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August 13, 3:20 PM
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Bradesco: IA generativa revoluciona o desenvolvimento de códigos

Bradesco: IA generativa revoluciona o desenvolvimento de códigos | Inovação Educacional | Scoop.it
No painel, o CIO do Bradesco assinalou que o GitHub Copilot tem trazido ganhos de eficiência. “Vimos uma melhora absurda com o uso de inteligência artificial generativa na escrita das histórias”, destacou, acrescentando que, em operações, um banco do tamanho do Bradesco não consegue executar tudo manualmente. “Sem IA neste processo é impossível!”.
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Curadoria por Luciano Sathler. CLIQUE NOS TÍTULOS. Informação que abre caminhos para a inovação educacional.
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September 10, 9:19 AM
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Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler

Igualdade Artificial, um risco para a educação. Por Luciano Sathler | Inovação Educacional | Scoop.it

O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa?
Luciano Sathler
É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais
As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática.
Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing.
O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais.
Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho.
A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados.
A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar.
No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes.
Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador".
Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante.
Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos.
Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.

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October 13, 7:25 AM
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Adriana Calcanhotto | CONVERSA VAI, CONVERSA VEM | Por Maria Fortuna

No novo episódio do videocast CONVERSA VAI, CONVERSA VEM, a jornalista Maria Fortuna bate um papo com a cantora e compositora Adriana Calcanhotto. No programa, a proposta é receber personalidades para trocar ideias, revelar novidades e abrir o coração.


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October 13, 7:22 AM
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Futurecom: IA não fará milagres se as empresas não souberem usar a tecnologia

Futurecom: IA não fará milagres se as empresas não souberem usar a tecnologia | Inovação Educacional | Scoop.it
A necessidade de aprender a usar ferramentas de IA vai de encontro com a necessidade de as empresas extraírem todo o potencial que a tecnologia pode proporcionar. Sem fazer isso, as companhias poderão ter um efeito oposto ao desejado de redução de custos.
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October 13, 7:21 AM
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Vencedor do Nobel se orgulha de ter sido professor da pessoa que demitiu Sam Altman da OpenAI

Vencedor do Nobel se orgulha de ter sido professor da pessoa que demitiu Sam Altman da OpenAI | Inovação Educacional | Scoop.it
Apenas um seleto grupo de cientistas no mundo ganha a distinção de receber um Prêmio Nobel, uma conquista única na vida que fica de pesquisadpres

Isso tornou ainda mais extraordinário o fato de Geoffrey Hinton ter falado por apenas pouco mais de um minuto antes de criticar Sam Altman, CEO da OpenAI, durante uma coletiva de imprensa convocada em homenagem ao seu prêmio.


Hinton é considerado o padrinho da inteligência artificial Foto: Chris Young/AP
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Com apenas duas horas de sono, o cientista da computação, claramente humilde, disse que não tinha ideia de que havia sido indicado para o prêmio. Depois de agradecer a dois de seus principais colaboradores ao longo dos anos - Terry Sejnowski e o falecido David Rumelhart, a quem chamou de “mentores” - Hinton reconheceu o papel que seus alunos da Universidade de Toronto desempenharam ao longo dos anos, ajudando a realizar o trabalho de sua vida.

“Eles fizeram grandes coisas”, disse ele na terça-feira. “Estou particularmente orgulhoso do fato de que um dos meus alunos demitiu Sam Altman. E acho melhor deixar isso para lá.”

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Perto do aniversário de um ano do golpe da diretoria
Hinton estava se referindo a Ilya Sutskever. O ex-cientista-chefe da OpenAI juntou-se a Helen Toner e a outros dois membros do conselho de controle da organização sem fins lucrativos para demitir seu CEO em um golpe espetacular em novembro do ano passado. Sutskever rapidamente se arrependeu de seu papel em mergulhar a OpenAI na crise, e Altman retornou ao seu cargo em questão de dias.

Hinton e Sutskever se uniram a Alex Krizhevsky em 2012 para criar um algoritmo capaz de identificar objetos em imagens que lhe eram fornecidas com um grau de certeza inédito na época. Apelidado de “AlexNet”, ele é frequentemente chamado de Big Bang da inteligência artificial (IA).


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Muitas vezes chamado de um dos padrinhos da inteligência artificial, Hinton elogiou o trabalho de seus colegas Yoshua Bengio e Yann LeCun antes de fazer várias observações autodepreciativas. Entre elas, admitir que, quando jovem estudante, abandonou o estudo da física - campo no qual foi reconhecido pelo comitê do Nobel - por não conseguir lidar com a matemática.

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A notícia do prêmio de Hinton chega semanas depois do primeiro aniversário da breve, impressionante e, em última análise, malsucedida destituição de Altman, bem como do segundo aniversário do lançamento do ChatGPT no final de novembro de 2022.

O chatbot de IA generativa da OpenAI provocou uma onda de interesse na tecnologia, pois o público em geral começou a perceber pela primeira vez que as máquinas poderiam superar a humanidade em termos de intelecto nesta geração.

“Muitos bons pesquisadores acreditam que, em algum momento nos próximos 20 anos, a IA se tornará mais inteligente do que nós, e precisamos pensar muito sobre o que acontecerá então”, disse Hinton na terça-feira.

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Preocupações sobre a segurança da inteligência artificial
Altman é uma figura controversa na comunidade de IA. Ele foi chamado de mentiroso pela ex-membro da diretoria da OpenAI, Helen Toner, e privou sua equipe de segurança de IA de recursos, de acordo com um líder de equipe que já saiu.

Atualmente, Altman está tentando se livrar do status de organização sem fins lucrativos da OpenAI enquanto corre para monetizar sua tecnologia, criando divisões profundas dentro da organização. Isso provocou um êxodo de pesquisadores da empresa, cujo foco é alinhar a inteligência artificial geral com os interesses da humanidade como a espécie ainda dominante na Terra.

Questionado sobre seu comentário depreciativo em relação a Altman logo no início do briefing, Hinton explicou seu raciocínio.

“Com o tempo, descobriu-se que Sam Altman estava muito menos preocupado com a segurança do que com os lucros”, disse ele, ‘e acho que isso é lamentável’.

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A Fortune entrou em contato com a OpenAI para solicitar comentários.

Hinton pede pesquisa urgente sobre a segurança da IA
Luminares como Hinton, 76 anos, temem que colocar o lucro acima da ética seja inerentemente perigoso na atual conjuntura. Já é difícil para os cientistas preverem como os modelos de IA mais avançados da atualidade, com seus trilhões de parâmetros, realmente chegam aos seus resultados. Na verdade, eles estão se tornando caixas pretas e, quando isso acontece, fica cada vez mais difícil garantir que os humanos mantenham a supremacia.

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Quem são os 10 maiores pesquisadores de inteligência artificial da história?
“Quando conseguimos coisas mais inteligentes do que nós mesmos, ninguém sabe realmente se seremos capazes de controlá-las”, disse Hinton, que se comprometeu a dedicar seus esforços à defesa da segurança da IA em vez de liderar pesquisas de ponta.

Esse risco de incógnitas desconhecidas é o motivo pelo qual a legislatura estadual da Califórnia propôs um projeto de lei de segurança de IA que foi o primeiro do gênero nos Estados Unidos. No entanto, investidores influentes do Vale do Silício, como Marc Andreessen, fizeram um lobby pesado contra o projeto de lei, que acabou sendo vetado pelo governador Gavin Newsom no mês passado.

Questionado sobre o risco potencialmente catastrófico representado por uma IA fora de controle, Hinton admitiu que não havia certeza.

“Não sabemos como evitar todos eles no momento”, disse ele. “É por isso que precisamos urgentemente de mais pesquisas.”
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October 13, 7:18 AM
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Quem são os 10 maiores pesquisadores de inteligência artificial da história?

Quem são os 10 maiores pesquisadores de inteligência artificial da história? | Inovação Educacional | Scoop.it
A inteligência artificial (IA) tem se tornado cada vez mais presente em nossas vidas, desde os assistentes virtuais em nossos smartphones até os algoritmos que recomendam produtos e serviços. Mas por trás dessa revolução tecnológica estão mentes brilhantes que dedicaram suas vidas a desvendar os segredos da inteligência humana e a construir máquinas capazes de aprender, raciocinar e interagir com o mundo.

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A IA está presente até mesmo no Nobel de Química. O prêmio foi concedido a três cientistas que utilizaram a inteligência artificial para desvendar os segredos das proteínas. David Baker, da Universidade de Washington (EUA), e Demis Hassabis e John M. Jumper, da Google DeepMind (Reino Unido) foram escolhidos por suas contribuições inovadoras que revolucionaram a bioquímica e abriram caminho para avanços científicos e médicos.

Hassabis e Jumper, da Google DeepMind, desenvolveram o AlphaFold 2, um programa computacional que utiliza IA para prever a estrutura de proteínas com alta precisão. Essa ferramenta já permitiu a previsão da estrutura de mais de 200 milhões de proteínas conhecidas, acelerando significativamente as pesquisas em diversas áreas da biologia e da medicina.

Baker, por sua vez, desenvolveu o software Rosetta, que permite não apenas prever a estrutura de proteínas, mas também criar novas proteínas com funções específicas. Essa capacidade de “construir” proteínas abre caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos, materiais e tecnologias com aplicações em diversas áreas, desde a saúde até a indústria.

Para você


Mas o caminho para chegar aqui. O campo da IA existe desde os anos 50 e foi construído por muitos cientistas, alguns de destaque fundamental para o avanço do campo. De Alan Turing, o pai da computação moderna, a Fei-Fei Li, a “madrinha da IA”, essas personalidades desafiaram os limites do conhecimento e moldaram o futuro da inteligência artificial. Conheça os 10 dos maiores pesquisadores de IA da história.

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Alan Turing (1912 - 1954)

Alan Turing é considerado o pai da computação moderna e da inteligência artificial  Foto: Creative Commons
Alan Mathison Turing, um nome que ecoa pelos corredores da história da computação, foi muito mais que um matemático brilhante. Visionário, à frente de seu tempo, ele desvendou códigos nazistas, lançou as bases para a inteligência artificial e desafiou os limites da própria mente humana.


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Vindo ao mundo em Londres, 23 de junho de 1912, Turing desde cedo exibiu uma mente fascinada por padrões e lógica. Em Sherborne School, seu talento para a matemática já era evidente, mas foi em King’s College, Cambridge, que floresceu. Ali, graduou-se em matemática com honras, demonstrando a genialidade que o marcaria para sempre.

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Em 1936, Turing publicou “On Computable Numbers”, um artigo que revolucionaria a computação. Nele, propôs a “Máquina de Turing”, um dispositivo teórico capaz de executar qualquer algoritmo, a base lógica para os computadores modernos. Essa máquina, que existia apenas no papel, continha a semente da era digital.

Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Turing foi recrutado para Bletchley Park, centro de decodificação britânico. Lá, liderou a equipe que decifrou o Enigma, máquina de criptografia nazista considerada inquebrável. Essa façanha encurtou a guerra, salvando incontáveis vidas, mas permaneceu secreta por décadas.

Após a guerra, Turing voltou-se para a inteligência artificial. Em 1950, propôs o “Teste de Turing”, uma forma de avaliar se uma máquina pode exibir comportamento inteligente indistinguível do humano. Esse teste, ainda hoje debatido, é um marco na filosofia da IA.

Apesar de suas contribuições vitais, Turing foi vítima da intolerância de sua época. Em 1952, condenado por “indecência grave” devido à sua homossexualidade, foi castrado quimicamente. Dois anos depois, em 7 de junho de 1954, morreu por envenenamento por cianeto, um provável suicídio.

Somente décadas após sua morte, Turing foi reconhecido como herói de guerra e pioneiro da computação. Em 2009, o governo britânico emitiu um pedido oficial de desculpas por sua perseguição. Hoje, Turing é considerado um dos maiores cientistas do século 20.

John McCarthy (1927-2011)

John McCarthy disse que a Inteligência Artificial seria a ciência e engenharia de fazer máquinas inteligentes, especialmente programas de computador Foto: Stanford University
Em uma era dominada por algoritmos, aprendizado de máquina e robôs inteligentes, o legado deixado por John McCarthy, o cientista da computação que não apenas cunhou o termo “Inteligência Artificial”, mas dedicou sua vida a torná-la realidade é essencial ao falarmos do termo.

Nascido em Boston, EUA, em 4 de setembro de 1927, John McCarthy demonstrou desde cedo uma aptidão excepcional para a matemática e a lógica. Autodidata em matemática avançada, ele ingressou no California Institute of Technology (Caltech) aos 16 anos, formando-se em 1948. Seu fascínio pelo funcionamento da mente humana o levou a buscar respostas na então nascente ciência da computação.

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Em 1955, McCarthy, juntamente com outros pioneiros como Marvin Minsky, Claude Shannon e Nathaniel Rochester, organizou a Conferência de Dartmouth, um marco histórico que reuniu mentes brilhantes para discutir a possibilidade de criar máquinas inteligentes. Foi nesse evento que McCarthy cunhou o termo “Inteligência Artificial”, definindo-a como “a ciência e engenharia de produzir máquinas inteligentes”.

McCarthy não se limitou a teorizar sobre a IA. Ele também desenvolveu ferramentas para torná-la realidade. Em 1958, criou a linguagem de programação LISP (LISt Processor), especialmente projetada para manipular símbolos e listas, tornando-se a linguagem preferida para a pesquisa em IA por décadas.

Além da LISP, McCarthy fez contribuições significativas para o desenvolvimento do time-sharing, um sistema que permite que vários usuários compartilhem o mesmo computador simultaneamente, e para a lógica matemática, criando a lógica circumscription, uma forma de representar conhecimento incompleto. Ele morreu em 24 de outubro de 2011, aos 84 anos, deixando um legado duradouro na ciência da computação.

Marvin Minsky (1927-2016)

Marvin Minsky teve como área de atuação principal estudos cognitivos sobre IA Foto: Reprodução/LinkedIn
Marvin Minsky foi um cientista que não apenas sonhou com máquinas pensantes, mas dedicou sua vida a desvendar os segredos da cognição e a construir as bases para a IA moderna. Nascido em Nova York, em 9 de agosto de 1927, Marvin Lee Minsky demonstrou desde cedo uma curiosidade pelo funcionamento da mente humana.

Após servir na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, ele se formou em matemática pela Universidade Harvard em 1950 e obteve seu doutorado em matemática pela Universidade Princeton em 1954. Minsky se dedicou ao estudo da inteligência artificial, buscando compreender como o cérebro humano processa informações, aprende e resolve problemas. Ele acreditava que a chave para criar máquinas inteligentes residia em desvendar os mecanismos da cognição humana.

Em 1959, Minsky cofundou o Laboratório de Inteligência Artificial do MIT, um dos centros de pesquisa mais importantes do mundo em IA. No local, ele liderou pesquisas pioneiras em áreas como redes neurais, robótica, visão computacional e representação do conhecimento.

Minsky desenvolveu a teoria da “sociedade da mente”, que propõe que a inteligência humana emerge da interação de múltiplos agentes mentais especializados. Ele também construiu alguns dos primeiros robôs inteligentes, como o braço mecânico com sensores táteis e a tartaruga mecânica que explorava o ambiente.

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Ele também foi foi autor de livros influentes como “Perceptrons” (1969), que explorava os limites das redes neurais, e “The Society of Mind” (1985), que apresentava sua teoria sobre a arquitetura da mente humana. Marvin Minsky faleceu em Boston, em 24 de janeiro de 2016, aos 88 anos, deixando um legado duradouro na ciência da computação e na inteligência artificial.

Raj Reddy (1937)

Raj Reddy foi vencedor do prêmio Alan Turing em 1994 Foto: Reprodução/Facebook
Raj Reddy, foi um dos pioneiros da IA que dedicou sua carreira a construir pontes entre humanos e máquinas. Nascido em 1937 em Katipadu, Índia, ele graduou-se em engenharia civil na Universidade de Madras, depois se mudando para a Austrália, onde obteve seu mestrado na Universidade de New South Wales. Em 1966, Reddy concluiu seu doutorado em ciência da computação na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, dando início a uma carreira brilhante na área de inteligência artificial.

Ele foi uma das primeiras pessoas a investir no desenvolvimento de sistemas de reconhecimento de fala, que permitem que computadores compreendam a linguagem humana. O pesquisador liderou estudos na Universidade Carnegie Mellon, criando sistemas capazes de transcrever a fala em texto com precisão cada vez maior.

Além do reconhecimento de fala, Reddy também se dedicou à tradução automática, buscando desenvolver sistemas que pudessem traduzir idiomas de forma rápida e precisa. Seu trabalho visionário abriu caminho para a comunicação global sem barreiras linguísticas, facilitando o intercâmbio de informações e culturas.

Reddy também fez contribuições significativas para a área de visão computacional, que permite que computadores “vejam” e interpretem imagens. Ele desenvolveu algoritmos e sistemas que permitem que robôs naveguem em ambientes complexos, reconheçam objetos e interajam com o mundo físico de forma autônoma.

Ele também se dedicou a projetos com impacto social, utilizando a tecnologia para promover a educação e o desenvolvimento em países em desenvolvimento. Ele fundou o Instituto de Robótica da Universidade Carnegie Mellon e liderou iniciativas para levar a tecnologia da informação para comunidades carentes. O pesquisador ainda está vivo, com 87 anos de idade.

Terry Winograd (1946)

Terry Winograd é atualmente professor da Universidade de Stanford Foto: Reprodução/Youtube
Nascido em 1946, nos Estados Unidos, Terry Allen Winograd graduou-se em matemática pelo Colorado College em 1966, se voltando para a ciência da computação e obtendo seu doutorado no MIT em 1970. Sua tese, intitulada “Procedimentos como Representação para Dados em um Programa de Computador para Entender a Linguagem Natural”, já revelava seu interesse profundo pela intersecção entre linguagem e inteligência artificial.

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No início dos anos 70, Winograd desenvolveu o SHRDLU, um programa de computador que ficou famoso por sua capacidade de compreender e responder a comandos em linguagem natural dentro de um mundo virtual limitado, composto por blocos coloridos. SHRDLU podia mover objetos, responder a perguntas sobre o ambiente e até mesmo planejar ações, demonstrando um nível de compreensão linguística surpreendente para a época.

Apesar do sucesso de SHRDLU, Winograd percebeu as limitações da abordagem simbólica da IA, que se baseava em representar o conhecimento através de símbolos e regras. Ele argumentou que a verdadeira inteligência humana ia além da manipulação de símbolos, envolvendo aspectos como contexto, intencionalidade e compreensão do mundo real.

Essa crítica, expressa em seu livro “Understanding Computers and Cognition: A New Foundation for Design” (1986), marcou uma virada em sua carreira. Winograd se voltou para o estudo da interação humano-computador, buscando desenvolver sistemas que fossem mais intuitivos, acessíveis e integrados à experiência humana.

Winograd se tornou um defensor de uma abordagem mais humanista da tecnologia, enfatizando a importância do design centrado no usuário e da consideração dos impactos sociais e éticos da IA. Ele atualmente leciona na Universidade de Stanford aos 78 anos.

Geoffrey Hinton (1947)

Geoffrey Hinton, ganhador do Prêmio Nobel de Física em 2024 Foto: Chris Young/AP
Geoffrey Hinton é um dos nomes mais fortes quando se fala de inteligência artificial. Considerado um dos “padrinhos” da IA, ele dedicou sua carreira a desvendar os segredos do aprendizado de máquina, tanto que ganhou o Prêmio Nobel de Física em 2024.

Nascido em Wimbledon, Inglaterra, em 6 de dezembro de 1947, Geoffrey Everest Hinton herdou uma linhagem científica notável. Seu trisavô foi o lógico George Boole, cujo trabalho em álgebra booleana é fundamental para a computação moderna. Após graduar-se em psicologia experimental pela Universidade de Cambridge em 1970, Hinton obteve seu doutorado em inteligência artificial pela Universidade de Edimburgo em 1978.

Hinton sempre se interessou por como o cérebro humano aprende e processa informações. Ele acreditava que a chave para criar máquinas inteligentes residia em simular os mecanismos de aprendizado do cérebro, e não em programá-las com regras e conhecimentos pré-definidos.

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O pesquisador foi um dos pioneiros no estudo de redes neurais artificiais, sistemas computacionais inspirados na estrutura do cérebro humano. Nos anos 80, quando a pesquisa em redes neurais era vista com ceticismo, Hinton persistiu em sua crença de que essa era a chave para o desenvolvimento da inteligência artificial.

Ele fez contribuições fundamentais para o desenvolvimento do algoritmo de retropropagação, uma técnica que permite que as redes neurais aprendam com seus erros e melhorem seu desempenho ao longo do tempo. Hinton também explorou o conceito de “aprendizado profundo”, utilizando redes neurais com múltiplas camadas para processar informações complexas.

Em 2018, Hinton e outros dois colaboradores, Yan LeCun e Yoshua Bengio, de longa data receberam o prêmio Turing, frequentemente chamado de “Nobel da computação”, por seu trabalho em redes neurais.

Já em maio de 2023, Hinton pediu demissão do Google e, em entrevista ao jornal americano The New York Times, denunciou o perigo das novas tecnologias em desenvolvimento, que ele mesmo ajudou a criar. Neste ano, conquistou o Nobel de Física.

Douglas Lenat (1950-2023)

Douglas Lenat em palestra no TedTalks Foto: Reprodução/Youtube
Douglas Lenat se destacou como um dos pesquisadores que não procurava que a IA apenas processasse informações, mas compreendesse o mundo de forma profunda e significativa, assim como os humanos.

Nascido na Filadélfia, EUA, em 1950, Douglas Bruce Lenat demonstrou desde cedo uma paixão por desvendar os segredos da inteligência. Graduado em matemática e física pela Universidade da Pensilvânia em 1972, ele obteve seu doutorado em ciência da computação pela Universidade Stanford em 1976, com uma tese sobre aprendizado de máquina e descoberta científica.

Lenat ganhou notoriedade no mundo da IA com o desenvolvimento do programa AM (Automated Mathematician), um sistema que, a partir de conceitos básicos de matemática, era capaz de gerar novos conceitos e conjecturas, simulando o processo de descoberta matemática. AM demonstrou o potencial da IA para a criatividade e a exploração de novos conhecimentos.

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Inspirado pelo sucesso de AM, Lenat embarcou em um projeto ainda mais ambicioso: construir o Cyc (abreviação de “encyclopedia”), uma base de dados de conhecimento de senso comum que visa representar o conhecimento humano de forma compreensível para as máquinas. Cyc, iniciado em 1984, é um projeto de longo prazo que continua a ser desenvolvido até hoje, com o objetivo de criar uma IA verdadeiramente “sábia”. O pesquisador morreu em 2023.

Noam Shazeer (1975)

Noam Shazeer o homem de US$ 2,7 bilhões Foto: Google
Nascido em 1975, nos Estados Unidos, Noam Shazeer trilhou um caminho de excelência acadêmica e inovação tecnológica. Graduado em matemática e ciência da computação pelo MIT, ele obteve seu doutorado em ciência da computação pela Universidade da Pensilvânia em 2009, com uma tese sobre modelos de linguagem para tradução automática.

Shazeer iniciou sua trajetória no Google em 2000, onde trabalhou por mais de 17 anos, deixando sua marca em projetos como o aprimoramento do corretor ortográfico do buscador e o desenvolvimento de modelos de linguagem avançados. Mas sua busca por uma IA conversacional mais poderosa o levou a trilhar novos caminhos.

Em 2021, Shazeer, juntamente com o brasileiro Daniel de Freitas, fundou a Character.AI, uma startup que desenvolve chatbots capazes de interagir com humanos de forma natural e personalizada, assumindo diferentes personas e estilos de conversação

Seus chatbots na Character.AI exploram as nuances da conversação humana, permitindo que os usuários interajam com personagens históricos, figuras fictícias e até mesmo versões personalizadas de si mesmos. Essa abordagem inovadora abre caminho para novas formas de comunicação e interação com a IA. O pesquisador.

Shazeer é um dos autores do artigo “Attention Is All You Need” (2017), que apresentou ao mundo a arquitetura Transformer, um modelo de rede neural que revolucionou o processamento de linguagem natural. O Transformer permitiu a criação de sistemas de IA mais eficientes e sofisticados, capazes de gerar textos coerentes, traduzir idiomas com precisão e responder a perguntas complexas.

Após 3 anos na Character.Ai o Google desembolsou US$ 2,7 bilhões para recontratá-lo um dos principais A contratação faz parte de um plano ambicioso da empresa para impulsionar o desenvolvimento de ferramentas de IA, especialmente o projeto Gemini, que visa competir com o ChatGPT da OpenAI.

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Demis Hassabis (1976)

Na foto, os ganhadores do Prêmio Nobel de Química. David Baker, da Universidade de Washington (EUA), e Demis Hassabis e John M. Jumper, do Google DeepMind, uma empresa britânica focada em soluções que usam a IA. Foto: Reprodução/Instagram/nobelprize_org
Demis Hassabis surge como um nome central quando se fala de inteligência artificial. Nascido em Londres, em 27 de julho de 1976, Hassabis demonstrou desde cedo ser uma mente brilhante. Prodígio do xadrez, ele alcançou o nível de mestre aos 13 anos, competindo em torneios internacionais. Essa paixão por jogos estratégicos o levou a se graduar em ciência da computação pela Universidade de Cambridge em 1997, e a fundar a Elixir Studios, uma empresa de videogames, onde desenvolveu jogos aclamados pela crítica.

Mas ele tinha um objetivo maior: compreender a inteligência humana e replicá-la em máquinas. Em 2005, ele iniciou um doutorado em neurociência cognitiva na University College London, investigando os mecanismos da memória e da imaginação no cérebro humano. Suas pesquisas se concentraram no hipocampo, uma região crucial para a formação de novas memórias, e lançaram luz sobre como o cérebro humano cria e manipula representações mentais.

Em 2010, Hassabis cofundou a DeepMind, uma empresa de inteligência artificial com a missão de “resolver a inteligência” e usar essa solução para “tornar o mundo um lugar melhor”. A DeepMind se tornou um dos principais centros de pesquisa em IA do mundo, atraindo talentos e desenvolvendo algoritmos inovadores que combinam aprendizado de máquina, neurociência e sistemas de inteligência artificial.

Um dos marcos da DeepMind foi o desenvolvimento do AlphaGo, um programa de IA que derrotou o campeão mundial de Go, Lee Sedol, em 2016. Agora em 2024, o atual CEO da DeepMind conqusitou junto a David Baker, bioquímico norte-americano o Prêmio Nobel de Química por suas descobertas na compreensão das proteínas.

Fei-Fei Li (1976)

Fei-Fei Li, a "madrinha da inteligência artificial" Foto: Reprodução/X
Nascida em Pequim, China, em 1976, Fei-Fei Li é tida como a “madrinha da inteligência artificial”. Aos 16 anos, imigrou com seus pais para os Estados Unidos, enfrentando desafios como a barreira do idioma e dificuldades financeiras. Ela se graduou em física pela Universidade de Princeton em 1999 e obteve seu doutorado em engenharia elétrica pela Caltech em 2005.

Em 2009, Li liderou a criação do ImageNet, um banco de dados com milhões de imagens rotuladas manualmente, organizadas em milhares de categorias. O ImageNet se tornou um recurso fundamental para o treinamento de algoritmos de visão computacional, impulsionando uma revolução na área.

A competição anual ImageNet Challenge, que desafiava pesquisadores a desenvolver algoritmos de reconhecimento de imagens cada vez mais precisos, acelerou o desenvolvimento do aprendizado profundo e abriu caminho para avanços significativos em áreas como reconhecimento facial, detecção de objetos e análise de imagens médicas.

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Li também se dedica a promover a diversidade e a inclusão na área de inteligência artificial. Em 2017, ela cofundou a AI4ALL, uma organização sem fins lucrativos que oferece programas de educação em IA para estudantes de grupos sub-representados, como meninas, negros e latinos.

Em 2024, Li consolidou sua posição como uma das mentes mais brilhantes da IA ao fundar a World Labs, uma startup focada em processamento visual e raciocínio avançado. Em apenas quatro meses, a empresa alcançou uma avaliação bilionária, com mais de US$ 1 bilhão de investimentos por gigantes como Andreessen Horowitz e Radical Ventures.

A World Labs busca desenvolver uma IA que se aproxime da cognição humana, capaz de compreender o mundo de forma mais profunda e contextualizada. Li acredita que essa “cognição artificial” tem o potencial de revolucionar áreas como saúde, educação e robótica, criando soluções inovadoras para os desafios da sociedade.

Além de suas conquistas como pesquisadora e empreendedora, Li também é uma líder acadêmica e uma defensora da ética em IA. Ela ocupou cargos de destaque na Universidade de Stanford e no Google, e atualmente é membro do conselho do X (ex-Twitter) e do Conselho Consultivo Científico das Nações Unidas.

A cientista também recebeu diversos reconhecimentos por suas contribuições no campo da inteligência artificial. Foi incluída na lista TIME 100 das pessoas mais influentes em IA em 2023 e recebeu o Prêmio Intel Lifetime Achievements Innovation no mesmo ano. Em 2020, foi eleita membro da Academia Nacional de Engenharia e da Academia Nacional de Medicina dos EUA. Em 2021, foi eleita membro da Academia Americana de Artes e Ciências. Em 2024, foi incluída na lista A100 da Gold House dos asiáticos mais impactantes.

Ilya Sutskever (1985)

FILE Ñ Ilya Sutskever, the chief scientist and co-founder of OpenAI, at the companyÕs headquarters in San Francisco, March 13, 2023. OpenAI, the maker of ChatGPT, is struggling to transform itself into a profit-driven company while satisfying worries about the safety of artificial intelligence. (Jim Wilson/The New York Times) Foto: Jim Wilson/NYT
Nascido na Rússia em 1985, Ilya Sutskever se mudou para Israel com sua família aos cinco anos de idade. Seu interesse pela inteligência artificial surgiu cedo, inspirado por pioneiros como Marvin Minsky e Douglas Hofstadter. Após concluir o ensino médio em Jerusalém, Sutskever se mudou para o Canadá, onde obteve seu bacharelado em matemática pela Universidade de Toronto em 2005 e seu doutorado em ciência da computação em 2012, sob a orientação de Geoffrey Hinton, um dos “padrinhos” da IA.

Sutskever se dedicou ao estudo de redes neurais artificiais, sistemas computacionais inspirados na estrutura do cérebro humano. Ele fez contribuições significativas para o desenvolvimento de algoritmos de aprendizado profundo, que permitem que as máquinas aprendam com grandes quantidades de dados e realizem tarefas complexas, como reconhecimento de imagens, processamento de linguagem natural e tradução automática.

Em 2012, Sutskever, juntamente com Alex Krizhevsky e Geoffrey Hinton, desenvolveu o AlexNet, uma rede neural profunda que venceu a competição ImageNet de reconhecimento de imagens por uma margem significativa. Essa vitória histórica demonstrou o poder do aprendizado profundo e impulsionou uma revolução na inteligência artificial, abrindo caminho para novas aplicações em diversas áreas.

Em 2015, Sutskever cofundou a OpenAI, uma organização de pesquisa em inteligência artificial sem fins lucrativos com a missão de garantir que a IA beneficie toda a humanidade. A OpenAI se tornou um dos principais centros de pesquisa em IA do mundo, desenvolvendo tecnologias inovadoras e promovendo o debate sobre os impactos sociais e éticos da IA.

Sutskever liderou o desenvolvimento da série GPT (Generative Pre-trained Transformer) de modelos de linguagem, que são capazes de gerar textos com fluidez e coerência impressionantes. O GPT-3, lançado em 2020, causou espanto por sua capacidade de gerar textos criativos, traduzir idiomas e responder a perguntas complexas.

O cofundador da OpenAI, anunciou em maio deste ano que estava deixando a startup norte-americana. Sutskever, cientista-chefe da OpenAI, fazia parte do conselho de administração que votou pela demissão do CEO e cofundador Sam Altman em novembro passado. Neste momento Sutskever está a frente da startup Safe Superintelligence que tem por objetivo produzir superinteligência - uma máquina mais inteligente que os humanos - de forma segura, de acordo com a porta-voz da empresa, Lulu Cheng Meservey.
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October 13, 7:14 AM
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Acúmulo de poder das big techs é preocupação urgente, diz filósofo da IA

Acúmulo de poder das big techs é preocupação urgente, diz filósofo da IA | Inovação Educacional | Scoop.it

O crescimento acelerado da inteligência artificial (IA) no mundo, principalmente após o boom do ChatGPT, é benéfico para a humanidade. No entanto, o desenvolvimento precisa ocorrer sobre bases éticas e em benefício do bem comum - algo que pode estar sendo deixado para trás pelas gigantes de tecnologia. Essa é a opinião do belga Mark Coeckelbergh, filósofo e um dos principais pensadores em IA atualmente.
Professor de Filosofia da Mídia e Tecnologia da Universidade de Viena, na Áustria, Coeckelbergh foi um dos especialistas que ajudou a formular a regulação de IA na União Europeia, uma das primeiras do tipo no mundo e inspiração para o debate brasileiro.
No País para uma série de eventos, que inclui a divulgação de seu livro “Ética na IA”, publicado pela editora Ubu no Brasil, Coeckelbergh conversou com o Estadão sobre a atuação das grandes empresas em IA, o desenvolvimento rápido da tecnologia e a importância da sua regulação.
Veja os melhores momentos da entrevista:
Qual é sua principal preocupação em relação à ética na IA atualmente?
A preocupação mais urgente é o acúmulo de poderes de grandes empresas de tecnologia e, relacionado a isso, a falta de decisão democrática sobre IA. A longo prazo, é importante também olhar os custos ambientais da IA. Esse é um tema que precisa de mais atenção.
De onde deve partir a iniciativa de desenvolvimento ético de IA?
As empresas tomam iniciativas e é bom que eles façam isso, mas definitivamente não é o suficiente. Então, precisamos de governos entrando no assunto, precisamos de políticas robustas para regular a IA. A forma como isso está sendo feito no momento é bastante tecnocrática. Nós temos especialistas, e eu me incluo nisso, que aconselham governos para conversar, mas a regulamentação é feita fora dos fóruns usuais e democráticos. Precisamos envolver mais pessoas também para a realização de uma regulação para a IA.
Como a IA pode ter influência no processo democrático?
A IA pode causar desinformação, polarização e fragmentação de um cenário, de modo que cada um fale apenas com seus próprios círculos. As pessoas não estão realmente interessadas nos pontos de vista umas das outras quando você tem essa situação e, com isso, a democracia é prejudicada. O problema é que, se houver muita desinformação e polarização, as pessoas não saberão mais em que acreditar e ficarão inseguras quanto à qualidade do conhecimento que encontrarem e à confiabilidade das informações, também encontradas online, por exemplo. E quando isso acontece, cria-se uma esfera que está pronta para abordagens mais autoritárias. Não é possível ter democracia e falar sobre as coisas se você não sabe do que está falando se a base do que você tem em comum está danificada.
Coeckelberg foi um dos conselheiros na discussão da lei que regulamenta a IA na Europa Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Ainda é possível desenvolver IAs com princípios éticos?
Há sempre essa diferença entre a velocidade da tecnologia e a velocidade da ética. Mas eu estou otimista que ainda podemos fazer algo, porque algumas pessoas têm essa ideia de que a IA é uma espécie de força autônoma que vai para um futuro determinado. E eu acho que o que precisamos é uma outra visão da IA, sendo sempre conectada com os humanos.
Seu livro sobre Ética foi lançado antes do ChatGPT e o ‘boom’ da IA generativa. Se o sr. tivesse que fazer um acréscimo ao livro após esse fenômeno, qual seria?
Quando eu escrevi o livro sobre a ética da IA, nós não tínhamos coisas como a IA generativa, então, agora, esses problemas poderiam ser tratados mais profundamente diante dessas novas tecnologias. Também temos, agora, problemas mais concretos, por exemplo, de plágio e sobre a criatividade. Qual é o lugar da criatividade humana, já que essas IAs também podem criar imagens, podem escrever? Há novas perguntas sobre isso.
A evolução da IA tem tido um crescimento meteórico nos últimos anos. Esse crescimento é sustentável?
Definitivamente, a forma como a IA está se desenvolvendo não é sustentável. Não apenas no campo da ética, mas também em um sentido de custos ambientais. Nós precisamos fazer algo sobre isso. Eu acho também que a IA não é o único problema que nós temos. Basicamente, o problema das mudanças climáticas é enorme e nós também temos que pensar sobre como a IA se relaciona com isso. Então, temos que desenvolver a IA de uma forma mais sustentável, de uma forma que possa contribuir para mitigar mudanças climáticas em vez de fazer as coisas piorarem.
É possível ter crescimento sustentável sem regulação?
Há sempre essa narrativa de competição, tanto dentro de países, com as diferentes empresas competindo, mas também geopoliticamente, como os EUA contra a China. Eu acho que é uma forma muito particular de olhar as coisas, e também há sempre o argumento de que a inovação é difícil se você tem uma regulação. Isso não é verdade. Eu acho que podemos ter um nível mínimo de regulação, onde os princípios éticos e políticos são respeitados, onde a IA é mais democrática, e ao mesmo tempo, ter campo de jogo para as empresas. No final, é bom para o negócio também se os sistemas são mais éticos e mais sustentáveis, então elas também podem ganhar em longo prazo.
O Brasil é um dos países que está tentando regulamentar a IA, a exemplo do que foi feito na Europa. Qual é a importância de um país como o Brasil ter suas próprias regulamentações sobre isso?
O Brasil é um país grande, com um grande mercado, então é importante também ter uma regulação. Também é importante que países como o Brasil possam ter um papel construtivo na IA, no sentido de que eles podem estimular o desenvolvimento de tecnologias éticas. Porque o que está acontecendo agora é que as grandes empresas de tecnologia, principalmente dos EUA, estão em uma situação em que elas exportam suas tecnologias para a Europa, para o Brasil e assim por diante. E é importante que, em vez de apenas nos conformarmos com  isso, nós também façamos algo sobre isso. Há muita criatividade, há muitas pessoas no Brasil que podem fazer isso e eu acho que é possível.
Acabamos de ver a IA ser reconhecida com dois prêmios Nobel na última semana. Veremos a IA assumir a liderança em outras áreas importantes de nossas vidas?
Nós tivemos dois grandes prêmios em física e química em IA e eu acho que isso indica o papel central que a tecnologia tem tomado em nossas sociedades. Isso é uma coisa muito contundente e o que nos diz é que devemos nos esforçar o suficiente para encontrar uma maneira de lidar bem com a IA e imaginar nosso futuro. Um futuro não contra a tecnologia, não sem a tecnologia, mas um futuro com uma tecnologia que é sustentável e que contribui positivamente para as vidas das pessoas e para o bem comum.

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October 13, 7:09 AM
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Adriana Calcanhotto vai estudar IA na composição: 'Inteligência artificial não tem moral ou afeto, faz misturas que ninguém faria'

Adriana Calcanhotto vai estudar IA na composição: 'Inteligência artificial não tem moral ou afeto, faz misturas que ninguém faria' | Inovação Educacional | Scoop.it
A convite do departamento de Ciências da Universidade de Coimbra, cantora e compositora pesquisará o assunto durante um semestre, em Portugal: 'É um momento interessante de criação através dela', disse em entrevista ao videocast 'Conversa vai, conversa vem'
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October 13, 6:46 AM
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‘Ignorância artificial’ é resultado de exposição exagerada à ferramentas de IA

‘Ignorância artificial’ é resultado de exposição exagerada à ferramentas de IA | Inovação Educacional | Scoop.it

Já é um fato estabelecido que a IA tenha desestimulado a leitura em sua forma imersiva e tradicional, então é preciso ter cuidado
Por Demi Getschko
Na última quinta-feira, 3, tomou posse, como novo acadêmico da Academia Paulista de Letras, o jornalista e colunista deste jornal, Eugênio Bucci. Posso colocar como ponto muito positivo de minha trajetória o ter tido o privilégio de encontrá-lo e conviver em diversas instâncias da vida. Tendo como padrinho o ilustre jurista e intelectual Celso Lafer, Eugênio assumiu a cadeira 12 da APL. Ambos brindaram os presentes com excelentes e provocativos discursos.
Da parte que diz mais respeito ao nosso tema, destaco uma tirada espirituosa de Eugênio, quando já perto do final de seu discurso, e fazendo referência ao tema do momento – a Inteligência Artificial e seus riscos – chamou a atenção para algo que considerava igualmente preocupante e talvez, sistematicamente descurado: o avanço da “ignorância artificial”. As risadas que se seguiram à boutade talvez reforcem que, de fato, não estaríamos dando a atenção devida.
Começo por notar o adjetivo “artificial”. O conceito básico aqui é “algo feito com artifício”, por algum agente, um “artífice”. Não se trata de mera oposição a “natural”, mas atém-se ao fato de ser uma criação humana. Ou seja, essa “ignorância” é diferente da “falta de informação e de conhecimento sobre algo”, como seria a ignorância natural. Talvez seja algo construído de forma lenta, talvez insuspeitada. Não é o caso de brotarem teorias conspiratórias, mas talvez de constatarmos os efeitos que advêm da exposição contínua e intensa ao mundo de redes e toda sua parafernália.
Que hoje a IA tenha desestimulado a leitura em sua forma imersiva e tradicional, parece um fato estabelecido. Como diz Huxley em “Admirável Mundo Novo”, “não consumiremos muito se ficarmos sentados, lendo…”. Consegue-se um resumo instantâneo de qualidade incerta, bastando pedí-lo a uma ferramenta de IA. Poupa-nos o trabalho de destrinçar o texto e as ideias do autor, e nos provê um resumo insosso e bastante superficial. Não é muito diferente o que se passa com nossas atuais fontes de informação, das quais aproveitamos, se tanto, a manchete. E para eventual sentimento de solidão e isolamento, há os avatares que nos fazem companhia, consolam e divertem. A associação da velocidade e da ubiquidade da internet, com do poder dos algoritmos em nos enredar, faz com que tenhamos nossa porção gratuita de “felicidade”, como acontecia com o SOMA no Admirável Mundo Novo.
Nada disso desmerece ou diminui os avanços espantosos da tecnologia, nem serve para desestimular o uso das novas ferramentas. Já existe até uma “engenharia de ‘prompts’” visando a nos capacitar a pedirmos com mais acurácia o que esperamos obter da IA. Mas devemos nos manter atentos.
Relembrando os discursos daquela sessão na APL (enquanto procuro acompanhar também os resultados do primeiro turno das eleições, a apenas minutos do fechamento das urnas…), outra provocação vem à mente: em seu discurso de apresentação do postulante, Celso Lafer citou um adágio, que penso atemporal. Disse ele: “a verdade não morre, mas tem uma vida miserável...”.

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October 13, 6:42 AM
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The Economist: A China está escrevendo as novas regras tecnológicas do mundo

The Economist: A China está escrevendo as novas regras tecnológicas do mundo | Inovação Educacional | Scoop.it

Um smartphone é um testemunho do poder da padronização. Composto por componentes de centenas de fornecedores, ele pode encontrar um sinal em praticamente qualquer lugar do mundo e se conectar a uma grande variedade de dispositivos auxiliares, tudo porque inúmeras empresas se submeteram a um conjunto comum de especificações técnicas.
O modo como essas regras são definidas é um mistério para a maioria das pessoas. Órgãos globais, como a Organização Internacional de Padronização (ISO) e a União Internacional de Telecomunicações (UIT), reúnem periodicamente empresas e especialistas em tecnologia para elaborar acordos.
Durante décadas, esse processo foi dominado pelos Estados Unidos, pela Alemanha e pelo Japão, cujas empresas se beneficiaram muito com o sistema. A IBM, uma empresa americana de computação que detém mais de 100 mil patentes, ganhou no ano passado um belo valor de US$ 366 milhões (R$ 2 bilhões) com o licenciamento de sua propriedade intelectual.
A Qualcomm, uma empresa americana de semicondutores cuja tecnologia é onipresente em dispositivos sem fio, obtém cerca de um quarto de seu lucro bruto com o licenciamento.
Há muito tempo os governos reconhecem o valor da definição de padrões. No passado, a Grã-Bretanha e a Alemanha brigavam pelas especificações dos telegramas. Hoje, a batalha pelos padrões é entre a China e o Ocidente. O que está em jogo é o futuro de tecnologias que vão desde a comunicação sem fio até a computação quântica e a inteligência artificial (IA).
Nos últimos anos, a China vem se tornando mais assertiva no processo de definição de padrões. No mês passado, a ITU aprovou três novos padrões técnicos que serão incorporados à tecnologia móvel de sexta geração (6G). As regras estão relacionadas à forma como as redes integram a IA e produzem experiências imersivas em áreas como a realidade virtual. Elas foram desenvolvidas pela Academia Chinesa de Ciências (CAS), que é controlada pelo governo central, e pela China Telecom, uma empresa estatal.
Apesar dos esforços do governo dos Estados Unidos para manter os equipamentos chineses fora das redes móveis no maior número possível de países, a tecnologia sem fio continuou a se tornar cada vez mais chinesa. Graças, em parte, à adoção de seus padrões no exterior, a Huawei, fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicação, ganhou mais dinheiro desde 2021 licenciando sua tecnologia para empresas do que pagando a elas pela sua tecnologia.
O crescente papel da China na definição de padrões vai muito além das redes móveis. Empresas chinesas como a Xiaomi, fabricante de smartphones, e a BOE Technology, maior produtora de telas de LED do mundo, também parecem estar se beneficiando de royalties vinculados a padrões técnicos.
A Hikvision, fabricante chinesa de tecnologia de vigilância apoiada pelo governo da China (e colocada na lista negra dos Estados Unidos), tem se envolvido cada vez mais na definição de padrões. A China tem até mesmo desempenhado um papel de liderança na formação dos primeiros padrões globais para a tecnologia quântica.
Ao contrário do Ocidente, que tende a recorrer a empresas privadas e associações do setor no processo de definição de padrões, a abordagem da China é liderada por seu governo. Em 2018, o governo estabeleceu um plano para que o país esteja na vanguarda dos padrões técnicos em áreas que vão de telecomunicações a drones e IA até 2035.
Os padrões chineses são desenvolvidos em institutos estabelecidos sob os ministérios do governo. Os esforços são coordenados pela Administração de Padrões da China (SAC), que organiza a maioria das interações do país com os órgãos de padrões globais.
Os funcionários de normas do Ocidente sentem inveja dessa atenção generosa. Ao visitar a China, fiquei surpreso ao descobrir que havia dezenas de milhares de pessoas concentradas no desenvolvimento de normas em todo o país e que os membros seniores da burocracia chinesa tinham um forte domínio de regras técnicas complicadas.
O governo chinês também fez um esforço conjunto para que seus funcionários fossem nomeados para órgãos de padrões internacionais. Eles ocuparam cargos de alto escalão em várias organizações importantes e integraram os comitês técnicos onde as decisões são tomadas. Muitas reuniões sobre padrões globais agora são realizadas na China.
O governo da China também procurou alterar a forma como os padrões são definidos. Ele tentou desviar a atenção das confabulações lideradas por empresas para a UIT, um órgão da ONU onde tem maior influência. Também organizou mais de 100 acordos bilaterais de padrões, principalmente com países do sul global. Durante uma conferência com líderes africanos no mês passado, ela acrescentou novos acordos com Benin e Níger.
Padrões duplos
Esses acordos dão à China maior apoio para suas especificações técnicas preferidas em órgãos como a UIT, observa Alex He, do Centre for International Governance Innovation, um think-tank canadense. Mesmo que isso não aconteça, a China ainda poderá se beneficiar da adoção de seus padrões em países com os quais estabeleceu acordos bilaterais. As empresas ocidentais que se recusarem a adotar os padrões chineses poderão se ver impedidas de entrar nesses mercados.
Para o governo da China, o que está em jogo é mais do que os lucros das empresas. Os padrões podem codificar valores sociais profundamente em uma tecnologia. Muitos recursos da Internet projetada pelo Ocidente, por exemplo, tendem a promover a privacidade individual em detrimento do controle centralizado, o que irrita o governo autoritário da China.
Assim, nos últimos anos, a Huawei tem feito campanhas para reescrever os padrões que sustentam a Internet. Em 2019 e 2022, a Huawei propôs protocolos alternativos de Internet na ITU que teriam permitido um nível muito maior de controle governamental. Nenhuma delas foi bem-sucedida, mas receberam apoio de Estados-membros como Irã, Rússia e Arábia Saudita.
Em abril, o Conselho de Comércio e Tecnologia, um fórum de cooperação entre a América e a Europa sobre questões econômicas, divulgou uma declaração dizendo que as democracias devem permanecer na vanguarda das tecnologias emergentes, inclusive definindo os padrões que as sustentam.
A crescente influência da China no processo de definição de padrões globais não passou despercebida pelos formuladores de políticas nos Estados Unidos e na Europa. Assim como a China, eles estão começando a interferir mais no processo de definição de padrões, diz Tim Rühlig, do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia, outro think-tank.
O Chips and Science Act dos Estados Unidos, sancionado em 2022, deu ao National Institute of Standards and Technology, um órgão governamental, a tarefa de desenvolver padrões para IA e segurança cibernética, e ampliou seu papel na coordenação do envolvimento dos Estados Unidos com órgãos de padrões internacionais.
Do outro lado do Atlântico, alguns formuladores de políticas querem que o Instituto Europeu de Normas de Telecomunicações (ETSI) desempenhe um papel mais importante no combate à crescente influência da China na UIT e em outros órgãos globais.
Nesse processo, o Ocidente vem abandonando seu compromisso com uma abordagem de baixo para cima e baseada no mercado para definir padrões técnicos. “Estamos sendo forçados a minar um sistema que tem sido muito eficaz e com o qual temos lucrado há muito tempo”, lamenta Rühlig. Em mais de um sentido, a China está fazendo com que o Ocidente siga suas regras.

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October 13, 6:26 AM
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Em áudio | A carta de Einstein que mudou a história da humanidade: 'Grande erro da minha vida'

Em áudio | A carta de Einstein que mudou a história da humanidade: 'Grande erro da minha vida' | Inovação Educacional | Scoop.it
Carta ao presidente americano Franklin D. Roosevelt em 1939 teria estimulado programa que desenvolveu uma das invenções mais destrutivas da história humana: a bomba atômica.
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October 13, 6:18 AM
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Por que rir nos torna humanos, segundo a filosofia

Por que rir nos torna humanos, segundo a filosofia | Inovação Educacional | Scoop.it
A capacidade humana de rir tem sido objeto de muitos debates filosóficos.
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October 13, 6:03 AM
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Ensino em tempo integral gera benefícios para estudantes e famílias

Ensino em tempo integral gera benefícios para estudantes e famílias | Inovação Educacional | Scoop.it
Estudo revela que manter crianças por mais tempo no ambiente escolar ajuda mães a ter maior participação no mercado de trabalho
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October 13, 6:02 AM
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Ensino bilíngue traz vantagens que vão além do aprendizado de idioma 

Ensino bilíngue traz vantagens que vão além do aprendizado de idioma  | Inovação Educacional | Scoop.it
Cresce procura por escolas bilíngues e por aquelas que oferecem ensino em tempo integral; veja vantagens

Estudar em uma escola bilíngue oferece diversas vantagens para crianças e adolescentes. A mais conhecida é o domínio de uma língua estrangeira. Seja ela o inglês, o alemão ou o francês, entre outras, o ambiente imersivo ajuda a ampliar o conhecimento de outro idioma.

Mas não para por aí. Jovens que estão matriculados nesse tipo de colégio podem usufruir de outros benefícios: aumento do repertório cultural, convivência com crianças de culturas diferentes, estímulo ao sistema cognitivo.
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October 13, 7:28 AM
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Trabalho depois dos 60? Brasil nunca teve tantos trabalhadores da geração prateada

Trabalho depois dos 60? Brasil nunca teve tantos trabalhadores da geração prateada | Inovação Educacional | Scoop.it

Em 24 de dezembro do ano passado, Vera Lucia Muniz, de 60 anos, diz ter ganho um presente de Natal inesperado. Após participar de um processo seletivo, no qual competiu com profissionais mais jovens, recebeu um telefonema oferecendo uma vaga de emprego. O retorno ao mercado de trabalho era a possibilidade de sair de uma rotina quase solitária e, ainda, complementar a renda da aposentadoria. “Voltei a trabalhar para conhecer pessoas, para me relacionar mais e pela parte financeira. Só com a aposentadoria não se vive”, afirma.
A história de Vera tem se repetido pelo País - e aos milhões. Nunca tantos brasileiros com mais de 60 anos atuaram no mercado de trabalho. No segundo trimestre deste ano, eram 8,042 milhões de pessoas desse grupo ocupadas - um contingente equivalente a toda a população do Estado do Pará.
“A gente se aposenta naquela ilusão. Vou viajar, passear bastante, mas a realidade é que não dá para fazer tudo isso”, conta Vera, que passou quase 30 anos atuando num cartório e, agora, trabalha na Nestlé, na Boutique Nespresso, no shopping Morumbi, em São Paulo, como coffee especialista. “Em casa, eu me sentia muito solitária.”
Os dados do número de profissionais ocupados com mais de 60 anos são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando esse tipo de levantamento começou a ser realizado, no primeiro trimestre de 2012, o número de brasileiros trabalhando nessa faixa etária era de 4,934 milhões. Ou seja, quase metade do que é hoje.
“Em termos absolutos, a forte alta da população ocupada decorreu do crescimento demográfico deste grupo de idade, associado à melhora relativa do mercado de trabalho nacional”, afirma Lucas Assis, economista da consultoria Tendências.
O aumento da ocupação entre os mais velhos é um movimento que não deve parar. O Brasil vive uma transição demográfica acelerada, com a população envelhecendo mais rápido do que o esperado, o que reforça a expectativa de que a chegada dos trabalhadores com mais de 60 anos ao mercado de trabalho deve ganhar força ao longo dos próximos anos.
Os números capturados pelo Censo já deixam evidente esse processo de envelhecimento brasileiro. Em 2000, a população de 60 anos ou mais era de 15,2 milhões; pulou para 20,6 milhões em 2010; e chegou a 32,1 milhões em 2022. Na prática, o Brasil abandonou o chamado bônus demográfico, um período no qual muitos jovens entraram no mercado de trabalho e contribuíram para que o País registrasse elevadas taxas de crescimento econômico.
“As projeções indicam uma redução no número de crianças e jovens (entre 2000 e 2022, o número de nascimentos recuou em 998 mil), enquanto a proporção de idosos continuará crescendo, especialmente entre as mulheres, cuja expectativa de vida é maior. Portanto, em termos absolutos, a tendência é de aumento da quantidade de ocupados com mais de 60 anos de idade”, afirma Assis, responsável pelo levantamento dos dados.
Despertar das empresas
A nova realidade demográfica brasileira impõe um desafio não apenas econômico para o País, mas, sobretudo, para as empresas, que estão diante de uma oferta menor de trabalhadores mais jovens e vão ter de repensar o seu modelo de contratação.
“À medida que a população envelhece, as empresas que valorizam a diversidade etária sairão na frente. Mas é preciso reconhecer que o mercado de trabalho brasileiro ainda está em um estágio inicial nesse tema”, diz o diretor-geral da empresa de recrutamento Robert Half América do Sul, Fernando Mantovani. Segundo ele, muitas companhias carecem de compreensão e letramento sobre o assunto.
Um levantamento recente da empresa, em parceria com a Labora, mostra que 70% das companhias não têm indicadores claros para medir o avanço de suas ações, e muitos ambientes corporativos permanecem alheios ao preconceito etário. Mantovani destaca, entretanto, que há uma vontade por mudanças. O que falta é clareza sobre como iniciar esse processo. “Vejo isso como uma excelente oportunidade para refletir sobre as barreiras existentes e, mais importante, sobre as ações necessárias para superá-las.”
O executivo afirma que a preocupação com a diversidade geracional inclui tanto o público sênior quanto a geração Z. O foco, diz ele, deve ser em como as diferentes gerações podem colaborar e agregar valor ao mercado de trabalho. Mas, apesar do interesse das empresas sobre o tema, ainda há alguma resistência.
“Existe uma mentalidade (na hora de uma eventual contratação) de que as pessoas maduras estão se aposentando ou vão se aposentar (em breve) e ter um outro momento de vida”, diz Wilma Dal Col, diretora na Right Management e diretora de RH na ManpowerGroup.
De fato, o debate sobre etarismo ganhou relevância nos últimos anos, mas ainda aparece atrás de outros temas também importante no mundo corporativo, como gênero, raça, pessoas com deficiências e do grupo LGBTQIA+.
“Estamos num momento de despertar das empresas. De todas as diversidades, a da idade é a que mais cresce em termos de atenção das companhias”, afirma Sérgio Serapião, CEO da Labora, uma startup que surgiu há cinco anos e que une empresas e profissionais mais velhos.
“E, agora, numa vida mais longa, há uma demanda por começar novos ciclos profissionais, porque a tecnologia e os mercados estão mudando muito rápido. Um dos quesitos para se manter produtivo no mercado de trabalho é dar oportunidade para as pessoas se reinventarem. Elas precisam entender quem são aos 50, aos 60 e aos 70 anos”, acrescenta.
Há três anos contratado pela RD Saúde, Carlos Alberto de Carvalho, de 65 anos, buscou essa reinvenção tão enfatizada pelos especialistas. Tem um curso técnico, mas decidiu cursar uma faculdade de programação de sistema e análise de dados para alçar voos maiores na carreira. Desde que entrou na empresa, já recebeu uma promoção: passou de atendente 1 para atendente 2. “Se a empresa me mantiver e eu tiver lucidez, vou continuar trabalhando até os 90 anos”, afirma.
Para Carvalho, o trabalho também é uma forma de complementar a aposentadoria. Ele só conseguiu o benefício do INSS neste ano e o valor que recebe mensalmente é de um salário mínimo. “Efetivamente, o valor da aposentadoria não paga as minhas despesas e preciso continuar trabalhando.”
Geração dos informais
O descasamento entre a renda da aposentadoria e o custo de vida elevado ajuda a explicar um outro dado sobre o mercado de trabalho dos mais velhos. Entre os profissionais com mais de 60 anos, 53,5% dos trabalhadores estão na informalidade – um resultado que só fica abaixo da faixa etária de 14 a 17 anos (72,9%), de acordo com dados da PNAD.
Para complementar a renda, muitos trabalhadores mais velhos acabam se sujeitando a qualquer tipo de trabalho. “O fato é que o profissional maduro ou o idoso aposentado é devolvido ao mercado em situação trabalhista precária”, afirma Assis. “Os profissionais mais velhos estão dispostos a atuar em diversas condições de trabalho, confirmando a vantagem da contratação do trabalhador idoso, pois, se aposentado, a tendência é o trabalhador aceitar uma vaga com baixas garantias trabalhistas”, diz.
Márcio Premazzi, de 62 anos, é um desses trabalhadores que hoje em dia vive na informalidade. Ele trabalhou até 2022 com carteira assinada e, desde então, vive de “freelas”. “Em todo esse tempo, procurei emprego, mandei currículo, fiz testes, mas nunca fui chamado. Sinto-me muito bem fisicamente e tenho experiência e habilidades para assumir uma série de funções, do marketing ou setor administrativo.”
Pai de três filhos e formado em comunicação, Premazzi se considera qualificado para o mercado de trabalho atual, mas ainda vê muito etarismo no mercado. “Tenho vários amigos e quase todos eles estão trabalhando porque têm negócio próprio.” Apesar de ter conseguido se aposentar no início deste ano, ele disse que não consegue sobreviver apenas com o benefício. “Além da questão financeira, sou muito ativo. Não consigo ficar parado. A não ser que eu ganhe na mega-sena”, brinca.

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October 13, 7:23 AM
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Governo quer tirar celular das crianças nas escolas e psicólogos temem perder futuros clientes

Governo quer tirar celular das crianças nas escolas e psicólogos temem perder futuros clientes | Inovação Educacional | Scoop.it

O ministério da Fazenda comemorou a decisão do governo de suspender celulares nas escolas. De acordo com as projeções, o país pode ter em vinte anos um crescimento comparável ao chinês quando as crianças chegarem ao mercado de trabalho.
Um setor da economia, porém, teme uma retração: serviços de psicologia. “Sem os celulares e redes sociais, teremos crianças mais saudáveis mentalmente e isso significa menos clientes para nós”, disse um psicólogo que preferiu não se identificar.

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October 13, 7:21 AM
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Governo quer regular big techs como Google, Meta e Apple para evitar práticas contra a concorrência

Governo quer regular big techs como Google, Meta e Apple para evitar práticas contra a concorrência | Inovação Educacional | Scoop.it
Proposta se baseia em regras já aplicadas em dez países, entre eles EUA, Alemanha e Inglaterra, além da União Europeia; Câmara Brasileira da Economia Digital diz que nova regulação pode ‘sufocar a competitividade’
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October 13, 7:20 AM
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Prêmio Nobel: até quando os cientistas precisam do setor de tecnologia para desenvolver IA?

Prêmio Nobel: até quando os cientistas precisam do setor de tecnologia para desenvolver IA? | Inovação Educacional | Scoop.it
Horas depois que o pioneiro da inteligência artificial (IA) Geoffrey Hinton ganhou o Prêmio Nobel de Física, ele dirigiu um carro alugado até a sede do Google, na Califórnia, para comemorar.

Hinton não trabalha mais no Google. O professor de longa data da Universidade de Toronto também não fez sua pesquisa pioneira na gigante da tecnologia.


Nobel da Física reforça ligação de IA com a ciência Foto: Noah Berger/AP
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Mas sua festa improvisada refletiu o momento da IA como um blockbuster comercial que também alcançou os píncaros do reconhecimento científico.

Isso foi na terça-feira, 8. Então, na quarta-feira, 9, dois funcionários da divisão de IA do Google ganharam o Prêmio Nobel de Química por usar a IA para prever e projetar novas proteínas.

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“Isso é realmente uma prova do poder da ciência da computação e da inteligência artificial”, disse Jeanette Wing, professora de ciência da computação da Universidade de Columbia.

Questionado sobre os históricos prêmios científicos consecutivos pelo trabalho de IA em um e-mail na quarta-feira, Hinton disse apenas: “As redes neurais são o futuro”.


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Nem sempre foi assim para os pesquisadores que, décadas atrás, fizeram experiências com nós de computadores interconectados inspirados nos neurônios do cérebro humano. Hinton compartilha o Nobel de Física deste ano com outro cientista, John Hopfield, por ajudar a desenvolver esses blocos de construção do aprendizado de máquina.

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Os avanços das redes neurais vieram da “pesquisa básica e orientada pela curiosidade”, disse Hinton em uma coletiva de imprensa após sua vitória. “Não se trata de jogar dinheiro em problemas aplicados, mas de permitir que os cientistas sigam sua curiosidade para tentar entender as coisas.”

Esse trabalho começou bem antes da existência do Google. Mas um setor de tecnologia abundante facilitou para os cientistas de IA a busca por suas ideias, ao mesmo tempo em que os desafiou com novas questões éticas sobre os impactos sociais de seu trabalho.

Um dos motivos pelos quais a atual onda de pesquisa em IA está tão intimamente ligada ao setor de tecnologia é que apenas algumas corporações têm os recursos para desenvolver os sistemas de IA mais poderosos.

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“Essas descobertas e essa capacidade não poderiam acontecer sem um enorme poder computacional e enormes quantidades de dados digitais”, disse Wing. “Há muito poucas empresas - empresas de tecnologia - que têm esse tipo de poder computacional. O Google é uma delas. A Microsoft é outra.”

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O Prêmio Nobel de Química concedido na quarta-feira foi para Demis Hassabis e John Jumper, do laboratório DeepMind do Google, sediado em Londres, juntamente com o pesquisador David Baker, da Universidade de Washington, pelo trabalho que pode ajudar a descobrir novos medicamentos.

Hassabis, CEO e cofundador do DeepMind, que o Google adquiriu em 2014, disse à AP em uma entrevista na quarta-feira que seu sonho era modelar seu laboratório de pesquisa com base na “incrível história” do Bell Labs. Criado em 1925, o laboratório industrial com sede em Nova Jersey foi o local de trabalho de vários cientistas ganhadores do Prêmio Nobel ao longo de várias décadas, que ajudaram a desenvolver a computação e as telecomunicações modernas.

“Eu queria recriar um laboratório de pesquisa industrial moderno que realmente fizesse pesquisa de ponta”, disse Hassabis. “Mas é claro que isso requer muita paciência e muito apoio. Tivemos isso do Google e tem sido incrível.”

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Hinton entrou para o Google no final de sua carreira e saiu no ano passado para poder falar mais livremente sobre suas preocupações com os perigos da IA, especialmente o que acontecerá se os humanos perderem o controle das máquinas que se tornam mais inteligentes do que nós. Mas ele não chegou a criticar seu antigo empregador.

Hinton, 76 anos, disse que estava hospedado em um hotel barato em Palo Alto, Califórnia, quando o comitê do Nobel o acordou com um telefonema na manhã de terça-feira, o que o levou a cancelar uma consulta médica marcada para o final do dia.

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Quando o cientista, privado de sono, chegou ao campus do Google em Mountain View, ele “parecia bastante animado e nem um pouco cansado”, enquanto seus colegas abriam garrafas de champanhe, disse o cientista da computação Richard Zemel, ex-aluno de doutorado de Hinton, que se juntou a ele na festa do Google na terça-feira.

“Obviamente, agora existem essas grandes empresas que estão tentando lucrar com todo o sucesso comercial e isso é empolgante”, disse Zemel, que agora é professor da Columbia.

Mas Zemel disse que o mais importante para Hinton e seus colegas mais próximos é o que o reconhecimento do Nobel significa para a pesquisa fundamental que eles passaram décadas tentando desenvolver.

Entre os convidados estavam executivos do Google e outro ex-aluno de Hinton, Ilya Sutskever, cofundador, ex-cientista-chefe e membro da diretoria da OpenAI, fabricante do ChatGPT. Sutskever ajudou a liderar um grupo de membros da diretoria que destituiu brevemente o CEO da OpenAI, Sam Altman, no ano passado, em uma turbulência que simbolizou os conflitos do setor.

Uma hora antes da festa, Hinton usou seu púlpito do Nobel para criticar a OpenAI durante os comentários de abertura em uma coletiva de imprensa virtual organizada pela Universidade de Toronto, na qual agradeceu aos antigos mentores e alunos.

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“Estou particularmente orgulhoso do fato de que um dos meus alunos demitiu Sam Altman”, disse Hinton.

Solicitado a explicar melhor, Hinton disse que a OpenAI começou com o objetivo principal de desenvolver uma inteligência artificial geral melhor que a humana “e garantir que fosse segura”.

“E, com o tempo, descobriu-se que Sam Altman estava muito menos preocupado com a segurança do que com os lucros. E acho que isso é lamentável”, disse Hinton.

Em resposta, a OpenAI disse em um comunicado que está “orgulhosa de fornecer os sistemas de IA mais capazes e mais seguros” e que eles “atendem com segurança centenas de milhões de pessoas a cada semana”.

É provável que os conflitos persistam em um campo em que a criação de um sistema de IA, mesmo que relativamente modesto, exige recursos “muito além daqueles de uma universidade de pesquisa típica”, disse Michael Kearns, professor de ciência da computação da Universidade da Pensilvânia.

Mas Kearns, que faz parte do comitê que escolhe os ganhadores do principal prêmio da ciência da computação - o Prêmio Turing - disse que esta semana marca uma “grande vitória para a pesquisa interdisciplinar” que estava sendo construída há décadas.

Hinton é apenas a segunda pessoa a ganhar tanto o prêmio Nobel quanto o prêmio Turing. A primeira, o cientista político Herbert Simon, ganhador do Turing, começou a trabalhar no que ele chamou de “simulação computacional da cognição humana” na década de 1950 e ganhou o prêmio Nobel de economia em 1978 por seu estudo sobre a tomada de decisões organizacionais.

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Wing, que conheceu Simon no início de sua carreira, disse que os cientistas ainda estão apenas no início da descoberta de maneiras de aplicar os recursos mais poderosos da computação em outros campos.

“Estamos apenas no começo em termos de descoberta científica usando IA”, disse ela.
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October 13, 7:17 AM
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Google é derrotado nos tribunais em caso de monopólio e terá que abrir o Android para concorrentes

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October 13, 7:13 AM
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Estudo aponta habilidade crucial que devemos desenvolver para envelhecer bem

Estudo aponta habilidade crucial que devemos desenvolver para envelhecer bem | Inovação Educacional | Scoop.it

As pessoas que conseguem lidar bem com os desafios à medida que envelhecem têm maior probabilidade de viver mais, segundo um novo estudo. Os pesquisadores descobriram que os idosos com níveis mais altos de resiliência mental têm 53% menos probabilidade de morrer nos próximos 10 anos do que aqueles com os níveis mais baixos.
Mesmo com problemas crônicos de saúde ou um estilo de vida pouco saudável, as pessoas com alta resiliência mental permaneceram 46% e 38% menos propensas a morrer dentro de 10 anos do que aquelas com menor fortaleza.
“A resiliência é frequentemente discutida em termos de fatores de proteção, permitindo que adultos em ambientes normais mantenham uma estabilidade relativa mesmo diante de eventos altamente perturbadores”, escreveu a equipe de pesquisa liderada por Yiqiang Zhan, professor associado de epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade Sun Yat-Sen, na China.
“Esse estudo é único no estabelecimento de uma associação estatisticamente significativa entre resiliência psicológica e mortalidade por todas as causas na população idosa e aposentada, mesmo depois de considerar os fatores de confusão”, concluíram os pesquisadores em um comunicado à imprensa da universidade.
As boas habilidades de enfrentamento podem ajudar a compensar doenças crônicas de longo prazo ou deficiências em idades mais avançadas, acrescentaram.
No entanto, não ficou claro se a capacidade de lidar com as situações e se adaptar está associada a um envelhecimento mais lento ou a um menor risco de morte, ressaltaram os pesquisadores.
Para examinar isso, eles analisaram dados de mais de 10.500 participantes em um estudo de saúde e aposentadoria nos EUA envolvendo pessoas com 50 anos ou mais.
A resiliência mental dos participantes foi determinada usando escalas que mediam qualidades como perseverança, calma, senso de propósito e autoconfiança, disseram os pesquisadores.
Os resultados iniciais mostraram que quanto maior a resiliência mental de uma pessoa, menor o risco de morte. A associação foi mais forte em mulheres do que em homens.
Analisando mais detalhadamente, os pesquisadores dividiram os participantes em quatro grupos com base em seu nível de resiliência mental.
As pessoas com os níveis mais altos de resiliência mental tinham uma chance geral de 84% de sobreviver nos próximos 10 anos, seguidas por 79% e 72% para os dois grupos intermediários. As pessoas com os níveis mais baixos de resiliência tiveram 61% de chance de sobrevivência, de acordo com os resultados.
O novo estudo foi publicado em 3 de setembro na revista BMJ Mental Health.
Os resultados indicam que ter um propósito e permanecer otimista diante da incerteza pode ajudar uma pessoa a perseverar em circunstâncias que, de outra forma, poderiam reduzir a expectativa de vida, concluíram os pesquisadores.
“As descobertas ressaltam a possível eficácia das intervenções destinadas a promover a resiliência psicológica a fim de reduzir os riscos de mortalidade”, escreveram os pesquisadores em um comunicado à imprensa da revista.

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October 13, 6:50 AM
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Inteligência emocional e maturidade: o que as empresas enxergam nos trabalhadores mais velhos

Inteligência emocional e maturidade: o que as empresas enxergam nos trabalhadores mais velhos | Inovação Educacional | Scoop.it

Com o processo de envelhecimento acelerado do Brasil, as empresas passaram a desenvolver programas exclusivos para a contratação de trabalhadores com mais 50 anos. Em geral, esses profissionais, sobretudo aqueles com idade superior a 60 anos, são vistos com mais inteligência emocional e maturidade para lidar com os desafios do dia a dia.
O Brasil passa por uma transformação importante no mercado de trabalho. Nunca tantos brasileiros com mais de 60 anos estiveram ocupados. No segundo trimestre do ano passado, eram 8,042 milhões, um recorde, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na varejista Grupo Pereira, que abrange 125 unidades de negócio - incluindo 31 lojas da rede de supermercados Comper e 60 do Fort Atacadista -, a contratação de trabalhadores mais velhos ocorre ao longo de todo ano e é incentivada com a divulgação nas portas das lojas do grupo e nas redes sociais.
“A grande vantagem de ter trabalhadores com mais de 60 anos é o nível de maturidade que eles já têm. Não são tão imediatistas E no varejo, todo dia é uma luta para entregar a meta de resultado, atender bem o cliente e saber que a loja tem de estar perfeita para o dia seguinte”, diz Pedro Maia, head de marketing e ESG do grupo.
São cerca de 20 mil funcionários no Grupo Pereira. Desse contingente, 5% têm mais de 60 anos. “Estamos em praças com pleno emprego, como é o caso da região Sul. Há uma grande dificuldade de contratação”, afirma Maia. “No momento que vimos essa dificuldade, unimos o útil ao agradável.”
Os números do IBGE confirmam esse cenário de pleno emprego apontado pelo executivo. Segundo o órgão, o desemprego na região Sul foi de 4,7% no segundo trimestre, número abaixo do apurado para todo o País (6,9%) no mesmo período.
No Grupo Pereira, as vagas para os trabalhadores mais velhos podem se dar para funções mais simples, como repositor de gôndola, mas é possível ocupar posições na parte de operação e em cargos de supervisão. “São profissionais que conseguem assumir cargos de supervisão e coordenação”, afirma Maia. “Tem facilidade para tratar pessoas. A juventude, às vezes, não tem essa inteligência emocional eles já vêm com bagagem de casa.”
Na RD Saúde, a meta é chegar em 2030 com 6% dos empregados com mais de 50 anos. Hoje, ao todo, a companhia tem quase 62 mil funcionários - 1.715 tem mais de 50 anos e 590 estão acima dos 60 anos. “Esse é um grande desafio, porque abrimos 300 farmácias (previsão para 2024 e 2025), então o número de funcionários cresce muito”, diz Cassiana Toledo, gerente de diversidade e inclusão da empresa.
A grande maioria dos trabalhadores da companhia - cerca de 80% - atua nas farmácias, em diferentes posições, como atendentes, farmacêutico e gerente de loja. “O nosso negócio é trabalhar com a longevidade. E, às vezes, essa identificação (do cliente mais velho) com uma pessoa da mesma faixa etária transmite mais confiança”, afirma Cassiana. “Não é que as outras pessoas não tenham, mas é uma identificação importante.”
Nos últimos anos, a Nestlé também ampliou a quantidade de funcionários com idade superior a 50 anos. “Em 2019, começamos a olhar para as vagas afirmativas. E isso vem crescendo e ganhando relevância dentro da companhia”, diz Augusto Drumond, head de diversidade e inclusão da empresa no Brasil.
De início, foram contratadas 60 pessoas com mais de 50 anos de forma temporária para trabalhar em mercados e supermercados parceiros para uma campanha corporativa. “São pessoas que têm uma interação direta com o consumidor nesse momento que é tão importante para o negócio”, diz Drumond. “Elas acumularam um conhecimento e uma forma de lidar com o nosso consumidor que é muito particular. Chegam na companhia com a vontade fazer e entregar o melhor.”
Hoje, esse programa desenvolvido pela Nestlé aumentou o número de vagas para 600. Ao longo dos últimos quatro anos, portanto, foram cerca de 2 mil vagas temporárias destinadas para profissionais com mais de 50 anos. “E no ano passado, a gente deu um passo muito importante ao olhar de forma mais ampla para a vaga afirmativa, sem ser em postos temporários. Nas nossas marcas com lojas próprias, temos esse olhar de vagas (afirmativas) definitivas“, afirma Drumond.
Na companhia, além dos postos temporários, 2 mil funcionários são fixos e têm mais de 50 anos. “Começamos também a ter vagas na divisão técnica, ou seja, nas fábricas, mas ainda sem um programa estruturado.”
A empresa de telecomunicações Atento, que tem 51% do quadro de funcionários (de 50 mil funcionários) formado por jovens, também criou um programa de Taletos 50+ como parte da política de diversidade e inclusão do grupo. Hoje a companhia tem 890 profissionais ativos com a faixa etária entre 60 e 79 anos.
Outra iniciativa é fomentar e aumentar o respeito mútuo, incentivando uma troca e convívio harmonioso e colaborativo entre as gerações. “Isso inclui questões relacionadas às vivências geracionais, como também aspectos físicos, culturais e sociais que moldam nossas identidades e interações”, afirma a empresa.
O diretor-geral da Robert Half América do Sul, Fernando Mantovani, diz que encontrar o equilíbrio entre as diversas gerações no ambiente de trabalho tem sido desafiador. Segundo ele, a maioria das empresas, cerca de 68%, enfrenta dificuldades na colaboração intergeracional. Os principais obstáculos incluem conflitos entre gerações (32%) e dificuldades de comunicação e integração entre profissionais de diferentes idades (29%), completa o executivo.
“Por outro lado, é amplamente reconhecido que a diversidade impulsiona a inovação e o crescimento sustentável. O que muitas empresas ainda não perceberam é que a inclusão de talentos seniores pode ser um grande diferencial competitivo.” Companhias que apostam na diversidade etária promovem uma troca de experiências em que inovação e sabedoria se complementam.
Outro ponto é que a inclusão geracional vai além da contratação de profissionais. “Não basta diversificar a equipe, é fundamental criar ambientes que favoreçam a colaboração intergeracional e implementar programas que valorizem o conhecimento acumulado ao longo dos anos”, completa Mantovani.

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October 13, 6:44 AM
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NotebookLM, IA ‘pensante’ do Google já está disponível; conheça funções e aprenda a usar

NotebookLM, IA ‘pensante’ do Google já está disponível; conheça funções e aprenda a usar | Inovação Educacional | Scoop.it
Apesar de algumas limitações, ferramenta é capaz de resumir vídeos do YouTube, gerar apresentações e criar guias de estudo
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October 13, 6:26 AM
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Einstein: como carta escrita pelo físico mudou história da humanidade

Einstein: como carta escrita pelo físico mudou história da humanidade | Inovação Educacional | Scoop.it
Carta ao presidente americano Franklin D. Roosevelt em 1939 teria estimulado programa que desenvolveu uma das invenções mais destrutivas da história humana: a bomba atômica.
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October 13, 6:22 AM
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'Você sacrificaria 1 pessoa para salvar 5?': como decidimos dilemas morais

'Você sacrificaria 1 pessoa para salvar 5?': como decidimos dilemas morais | Inovação Educacional | Scoop.it
Os dilemas morais apresentam situações hipotéticas diante das quais devemos agir. O fato de estarem em nosso idioma nativo ou em um segundo idioma pode influenciar o tipo de resposta que damos.
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October 13, 6:11 AM
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A comunicação silenciosa entre as plantas

A comunicação silenciosa entre as plantas | Inovação Educacional | Scoop.it
Grande parte da comunicação entre as plantas acontece no subsolo, facilitada por grandes redes de fungos conhecidas como 'rede global florestal' ou 'internet das árvores'.
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October 13, 6:02 AM
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Alunos que querem estudar no exterior devem fazer o teste de proficiência

Alunos que querem estudar no exterior devem fazer o teste de proficiência | Inovação Educacional | Scoop.it
Prova mede o conhecimento em outra língua e pode ajudar interessados a ganhar bolsa em uma universidade
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October 13, 6:00 AM
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Itália poderá voltar a reprovar por mau comportamento

Itália poderá voltar a reprovar por mau comportamento | Inovação Educacional | Scoop.it
Poucos dias depois da volta às aulas, os estudantes italianos se deparam com um novo sistema de avaliação, que mira o comportamento deles dentro da escola. Aprovada em definitivo pelo Parlamento no fim de setembro, a reforma retoma a nota de boa conduta em alguns níveis e introduz punições mais severas para quem for considerado indisciplinado.

Criada na Itália no início do regime fascista de Benito Mussolini (1883-1945) pelo então ministro Giovanni Gentile, no cargo de 1922 a 1924, a regra da nota de comportamento, em diversas versões, vigorou até 1977, ressurgiu em 2008 e havia sido abolida parcialmente em 2017. Agora, além de ser readotada no ciclo equivalente ao ensino fundamental 2, terá efeito maior para o ensino médio.


O ministro da Educação da Itália, Giuseppe Valditara, participa de um comício do partido de ultradireita Liga em Pontida, no norte do país. Na placa, se lê a frase 'defender as fronteiras' - Piero Cruciatti - 6.out.24/AFP
Entre as medidas em vigor está a possibilidade de o aluno repetir o ano se receber nota de comportamento inferior a 6, independentemente das demais disciplinas. Para aquele que tirar nota 6, são previstas atividades de recuperação em educação cívica, como um texto sobre "cidadania ativa e solidária".

A reforma é uma iniciativa do ministro da Educação e do Mérito, Giuseppe Valditara, do partido Liga, de ultradireita. "Representa um passo fundamental para a construção de um sistema escolar que responsabilize os jovens e devolva autoridade aos docentes", disse ele após a aprovação do texto.

A mudança conta com o apoio da associação nacional de diretores de escola. Como justificativa, são citados casos de comportamento considerados graves e incomuns, como atos de violência contra dirigentes e professores. A nova lei prevê multas de € 500 a € 10 mil (R$ 3.000 a R$ 60 mil) para quem comete crimes de agressão contra funcionários de institutos de educação.

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Por outro lado, a reforma é criticada pela União dos Estudantes e por políticos da oposição, que classificam a medida de autoritária e de retrocesso. "É uma reforma de segurança. Não incide muito no processo educativo, a não ser pela punição", diz Cristiano Corsini, professor de pedagogia e avaliação escolar da Universidade Roma Tre. "A nota de conduta tem raízes no fascismo e também faz referência ao ambiente carcerário —quem tem boa conduta recebe benefícios."

Para o professor, "avaliar comportamento é diferente de dar nota para comportamento". "Avaliar significa poder melhorar, construir uma relação de respeito às pessoas e às regras. Dar uma nota de conduta é uma visão autoritária."

Um dos pontos críticos do texto é o uso de números na avaliação, em vez de conceitos. "Isso dá impressão de objetividade e precisão. Parece algo científico, mas frequentemente não é", diz Corsini. A avaliação do comportamento será realizada por um grupo de professores e já vale para o ano escolar recém-iniciado.

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Outro tópico controverso, segundo especialistas, é que o mau comportamento vai pesar mais sobre a avaliação final de quem conclui o ensino médio. Mesmo se o aluno obtiver notas altas em todas as outras disciplinas, se receber menos que 9 em conduta não poderá se formar com a avaliação geral máxima.

Na visão de Corsini, isso dá ao docente um excesso de poder. "Ele pode condicionar a carreira universitária, por exemplo, de um estudante que tenha levantado a mão para expressar uma opinião crítica. A avaliação foi concebida como uma arma, não como um instrumento para melhorar as atividades."

Desde que assumiu, há dois anos, o governo da primeira-ministra Giorgia Meloni adotou uma série de medidas linha-dura na segurança. Poucos dias antes de a reforma escolar virar lei, em 25 de setembro, outro projeto foi aprovado na Câmara com novos crimes e penas mais severas para, entre outras coisas, quem protesta dentro de presídios ou bloqueando ruas, como os ativistas climáticos costumam fazer na Itália. O texto foi para o Senado.
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