÊNCIA ; (DADOS) REESE RICHARDSON Os comentários na Neurosurgical Review são apenas uma pequena parte das mais de 1.200 cartas, editoriais e comentários escritos por acadêmicos afiliados à Saveetha neste ano — um aumento de nove vezes em relação ao ano passado, de acordo com Reese Richardson, da Northwestern University, especialista em bibliometria que contribuiu para a análise.
Science and Retraction Watch examinou os cinco periódicos que publicaram a maioria deles. Na maioria desses periódicos, os comentários começaram contribuindo apenas modestamente, se tanto, para os volumes do periódico, e depois aumentaram nos últimos anos. Um porta-voz da Elsevier, editora de dois dos títulos, disse: “Temos um rigoroso processo editorial em vigor. [Nós] continuaremos monitorando os padrões de autoria e citação, e estamos vigilantes para garantir que nossos padrões editoriais sejam mantidos.”
Verificações pontuais sistemáticas em todos os periódicos revelaram que os autores da Saveetha frequentemente citavam pesquisadores de sua própria instituição. A Neurosurgical Review teve a maior taxa de autocitações institucionais, com oito de 10 comentários amostrados da Saveetha referenciando outros trabalhos da Saveetha. "Este é claramente um esquema para inflar contagens de publicações e citações", diz Richardson. Koley, que leu alguns dos comentários da Saveetha, os chama de "sem sentido" e "definitivamente" gerados por IA.
Cerca de 200 dos comentários da Saveetha publicados este ano incluem como autor o escritor de comentários mais prolífico do mundo, o médico tailandês Viroj Wiwanitkit, que envia mais de 500 cartas ao editor anualmente . Wiwanitkit listou uma variedade de afiliações universitárias em suas publicações; na Saveetha, ele "é um corpo docente de pesquisa em meio período", diz o registrador da universidade. Wiwanitkit não respondeu a e-mails repetidos solicitando comentários.
Ele pode estar inspirando outros. “Talvez outras pessoas tenham entendido, 'Ei, isso está funcionando bem; se ele pode escrever comentários, nós também podemos escrever comentários'”, diz Agrawal. “Eu não tinha visto ninguém mais usando esse truque até agora.”
LeCun, no entanto, criticou a postura do dono do ChatGPT, afirmando que a definição de AGI pode variar de acordo, mas que igualar o conceito a, simplesmente, alcançar o nível de inteligência humano é muito simplório. “Acho que é uma definição terrível”, explicou o cientista. “Antes de mais nada, isso depende. O que você quer dizer com AGI? Sinceramente, não gosto da expressão porque as pessoas a usam essencialmente para designar uma inteligência que está no nível da inteligência humana, e a inteligência humana é muito especializada. Achamos que temos uma inteligência geral, mas não temos, somos superespecializados, portanto, a frase sobre AGI (de Altman), na minha opinião, é loucura”.
Em ano de comemoração dos 150 anos do Estadão, reminiscências: foi em maio de 1996 que aceitei convite, via Júlio Moreno, para me juntar ao vibrante time da Agência Estado e encarar os desafios da informação em tempo real. Quanto aos dilemas de hoje, na qualidade e disseminação da informação, e no papel dos meios das inúmeras e acaloradas discussões que tínhamos, uma vem à mente. Nela o saudoso Sandro Vaia postulava “nosso negócio é informação!”, e era rebatido por Rodrigo Mesquita: “nosso negócio é estimular cadeias de relacionamento”. Foi em 1996 que John Perry Barlow escreveu “a Declaração de Independência do Ciberespaço”, e que o ritmo das mudanças que a internet traria passou do rápido ao vertiginoso. Outro texto dele, anterior, merece uma revisitada, especialmente em tempos de inteligência artificial (IA): “Vendendo vinho sem garrafas: a economia da mente na rede global”, de 1992. Começa citando Tomás Jefferson: “Aquele que recebe de mim uma ideia, instrui-se sem me diminuir. Como o que acende seu lume de minha vela: recebe luz sem enfraquecer a minha. As ideias devem circular livremente no mundo, para que os homens se iluminem mutuamente.” Barlow discorre sobre como lidar com valores num mundo digital que dispensou o continente… O “vinho digital” vem sem garrafa, sem rótulo, sem forma de armazenar na adega… É mais parecido com uma “ideia” do que com algo material. Por isso, conceitos de posse ligados à matéria tem muita dificuldade em se reajustar aos tempos digitais. E, no salto para IA, isso fica ainda mais claro, por exemplo, ao examinarmos o tal “aprendizado de máquina”. Afinal, no aprendizado humano os conceitos que formamos e nossa capacidade de expressão vêm das experiências que tivemos. A IA tem potencial de “aprender” e, com isso, ajudar a que mais pessoas produzam conteúdo de qualidade. Isso esbarra em modelos econômicos tradicionais, baseados na exclusividade material. Ou seja, se é sempre necessário remunerar adequadamente os criadores, não se deve tolher o aprendizado. Esse artiguete, por exemplo, valeu-se de uma coleção de vivências, leituras, e das conclusões delas tiradas, sejam elas acertadas ou não ao olhar do leitor. Em analogia com a tal discussão na AE vem outro ponto de Barlow: o mundo de “substantivos” mudou para um mundo de “verbos”. A economia será baseada mais em relacionamentos do que em posse. “Ter” uma informação é menos crítico do que poder participar de seu fluxo contínuo. Informação é um elemento fluido e imaterial, desvinculado dos “recipientes” físicos. O próprio Barlow sugere que, se alguém quiser manter-se isolado e garantir a privacidade, que use amplamente criptografia forte. Tecnologia e ética podem nos proteger mais que leis.
“Um dos grandes problemas das TVs inteligentes, de maneira geral, é que as pessoas estão no sofá com o controle remoto, então como se dá o comando para a TV? A questão do chat, principalmente comandos de voz, é fundamental, porque as pessoas estão interagindo de uma maneira natural”, explicou Pellanda. “Já tiveram várias tentativas de colocar, por exemplo, controles remotos com teclados acoplados, mas nunca deu certo, porque as pessoas não querem isso”.
A inteligência artificial imita a voz dos interlocutores, filtra mais de 40% do ruído e, ao contrário da estratégia de rede de Zuckerberg, mitiga a “toxicidade” ao moderar mensagens violentas
00:36 Inteligência artificial
RAUL LIMÃO 15 DE JANEIRO DE 2025 - 13h01 BRT Meta quer recuperar a ambição que impulsionou a torre bíblica que, segundo a história do Gênesis (11,1-9), a humanidade quis construir para chegar ao céu. “Eles são um só povo e todos têm a mesma língua. (…) Agora, nada do que proponham será impossível. Vamos, vamos descer e confundir ali a língua deles, para que ninguém entenda a língua do outro”, reagiu Jeová. A empresa de Mark Zuckerberg, multinacional do Facebook, Instagram e WhatsApp, quer evitar esta maldição e manter a liderança nas comunicações pessoais, para a qual desenvolveu, conforme publicado hoje na revista Nature , um modelo de inteligência artificial (IA) capaz de traduzir instantaneamente comunicações voz-fala ou texto-voz e vice-versa em até 101 idiomas, imitando a voz e o tom dos interlocutores.
O modelo, denominado SEAMLESSM4T, “supera os sistemas existentes”, segundo a pesquisadora-chefe Marta Costa-Jussà , da divisão de inteligência artificial da Meta (FAIR, Foundational AI Research), e será disponibilizado ao público enquanto não for utilizado para fins comerciais.
SEAMLESSM4T pode reconhecer até 101 idiomas (escritos ou falados) e é capaz de traduzi-los em 36 em formato de voz e 96 em arquivo de texto. De acordo com os resultados de Costa-Jussà, “traduz com 8% a 23% mais precisão [de acordo com o Subestudo de Avaliação Bilíngue ] do que os sistemas existentes, pode filtrar o ruído de fundo [entre 42% e 66% mais] e ajusta-se ao variação de vozes.”
Direção oposta às redes Por outro lado, enquanto a Meta eliminou o sistema de verificação de dados e moderação de conteúdos nas suas plataformas de comunicação, abrindo a porta a boatos, preconceitos e discursos de ódio, com o sistema de tradução simultânea optou pela estratégia oposta e concentrou-se na estratégia oposta. a “mitigação da toxicidade” que pode ser inferida ao sistema durante o aprendizado de máquina ou tradução. Neste sentido, Olga Koreneva Antonova , professora da Faculdade de Tradução e Interpretação da Universidade Pablo de Olavide (UPO), alerta que, por exemplo, os atuais tradutores de computador “não consideram a igualdade de género” e tendem a substituir o feminino pelo feminino. masculino porque as fontes com as quais se treina já incluem esse preconceito.
A Meta considera toxicidade como palavrões ou resultados que podem incitar ódio, violência ou abuso contra uma pessoa ou grupo (como religião, raça ou gênero). Para mitigá-lo, desenvolveu uma ferramenta chamada Etox, especialmente treinada em elementos tóxicos da fala.
Outra limitação que o novo sistema tenta superar é a escassez de linguagens operacionais. Embora mais de metade da humanidade fale principalmente meia dúzia de línguas, a diversidade é tão grande que as mais de 7.000 existentes no mundo estão fora de serviço. O metamodelo tentou aliviar esta deficiência incorporando até 101 idiomas, apesar da escassez de dados de áudio e modelos para incorporá-los na IA.
Tanel Alumäe, do laboratório de tecnologia da linguagem da Universidade de Tallinn (Estônia), destaca na Nature a alta capacidade do sistema de traduzir fala simultaneamente graças aos dados de 4,5 milhões de horas de áudio falado multilíngue. “Esse tipo de treinamento ajuda o modelo a aprender padrões a partir dos dados, facilitando o ajuste para tarefas específicas sem a necessidade de grandes quantidades de dados de treinamento personalizados”, explica.
No entanto, na sua opinião, “a maior virtude deste trabalho não é a ideia ou o método proposto, mas o facto de todos os dados e códigos para executar e optimizar esta tecnologia estarem publicamente disponíveis, embora o modelo em si só possa ser utilizado para usos não comerciais.”
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Tradutores automáticos ficam presos em erros Allison Koenecke, do Departamento de Ciências da Informação da Universidade Cornell, alerta, também na Nature , para as limitações destes sistemas de tradução, apesar do seu progresso, em ambientes onde a precisão é essencial, como em atividades médicas ou jurídicas: “Modelos como o desenvolvidos pela SEAMLESS estão acelerando o progresso nesta área, mas os usuários desses modelos (médicos e funcionários judiciais, por exemplo) devem estar cientes da falibilidade das tecnologias de fala.”
Nesse sentido, acrescenta: “Esse tipo de erro induzido pela máquina pode causar danos reais, como prescrever um medicamento erroneamente ou acusar uma pessoa. E os danos afectam desproporcionalmente as populações marginalizadas, que provavelmente serão mal ouvidas.”
Koenecke saúda os esforços para eliminar a “toxicidade” das traduções, mas defende “ampliar o escopo dos preconceitos linguísticos estudados” e alertar os usuários sobre as possibilidades de erro.
Avaliações Apesar dos avanços no sistema de tradução, o modelo levanta suspeitas entre alguns pesquisadores. Um dos mais críticos é Víctor Etxebarria, professor de Engenharia de Sistemas e Automação da Universidade do País Basco (UPV/EHU). “Não contribui para o progresso científico, pois, com base no que é publicado, especialistas independentes não têm permissão para reproduzir, verificar ou mesmo melhorar suas bases tecnológicas. Eles só têm acesso para se conectar ao tradutor para realizar traduções superficiais. Este software não cumpre os princípios da IA de código aberto, conforme definido pela Open Source Initiative: usar, estudar, modificar e compartilhar para qualquer finalidade. Este tradutor não permite isso e, portanto, não é consistente com os princípios da ciência aberta”, afirma ao Science Media Center (SMC) Espanha.
E mesmo reconhecendo alguma virtude como ferramenta de ajuda, o pesquisador acrescenta: “O produto não evita atrasos ou erros de tradução, que não corrige em tempo real, como fazem os tradutores. Outra limitação é que ele só pode ser utilizado online através da API ( Application Programming Interface ) imposta pela empresa. No geral, o tradutor é um produto tecnológico avançado e provavelmente muito útil, mas fechado aos princípios da ciência aberta e com múltiplas limitações tecnológicas e legais.
Maite Martín, professora de Ciência da Computação da Universidade de Jaén e pesquisadora do grupo SINAI (INTELLIGENT Information Access Systems), destaca a incorporação de linguagens com poucos recursos (mais minoritárias), embora à custa de uma maior taxa de erro . “Este esforço não só melhora a acessibilidade das tecnologias de tradução para estas comunidades, mas também marca o progresso na inclusão linguística ao democratizar o acesso a ferramentas avançadas de comunicação”, explica.
Ao contrário de Etxebarria, a investigadora considera que o acesso à comunidade científica está garantido e elogia “a interação em tempo real, a expressividade da voz traduzida e a mitigação dos preconceitos e da toxicidade de género”. “Embora o SEAMLESSM4T represente um avanço significativo, ainda há trabalho a fazer para otimizar a sua implementação em cenários práticos”, conclui SMC.
Em relação à toxicidade, Andreas Kaltenbrunner, pesquisador líder do grupo AI and Data for Society da UOC, lembra a contradição do Meta com sua recente estratégia de suprimir a moderação de conteúdo e promovê-la no tradutor. “É louvável que o estudo inclua uma análise para saber se as traduções aumentam a toxicidade dos textos ou como abordam possíveis preconceitos de género. No entanto, é lamentável que a Meta, a empregadora dos investigadores neste estudo, pareça ter recentemente decidido abandonar os esforços neste sentido com a sua nova política de moderação de conteúdo.”
Kaltenbrunner lembra na SMC que o desenvolvimento é uma variante daquele apresentado em agosto de 2023, mas com melhorias na unificação do ambiente de uso, nos idiomas incluídos, nos filtros de ruído e na diversidade de sotaques.
Ferramentas de inteligência artificial (IA) são essenciais para o sucesso dos alunos na faculdade e no trabalho, de acordo com 71% dos professores e 65% dos alunos. A IA na educação deve ser uma colaboração entre professores e tecnologia que libere os educadores para oferecer aulas envolventes e orientação essencial. As instituições educacionais devem investir em infraestrutura de IA e treinamento de professores, além de garantir que essa tecnologia esteja disponível para todos os alunos. À medida que a inteligência artificial (IA) remodela as indústrias em todo o mundo, a sala de aula apresenta uma oportunidade única – não para substituir professores humanos, mas para aprimorar suas capacidades de maneiras sem precedentes. Essa transformação já está em andamento: espera-se que o mercado global de IA na educação cresça de US$ 5,18 bilhões em 2024 para US$ 112,3 bilhões até 2034.
Embora muitas manchetes tenham destacado o potencial da IA para automatizar tarefas educacionais, a narrativa mais convincente está em como os professores podem trabalhar com IA para criar experiências de aprendizagem transformadoras.
De plataformas de aprendizagem adaptáveis que personalizam conteúdo para milhões de alunos a assistentes de IA que ajudam os professores a trabalhar de forma mais eficiente, o futuro da educação não é escolher entre professores humanos e IA, mas sim aproveitar o melhor dos dois mundos.
Você leu? Professores e tecnologia – juntos – melhoram a aprendizagem dos alunos Professores estressados ficam menos satisfeitos no trabalho 'A educação é um lugar onde construímos a democracia'. Por que um sindicato de professores não tem medo de que a IA substitua os professores O poder da colaboração entre humanos e IA No cenário educacional atual, tanto os professores de IA quanto os humanos trazem pontos fortes distintos para a sala de aula.
Os sistemas de IA se destacam em tarefas que exigem o processamento de grandes quantidades de dados e o fornecimento de feedback consistente e personalizado em escala. Essas plataformas podem analisar padrões de desempenho dos alunos, identificar lacunas de aprendizagem e ajustar automaticamente os níveis de dificuldade em tempo real.
Professores humanos trazem inteligência emocional para a sala de aula, lendo dicas sociais sutis que sinalizam o engajamento ou a confusão dos alunos. Eles também entendem as circunstâncias pessoais complexas que podem afetar o desempenho de um aluno e podem ajustar sua abordagem de ensino de acordo. Mais importante, os professores servem como mentores e modelos, inspirando os alunos e promovendo seu desenvolvimento socioemocional.
Mas a verdadeira mágica acontece quando esses pontos fortes são combinados. De acordo com a Forbes, 60% dos professores já estão usando IA em suas salas de aula para lidar com tarefas rotineiras como classificar avaliações de múltipla escolha, monitorar o progresso dos alunos e gerar exercícios práticos. Isso permitiu que os professores se concentrassem em fornecer feedback significativo e facilitar discussões em grupo.
E essa colaboração entre IA e professores não está apenas melhorando a educação, mas está se tornando essencial para enfrentar desafios críticos, incluindo o esgotamento dos professores e o estresse da carga de trabalho.
IA na educação: histórias de sucesso do mundo real O poder da colaboração entre IA e professores já é evidente em diversas iniciativas educacionais inovadoras.
Veja a Squirrel Ai, uma empresa de educação híbrida que oferece um grande sistema de aprendizagem de modelo adaptativo que melhorou as taxas de precisão de perguntas dos alunos de 78% para 93% por meio de caminhos de aprendizagem personalizados. Atualmente atendendo a mais de 24 milhões de alunos e processando 10 bilhões de pontos de dados de comportamento de aprendizagem, a Squirrel Ai combina currículos projetados por professores com algoritmos de IA, usando rastreamento de conhecimento de rede neural para fornecer feedback baseado em dados enquanto professores humanos oferecem aulas envolventes e mentoria crucial.
O MATHia da Carnegie Learning também exemplifica a colaboração eficaz entre IA e professor em ação. A plataforma combina orientação do professor com IA sofisticada que analisa não apenas se os alunos obtêm a resposta certa, mas como eles pensam em cada problema. Por meio de recursos como o LiveLab, os professores podem ver em tempo real se os alunos estão com dificuldades e precisam de intervenção imediata. A IA identifica lacunas de habilidades específicas e padrões de aprendizagem, permitindo que os professores concentrem sua atenção onde ela é mais necessária, mantendo o elemento humano crucial na educação matemática.
Enquanto essas plataformas de IA adaptáveis estão remodelando o aprendizado personalizado, um tipo diferente de tecnologia de IA – ferramentas de IA generativa (GenAI) como o ChatGPT da OpenAI e o Claude da Anthropic – também está transformando as operações diárias da sala de aula. Os professores podem usar essas ferramentas para criar planos de aula diferenciados em minutos em vez de horas, incluindo problemas de prática personalizados e atividades envolventes em sala de aula.
Essas ferramentas permitem que os educadores gastem menos tempo na preparação e mais tempo fazendo o que fazem de melhor: fornecer orientação personalizada e inspiração aos seus alunos.
O futuro da IA na educação Educadores e tecnólogos devem trabalhar juntos para criar um novo paradigma educacional onde a IA e os professores humanos operem como verdadeiros parceiros. Essa visão vê os professores evoluindo para "arquitetos de aprendizagem" que orquestram experiências educacionais sofisticadas alavancando ferramentas de IA enquanto mantêm seu papel crucial como mentores e guias.
Esta não é apenas uma visão ambiciosa: de acordo com uma pesquisa da Walton Family Foundation de 2023, 71% dos professores e 65% dos alunos já concordam que as ferramentas de IA serão essenciais para o sucesso dos alunos na faculdade e no local de trabalho.
Os próximos cinco anos serão cruciais para moldar essa transformação. As instituições educacionais precisam investir tanto em infraestrutura de IA quanto em treinamento de professores, garantindo que os educadores se sintam confortáveis usando essas ferramentas para aprimorar seu ensino, em vez de se sentirem ameaçados por elas. Escolas com visão de futuro já estão estabelecendo programas de competência em IA para professores, focando em como integrar efetivamente ferramentas como plataformas de aprendizagem adaptáveis e GenAI em sua prática de ensino.
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Dados recentes da Pew Research sugerem que os professores estão totalmente cientes do papel da IA na educação , com 73% dos educadores vendo benefícios equilibrados, potencial positivo ou permanecendo abertos para explorar o impacto da IA. Essa perspectiva medida da comunidade de ensino fornece uma excelente base para um futuro colaborativo no qual as ferramentas de IA são cuidadosa e propositalmente integradas à educação com a contribuição e orientação do professor. Perceber esse potencial exigirá atenção cuidadosa à equidade, no entanto, garantindo que essas ferramentas alcancem todos os alunos, não apenas aqueles em distritos bem financiados.
O futuro da educação não está em escolher entre IA e professores humanos, mas em abraçar o poderoso potencial de sua colaboração. A tecnologia está pronta e os primeiros resultados são promissores. Agora é hora de instituições educacionais, formuladores de políticas e professores abraçarem essa abordagem colaborativa para criar ambientes de aprendizagem que sejam mais personalizados, equitativos e eficazes do que nunca.
Ao combinar o poder analítico da IA com o elemento humano insubstituível do ensino, podemos realmente transformar a educação para a próxima geração.
Considerando como base de cálculo o total de gastos previstos para o ano de 2024 com pessoal do Ministério da Educação, inclusive aposentados e pensionistas (R$ 84,269 bilhões) [2], o impacto anual do reajuste de 9% seria de R$ 7,58 bilhões.
Pela lei de criação dos institutos federais, os cursos técnicos precisam ser o carro-chefe do novo modelo. Pelo menos 50% das vagas devem ser destinadas à educação profissional. Embora os institutos federais também ofereçam cursos técnicos isolados, a prioridade são os integrados ao ensino médio. A lei também estabelece que no mínimo 20% das vagas devem ser dedicadas à formação de professores da educação básica, especialmente em matemática, física, química e biologia. As licenciaturas, por isso, são a segunda prioridade dos institutos federais.
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