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September 9, 11:18 AM
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Editores de livros sugerem propostas para retomar aumento de leitores

A regulamentação possibilitará ao governo federal criar um novo Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL), buscando reverter a queda de leitores dos últimos anos.  A última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2020, aponta uma perda de 4,6 milhões de leitores entre 2015 e 2019. O levantamento foi elaborado pelo Instituto Pró Livro e o Itaú Cultural.
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Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
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September 10, 9:19 AM
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Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler | Inovação Educacional | Scoop.it

O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa?
Luciano Sathler
É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais
As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática.
Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing.
O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais.
Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho.
A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados.
A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar.
No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes.
Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador".
Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante.
Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos.
Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.

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Today, 4:30 PM
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Os perigos da educação positiva e como evitá-los

Segundo Jane Nelsen, criadora da disciplina positiva em 1981, a educação positiva requer uma mudança de paradigma e treinamento aprofundado. Ela observa que muitos programas criados a partir da metodologia original carecem de uma base científica sólida e acabam confundindo os pais. “Isso está gerando mais confusão do que um caminho claro para os pais”, destaca Jane.
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Today, 4:25 PM
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MEC lança documentário “Uma Escola para as Adolescências”

MEC lança documentário “Uma Escola para as Adolescências” | Inovação Educacional | Scoop.it
A produção contou com a gravação de diversos especialistas sobre o tema. A partir do contexto apresentado, é mostrado o processo de construção da política de fortalecimento dos anos finais do MEC, o Programa Escola das Adolescências, especialmente a partir da Semana da Escuta das Adolescências nas Escolas. Esta foi realizada para mobilizar e apoiar as redes de ensino, refletindo sobre os impactos dessa iniciativa nas escolas. 
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Today, 4:18 PM
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Qual o segredo das cidades brasileiras que lideram o ranking da educação?

Cidades como Ararendá (CE), União da Serra (RS) e Coronel Pilar (RS) têm se destacado por suas práticas educacionais de sucesso. Através de dados fornecidos pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), é possível ver como essas localidades conseguem superar a média nacional em termos de eficiência educacional.
Esses municípios investem pesadamente em infraestrutura escolar e na formação de educadores, além de implementar programas inovadores de ensino que incluem literatura e tecnologia em suas estratégias pedagógicas.

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Today, 4:10 PM
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Governo Lula autoriza Correios a criar uma universidade

Governo Lula autoriza Correios a criar uma universidade | Inovação Educacional | Scoop.it
Além de cartas, a estatal, que andou financeiramente mal das pernas por causa de esquemas de corrupção, vai agora bancar cursos de pós-graduação
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Today, 4:07 PM
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Seminário debaterá educação, governança de dados e IA —

Seminário debaterá educação, governança de dados e IA — | Inovação Educacional | Scoop.it
Evento acontecerá entre 16 e 17 de outubro, em Brasília (DF), sobre governança de dados e processos decisórios baseados em evidências na gestão de políticas educacionais. Inscrições estão abertas ao público
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Today, 7:49 AM
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'Soft skills': como jovens da periferia aprimoram habilidades emocionais para impulsionar carreira

'Soft skills': como jovens da periferia aprimoram habilidades emocionais para impulsionar carreira | Inovação Educacional | Scoop.it
A BBC News Brasil ouviu especialistas em formação e jovens das periferias para entender como eles estão superando algumas das barreiras sociais que dificultam a entrada no mercado de trabalho
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Today, 7:38 AM
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Plataforma de dados habilitada para IA é o segredo para não ficar para trás na era digital

Plataforma de dados habilitada para IA é o segredo para não ficar para trás na era digital | Inovação Educacional | Scoop.it
Entretanto, nada disso é possível se a organização não possuir capacidade de coleta de informações, armazenamento, processo e análise eficiente. É justamente dentro desse âmbito que as plataformas de dados habilitadas para inteligência artificial (IA) se transformam nas maiores aliadas para gerar essas funcionalidades, trazendo valor e inovação para o ecossistema digital das marcas.
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Today, 7:32 AM
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Inteligência artificial revoluciona a forma de aprender: colégios adotam ferramenta para personalizar estudos

Inteligência artificial revoluciona a forma de aprender: colégios adotam ferramenta para personalizar estudos | Inovação Educacional | Scoop.it
Fato consumado no mercado de trabalho, o uso da inteligência artificial (IA) na educação também já é uma realidade. O recurso vem transformando a forma como professores ensinam e alunos aprendem. Diversas escolas adotam essa tecnologia para personalizar o aprendizado, otimizar o ensino e preparar os estudantes para um futuro cada vez mais digital. O treinamento contínuo dos professores e o desenvolvimento de ferramentas próprias fazem parte do trabalho.

Christine Lourenço, diretora pedagógica do Grupo Salta, responsável pelos colégios pH, Pensi e Elite no Rio, destaca o impacto transformador da inteligência artificial na educação.

"No frontstage, a IA personaliza a aprendizagem, permitindo que cada aluno aprenda no seu próprio ritmo. No backstage, otimiza o tempo dos professores, facilitando o planejamento e a criação de materiais. Contudo, precisamos estar atentos aos desafios que surgem, como a possibilidade de dependência e a necessidade de um uso crítico e ético por parte de alunos e educadores", diz.

Christine também menciona o papel crucial da IA na inclusão de alunos com necessidades especiais, ao facilitar o aprendizado com materiais acessíveis e ferramentas que promovem equidade no ambiente escolar. Ela exemplifica o uso da ferramenta com tecnologias como softwares de reconhecimento de fala, que ajudam alunos com dificuldades motoras a escrever por comando de voz; e leitores de tela, que permitem que estudantes com deficiência visual acessem conteúdos escritos. Além disso, cita sistemas de tradução automática para alunos com deficiência auditiva, como a tradução de textos para Língua Brasileira de Sinais (Libras), e plataformas que personalizam o ensino, adaptando-se ao ritmo e ao estilo de aprendizagem de cada aluno.

Ela destaca ainda que o Grupo Salta está implementando a IA em várias frentes, incluindo a capacitação de professores por meio de workshops e uma eletiva para alunos sobre o uso produtivo dessas tecnologias.

"Menciono também os chatbots, que servem como monitoria remota para ajudar os alunos com dúvidas sobre o material didático. A IA pode reconhecer padrões de consumo de conteúdos e recomendar vídeos, textos e podcasts; avaliar a proficiência dos alunos e sugerir exercícios adequados; e compilar dados acadêmicos para auxiliar na criação de planos de ação personalizados. Acreditamos que integrar a IA com métodos tradicionais cria um ambiente de aprendizagem mais dinâmico e inclusivo, preparando nossos estudantes para um futuro tecnológico", afirma ela.

Implicações éticas
Já o Colégio pH dá os primeiros passos na implantação da inteligência artificial. O tema será incorporado às Oficinas de Aprendizagem, que já acontecem dentro da grade curricular da escola, em dois tempos de aula por semana.

As oficinas são de ciências, matemática e redação, e, a partir do primeiro semestre de 2025, a instituição incluirá a educação digital nessas aulas, em que os estudantes vão poder usar a IA para trabalhar possibilidades relacionadas ao conteúdo. A nova disciplina buscará ainda fazer com que os alunos consigam analisar criticamente a informação que obtiverem e salientar sua responsabilidade no uso da ferramenta, com discussões sobre as implicações éticas da IA e temas como privacidade e viés algorítmico.

"O uso ético da IA é crucial. Não se trata apenas de habilidades técnicas, mas de uma compreensão profunda do impacto dessa tecnologia", afirma Igor Oliveira Vieira, coordenador do colégio. "Ao fomentar um ambiente de discussão, preparamos nossos alunos para serem líderes inovadores e conscientes".

Ajuda para os professores
No Colégio Ao Cubo, a IA foi introduzida como uma ferramenta de apoio aos professores, especialmente na correção de redações e na criação de planos de estudo personalizados. A tecnologia também é usada em uma tutoria on-line. Segundo Rodrigo Reis, diretor da instituição, a IA funciona como um “primeiro corretor”, identificando erros básicos e deixando os professores livres para focarem em aspectos mais profundos das produções dos alunos.

"Com a IA, o tempo de correção de uma redação diminui de 17 para cerca de três minutos, permitindo ao professor mais tempo para planejar atividades criativas e acompanhar individualmente cada estudante", explica.

A ferramenta também personaliza o aprendizado, ajustando o nível de dificuldade das atividades com base nas competências de cada aluno. José Antonio Júnior, diretor-geral do Ao Cubo, destaca que a IA identifica as facilidades e dificuldades dos estudantes em diversas áreas, promovendo uma educação mais individualizada.

"O sistema ajusta automaticamente o nível de desafio das atividades, ajudando a superar um dos maiores desafios da educação básica: a uniformização das metodologias de ensino, proporcionando uma educação de excelência e humanizada", ressalta.

Além do suporte acadêmico, o uso da IA é voltado para o desenvolvimento de habilidades críticas. Nas aulas de redação, os alunos são incentivados a utilizar a tecnologia como ferramenta de análise e produção de perguntas, em vez de buscar respostas prontas.

"Essa abordagem promove a alfabetização visual e a capacidade de interpretação crítica, preparando os alunos para exames como o Enem", explica o coordenador de Redação, Daniel Bravo.

A aluna Isabela Ramadas, da 1ª série do ensino médio, elogia a integração da IA nas atividades:

"Ela me ajudou a refletir sobre questões que eu não havia considerado. O processo de formular perguntas nos leva a novos insights e amplia nossa capacidade de análise", disse.

No Mopi, as primeiras experiências com a IA começaram no ano passado, com treinamento da equipe docente e conscientização dos alunos sobre o uso responsável do recurso. Para os professores, foi criado um aplicativo que ajuda a reduzir o tempo gasto na elaboração de avaliações.

"Temos alunos de inclusão que precisam de provas adaptadas. Então, o professor, em vez de precisar formular novas questões do zero, pode pegar uma prova regular e lançar nesse aplicativo baseado em IA, que vai fazer a conversão das questões respeitando todos os processos de adaptação e nuances necessárias", explica Luiz Rafael Silva, coordenador pedagógico do Mopi e um dos desenvolvedores da plataforma, ao lado do professor de química Felipe Domingues.

"O aplicativo tem também o formulador de questões. O professor pode, por exemplo, pegar um link com reportagens em texto, vídeos ou áudios, dizer os conhecimentos que quer abordar, se deseja questões de múltipla escolha ou discursivas, e a plataforma elabora modelos de simulados parecidos com avaliações externas, como o Enem."

Outra funcionalidade é a validação de questões, destaca Silva.

"O professor pode pegar uma prova inteira, jogar no aplicativo e descobrir se as questões têm o nível de dificuldade fácil, médio ou difícil para determinada série e as habilidades e conhecimentos exigidos em cada uma delas. Ele ainda dá o gabarito e, se a prova for de múltipla escolha, justifica por que as demais alternativas estão erradas. Por fim, faz o cálculo de toda a pontuação da prova e uma previsão da média que a turma pode alcançar realizando a prova. Conseguimos comparar a média feita pela IA e a média real, e não há muita discrepância. O professor consegue antever como os alunos vão se sair na prova que elaborou", detalha.

Em breve, esse mesmo aplicativo será capaz de sugerir planos de aula:

"O professor vai dizer as habilidades e competências que quer desenvolver, e o nosso app vai sugerir um plano de aula, dentro do que acreditamos no processo de aprendizagem, colocando o aluno como protagonista."

Além dos professores, o Mopi tem uma equipe de monitores, ainda graduandos em Pedagogia, que, além de treinarem a metodologia da escola e a condução da didática em sala de aula, precisam apresentar para a direção aulas utilizando alguma ferramenta de IA.

"Esses monitores poderão virar nossos professores. Então, já preparamos os futuros profissionais para essa realidade de uso intenso da IA, da qual não temos como fugir" diz Silva.

A instituição pretende ainda criar tutores guiados por IA, para ajudar alunos no contraturno escolar.

"Há estudantes que não conseguem se organizar para estudar fora da escola. Estamos pensando numa ferramenta para auxiliá-los a dividir seu tempo entre os conteúdos mais necessários. Neste caso, o aluno vai apresentar sua demanda e o tutor, alimentado por nossa base de dados, vai identificar as lacunas que ele tem e orientá-lo", esclarece Silva.

Uso em sala de aula
O Colégio Adventista, na Tijuca, também está promovendo uma capacitação específica para seus professores do ensino fundamental I, focada em formas de integrar a IA ao planejamento de aulas e atividades. A iniciativa, liderada pela professora Érica Abreu, visa a preparar os alunos para um futuro digitalizado, tornando as aulas mais dinâmicas e interativas.

"Essa capacitação oferece ferramentas práticas para integrar a tecnologia ao cotidiano escolar, tornando as aulas mais dinâmicas", afirma Érica.

Além disso, a professora implementou um projeto com alunos do 9º ano, que usaram IA para produzir conteúdos sobre Getulio Vargas, tema que será apresentado a alunos do 5º ano.

"Os alunos do 9º ano vão ensinar os mais jovens, promovendo uma troca de conhecimento e demonstrando o potencial da IA no processo educacional", explica Érica.

Esse projeto destaca a importância da manipulação consciente da IA, capacitando os alunos a utilizarem a tecnologia como uma ferramenta auxiliar no aprendizado.

"Nós não estamos sendo manipulados pela inteligência. Ao contrário, a IA é uma ferramenta que potencializa a relação ensino-aprendizagem", conclui a professora.
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Today, 7:03 AM
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Brasileiros ganhariam menos para ter trabalho personalizado

Brasileiros ganhariam menos para ter trabalho personalizado | Inovação Educacional | Scoop.it
Para 79% dos trabalhadores participantes do levantamento, a personalização da experiência no ambiente corporativo pode melhorar a relação com o trabalho e para 77% ela poderia melhorar o bem-estar de uma forma geral e incentivar a permanecer mais tempo na organização onde atuam.
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Diminui o domínio do Google nas buscas

Diminui o domínio do Google nas buscas | Inovação Educacional | Scoop.it

O domínio do Google sobre o mercado de anúncios em ferramentas de busca na internet, que movimenta quase US$ 300 bilhões, vem diminuindo.
Durante anos, a gigante da tecnologia deu a impressão de ser invencível nesse segmento do mercado de anúncios, que é a base do seu negócio. Agora, concorrentes começam a corroer sua liderança, e a oferta de novos produtos - impulsionados pelo crescimento da inteligência artificial (IA) e dos vídeos de plataformas de relacionamento social on-line - ameaçam remodelar o cenário.
Recentemente, o TikTok, a popular plataforma de vídeos curtos, começou a permitir que marcas direcionem anúncios com base nas buscas dos usuários - um desafio direto ao cerne do negócio do Google. Ainda neste mês, a startup de buscas com IA, Perplexity, financiada por Jeff Bezos, planeja introduzir anúncios em suas respostas geradas por IA. Até agora, a maior parte da receita vinha de uma assinatura de US$ 20 por mês que permite acesso a uma tecnologia de IA mais avançada.
Essas novas iniciativas aumentam a pressão sobre o Google, já às voltas com o crescimento da Amazon, que capturou uma grande fatia dos gastos em anúncios ligados a buscas na internet. Muitos consumidores iniciam suas pesquisas de produtos na plataforma de comércio eletrônico.
Em 2025, a participação do Google no mercado de anúncios de busca nos EUA deve ficar abaixo de 50% pela primeira vez em mais de dez anos, de acordo com a firma de análises eMarketer.
Projeta-se que a Amazon terá 22,3% do mercado em 2024, com crescimento de 17,6%, e que o Google terá 50,5%, com crescimento de 7,6%. “Esse espaço já está no ponto para uma transformação há muito tempo”, disse Brendan Alberts, chefe de buscas e comércio da agência Dentsu.
Rivais começam a corroer sua liderança e novos produtos ameaçam remodelar o cenário
O Google ainda tem uma posição invejável: está muito à frente no mercado de buscas e conta com recursos de sobra para reagir às investidas dos concorrentes. Ainda assim, os anunciantes estão ansiosos por mais competição.
“Pela primeira vez em provavelmente 15 anos, teremos alternativas viáveis ao Google", disse Nii Ahene, um executivo veterano na publicidade digital.
O crescimento explosivo da IA generativa vem transformando os produtos de busca, que cada vez mais passarão a fornecer respostas completas às consultas dos usuários ou resumos dos resultados da busca. Na semana passada, o Google começou a exibir anúncios nos resumos gerados por IA que aparecem no topo dos resultados das buscas. De início, os anúncios só serão exibidos em buscas realizadas por meio de dispositivos móveis nos Estados Unidos, segundo o Google.
A Perplexity também busca uma fatia desse mercado. Dmitry Shevelenko, diretor de negócios da empresa, disse que um punhado de “nomes conhecidos e de alto nível” estão entre seus primeiros anunciantes. A startup permitirá que marcas patrocinem perguntas complementares, que desencadeiem um diálogo com o usuário.
Em uma apresentação a anunciantes, a Perplexity informou que as respostas às perguntas patrocinadas serão “aprovadas previamente e podem ser bloqueadas”, dando conforto ao cliente “sobre como a marca será retratada na resposta”, segundo uma cópia vista pelo “The Wall Street Journal”. “Estamos abrindo a possibilidade para que uma marca inspire ou instigue alguém a fazer uma pergunta sobre ela”, disse Shevelenko.
Em 2025, a fatia do Google no mercado de anúncios de busca nos EUA deve ficar abaixo de 50%
Cerca de 46% das consultas da Perplexity nos EUA levam a perguntas complementares, segundo a apresentação. A empresa destacou ter processado 340 milhões de consultas em setembro. Em comparação, o Google informa que processa cerca de 2 trilhões de buscas por ano. De acordo com Shevelenko, a Perplexity nunca mudará as respostas não patrocinadas da ferramenta de busca com base nas demandas de anunciantes.
Outras ferramentas de busca já experimentaram inserir anúncios em respostas geradas por IA. A Microsoft incluiu links patrocinados e anúncios de comparação de compras em um chatbot vinculado ao seu motor de busca Bing.
Nos últimos 30 dias, quase 60% dos consumidores dos EUA se valeram de algum chatbot para ajudar a pesquisar ou decidir sobre uma compra, de acordo com uma pesquisa da New Street Research. Alguns analistas questionam se os anúncios em chatbots serão tão valiosos quanto os tradicionais anúncios de busca, uma vez que as pessoas podem estar menos propensas a clicar neles.
Disputar verbas de anúncios em ferramentas de busca é um passo lógico para a chinesa TikTok, que está na mira da Casa Branca. Embora se projete que a receita do TikTok com anúncios nos EUA saltará 38,1% em 2024, a plataforma tem uma fatia de apenas 3,4% do mercado de anúncios digitais dos EUA, segundo a eMarketer.Segundo a empresa de publicidade digital Tinuiti, atualmente quase 20 de seus clientes, em categorias como bens eletrônicos de consumo, vestuário e beleza, estão comprando os novos anúncios do TikTok, e a maioria viu resultados positivos.

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Today, 6:55 AM
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Como o consumidor reage à publicidade com IA | Empresas

Como o consumidor reage à publicidade com IA | Empresas | Inovação Educacional | Scoop.it
Pouco mais de um ano após a Volkswagen gerar polêmica ao recriar digitalmente a cantora Elis Regina em uma campanha publicitária com o uso de inteligência artificial (IA), o impacto dessa tecnologia no marketing ainda provoca reações mistas. Segundo o relatório Media Reactions 2024, da Kantar, 62% dos consumidores e 68% dos profissionais de marketing têm uma visão positiva da IA generativa. Na América Latina, os números são ainda mais expressivos, com 68% dos brasileiros e 87% dos profissionais da região apoiando a ferramenta. Mas, quando o foco se volta para a publicidade gerada por IA, o entusiasmo diminui.

Globalmente, 41% dos consumidores expressam desconforto com os anúncios que usam IA, percentual que chega a 31% no Brasil. Na mesma pesquisa, 71% dos profissionais de marketing, e 66% na América Latina, se mostram mais à vontade com o uso da ferramenta.

Na campanha da Volkswagen, criada pela AlmapBBDO, a equipe de marketing buscou “um toque emocional e humano, focado nas pessoas”, diz o vice-presidente de vendas e marketing da Volkswagen no Brasil, Roger Corassa. Mas as críticas, apontando falta de ética, foram de tal ordem que um processo chegou a ser aberto no Conar, órgão de autorregulação do mercado publicitário. Acabou sendo arquivado pois não se comprovou que alguma regra do Conar tivesse sido quebrada. A campanha teve 2,7 bilhões de visualizações e 98% de comentários positivos, informa a montadora.

Para Ana Paula Kuroki, chefe de estratégia da Africa Creative, as pessoas estão, agora, mais abertas à IA, mas a executiva também nota que a convivência com a tecnologia tem aumentado o senso crítico em relação a seu uso. “As pessoas estão mais abertas à IA, mas não dá para aplicá-la em tudo. Elas já conseguem identificar quando uma imagem é gerada por IA, e isso pode acabar parecendo artificial demais”, diz. Kuroki ressalta o valor da tecnologia quando usada de forma equilibrada. “Utilizar a IA como uma coadjuvante criativa, que expande nossa visão e complementa o trabalho? Com certeza.”

A fintech Nomad, em um anúncio em junho deste ano, fez questão de deixar claro que estava usando IA. No comercial, o ator Will Smith “fala” português, espanhol, francês e japonês, com ajuda da IA. A tecnologia foi aplicada na criação da voz com o timbre do ator, na sincronia labial e em filtros faciais para alinhar as expressões à voz. O vídeo deixa claro o uso de IA logo no início, com Smith dizendo: “A Nomad utilizou tecnologia para me fazer falar português.”

A campanha gerou um aumento de 540% no tráfego do site da Nomad nos primeiros dias da campanha. Superou 25 milhões de visualizações no YouTube e 18 milhões no Instagram.

“Os feedbacks foram majoritariamente positivos. Alguns usuários chegaram a questionar por qual motivo usamos esse tipo de tecnologia. Contudo, antecipando essa preocupação, lançamos uma segunda versão da campanha com os dubladores originais do Will Smith, que teve ótima repercussão. Com isso, trouxemos mais brasilidade para a campanha principal e conseguimos atender a uma demanda impulsionando ainda mais o engajamento”, explicou a diretora de marketing da Nomad, Thais Souza Nicolau. Ela destacou a importância do uso responsável e transparente da IA.

Em agosto, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) passou a divulgar seus boletins diários sobre o mercado financeiro, em suas redes sociais, com avatares gerados por IA. Baseados em vozes e imagens de funcionários, os avatares apresentam roteiros com informações sobre a B3 e dados do mercado, gerados pela versão corporativa do ChatGPT. Após aprovação da equipe, os avatares fazem a apresentação de forma automatizada. O projeto foi desenvolvido em parceria com a startup BeNext e também aplica o Gemini, IA do Google.

Como o consumidor reagiu? O superintendente de comunicação da B3, Alexandre Nobesco, diz que o engajamento se manteve após a implementação, assim como o número de visualizações. No YouTube, a taxa de retenção, ou seja, percentual dos usuários que assistiram aos vídeos até o fim, subiu de 56% para 67%. O maior interesse, contudo, veio de empresas que procuraram a B3 para entender e replicar a tecnologia.

“A economia de tempo na produção é de cerca de sete horas por dia. Recebemos algumas reações de surpresa com o uso da tecnologia. Apesar de tentarmos aproximar o conteúdo ao máximo da realidade, deixamos claro que se trata de IA nos vídeos”, disse Nobesco. “Vemos a IA como uma ferramenta de apoio, não um substituto. Com isso, nossa equipe conseguiu focar em outras prioridades de produção”.

A Vivo, marca da Telefônica, aplica IA em diversas campanhas, como em um filme divulgado na Olimpíada de Paris, que somou 1 milhão de visualizações em 24 horas. A diretora de marca e comunicação da Vivo, Marina Daineze, diz que os resultados em campanhas com IA têm sido positivos. “Esta tecnologia não só melhora a experiência do usuário, como também intensifica o engajamento com a marca, ajudando a criar campanhas tecnologicamente avançadas e emocionalmente envolventes.”

Para Denise Porto Hruby, executiva-chefe do IAB Brasil (Internet Advertising Bureau), entidade que reúne empresas que operam na publicidade digital, o mercado ainda está nos primeiros estágios de compreensão do uso de inteligência artificial na publicidade. “Estamos engatinhando nessas movimentações para entender o que pode ou não ser feito. Ainda não há uma orientação clara, e é preciso cautela. O mercado precisa de tempo para se regular ”, disse.

Em junho, o IAB criou um comitê para discutir o tema, com a participação de empresas como Google e Microsoft. “Até o fim do ano, planejamos lançar um guia de boas práticas para o uso de IA na publicidade”, disse Hruby. Um dos pontos em aberto é se anúncio gerado com IA deve trazer de forma explícita essa informação, ao ser veiculado.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fechou questão sobre o assunto em fevereiro deste ano, mirando as eleições para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, cujo primeiro turno foi realizado neste domingo (6) em todo o país. “A inteligência artificial só poderá ser usada na propaganda eleitoral, em qualquer modalidade, com um aviso explícito de que o conteúdo foi gerado por meio de IA”, diz a resolução 23.610/2019, que em fevereiro deste ano foi emendada sob a presidência do ministro Alexandre de Moraes, tendo a ministra Carmen Lúcia como vice-presidente. O comando do TSE agora está com Carmen Lúcia.
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October 6, 7:05 AM
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A inteligência artificial já tem impacto real na economia ou é só coincidência?

A inteligência artificial já tem impacto real na economia ou é só coincidência? | Inovação Educacional | Scoop.it

Coincidências acontecem, mas algumas coincidências acontecem mais do que outras.
Desde o início de 2023, os EUA têm apresentado um crescimento da sua produtividade três vezes acima da década anterior à pandemia. O PIB dos EUA vem também crescido além das expectativas e as frequentes correções das taxas de crescimento da economia têm sido uma curiosidade persistente nos EUA e em outros países ao redor do mundo.
As novas descobertas científicas também têm aumentado a um ritmo acelerado. Atualmente, existem mais de 350 ensaios clínicos de vacinas contra o câncer, e cientistas da área já estão começando a falar, agora sem ironia, sobre a possibilidade de uma cura para o câncer.
Essas coincidências vão se tornar cada vez mais frequentes, e aos poucos vai começar a ficar claro de que não se tratam de coincidências. Algo de muito importante aconteceu em novembro de 2022 que está começando a mudar a economia global.
No dia 30 de novembro de 2022, uma empresa modesta e sem fins lucrativos chamada OpenAI lançou despretensiosamente o primeiro algoritmo conversacional de inteligência artificial (IA) que de fato funcionava, o ChatGPT. E desde então muita coisa mudou no mercado de trabalho.
Rapidamente, profissionais de todas as áreas começaram a aplicar essa tecnologia para aumentar a sua produtividade - como no caso da escrita de melhores relatórios, na diminuição do tempo perdido com o preenchimento de burocracias, e no desenvolvimento de melhores códigos de programação.
Essas primeiras aplicações práticas da IA no dia-a-dia das empresas e da ciência têm gerado uma revolução silenciosa que está apenas começando. Por mais que as grandes empresas de IA continuem a perder muito dinheiro, e que as novidades científicas que vêm diretamente dos algoritmos, como no caso do AlphaFold, sejam ainda muito raras, tudo indica que o impacto indireto dos algoritmos na produtividade já começou.
O grande desafio para os próximos anos será definir como a riqueza gerada pela IA será distribuída pela sociedade. As grandes empresas irão tentar usar o seu poder de oligopólio para incorporar esses ganhos de produtividade para os seus donos e herdeiros. A sociedade precisa começar a se organizar para impedir que isso aconteça.
Se a revolução da IA ficar nas mãos de poucos, apenas trocaremos velhos monopólios por novos. O desafio será garantir que essa tecnologia quebre barreiras, redistribua poder e transforme o progresso tecnológico em avanço social.
O verdadeiro potencial da IA não está em automatizar o presente, mas em reprogramar o futuro. A IA só será revolucionária se for para todos.

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Today, 4:36 PM
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Os professores se sentem mais produtivos quando usam IA para estratégias de ensino

Os professores se sentem mais produtivos quando usam IA para estratégias de ensino | Inovação Educacional | Scoop.it

Os professores podem usar IA generativa de várias maneiras. Eles podem usá-la para desenvolver planos de aula e questionários. Ou os professores podem confiar em uma ferramenta de IA generativa, como o ChatGPT, para obter insights sobre como ensinar um conceito de forma mais eficaz.
Em nossa nova pesquisa , apenas os professores que fizeram ambas as coisas relataram sentir que estavam fazendo mais. Eles também nos disseram que seu ensino era mais eficaz com IA.
Ao longo do ano letivo de 2023-2024, acompanhamos 24 professores em escolas de ensino fundamental e médio nos Estados Unidos enquanto eles lutavam para decidir se e como usar IA generativa em seu trabalho. Demos a eles uma sessão de treinamento padrão sobre IA generativa no outono de 2023. Em seguida, conduzimos várias observações, entrevistas e pesquisas ao longo do ano.
Descobrimos que os professores se sentiam mais produtivos e eficazes com a IA generativa quando recorriam a ela para obter conselhos. Os métodos padrão para ensinar padrões estaduais que funcionam para um aluno, ou em um ano letivo, podem não funcionar tão bem em outro. Os professores podem ficar presos e precisar tentar uma abordagem diferente. A IA generativa, ao que parece, pode ser uma fonte de ideias para essas abordagens alternativas.
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Enquanto muitos focam nos benefícios de produtividade de como a IA generativa pode ajudar os professores a fazerem testes ou atividades mais rápido, nosso estudo aponta para algo diferente. Os professores se sentem mais produtivos e eficazes quando seus alunos estão aprendendo, e a IA generativa parece ajudar alguns professores a obter novas ideias sobre como avançar o aprendizado dos alunos.
Por que isso importa
O ensino K-12 exige criatividade , particularmente quando se trata de tarefas como planos de aula ou como integrar tecnologia na sala de aula. Os professores estão sob pressão para trabalhar rapidamente, no entanto, porque eles têm muitas coisas para fazer, como preparar materiais de ensino, reunir-se com os pais e avaliar o trabalho escolar dos alunos. Os professores não têm tempo suficiente todos os dias para fazer todo o trabalho que precisam.
Sabemos que essa pressão muitas vezes dificulta a criatividade . Isso pode fazer com que os professores se sintam presos. Algumas pessoas, em particular especialistas em IA, veem a IA generativa como uma solução para esse problema ; a IA generativa está sempre de plantão, trabalha rapidamente e nunca se cansa.
No entanto, essa visão pressupõe que os professores saberão como usar a IA generativa de forma eficaz para obter as soluções que estão buscando. Nossa pesquisa revela que, para muitos professores, o tempo que leva para obter uma saída satisfatória da tecnologia — e revisá-la para atender às suas necessidades — não é menor do que o tempo que levaria para criar os materiais do zero por conta própria. É por isso que usar a IA generativa para criar materiais não é suficiente para fazer mais.
Ao entender como os professores podem usar IA generativa de forma eficaz para aconselhamento, as escolas podem tomar decisões mais informadas sobre como investir em IA para seus professores e como dar suporte aos professores no uso dessas novas ferramentas. Além disso, isso retorna aos cientistas que criam ferramentas de IA, que podem tomar melhores decisões sobre como projetar esses sistemas.
O que ainda não se sabe
Muitos professores enfrentam obstáculos que os impedem de ver os benefícios de ferramentas de IA generativas, como o ChatGPT. Esses benefícios incluem a capacidade de criar materiais melhores mais rapidamente. Os professores com quem conversamos, no entanto, eram todos novos usuários da tecnologia. Professores que estão mais familiarizados com maneiras de estimular a IA generativa — nós os chamamos de “usuários avançados” — podem ter outras maneiras de interagir com a tecnologia que não vimos. Também ainda não sabemos exatamente por que alguns professores deixam de ser novos usuários para se tornarem usuários proficientes, mas outros não.

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Today, 4:29 PM
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This Texas private school teaches students through AI 

This Texas private school teaches students through AI  | Inovação Educacional | Scoop.it
NBC News' Gadi Schwartz traveled to Austin, Texas, where a private school is conducting an educational experiment that uses artificial intelligence to handle teaching.
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Today, 4:20 PM
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Uma Escola para as Adolescências

O documentário “Uma Escola para as Adolescências”, produzido pelo Ministério da Educação (MEC) e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), discute os desafios enfrentados pelos adolescentes nessa etapa do desenvolvimento humano e os reflexos na vida escolar. Além disso, ele discute como o Ministério da Educação, redes de ensino e escolas têm atuado pela melhoria da qualidade dos anos finais do ensino fundamental.
Além da participação de diversas instituições, a produção contou com a contribuição de educadores e especialistas em adolescências. O documentário apresenta o processo de construção do Programa Escola das Adolescências, a partir de um amplo diagnóstico nacional, da Semana da Escuta das Adolescências nas Escolas, construída junto às redes de ensino para evidenciar a importância de escutar os estudantes, além de considerar as suas vozes tanto no diagnóstico dos problemas quanto na construção de soluções para a melhoria das escolas dos anos finais.

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Today, 4:15 PM
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Pesquisadores da Udesc lançam livro sobre educação a distância

Pesquisadores da Udesc lançam livro sobre educação a distância | Inovação Educacional | Scoop.it
No dia 10 de outubro, será lançado o livro "Educação não Presencial: polêmicas e controvérsias”, no Museu da Escola Catarinense (Mesc), em Florianópolis, às 17h. Com apoio da Fundação de Estudos Superiores de Administração e Gerência (Fesag), o evento contará com distribuição gratuita da obra e será aberto ao público.
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Today, 4:09 PM
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O Impacto da IA ​​no Desenvolvimento Infantil

A explosão da inteligência artificial traz muitos benefícios e desafios para as crianças que interagem com ela, especialmente em contextos educacionais e sociais.

“A grande questão é se as crianças podem se beneficiar dessas interações de IA de uma forma semelhante a como se beneficiam da interação com outras pessoas”, diz Ying Xu , professor assistente na Harvard Graduate School of Education. “Então, se falarmos sobre aprendizado primeiro, minha pesquisa, junto com a de muitos outros, mostra que as crianças podem realmente aprender efetivamente com IA, desde que a IA seja projetada com princípios de aprendizado em mente.”

Por exemplo, companheiros de IA que fazem perguntas durante atividades como leitura podem melhorar a compreensão e o vocabulário das crianças, diz Xu. No entanto, ela enfatiza que, embora a IA possa simular algumas interações educacionais, ela não pode replicar totalmente o envolvimento mais profundo e a construção de relacionamentos que vêm da interação humana, particularmente quando se trata de perguntas de acompanhamento ou conversas personalizadas que são importantes para o desenvolvimento da linguagem e social.

“Há a empolgação de que a IA tem o potencial para aprendizado personalizado e para ajudar os alunos a desenvolver habilidades para esta sociedade movida pela IA. Mas, como muitos de vocês, compartilho as mesmas preocupações sobre a perspectiva disso, o que chamamos de 'geração IA'”, diz ela. “Há tantas perguntas, ainda não temos respostas. Quando falamos sobre a capacidade das crianças de realmente encontrar respostas e aprender por conta própria, e usar 'ei' para comandar ou ativar a IA faz as crianças se esquecerem da educação. E talvez o mais preocupante para muitas pessoas seja se as crianças se tornariam mais apegadas à IA do que às pessoas ao seu redor.”

Neste episódio do EdCast, Xu compartilha o que sabemos até agora sobre como a IA impacta o desenvolvimento das crianças e a importância da alfabetização em IA, onde as crianças são ensinadas a entender as limitações e a potencial desinformação da IA, bem como a necessidade de desenvolvedores e educadores promoverem a avaliação crítica do conteúdo gerado pela IA.



Transcrição
JILL ANDERSON: Eu sou Jill Anderson. Este é o Harvard EdCast. 
[MÚSICA TOCANDO]

Ying Xu sabe que a inteligência artificial está remodelando a vida das crianças. Seja pedindo para Siri resolver um problema de matemática ou fazendo Alexa tocar uma música favorita, a IA está em todo lugar e está transformando a maneira como as crianças aprendem, se envolvem e até mesmo se socializam. Parte do trabalho de Xu é estudar como essa nova tecnologia influencia o desenvolvimento acadêmico e social das crianças.

Ela tem muita percepção sobre como a IA pode ser usada para dar suporte ao aprendizado e os desafios que ela cria para o comportamento social. Mas ela também insiste que educadores e pais podem orientar as interações de IA das crianças de maneiras que promovam o pensamento crítico e limites saudáveis. Eu queria entender melhor os riscos e benefícios de criar uma geração experiente em IA. Primeiro, perguntei a ela o quanto sabemos sobre o impacto da IA ​​no desenvolvimento das crianças.


YING XU: Na verdade, é muito importante pensar primeiro sobre o que impulsiona o desenvolvimento das crianças. É obviamente um processo muito complicado. Mas um fator-chave são as interações sociais das crianças com os outros — normalmente com as pessoas ao redor delas, como pais, professores e colegas.

Mas com a ascensão da IA, as crianças agora têm um novo tipo de interação — uma com agentes de IA como Siri, Alexa ou ChatGPT. Então a grande questão é se as crianças podem se beneficiar dessas interações de IA de uma forma semelhante a como elas se beneficiam da interação com outras pessoas. Então, se falamos sobre aprendizado primeiro, minha pesquisa, junto com a de muitas outras, mostra que as crianças podem realmente aprender efetivamente com IA, desde que a IA seja projetada com princípios de aprendizado em mente.

Por exemplo, nos últimos anos, desenvolvi e testei companheiros de IA que envolvem crianças durante atividades como ler livros, assistir televisão e contar histórias. Para dar uma ideia mais precisa de como isso funciona, imagine uma criança lendo um livro ilustrado com seus pais. E em meus estudos, um alto-falante inteligente entra em cena para simular esse papel, lendo a história em voz alta e parando para fazer perguntas. Perguntas como os problemas que os personagens estão enfrentando, como os personagens se sentem, então o que a criança acha que vai acontecer a seguir. E a IA ouve a resposta da criança e oferece pequenas dicas, assim como um cuidador ou um professor faria se a criança precisasse de ajuda.

Então o que descobrimos é que crianças que se envolvem nesse tipo de diálogo interativo com IA compreendem melhor as histórias e aprendem mais vocabulário, em comparação com aquelas que apenas ouvem as histórias passivamente. E em alguns casos, os ganhos de aprendizagem da interação com IA foram até comparáveis ​​aos das interações humanas. Tenho uma ressalva aqui. Então, mesmo que estudos mostrem benefícios de aprendizagem com IA, é importante lembrar que a IA não pode realmente replicar totalmente os benefícios únicos de conversas reais com outras pessoas.

JILL ANDERSON: Certo.

YING XU: Só um exemplo. Em meus estudos, enquanto as crianças eram bastante falantes com IA, elas eram ainda mais engajadas quando falavam com um humano.

JILL ANDERSON: Sim.

YING XU: E quando as crianças falam com um humano, elas têm mais probabilidade de conduzir a conversa, fazer perguntas complementares e compartilhar seus próprios pensamentos. E todos esses são elementos importantes que são críticos para o desenvolvimento da linguagem. E esses tipos de aspectos da conversação conduzidos por crianças são onde a IA ainda fica aquém.

Então, outro aspecto muito importante da pesquisa é observar como as crianças percebem a IA, como elas se sentem sobre suas interações com a IA. Crianças mais novas podem inicialmente tratar a IA como humana. Mas muitas delas também reconhecem que a IA pode parecer, falar ou agir como uma pessoa, mas a IA na verdade não tem experiências compartilhadas e empatia genuína. E a parte importante é que os alunos prosperam quando se envolvem com alguém com quem podem se relacionar, e também alguém que pode se relacionar com eles. Então, como é incerto se a IA pode formar esse tipo de conexão profunda com as crianças, devemos ser muito cautelosos sobre usar a IA como uma fonte de companheirismo.

JILL ANDERSON: Certo.

YING XU: Porque, afinal, conversas não são apenas sobre troca de informações. É sobre construir relacionamentos, e esses aspectos são muito cruciais para o desenvolvimento das crianças.

JILL ANDERSON: Na sua pesquisa, você está observando crianças relativamente mais novas, correto?

YING XU: Certo. Então, eu foco principalmente em crianças da pré-escola até o ensino fundamental.

JILL ANDERSON: É interessante, porque penso na IA como algo que realmente explodiu nos últimos dois anos. E suspeito que muito disso tenha a ver com o ChatGPT surgindo, e ele está se tornando enorme em um período relativamente curto de tempo. Mas a realidade é que você mencionou algumas coisas como Siri e até Alexa, coisas assim. As crianças têm interagido com essas ferramentas de IA há muito tempo. Existem outras maneiras comuns de crianças pequenas interagirem com IA?

YING XU: Sim, você está absolutamente certo de que a IA faz parte da vida das crianças muito antes do ChatGPT se tornar popular, há apenas alguns anos. Então, na verdade, a IA é mais prevalente do que a maioria das crianças, ou mesmo nós, percebemos.

JILL ANDERSON: Sim.

YING XU: Um ótimo exemplo é o sistema de recomendação automática do YouTube. Seus algoritmos de IA sugerem os próximos vídeos a serem reproduzidos, com base no histórico de visualização de uma criança. Então, isso é o que eu chamaria de uma maneira oculta, ou despercebida, de as crianças interagirem com a IA.

Então, há outro tipo de interação de IA que é o envolvimento direto das crianças com agentes de IA, e isso está atualmente no centro do debate acalorado em andamento. Então, o motivo mais comum para as crianças interagirem com agentes de IA é fazer perguntas e buscar informações. Então, há muitos tipos diferentes de perguntas que os alunos fazem à IA. Algumas crianças fazem perguntas motivadas pela curiosidade, como "o que há dentro de um vulcão?"

JILL ANDERSON: Certo.

YING XU: E outras crianças usam IA para ajudar com a lição de casa, "como você resolveria esse problema de matemática?" Ou solicitam informações práticas, como receitas ou o clima de hoje. Na verdade, vejo isso como uma área em que a IA pode ter um impacto positivo nas crianças, porque ampliou significativamente o acesso das crianças ao conhecimento e à informação. No entanto, um fator crítico é que as crianças devem ser capazes de se envolver criticamente com as informações e estar cientes do potencial de desinformação ou informação errada.

JILL ANDERSON: Voltaremos a esse envolvimento crítico em alguns minutos. Mas eu penso sobre isso, e eu tenho uma criança em idade escolar que ama todas essas ferramentas de IA, acha que elas são fenomenais e divertidas. E, como você mencionou, adora fazer perguntas a essas coisas. Eu tinha o ChatGPT aberto no meu computador um dia, e eles ficaram incrivelmente fascinados pela ideia de que poderiam fazer uma pergunta.

YING XU: Sim, eu poderia responder a isso. Então, eu tenho dois filhos, e eles são, na verdade, grandes usuários de agentes de IA agora. Então, eu vi muitos casos deles fazendo perguntas. E também como eles se sentem surpresos, mas também intrigados pela capacidade da IA ​​de gerar uma resposta inteligente similar às suas perguntas.

JILL ANDERSON: Você já mencionou um pouco sobre como sabemos que isso pode ser um pouco benéfico para o aprendizado, porque é melhor do que uma criança simplesmente fazer algo sozinha. Há alguma interação aí, que parece haver alguma resposta positiva. Mas não é o mesmo que um humano, obviamente. E então eu estou pensando, e as implicações no desenvolvimento social?

YING XU: Então, há muito que poderíamos dizer sobre como a IA pode impactar o desenvolvimento social das crianças. E uma área é a etiqueta social, dizer "obrigado", "com licença" e coisas assim. As crianças aprendem etiqueta social por meio de interações com outras pessoas que modelam os comportamentos socialmente apropriados. Mas a IA nem sempre segue nossas normas sociais ou incentiva o uso de linguagem educada. Então, observamos casos em que as crianças fazem exigências ou até mesmo insultam a IA.

[RISADA]

E a preocupação é que esses comportamentos seriam transferidos para as interações da vida real das crianças com as pessoas. Então, na verdade, ainda não temos evidências conclusivas para isso, mas há algumas evidências sugerindo que as crianças podem adquirir hábitos linguísticos de suas conversas com IA e usar essa linguagem posteriormente quando interagem com outras pessoas. No entanto, ainda não se sabe se as crianças estão fazendo isso por brincadeira porque é divertido e bobo, ou se reflete uma mudança real no comportamento.

De qualquer forma, é uma preocupação o suficiente para que as empresas de tecnologia tenham começado a implementar estratégias para evitar que a IA diminua a polidez das crianças. Por exemplo, o Echo Dot da Amazon introduziu um "modo educado", onde se uma criança disser "por favor" ao fazer uma pergunta, a Alexa responderá com "obrigada por perguntar tão gentilmente". Então, pode ser um passo na direção certa. Mas também representa um risco de obscurecer, da perspectiva das crianças, os limites entre a IA e os humanos.

JILL ANDERSON: Isso é realmente fascinante. Você teve alguma ideia adicional sobre as implicações no aprendizado acadêmico?

YING XU: Sim. Então, para o aprendizado acadêmico, quando as crianças recorrem à IA como o ChatGPT para obter ajuda com dever de casa e tarefas, a questão-chave é: elas estão realmente se envolvendo no processo de aprendizado ou estão ignorando-o ao obter uma resposta fácil da IA? Na verdade, temos evidências bastante robustas sugerindo que o acesso a ferramentas de IA pode melhorar o desempenho dos alunos nas tarefas. Então, por exemplo, ao escrever uma redação, os alunos que usam o ChatGPT como assistente tendem a produzir redações de maior qualidade. No entanto, a questão aqui é: os alunos ainda podem escrever redações melhores quando não têm mais acesso ao ChatGPT?

JILL ANDERSON: Hum.

YING XU: Então, esse é o foco de muitos estudos atuais. Um tema emergente sugere que se a IA for projetada como uma ferramenta de andaime para orientar as crianças no desenvolvimento de suas habilidades de escrita, em vez de simplesmente fornecer respostas diretas, ela pode ter um impacto mais duradouro no aprendizado. Mas ainda há a questão de quanto andaime a IA deve fornecer. 
Às vezes, não é necessariamente algo ruim para os alunos que ficam presos em um problema e trabalham nele por um longo período. Esse é um tipo de luta que queríamos chamar de "luta produtiva". É útil para o aprendizado, pois cria espaço e tempo para os alunos construírem seu próprio entendimento. Então, para estudos futuros, o que realmente queríamos pensar é o impacto de ferramentas como o ChatGPT. Como elas devem ir além do foco em melhorias de desempenho de curto prazo para perguntar se o ChatGPT pode promover um aprendizado mais profundo e de longo prazo.

JILL ANDERSON: Hm. O que sabemos sobre a capacidade das crianças de avaliar informações que recebem da IA?

YING XU: Essa é uma ótima pergunta. Acho que até mesmo adultos estão tendo problemas para avaliar informações geradas por IA. Então, as crianças realmente encontram uma grande quantidade de informações todos os dias, e não é apenas um problema de IA.

Desde o surgimento da internet e das mídias sociais algumas décadas atrás, as crianças têm enfrentado cada vez mais desafios para avaliar fontes de informação confiáveis. Mas a IA generativa e o ChatGPT na verdade tornam as coisas um pouco mais complicadas. Então, se você pensar sobre quando você pesquisa no Google, você obtém uma ampla gama de fontes com citações, certo? Mas com o ChatGPT ou IA generativa, ele combina e remixa tudo para você. Você realmente não consegue dizer de onde a informação vem.

Então, essa falta de transparência pode, às vezes, desencorajar as crianças a questionar a credibilidade das informações. E, além disso, se você pensar em como você interage com o ChatGPT, ele apresenta informações em um estilo de conversação, muito parecido com a forma como os humanos se comunicam, o que pode confundir a linha entre o conhecimento humano e o conteúdo gerado por máquinas.

Então, como as crianças realmente avaliam informações da IA? Na verdade, ainda não há muitos estudos sobre isso. Mas podemos obter alguns insights de pesquisas que exploraram a confiança das crianças em robôs — particularmente aqueles que também podiam falar e responder perguntas.

Então, essa pesquisa descobriu que as crianças usam estratégias de julgamento semelhantes para avaliar informações fornecidas por humanos e robôs. Frequentemente, seu julgamento é baseado em se o robô ou humano deu informações precisas no passado e em sua percepção da expertise do humano ou robô. Mas ainda assim, vemos que algumas crianças são melhores em utilizar essas estratégias para calibrar sua confiança, e algumas crianças tendem a confiar cegamente em qualquer informação que a IA forneça.

Então essa habilidade é provavelmente influenciada pelo conhecimento prévio deles na área do assunto -- se eles realmente sabem algo sobre o tópico que estão discutindo -- e também pela compreensão de como a IA funciona. Muitas vezes chamamos isso de "alfabetização em IA". E pesquisas mostram que crianças, mesmo em idade pré-escolar, podem aprender alfabetização em IA, o que as ajuda a avaliar de forma mais eficaz os pontos fortes e as limitações da IA.

JILL ANDERSON: Você sabe se já existe muita coisa acontecendo nessa área de alfabetização em IA?

YING XU: Então, na verdade, há um bom número de programas voltados especificamente para crianças em idade escolar para ensiná-las os mecanismos subjacentes de como a IA funciona. Mas não tenho certeza se há muitos que já estejam disponíveis comercialmente, porque a maioria do que vi existe no mundo da pesquisa, nos projetos de pesquisa. Mas uma coisa que estou muito interessado em fazer é desenvolver intervenções que sejam incorporadas nas ferramentas de IA com as quais as crianças estão realmente interagindo como uma forma de fornecer suporte contínuo quando elas se envolvem com informações de IA.

Então, por exemplo, poderíamos fornecer prompts para encorajar os alunos a refletir e pensar sobre a credibilidade das informações antes de prosseguirem para compartilhar as informações ou confiar nas informações. Então, essa estratégia foi considerada útil para encorajar alunos do ensino médio e fundamental a avaliar criticamente as informações das mídias sociais, porque essa pausa na verdade cria um espaço para os alunos e jovens realmente pensarem se devem confiar nas informações.

JILL ANDERSON: Então, parece que há muitas oportunidades para educadores criarem ferramentas de alfabetização em IA e incorporarem esses tipos de ferramentas em suas salas de aula, mas ainda não chegamos lá, pelo menos para as massas, para fazer isso.

YING XU: Sim, vejo que deveria ser um esforço coletivo — não apenas da parte dos educadores, mas também dos desenvolvedores das ferramentas de IA. Por um lado, educadores e escolas poderiam organizar workshops de IA, iniciativas e programas que ensinassem diretamente aos alunos conhecimento sobre IA e estratégias para ajudá-los a avaliar informações de IA.

Mas, por outro lado, os desenvolvedores e aqueles que projetam ferramentas de IA também devem incorporar esses prompts de reflexão e mensagens de alerta em seu produto de IA para sinalizar, ou instruir especificamente, os alunos que a IA pode distribuir desinformação. E é muito importante que você pare e pense se uma informação é confiável.

JILL ANDERSON: É fascinante pensar em quão rápido houve algum tipo de resposta a esse fator de polidez. Como se eles tivessem começado a incorporá-lo em certos componentes dessas ferramentas. E isso faz você se perguntar se esse será um tipo de caminho mais novo que veremos a IA seguir — para crianças, pelo menos — fazendo essas pausas para que elas questionem e pensem criticamente sobre o que estão acessando.

YING XU: Sim, então isso é interessante. Então, se você olhar atentamente para sua interface do ChatGPT, há na verdade um pequeno sinal de alerta na parte inferior. "O ChatGPT pode cometer erros. Verifique informações importantes."

JILL ANDERSON: Eu estava no ChatGPT outro dia e notei isso.

YING XU: Sim. Então eu diria que a comunidade de pesquisa e os desenvolvedores estão realmente se movendo muito rápido, respondendo a muitos dos desafios que surgem do envolvimento das pessoas com essas ferramentas de IA generativas.

JILL ANDERSON: As pessoas estavam muito receosas ou muito animadas com todas essas novas ferramentas. Como você acha que pais e educadores podem ajudar a orientar as interações de seus filhos com a IA?

YING XU: Então, eu definitivamente vi tanto entusiasmo quanto ceticismo quando se trata de IA. Então, há a empolgação de que a IA tem o potencial para aprendizado personalizado e para ajudar os alunos a desenvolver habilidades para esta sociedade movida por IA. Mas, como muitos de vocês, eu compartilho as mesmas preocupações sobre a perspectiva disto, o que chamamos de "geração IA".

Há tantas perguntas que ainda não temos respostas. Quando falamos sobre a capacidade das crianças de realmente encontrar respostas e aprender por si mesmas, e usar "hey" para comandar ou ativar a IA faz as crianças esquecerem da polidez. E talvez o mais preocupante para muitas pessoas é se as crianças se tornariam mais apegadas à IA do que às pessoas ao seu redor.

Acredito que tanto as esperanças quanto as preocupações são válidas. Mas a questão é: como devemos abordar a IA em meio a essa incerteza? Minha opinião é que devemos adotar a IA bem projetada e centrada na criança como uma ferramenta valiosa para dar suporte ao desenvolvimento das crianças — não como uma substituição da interação humana, mas como um complemento às interações que as crianças já têm com suas famílias, professores e colegas.

Aqui estão duas sugestões de como podemos conseguir isso. Acho que, primeiro, precisamos ajudar as crianças a manter limites saudáveis ​​com a IA sendo transparentes sobre a natureza da IA. É essencial que elas entendam que estão interagindo com um programa, não com uma pessoa. Essa clareza ajuda a evitar confusões e também fortalece sua capacidade de se envolver com a IA de forma mais eficaz. E o programa de alfabetização em IA sobre o qual acabamos de falar pode ser importante para capacitar as crianças a se envolverem com a IA com confiança e reflexão. 
E a segunda sugestão que tenho seria que a IA deveria ser projetada para encorajar conexões humanas. Em um estudo recente, nossa equipe desenvolveu uma IA que permitiu que um personagem Sesame se envolvesse com crianças enquanto liam um livro juntos. Mas o que é diferente da maioria dos produtos de IA é que essa IA não apenas fornece avisos para as crianças, mas também fornece avisos para fazer com que os pais permaneçam envolvidos na discussão com seus filhos.

E descobrimos que isso não só apoia o desenvolvimento da linguagem das crianças, mas também fortalece as conexões familiares por meio de atividades compartilhadas. Na verdade, estou muito otimista de que, se pudéssemos adotar algumas dessas estratégias, poderíamos abraçar as novas oportunidades de aprendizado que a IA oferece, preservando ao mesmo tempo as conexões humanas insubstituíveis que são tão cruciais para o desenvolvimento das crianças.

JILL ANDERSON: Muito disso me lembra da resposta às telas em [INAUDÍVEL] infantil. Isso ecoa muitas das ideias semelhantes, de que as telas não são necessariamente ruins. Sempre houve um movimento por um tempo demonizando a televisão, e depois demonizando os telefones e coisas assim. Mas pelo que eu entendi, muito disso é como você se envolve com as crianças para fazer parte dos jogos ou dos programas? Ou como você faz perguntas a elas? E parece muito semelhante com a IA.

YING XU: Sim, então tivemos muitas discussões semelhantes e medos e entusiasmos semelhantes no passado. E acho que uma coisa importante para considerarmos, especialmente quando pensamos sobre o impacto que essas tecnologias têm nas crianças, é que as crianças existem em um ecossistema. Então, há muitas fontes de apoio que podem ajudá-las a aprender e se desenvolver — e a tecnologia não é a única fonte. 
E se você pensar sobre o impacto da tecnologia, ela ajuda ou atrapalha o desenvolvimento das crianças — não por meio do envolvimento direto das crianças com essa tecnologia, mas é mediada por muitos outros fatores que as cercam. Então, por exemplo, até mesmo o mesmo programa de televisão teria efeitos diferentes nas crianças. E às vezes depende se a criança realmente tem um membro da família sentado ao lado dela —

JILL ANDERSON: Certo.

YING XU: --e ajudá-los a digerir e compreender o que está sendo ensinado no programa. Então, há tantos fatores diferentes que precisamos pensar sobre como abordamos essa questão de forma mais holística.

JILL ANDERSON: Bem, há muita coisa aqui, muitas oportunidades, especialmente para educadores, para criar ferramentas, currículos e maneiras de adotar a IA com crianças. Então, muito obrigada.

YING XU: Obrigado.

JILL ANDERSON: Ying Xu é uma professora assistente na Harvard Graduate School of Education. Eu sou Jill Anderson. Este é o Harvard EdCast, produzido pela Harvard Graduate School of Education. Obrigado por ouvir. 
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Cotas para trans avançam nas universidades federais

Cotas para trans avançam nas universidades federais | Inovação Educacional | Scoop.it

A política de cotas voltada a pessoas trans e travestis avança nas universidades públicas brasileiras. Só no último mês, Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), UFF (Universidade Federal Fluminense) e UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) decidiram destinar vagas ao grupo a partir de 2025, na graduação e na pós.
Elas se uniram a outras 15 instituições do país nessa política, apoiada pelo MEC (Ministério da Educação) —mesmo as unidades de ensino tendo independência constitucional para tal decisão.
Para a pasta de Camilo Santana, a adoção de um sistema de cotas específico para pessoas transgênero e de outros grupos LGBTQIA+ é ferramenta importante e deve ser aprofundada.

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Today, 7:38 AM
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Bets investiram R$ 2,3 bilhões em publicidade de janeiro a agosto, diz Kantar

Bets investiram R$ 2,3 bilhões em publicidade de janeiro a agosto, diz Kantar | Inovação Educacional | Scoop.it
Maior volume foi dedicado à publicidade na TV aberta, na sequência para as mídias digitais, seguidas pelos canais de TV por assinatura
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Por que robôs não conseguem resolver charadas

Por que robôs não conseguem resolver charadas | Inovação Educacional | Scoop.it

No momento, no entanto, a IA tem uma "falta geral de âncora no mundo", o que torna esse tipo de raciocínio básico e flexível uma dificuldade.
Mas o estudo da IA ​​pode ser para além de computadores. Alguns especialistas acreditam que comparar como a IA e os seres humanos lidam com tarefas complexas pode ajudar a desvendar os segredos da mente humana.

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"É preciso dar apoio aos sobreviventes da IA", diz Silvio Meira

"É preciso dar apoio aos sobreviventes da IA", diz Silvio Meira | Inovação Educacional | Scoop.it

Para o cientista, professor e escritor Silvio Meira, um dos maiores experts em IA no país, é urgente recapacitar e aprimorar os profissionais da nova era, para tentar mitigar os riscos de uma geração sem emprego e sem rumo
"As pessoas acham que tudo está mudando rápido demais, só que não é verdade. Pela primeira vez na história, temos que conviver com agentes não humanos com competências e habilidades equivalentes ou maiores do que as nossas. Estamos sendo desafiados em algo que achávamos ser nosso: a capacidade de pensar. E é por isso que tudo parece tão diferente e acelerado.” Refletir sobre a tecnologia e o futuro é algo que Silvio Meira faz todos os dias.
Professor, engenheiro, escritor e cientista-chefe da consultoria TDS Company, ele é figurinha carimbada nas listas de brasileiros mais influentes do ano. E não apenas porque ajudou a fundar o Porto Digital, o primeiro parque tecnológico brasileiro, com sede em Recife. Mas sim pela clareza com que transforma as ideias que discute nas aulas de aula – seja na Cesar School ou na UFPE – em lições de estratégia para empresas. Além de consultor, Meira é membro do conselho de companhias como CI&T, Magalu, MRV e Tempest. Confira como o cientista vê o futuro do trabalho e da inovação no país.
ÉPOCA NEGÓCIOS Qual vai ser o maior impacto da IA no futuro da humanidade?
SILVIO MEIRA Um dos maiores impactos, claro, será na força de trabalho. E ele virá de uma forma surpreendente, porque a gente esperava que os sistemas fossem capazes de substituir o motorista de ônibus ou de táxi, o varredor de rua, o garçom, os profissionais que realizam atividades repetitivas. Mas não é isso que está acontecendo. Na verdade, a IA está ganhando força nas atividades que dependem de um conhecimento sofisticado. Tarefas como dirigir um ônibus são mais difíceis para a IA, porque dependem de uma percepção da realidade que ela não tem. Ela não vai conseguir parar no lugar certo, esperar o tempo certo, sair na velocidade certa, no meio do trânsito caótico de São Paulo, Recife e Rio de Janeiro. Mas na hora de prestar um exame para o exercício da medicina nos Estados Unidos, ou o equivalente ao exame da OAB no Brasil, esses grandes modelos linguísticos superam em muito as habilidades e competências humanas. Conseguem resolver problemas com um índice de acerto muito grande.
NEGÓCIOS Então, o que a IA vai realmente substituir são os profissionais do conhecimento?
Meira Sim, o trabalho cognitivo repetitivo de alto nível. Isso corresponde a parte das tarefas do advogado, do designer, do engenheiro, do jornalista, do programador, do profissional médico que analisa imagens complexas de tomógrafo e assim por diante. A gente não esperava por isso. Então, vai haver um impacto dramático. Nos Estados Unidos, por exemplo, a avaliação do Goldman Sachs é de que cerca de 40% de todas as funções que um advogado exerce hoje serão desempenhadas por grandes modelos linguísticos. E haverá variados graus de substituição para muitas outras capacidades, associadas a um número gigantesco de profissões, de contador, gerente, profissionais que achávamos que eram insubstituíveis – mas não são.
NEGÓCIOS Mas nem todos os profissionais perderão seu emprego, correto?
Meira Nem todos. Precisamos levar em conta que esses sistemas superam em muito as habilidades e competências dos seres humanos medianos. A performance é 50%, 60% melhor, em média. Veja bem, a vasta maioria do trabalho humano não é espetacular. É mais ou menos. Essas pessoas serão substituídas. Mas a IA não é capaz de superar os grandes especialistas em sua área de atuação, ou um pesquisador muito sofisticado. Esses permanecerão, enquanto os outros serão dispensados.
NEGÓCIOS O que pode levar a problemas socioeconômicos sérios. Qual seria a solução?
Meira Precisamos de políticas públicas de grande porte, grande alcance e longo prazo. É necessário reeducar os humanos para um mundo que tem inteligência artificial em todo canto. E ninguém no Brasil está discutindo isso agora, o que é catastrófico. Quando há grandes transições socioeconômicas sem políticas públicas que as acompanhem, surge uma dissonância, uma desarticulação entre o trabalho que está desaparecendo e o que está surgindo. Por exemplo, o Brasil tem 1,2 milhão de advogados com carteira da OAB. Se 40% deles forem dispensados, teremos 500 mil profissionais qualificados desempregados. Estamos falando de pessoas que custaram caríssimo ao país. E podemos sair mapeando isso para uma gama gigantesca de profissões. Não vai ter ninguém que não seja afetado. Ou os profissionais vão precisar mudar de área ou se qualificar mais dentro das suas competências. Se não houver uma política pública para ajudá-los, eles não vão conseguir. E hoje eu não vejo nenhum indício de que isso vá acontecer.
NEGÓCIOS Você vê exemplos de outros países se preparando para isso de maneira mais adequada?
Meira A Europa tem uma boa política para inteligência artificial. Os Estados Unidos são um caso à parte, porque há muitas oportunidades e regras bastante flexíveis no mercado de trabalho. Há iniciativas bacanas rolando no Canadá. E claramente a China tem pensado muito em tudo o que a gente está falando aqui, e tem tomado providências. Na comparação com o que outros países têm feito, estamos parados.
NEGÓCIOS Nesse momento, fala-se muito em regulação da inteligência artificial. Como vê esse movimento?
Meira Nós temos uma tentativa de legislação sendo feita a partir do Senado, que é desatualizada e confusa. O fato é que ela não ajuda a criar uma estratégia brasileira para a IA. Você só pode regular um assunto para o qual já existe uma estratégia. Regular uma coisa só para dizer o que não deve ser feito tem um efeito extremamente danoso para os interesses econômicos nacionais. Não adianta ter uma lista do que não fazer, se você não tem uma lista do que fazer. Como focar nas proibições se eu não tenho uma estratégia referente à indústria, à formação do capital humano, ao investimento em pesquisa e desenvolvimento, à mudança de currículos e assim por diante? Se não tenho nenhuma estrutura, nenhum estímulo? A boa notícia é que há em andamento um processo para criar as bases de uma estratégia brasileira para inteligência artificial. Isso foi solicitado pelo Presidente da República e está sendo feito agora. A minha esperança é que essa estratégia saia bem antes de a gente começar a colocar em votação o projeto de regulação, e que ela sirva para reescrevê-lo.
NEGÓCIOS Quais outras mudanças o mundo empresarial vai sofrer nos próximos anos por causa da IA?
Meira Muitas. Se você olhar para quais eram as dez maiores empresas do mundo antes da internet, não havia quase nenhuma digital. Era empresa de petróleo, de varejo, bancos e assim por diante. Hoje, todas as dez primeiras são de tecnologia: Apple, Amazon, Alphabet, Meta e por aí vai. Mas isso também já está mudando. O que está surgindo hoje são as empresas especializadas em inteligência artificial. Veja a Nvidia, que faz infraestrutura para IA: as vendas no primeiro trimestre deste ano cresceram 262% em relação ao mesmo período no ano passado, e o lucro aumentou 628%. Portanto, hoje estamos falando de movimentos de mercado acima de 500%, o que é uma monstruosidade. Vemos a Microsoft, que está associada à OpenAI, anunciando a construção de data centers de dezenas de bilhões de dólares. Não é uma coisa trivial. Quando os investimentos vão para a casa de bilhões, é porque muitos esperam mudanças radicais nas fundações da economia.
NEGÓCIOS Como você vê hoje o ecossistema de inovação no Brasil?
Meira Vejo muita iniciativa e pouco resultado concreto. No Brasil, há muita gente falando sobre inovação e empreendedorismo, mas a inovação em si é rara. Um produto novo não é uma inovação. Só se tornará uma inovação se mudar o comportamento de fornecedores ou consumidores. Outro problema é que o Brasil trabalha no curto prazo. Mas para você criar um ecossistema de inovação sustentável leva pelo menos 30 anos. O Vale do Silício começou em 1948. O Porto Digital está no ano 24. A gente tem mais de 400 empresas e gera mais de R$ 5 bilhões de faturamento. Mas o nosso plano é de 50 anos. Precisamos de mais ecossistemas desse tipo, para mostrar às pessoas como se faz. Inovar é uma coisa complexa e difícil. Não é todo mundo que vai conseguir. Precisa ter preparo, estudo, dedicar-se horas, noites a fio e os fins de semana também. Mas não diria que é sofrido. É delicioso, para falar a verdade. Mas exige aprofundamento e demanda trabalho e tempo.

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Ferramenta da Apple põe em risco modelo de negócio do jornalismo

Ferramenta da Apple põe em risco modelo de negócio do jornalismo | Inovação Educacional | Scoop.it

Sistema operacional iOS 18 permite ao usuário bloquear publicidade e derrubar o ‘paywall’ de sites de notícias - ANJ está avaliando o impacto no setor
Com o lançamento do sistema operacional iOS 18, em meados de setembro deste ano, os dispositivos da Apple passaram a ter uma nova funcionalidade que permite ao usuário ocultar anúncios durante a navegação na internet. A ferramenta, chamada “controle de distração”, coloca em risco modelos de negócios que dependem da publicidade na internet.
Segundo especialistas, a mudança ameaça a sustentabilidade do jornalismo, além de afetar criadores de conteúdo, e-commerce e publicações independentes. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) começou a fazer testes para avaliar o impacto que o bloqueador de anúncios terá para o setor.
“É extremamente preocupante e não é a primeira vez que a Apple simplesmente vira as costas para o modelo de sustentabilidade do jornalismo”, diz o presidente-executivo da ANJ, Marcelo Rech, que lembra que a empresa cobra um percentual do valor de assinaturas feitas pela loja de aplicativo Apple Store.
Em um botão no Safari, sistema de navegação na internet desenvolvido pela Apple, o usuário que ativa o recurso opta por eliminar da página da web anúncios, banners e pop-ups que não quer ver. Se outras páginas do mesmo site tiverem os mesmos itens, eles são ocultados automaticamente.
A ferramenta faz parte do pacote de mudanças promovido pela empresa na atualização do iOS 18, sistema operacional que roda os aparelhos da Apple. Foi lançada globalmente há duas semanas.
A preocupação é que a receita da publicidade digital que sustenta sites na internet encolha. Rech diz que o bloqueador pode “retirar uma parte do que sustenta os sites de jornalismo, que é a publicidade”. Em diversos sites abertos, que não cobram assinatura, 100% da receita vem da publicidade, lembra ele, enquanto outros veículos se mantêm de forma híbrida, com assinatura e anúncios.
Testes feitos pelo “O Globo” com o recurso mostram que, além dos anúncios, é possível também derrubar o “paywall” dos sites de jornalismo quando eles estão no “front-end” do site (quando é carregado diretamente no navegador). O “paywall” é a barreira que sites de notícias e outros tipos de conteúdo on-line usam para garantir conteúdo exclusivo aos assinantes.
Para Rech, a derrubada do paywall é equivalente a uma “fraude contra um produto”. Segundo ele, a ANJ irá seguir com os testes para avaliar o alcance do bloqueador da Apple para retirar as barreiras de conteúdo.
“É a mesma coisa que fazer um gato de internet ou ter um aparelho que pirateia a televisão por assinatura”, diz ele, que acrescenta que o sistema pode gerar o efeito de encarecer as assinaturas e restringir o conteúdo jornalístico gratuito.
Procurada pelo “O Globo”, a Apple não comentou o assunto. A empresa vem trabalhando na ferramenta, pelo menos, desde o início do ano. As primeiras informações de que a dona do iPhone testava o bloqueador de anúncios começaram a circular em abril na mídia especializada dos Estados Unidos.
Em maio, grupos de jornais britânicos alertaram a empresa que a ferramenta poderia colocar em risco a sustentabilidade financeira do jornalismo, ao suprimir anúncios que são fonte de receita para os veículos.
Em carta enviada à Apple, a News Media Association, que representa 900 veículos do Reino Unido, como “The Guardian” e “The Times”, afirmava que o bloqueador “minava a capacidade dos criadores de conteúdo financiarem seu trabalho de maneira sustentável”. A entidade argumentou que plataformas on-line como navegadores da web são rotas importantes de acesso ao jornalismo, mas também para os editores “monetizarem seu conteúdo no mercado digital”.
Para Rafael Mayrink, presidente da NP Digital Brasil, agência de pesquisa e desempenho, o recurso pode gerar efeitos para “todo o ecossistema de publicidade digital”. Ele diz que o “controle de distração” pode reduzir “drasticamente” os cliques em anúncios, o que afeta diretamente os modelos de custo por clique (CPC) ou custo por mil (CPM), que são métricas usadas pelo mercado para definir a remuneração do anúncio - a cada clique ou quando o anúncio é exibido mil vezes. Mayrink também citou o risco de outros navegadores seguirem a iniciativa.
“O impacto pode ser bem significativo. Sites que dependem de anúncios para gerar receita, como muitos portais de jornalismo, podem ver uma queda drástica em suas receitas se os usuários optarem por ocultar banners e anúncios com a nova funcionalidade”, diz o especialista.
O professor de Marketing Digital da ESPM, João Finamor, observa que o mercado da Apple, no Brasil, é voltado a um público de renda mais alta, onde os aparelhos da marca têm maior penetração. “Se houver aderência dos usuários, isso significa que marcas de luxo ou que busquem um consumidor com poder de consumo maior vão ter mais barreiras para chegar ao público-alvo a partir da mídia programática. É fundamental para muitas empresas”, disse.

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Inteligência artificial, desde 1943

A inteligência artificial já é conhecida há décadas, muito antes de sua vertente, a IA generativa, se popularizar por meio de assistentes como o ChatGPT, da OpenAI, e ajudar a criar peças publicitárias que parecem reais.
A IA já é assunto desde 1943, quando o neurofisiologista Warren McCulloch e o matemático Walter Pitts publicaram o artigo “Um cálculo lógico das ideias imanentes à atividade nervosa”. A teoria de McCulloch e Pitts cria um modelo matemático equivalente ao comportamento dos neurônios no cérebro humano e defende que toda atividade neural pode ser descrita como uma atividade computacional. Este estudo introduziu os conceitos de redes neurais e de neurônios lógicos, ou artificiais.
Poucos anos depois, em 1950, a IA ganha novo protagonismo nas mãos do matemático, cientista da computação e criptoanalista britânico Alan Turing, também conhecido por ter ajudado os ingleses a desvendarem o código militar alemão gerado pela máquina de criptografia “Enigma”, durante na Segunda Guerra Mundial.
No artigo “Máquinas de computação e inteligência”, o matemático britânico introduz o chamado Teste de Turing para avaliar se uma máquina pode reproduzir um comportamento inteligente equivalente ao de um ser humano.
Na década, com o avanço dos algoritmos inteligentes, máquinas começaram a ser produzidas para vencer humanos em diversos testes e jogos, a exemplo do xadrez. Em 1997, o computador Deep Blue, da IBM, venceu uma partida contra o campeão mundial de xadrez Gary Kasparov.
Mas a IA não para em sua versão generativa. Nas próximas décadas o mundo verá avanços nas chamadas inteligência artificial geral e superinteligência artificial, alerta o engenheiro Charles Fadel, ex-professor de Harvard e do MIT, em entrevista ao Valor.
“A IA, hoje, não é infinitamente capaz, mas uma IA em 20, 30, 40 anos será incrivelmente mais poderosa”, diz Fadel.

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October 6, 7:10 AM
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Esqueça tudo o que você aprendeu sobre senhas; veja novas diretrizes

Esqueça tudo o que você aprendeu sobre senhas; veja novas diretrizes | Inovação Educacional | Scoop.it

O National Institute of Standards and Technology (NIST) propôs novas diretrizes para proteger as identidades digitais das pessoas contra fraudes. Entre elas estão a proibição de regras de senha que os especialistas em segurança cibernética há muito consideram ultrapassadas. Não é mais necessário solicitar caracteres especiais, como “%” e “$”, por exemplo. E não há mais perguntas de segurança sobre seu primeiro animal de estimação ou melhor amigo de infância.
O NIST disse que as alterações têm o objetivo de ajudar os consumidores a escolher senhas fortes e evitar a perda de tempo com requisitos inúteis. A pesquisa também sugere que todos esses asteriscos extras não tornaram nossas senhas muito mais seguras.
“Senhas altamente complexas introduzem uma nova vulnerabilidade em potencial: É menos provável que elas sejam memoráveis e mais provável que sejam escritas ou armazenadas eletronicamente de maneira insegura”, diz a proposta mais recente do NIST.
Se as diretrizes entrarem em vigor, as empresas, os órgãos governamentais e outros provedores de serviços online terão que parar de solicitar que você redefina sua senha a cada poucos meses. A Microsoft, por sua vez, chamou a prática de “antiga e obsoleta” antes de parar de exigir alterações periódicas de senha em 2019.
“As alterações regulares de senhas tendem a levar as pessoas a um caminho de senhas piores em geral”, disse Hans Raj Kumar, diretor de gerenciamento de produtos do provedor de gerenciador de senhas Dashlane. “Quem nunca mudou simplesmente um número no final de uma senha?”.
A proposta do NIST exigia que os sites parassem de proibir determinados caracteres especiais e recomendava que permitissem espaços e caracteres como emojis nas senhas. Portanto, sua nova senha pode ser uma frase como “Um mergulho na lagoa durante a chuva” ou “Os bons tempos nunca foram tão bons”.
As alterações regulares de senhas tendem a levar as pessoas a um caminho de senhas piores em geral”
Hans Raj Kumar, diretor de gerenciamento de produtos do provedor de gerenciador de senhas Dashlane
Os especialistas em segurança cibernética estão pressionando para que as senhas sejam totalmente eliminadas em favor de algo com menos espaço para erros humanos. Até lá, aqui está a sabedoria sobre senhas que inspirou as regras do NIST:
Mantenha o que está funcionando
Mudanças frequentes de senha provavelmente o tornam mais vulnerável a uma invasão digital. Não há necessidade de alterar suas senhas, a menos que você tenha sido afetado por uma violação de dados, diz o NIST.
No caso de uma violação de dados, a empresa culpada deve entrar em contato com você por e-mail, informando que suas informações foram comprometidas.
Se isso acontecer, altere as senhas de suas contas de saúde, financeiras e de rede social. Em seguida, ligue para as grandes empresas de relatórios de crédito e peça para congelar seu crédito.
As senhas devem ter mais de oito caracteres e, idealmente, pelo menos 15, segundo o NIST.
Não se baseie em nada contextual, como o nome do site ou seu nome de usuário. Evite fazer referência a coisas de sua vida, como nomes de filhos ou animais de estimação. (Os criminosos cibernéticos também têm acesso ao Facebook).
Além disso, nada de usar uma palavra aleatória do dicionário como senha - os ataques computadorizados de “preenchimento de credenciais” inserem automaticamente as palavras existentes, mas não têm o poder de adivinhar todas as combinações de palavras e letras, portanto, opte por uma frase ou adicione alguns números e símbolos.
Obviamente, quanto mais complexa for sua senha, mais difícil será lembrá-la. A empresa de pesquisa de mercado Forrester estimou em 2020 que os funcionários gastam 11 horas por ano tentando lembrar ou redefinir suas senhas. Isso é muito tempo perdido. O que nos leva a:
Use um gerenciador de senhas
Armazenar suas senhas em uma planilha, aplicativo de anotações ou caderno físico coloca você em risco. Esses programas não foram projetados para proteger credenciais importantes contra fraudadores e, se você perder ou excluir sua lista, poderá ficar no escuro.
Em vez disso, comece a usar um gerenciador de senhas, que armazena suas senhas e as preenche automaticamente quando você faz login em um aplicativo ou site. Eles são mais seguros do que uma planilha porque mantêm suas credenciais ocultas atrás de uma senha. Alguns serviços até ocultam suas senhas deles mesmos usando criptografia.
Testamos diferentes gerenciadores de senhas e recomendamos o Dashlane ou o 1Password. A Apple e o Google também oferecem gerenciadores de senhas que são sincronizados entre os seus dispositivos, de modo que uma senha de e-mail definida no seu MacBook, por exemplo, também aparecerá quando você acessar o e-mail no seu iPhone.
Opte por chaves de acesso
As chaves de acesso são como uma versão única das senhas: Você as configura uma vez e, depois disso, faz o login automaticamente. Em vez de digitar as credenciais, o aplicativo solicitará a mesma leitura do rosto ou do polegar que você usa para desbloquear o dispositivo. Eles funcionam usando criptografia para provar que você é quem diz ser.
O Google, a Microsoft e outros grandes provedores oferecem suporte a chaves de acesso, e seu gerenciador de senhas deve armazená-las junto com suas outras senhas. (Uma chave de acesso é uma sequência gigante de caracteres, portanto, você nunca precisará lembrá-la ou protegê-la por conta própria).

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October 6, 7:03 AM
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‘O futuro das redes sociais é assustador’, diz Orkut Büyükkökten

‘O futuro das redes sociais é assustador’, diz Orkut Büyükkökten | Inovação Educacional | Scoop.it
O que você se lembra dos seus últimos dias no Orkut?

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Tínhamos mais de 300 milhões de usuários em todo o mundo. Mas a rede nunca se tornou uma grande prioridade para o Google. E tínhamos uma equipe muito pequena que operava principalmente nos EUA e no Brasil. Então, o Google decidiu tornar o elemento social uma prioridade da empresa. Eles queriam adicionar uma camada social em todos os serviços do Google, como a pesquisa, o Gmail e o Google Fotos. Foi assim que surgiu o Google Plus. Quando você pensa no Google, você pensa em pesquisa, você pensa em empresas, você não pensa em rede social. Eu sempre acreditei que uma plataforma social deve ter sua própria marca. Essa foi uma das principais razões pelas quais o Plus nunca decolou. A pessoa que estava no comando do Google Plus cancelou todos os projetos de rede social no Google, para que não houvesse conflito. E o Orkut foi um deles. Foi um momento muito triste.

O sr. tentou argumentar para que o Google mantivesse o serviço?
Vic Gundotra, gerente geral do Google, estava encarregado dos produtos de rede social da empresa. E o Google Plus era a visão dele. E foi uma decisão executiva dele fechar todos os produtos do Google. Eu não culparia o Google, mas foi uma execução muito ruim da parte deles. O único produto bem-sucedido que tinha um componente social era o Orkut, então eles tentaram muito forçar uma migração para o Google Plus. Obviamente não funcionou. E muitos usuários acabaram migrando para outras plataformas.

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O que o sr. aprendeu sobre moderação de conteúdo com o Orkut?
Para ter boa moderação, você precisa de três componentes. Você precisa de tecnologia, e hoje há muita inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina que podem ser incorporados à moderação. O segundo é a própria base de usuários, a comunidade. Com o Orkut, sempre demos ferramentas para nossa base de usuários sinalizar e denunciar conteúdo questionável. E a terceira parte é ter moderadores humanos. E sabemos como a moderação não deve ser feita. Por exemplo, quando Elon Musk assumiu o Twitter, uma das primeiras coisas que ele fez foi se livrar de todos os moderadores. Durante a covid, houve campanhas massivas de desinformação no Facebook e no Instagram sobre vacinação.

O Orkut teve todos os recursos necessários para moderar bem a plataforma?
O Orkut moderava muito bem.Você não via nenhum conteúdo como está causando ansiedade, depressão ou abuso ou assédio online. Tínhamos muitas pessoas trabalhando muito duro, como engenheiros, a própria comunidade de usuários e moderadores internos que garantiam que tivéssemos um ótimo conteúdo e conteúdo saudável. As mídias sociais se tornaram extremamente tóxicas. Há polarização política. Há isolamento. Há vergonha, ansiedade, depressão, problemas de saúde mental. E eles estão realmente prejudicando nossa sociedade, e, especialmente, crianças e a geração Z. Se você olhar para o Instagram, alguns dos conteúdos criam problemas de imagem em meninas de 13 anos. E mesmo que a empresa soubesse disso, eles não tomaram as medidas necessárias para se livrar desse conteúdo. Mas a sociedade e a humanidade não têm sido uma prioridade nas corporações de mídia social. Isso trouxe o colapso da sociedade.

O que mudou no cenário das redes sociais desde então?
Três coisas principais mudaram bastante. A primeira é óbvia: A maioria do consumo de redes sociais está em nossos smartphones. Naquela época, as pessoas usavam desktops ou laptops para acessar o Orkut. A segunda coisa é que as pessoas passavam o tempo compartilhando, postando e enviando mensagens. E foi assim que eles se conectaram, foi assim que eles criaram comunidades, e foi assim que eles promoveram um ambiente saudável. Hoje, você fica rolando o feed e navegando em conteúdo sem sentido. A terceira coisa que mudou foi o surgimento do vídeo. Naquela época, eram textos e fotos. E agora que temos esses dispositivos poderosos é ótima banda larga, vemos as pessoas postando e consumindo muito vídeo.

Agora há também a mediação de conteúdo por algoritmos…
Exatamente. Esses algoritmos são otimizados para engajamento e monetização. Com o Orkut, o feed era cronológico, certo? Hoje, é reordenando, dependendo se aquele conteúdo específico gera reação. Eles escolhem as postagens que geram ódio e raiva. Então, as redes estão espalhando loucamente ódio, raiva e desinformação. Estão espalhando negatividade porque lucram com a negatividade. Eles lucram com o ódio. E essa é uma das razões pelas quais as redes se tornaram tão tóxicas. É a priorização da monetização sobre a sociedade.

Ao criar o Orkut, o sr. imaginava que redes sociais poderiam ser usadas para corromper democracias em todo o mundo?
As redes sociais hoje são administradas por aproveitadores. Eles só se importam com dinheiro e poder, certo? Quando você tem um tipo de plataforma que incentiva a polarização política, faz isso porque ela gera mais receita. Esse é o mal dessas pessoas que estão no comando. Com o Orkut, sempre garantimos que nossos usuários estavam felizes, nossas comunidades eram saudáveis. Não tínhamos conteúdo ilegal. O conteúdo era moderado diretamente. A maioria das pessoas nem se lembra que havia anúncios no Orkut, e ele era extremamente lucrativo. Mas sempre foi para melhorar a experiência.

Estou com a sensação de que o sr. não está muito feliz com a maneira como Elon Musk e Mark Zuckerberg estão administrando suas plataformas atualmente.
Eu acho que ninguém está feliz. Você acha que as pessoas estão felizes com como o Facebook, Instagram, TikTok e Twitter são administrados? Acho que não.

O sr. se sente feliz por ter deixado o Orkut antes da chegada da ‘era sombria’ das redes sociais, quando a maiorias dos problemas dos serviços começaram a acontecer?
Eu saí por causa da era sombria. Eu vi a era sombria chegando, então eu saí do Google para focar em criar uma plataforma que é sobre positividade, conexão e comunidade. Isso é ótimo. Na Hello, nosso maior desafio foi: Podemos criar uma plataforma que realmente faça as pessoas felizes e promova conexão e comunidade? Eventualmente nós acertamos. As mídias sociais são projetadas em torno de publicidade, corporações e lucro. Não são otimizadas em torno de felicidade, positividade, reunir pessoas e criar comunidade. E é por isso que tem sido tão prejudicial.

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Você usa alguma rede social atualmente?
Claro, estou na maioria das redes sociais.

Qual é a sua favorita?
Eu não tenho uma favorita, e é por isso que estou lançando uma nova.

Há espaço para novas redes sociais?
Claro. A geração Z está procurando experiências autênticas. Eles não gostam das plataformas atuais. Os jovens agora não tiram selfies, por exemplo. É muito fascinante.

O sr. está acompanhando a disputa entre Elon Musk e o Supremo Tribunal Federal aqui no Brasil?
Claro.

Qual é a sua opinião?
Eu não aprovo a maneira como Elon administra o Twitter porque é só monetização. E ele age como se não se importasse se há terrorismo, crueldade animal, pornografia infantil. Ele não parece se importar com essas coisas. Porque se ele realmente se importasse, ele não teria se livrado da equipe de moderação. É muito importante se importar com a comunidade, ter empatia e compaixão. Eu não acredito que Elon esteja focado nas coisas certas. Não surpreende que o X tenha sido banido.

Qual é o futuro das redes sociais?
O futuro das redes sociais é muito assustador agora por causa desse monte de IA. Tivemos um salto gigante com o ChatGPT e a IA generativa. Resultado: um monte de fotografias no Facebook geradas por IA. A maioria das pessoas nem consegue diferenciar. Se você olhar para o Instagram, há muitas contas falsas onde todas as imagens são geradas por IA. E elas estão respondendo a comentários, que também são gerados por IA. E estamos recebendo mais e mais spam de IA. Você quer falar com máquinas quando está em uma plataforma social? Ou você quer falar com pessoas reais? E estamos apenas vendo a ponta do iceberg. Vai ficar muito pior no futuro próximo. Veja a pesquisa do Google. Parece estar muito pior comparado 10 anos atrás. Mas não é o algoritmo que está pior. O algoritmo é melhor. Mas a internet está muito pior agora porque há tanto spam e desinformação. Reputação vai ser uma das coisas mais importantes nas mídias sociais daqui para frente.

A internet está muito pior agora porque há tanto spam e desinformação. Reputação vai ser uma das coisas mais importantes nas mídias sociais daqui para frente.

Há alguma luz no fim do túnel?
Sim. Precisamos de líderes que realmente se importem em criar um futuro melhor. Eu me importo com o futuro. Eu me importo com a sociedade. Eu me importo com nossos filhos. Eu me importo com nossos netos. Você quer que seus filhos conversem com chatbots no smartphone? Ou você quer que eles saiam e brinquem com outras crianças? Precisamos nos certificar de que melhoramos o capital social. E melhoramos o capital social passando tempo com as pessoas. Precisamos sair para jantar e conversar durante as refeições. Precisamos nos encontrar pessoalmente. Se você olhar para a geração X e os millennials, a principal forma de comunicação era por chamadas telefônicas, não pelo smartphone. Para a geração Z, a comunicação é online. E precisamos mudar isso. Há muitas coisas que podemos fazer como sociedade e também como governo. E muitas dessas coisas são fáceis. Por exemplo, a idade de uso do telefone celular precisa ser aumentada. Jovens de 10 anos não deveriam usar celular ou TikTok. Podemos proibir telefones celulares nas escolas, certo? O que podemos fazer também é apoiar o jornalismo. Isso é muito importante.

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E qual é o futuro para você? Há chances do Orkut retornar?
Não posso falar porque não anunciei nada oficialmente. Mas estou levando toda a experiência que tive com as quatro plataformas sociais que lancei: Club Nexus, InCircle, Orkut, Hello. E vou lançar uma nova rede social que é toda otimizada em torno de comunidade e conexão, mas não tenho uma data.
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