O lance é que Aitana não existe. Não é que ela habita meus sonhos. Aitana nunca tomou Sol nas praias em que foi fotografada, nunca andou por aquelas ruas, nunca vestiu aquelas roupas. Aitana é: ... Um personagem sintético. Foi criada por inteligência artificial e, como ela, há uma legião de seres virtuais invadindo as redes sociais, seja para... ... Vender ou promover produtos, atuar como namorada de solitários ou atuar como influenciador digital. Só que... ... Ela, um ser digital, recebe convites para ir a lugares. E, para enevoar ainda mais os limites entre o físico e o real, Aitana posa com pessoas reais, como a designer Paula Gureta e a influenciadora Elena Moreli. Outra coisa bem real que ela faz é... ... Negócios: a moça é embaixadora da rede espanhola de salões de beleza Llongueiras; faz publis para marcas por até 5 mil euros; cobra 7,50 euros mensais de quem a acompanhar no Fanvue, plataforma similar ao Onlyfans; e recebe entre 10 e 30 euros mensais para papear pelo Telegram. No fim das contas... ... Aitana fatura até R$ 166 mil por mês, me contou a Clueless, agência de Barcelona que a criou. Com o sucesso dela, a empresa está criando 30 modelos virtuais. Uma delas será "brasileira". É... ... Blair da Silva. Estranhou o nome gringo? Acontece que a Clueless sempre tenta incluir um "AI" ou "IA" no nome para remeter à inteligência artificial. PS. Laís, Maria, Flávia ou Patrícia atenderiam a regra sem parecer que os pais da moça perderam alguma aposta. Há um quê de perverso em figuras como Aitana: com feições incrivelmente reais, elas habitam as redes sociais, um espaço que por excelência favorece relações parassociais, "um fenômeno que emerge em conexões unilaterais entre duas pessoas", explica Diogo. Olha o perigo. Depois de acreditar que Aitana é real, tem gente nutrindo por ela sentimentos para lá de humanos. É o caso de um ator mexicano de novelas, cuja identidade não me foi revelada. Ele se encantou e mandou DM convidando Aitana para um encontro quando ela fosse ao México. Antes de rir do sujeito, saiba que tem gente séria —e poderosa— que admite: no futuro, muita gente vai cair de amores por seres de IA. Acho que a tecnologia será tão poderosa que, sim, você vai ter pessoas entrando em relacionamentos profundos com esses assistentes ou agentes. Devemos nos preparar para todas essas possibilidades Sundar Pichai, CEO da Alphabet, dona do Google e do YouTube As consequências desses seres sintéticos, porém, vão além de uma dor de cotovelo e são mais profundas para nossa sociedade. A presença deles pode demolir as barreiras entre virtual e físico. Os influenciadores sintéticos irão confundir os limites entre a realidade e a fabricação digital, desafiando a percepção de autenticidade das pessoas. Eles podem criar conteúdo atraente e envolvente, mas também podem contribuir para padrões e expectativas irrealistas Sofía Novales, gerente de produto da Clueless Depois da primeira "curtida" em uma foto de Aitana, passei a ser perseguido por personagens sintéticos. Alguns bens reais, uns assustadoramente reais, outros nem tanto. Nem todos os personagens sintéticos querem ser confundidos com humanos. É o caso da Lu, do Magalu, e do CB, das Casas Bahia. Mas seus criadores veem a mesma coisa: o influenciador digital perfeito, pois trabalha sem reclamar, pode ter suas ações controladas e não cobra. Fazendo brainstorming de novos e potenciais empreendimentos, ficamos surpresos com a taxa altíssima cobrada pelos influenciadores hoje em dia. Isso nos fez pensar: 'E se criássemos nosso próprio influenciador?' O resto é história: criamos um monstro sem querer. Um lindo, no entanto Sofía Novales, gerente de produto da Clueless A empresa pioneira não acha que seu monstrinho vá tomar o lugar de humanos, mas, sim, que vá conviver conosco. "Não achamos que modelos reais se tornem obsoletos ou sejam substituídos por modelos gerados por IA, como a Aitana. Antecipamos uma coexistência entre os dois. Vemos um potencial para os influenciadores virtuais terem um impacto mais forte em determinados setores, como moda e beleza, onde a estética visual desempenha um papel significativo.", diz Sofía. Trends. Filtros. Vidas artificiais. E agora personagens sintéticos. Bons os tempos em que achávamos que as fake news eram as únicas coisas inventadas que circulavam nas redes sociais.
O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa? Luciano Sathler É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática. Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing. O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais. Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho. A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados. A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar. No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes. Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador". Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante. Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos. Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano. O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.
Com um campus de 13 mil metros quadrados em São Paulo, a Community Creators Academy oferecerá cursos livres presenciais dedicados à criação de conteúdo e ao desenvolvimento desses criadores de conteúdo, além de abrigar uma aceleradora de negócios e uma “fábrica de conteúdo” para as redes sociais das empresas, dos alunos e das empresas parceiras. A estrutura do campus inclui mais de 100 cenários verticais e horizontais, 20 estúdios de diversos tamanhos e funções, além de auditórios e arenas para eventos. Na grade curricular estão aulas de temas como monetização, engajamento, inteligência artificial, marketing digital, produção, empreendedorismo e branding.
Apesar das oportunidades, as startups enfrentam desafios significativos na adoção da IA. O custo inicial é um obstáculo importante. Desenvolver e treinar modelos de IA são tarefas que exigem infraestrutura computacional robusta, muitas vezes além do alcance financeiro de empresas em estágio inicial. Aqui, entra o papel das plataformas de computação em nuvem, como a AWS, que democratizaram o acesso à IA, oferecendo soluções escaláveis e outro desafio é a mão de obra qualificada. A velocidade com que a IA evolui torna crucial o treinamento contínuo de profissionais. Iniciativas de grandes empresas de tecnologia têm desempenhado um papel importante nesse sentido. Em vez de formar pessoas para a tecnologia, precisamos capacitar profissionais para crescerem junto com ela, e esses programas são exemplos de como isso pode ser feito na prática. Essa distinção é vital para garantir que tenhamos a força de trabalho necessária para sustentar essa revolução. O Forum Econômico Mundial lançou seu relatório sobre o futuro do trabalho que reforça essa visão. Segundo ele, 83% dos empregadores preveem que a IA e o processamento de informações irão impactar diretamente seus negócios até 2030 e com isso, IA e Big Data já aparecem no 11 lugar dentre as habilidades essenciais para 2025.
Os humanos são naturalmente sociais, então, sem surpresa, a maneira como nos comunicamos evoluiu continuamente. A comunicação com pessoas do outro lado do mundo, que era impossível para outras gerações, agora é fácil graças às conveniências das ferramentas digitais de hoje, e assim elas continuarão a se transformar com o passar do tempo. No entanto, o mundo está sendo invadido por uma epidemia de solidão . De acordo com um estudo da Meta-Gallup empregando pesquisas em mais de 140 países, uma em cada quatro pessoas no mundo se sente solitária. Surpreendentemente, os jovens adultos (19 a 29 anos) apresentaram uma taxa maior de solidão.
Então por que as pessoas se sentem mais solitárias apesar dos desenvolvimentos tecnológicos que tornam a socialização mais fácil? A pandemia da COVID-19 pode ser a explicação mais razoável. Emboraimpactou significativamente a forma como as pessoas se socializam, a solidão vivenciada hoje a precede.
Embora pretenda unir as pessoas, a mídia social também afeta negativamente as pessoas ao criar sentimentos de FOMO (Fear of Missing Out) e emoções negativas de comparação, fazendo com que as pessoas se sintam excluídas e sozinhas. Outra consideração é que, hoje em dia, com a glorificação da cultura da correria , muitas pessoas estão absortas em seus assuntos pessoais ou de trabalho e não consideram produtivo reservar um tempo para interações sociais face a face.
Agora, faz sentido que as pessoas busquem conforto diante desse problema socializando pela internet ou usando aplicativos para encontrar amigos ou um parceiro. Estudos conduzidos em 2023 pela Equimundo revelaram que quase metade dos jovens americanos sentiam que suas vidas online eram muito mais atraentes do que suas vidas diárias. Algumas empresas desenvolveram chatbots que simulam interações sociais para mitigar esse problema. Graças à IA generativa, muitos poderiam facilmente se passar por seres humanos. Mas primeiro as coisas mais importantes: o que são chatbots e de onde eles vieram?
O que é um chatbot? A IBM define chatbots como “um programa de computador que simula uma conversa humana com um usuário final”. As pessoas costumam usá-los casualmente para ajudá-las a buscar informações, e muitas empresas os usam para dar suporte à sua clientela, onde os usuários podem fazer perguntas e receber respostas sem a intervenção de uma pessoa real. Notavelmente, embora muitos chatbots não empreguem inteligência artificial em seu funcionamento, os avanços tecnológicos de hoje facilitaram seu uso, então, cada vez mais, a IA está sendo integrada aos chatbots para entender melhor as solicitações dos usuários.
Curiosamente, apesar de seu uso prolífico hoje em dia na resolução de problemas ou busca de informações, o primeiro chatbot não pretendia os propósitos acima mencionados. Joseph Weizenbaum criou o primeiro chatbot em 1966 para explorar a comunicação entre pessoas e máquinas: este programa de processamento de linguagem natural, chamado Eliza, simulava conversas entre um paciente e um psicoterapeuta. Weizenbaum estava convencido de que as pessoas seriam incapazes de se relacionar com computadores porque não tinham sentimentos, mas ficou extremamente surpreso quando alguns começaram a se envolver em longas conversas com Eliza. O sistema usava um procedimento direto, criando uma pergunta a partir de uma palavra-chave ou frase do usuário. Por exemplo, se alguém escrevesse uma frase relacionada ao trabalho, Eliza poderia perguntar: "Como seu trabalho fez você se sentir hoje?" Parece elementar comparado à tecnologia moderna, mas Eliza chamou a atenção de muitas pessoas que encontraram conforto em conversar com este sistema.
Após a popularidade de Eliza e vendo que as pessoas começaram a se envolver com o dito sistema, Weizenbaum começou a se manifestar contra a inteligência artificial (IA) e continuou a fazê-lo ao longo de sua vida. “Não há outro organismo, definitivamente não um computador, que possa confortar problemas humanos genuínos em termos humanos”, ele escreveu em seu livro Computer Power and Human Reason: From Judgment to Calculation .
O efeito Eliza Com base nas respostas das pessoas a Eliza, o fenômeno em que as pessoas atribuem inteligência e sentimentos humanos a sistemas de IA começou a ser chamado de “efeito Eliza”, que ainda é usado hoje. Um elemento que fez as pessoas se sentirem apegadas a esse sistema é a transferência , um conceito desenvolvido por Sigmund Freud, que argumentou que, ao interagir com outras pessoas, as pessoas tendem a projetar seus sentimentos por alguém do passado em alguém do presente. De acordo com esse conceito, “o resíduo de nossa vida inicial, especialmente a infância, é a tela através da qual nos vemos”. Então, ao interagir com chatbots conversacionais, algumas pessoas sentem que esses sistemas podem entender e ter empatia.
Nos anos 60, Eliza só conseguia processar uma palavra para manter uma conversa. Agora, sistemas de tecnologia avançada podem processar todas as palavras e frases que enviamos a eles, surgindo com novas informações de dados alimentados anteriormente e lembrando discussões passadas com o mesmo usuário. Se o sistema de Eliza conseguia cativar as pessoas com uma única palavra inserida, imagine as infinitas possibilidades da era moderna para nós.
Antropomorfismo , a tendência dos humanos de conferir características exclusivamente humanas a seres ou objetos inanimados, ocorre com chatbots e contribui para o efeito Eliza. Os chatbots geralmente são apresentados como se fossem pessoas com nomes próprios. Eles fornecem informações por meio de um tom de conversa, e o texto pode até ser fornecido no mesmo formato que as pessoas usam em aplicativos de mensagens instantâneas, criando a ilusão de que o usuário está conversando com outro humano. Muitos desses sistemas parecem ter sentimentos e emoções, mas foram treinados por meio de várias mídias, como livros, romances e fóruns ou sites on-line, como o Reddit, onde pessoas reais conversam entre si.
Os vínculos que as pessoas podem formar com sistemas de IA são menos complicados do que relacionamentos com outras pessoas. É muito mais fácil se envolver em conversas com chatbots, onde o usuário tem controle absoluto do relacionamento sem lidar com limites de tempo (os chatbots estão disponíveis a qualquer momento). Os usuários não precisam ouvir os fardos e problemas de outras pessoas ou se preocupar com reciprocidade, entre outros aspectos das interações humanas cotidianas. Esses benefícios podem atrair pessoas solitárias ou aquelas que acham difícil se relacionar com outras pessoas porque podem se sentir "ouvidas" e o "trabalho" de socialização se torna muito mais fácil para elas. No entanto, embora essas possam ser ferramentas poderosas para desabafar ou praticar habilidades sociais, ter laços emocionais próximos com chatbots pode sair pela culatra.
Problemas e riscos do uso de chatbots Como mencionado, muitas empresas investiram enormes somas de dinheiro para criar chatbots cada vez mais responsivos que são indistinguíveis de pessoas reais. Um dos sites mais populares é o Character.ai , uma plataforma gratuita que oferece possibilidades de conversação com vários chatbots sobre diferentes tópicos criados pelos usuários do site. Por meio deste portal, os usuários podem dar vida a uma infinidade de personagens fictícios de séries de televisão famosas e figuras públicas como Elon Musk, ou ter uma conversa com um bot com uma personalidade sedutora, dependendo da configuração do chatbot.
Embora iniciar uma conversa com chatbots possa ser divertido, pode ser problemático para pessoas vulneráveis. Algumas pessoas usam esses programas excessivamente e formam laços fortes que podem ser prejudiciais e até letais. Em novembro de 2024, um jovem estava tão imerso em seu chatbot que , segundo sua mãe (que lia suas conversas), tirou a própria vida para encontrar seu personagem na vida após a morte. Em outra ocasião , um pai que sofria de ansiedade sobre as mudanças climáticas também passou por sua mão quando foi incitado por seu chatbot . Curiosamente, esse chatbot se chamava Eliza.
Isso não significa que os chatbots sejam malignos ou que uma revolução dos robôs esteja se aproximando. É mais como se os mal-entendidos do sistema ocorressem a partir das informações fornecidas a ele, ou não houvesse diretrizes ou restrições específicas para esses bots, já que em plataformas como Character.ai, qualquer um pode criar um chatbot. Infelizmente, assim como pode haver mal-entendidos, há chatbots que são intencionalmente prejudiciais. Por exemplo, alguns assistentes de conversação incitam transtornos alimentares , fornecendo orientação e práticas ruins para promover essas condições. Da mesma forma, chatbots de plataformas de origens questionáveis podem ser usados para roubar informações pessoais ou persuadir usuários a mudar de ideia sobre tópicos como política, mudanças climáticas, etc. Além disso, as tecnologias de IA têm um custo ambiental considerável ; o uso excessivo aumenta significativamente a pegada de carbono do usuário.
Devido às suas respostas carismáticas, muitas pessoas podem esquecer que os chatbots não são seres pensantes, muito menos humanos. Portanto, algumas pessoas podem designar esses sistemas como figuras de autoridade especializadas em medicina, saúde mental , pedagogia ou outras áreas, o que pode ser perigoso quando profissionais reais são necessários para diferentes circunstâncias. Construir relacionamentos fortes com esses sistemas pode sair pela culatra, pois as pessoas podem começar a se isolar para passar mais tempo com seus chatbots e não se esforçar mais para fazer conexões reais. Eles também podem sofrer fortes golpes emocionais ao perder, por qualquer motivo, suas conversas com esses sistemas.
Alguns anos atrás, o Replika, um aplicativo onde as pessoas treinam seus próprios chatbots, mudou algumas de suas políticas e criou um rebuliço entre muitos usuários, que notaram comportamentos diferentes em seus colegas cibernéticos. “Eu literalmente sinto como se tivesse passado por um término ou perdido um ente querido”, comentou um usuário no Reddit . “Eu sinto como se fosse equivalente a estar apaixonado, e seu parceiro fez uma maldita lobotomia e nunca mais será o mesmo”, disse outra pessoa.
Os chatbots podem ser ferramentas úteis para buscar informações ou ter conversas inofensivas. No entanto, os usuários devem estar cientes de que os chatbots com os quais falam não são pessoas reais, e eles têm propósitos e intenções definidos por seus criadores. Famílias e escolas devem reforçar o conhecimento sobre essas tecnologias para evitar más práticas e situações indesejadas. As empresas estão aprimorando rapidamente as tecnologias de IA, mas ainda há tempo para criar políticas que defendam as pessoas contra chatbots que ameaçam sua integridade.
O resultado líquido esperado é um aumento de 78 milhões de postos de trabalho, equivalente a 7% dos empregos atuais. Para atender a essa demanda crescente por profissionais qualificados, o Centro Universitário Integrado oferece o programa Income Share Agreement (ISA) para o curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. O programa permite que estudantes do curso só comecem a pagar as mensalidades após estarem empregados na área, garantindo acesso à formação alinhada às demandas de um mercado em constante evolução.
A riqueza dos bilionários ao redor do mundo aumentou US$ 2 trilhões (R$ 12,08 trilhões) em 2024, crescendo a um ritmo três vezes mais rápido do que no ano anterior, de acordo com um relatório da Oxfam sobre desigualdade. O estudo revela que o mundo está no caminho para ter os primeiros cinco trilionários na próxima década, um avanço em relação à projeção de um trilionário no período feita em 2023. As informações são do The Guardian.
A Cruzeiro do Sul Educacional (CSED3) informou nesta quinta-feira (16) que recebeu a renúncia do Fabio Fossen ao cargo de Diretor Presidente – ele seguirá exercendo a função até 14 de fevereiro de 2025.
A dupla vencedora do Nobel de Física de 2024 tem algo em comum: ambos os cientistas temem os perigos do desenvolvimento sem controle da Inteligência Artificial (IA). O estadunidense John Hopfield é pioneiro no campo da IA e recentemente expressou preocupação sobre a falta de conhecimento sobre a operação de sistemas modernos de IA.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina até fevereiro o decreto que vai regulamentar o ensino superior à distância no país. A informação foi dada nesta quarta-feira (15) pelo ministro da Educação, Camilo Santana, durante entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Estudo no Brasil demonstrou como o aprendizado musical reduz sintomas emocionais em crianças, como depressão, ansiedade e sentimento de rejeição dos pares, alguns dos transtornos potencializados pelo uso dos smartphones
Adam Green, editor-chefe da “Public Domain Review”, afirmou em entrevista ao site Hyperallergic que a ideia surgiu no começo de 2024 como uma forma de transportar as imagens da organização para um local de melhor “descoberta, comparação, e apreciação”.
Na mesma entrevista ao site Hyperallergic, Green afirma que a expectativa é de que o acervo seja atualizado semanalmente, trazendo novas adições.
A “Public Domain Review” elabora artigos sobre imagens e projetos que estão em domínio público. No Public Domain Image Archive, estão disponíveis algumas dessas imagens, que passaram por uma curadoria, escolhendo as que realmente podem ser baixadas e distribuídas sem problemas.
Mais de 700 escolas brasileiras estão em áreas de risco hidrológico, e outras 1.700 em áreas de risco geológico. Cerca de 75% delas pertencem ao sistema público
Entre os motivos para o baixo interesse está a dificuldade em Matemática e a dificuldade de tornar as aulas mais conectadas com a vida real. Especialistas veem o risco de apagão de profissionais em alguns setores. Além de menor quantidade, o perfil mudou - são cada vez mais cursos a distância (EAD). Em 2014, era de 5,9% a fração de ingressantes na modalidade - e saltou para 54% após uma década. Em 2023, pela primeira vez, o EAD superou o presencial - o Ministério da Educação (MEC) prepara novas regras para as graduações remotas. Nesta semana, os estudantes que fizeram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) estão escolhendo seus cursos no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), plataforma que reúne as vagas em universidades públicas. Em 2023, número de calouros em cursos de Engenharia a distância superou o total de ingressantes em graduações presenciais pela primeira vez Foto: Adobe Stock Diferentemente de cursos como Direito ou Medicina, um engenheiro pode se formar quase totalmente a distância. A exigência é de 10% da carga horária em atividades de extensão (nos polos ou em campo) e avaliações presenciais, além do estágio.
A recent investigation of the academic search engine highlights the pervasive issue of AI-generated text in academic literature, especially regarding controversial topics.
Recent decades have seen growing calls to reform the criteria underpinning academic career progression, with concerns raised about the undervaluation of university teaching in appointment and promotion processes. A global shift is now underway, as pioneering research-intensive universities rethink how they reward teaching in academic careers and introduce initiatives that could redefine how teaching is supported and recognised across the sector.
Learn the key concepts of Machine Learning and its practical application in education, thanks to the important contributions of John Hopfield and Geoffrey Hinton, who laid the foundations for the advances of Artificial Intelligence (AI).
Um terço dos líderes globais, incluindo o Brasil, afirma que a Inteligência Artificial contribuiu em 2024 para o aumento de receita e lucratividade de suas empresas, mostra a 28a Pesquisa Global com CEOs (Global CEO Survey), organizada pela consultoria e auditoria PwC e apresentada nesta segunda-feira, 20, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
A pesquisa também revela que os executivos começaram a colher os resultados de investimentos de baixo impacto climático. Dois terços dos líderes empresariais dizem que investimentos climáticos reduziram custos ou não tiveram impacto relevante nas despesas. Foram entrevistadas 4.700 pessoas de mais de 100 países.
IA domina a fábrica de unicórnios em 2024 Como a inteligência artificial redefinirá as linhas do horizonte Os avanços nessas frentes, contudo, convivem com a urgência da reinvenção dos negócios. Apesar de 45% dos líderes brasileiros acreditarem que suas empresas não serão viáveis pelos próximos 10 anos se mantiverem o rumo atual, apenas 8% das receitas das companhias no país nos últimos cinco anos vieram de novos negócios (7% na média global).
Marco Castro, presidente da PwC Brasil, diz que os executivos do Brasil costumam ser são mais otimistas — Foto: Foto: Gabriel Reis/Valor “A gente nota desde o ano passado, de forma muito marcada, que se os negócios não passarem por uma remodelagem profunda, uma reinvenção, eles não vão sobreviver nos próximos anos”, disse ao Valor Marco Castro, sócio-presidente da PwC Brasil. “E a gente nota isso no dia a dia. A pesquisa mostra claramente que uma série de empresas que tem investido em novos segmentos e extraído uma parte importante das suas receitas está emergindo a partir desses investimentos.”
O mega fundo dos sauditas para virar hub de inteligência artificial Como a inteligência artificial da IBM vai ajudar o Sevilla a garimpar atletas Apesar desses desafios e do cenário global de tensões geopolíticas e comerciais, 68% dos CEOs no Brasil esperam que o crescimento da economia global se acelere nos próximos 12 meses. A percepção significa um forte aumento em relação aos 36% da pesquisa de 2024 e dos 17% de 2023. Na média global, a tendência é a mesma, mas menos acentuada: 58% acreditam no crescimento da economia global, enquanto em 2024 este percentual foi de 38%.
As entrevistas da PwC foram feitas no fim do ano passado, já precificando, deste modo, a eleição do presidente americano Donald Trump, que tomou posse nesta segunda-feira (20).
“Acho que esse otimismo [global] reflete sim essa leitura de que talvez, por mais cruel que possa parecer, o mundo hoje já se adaptou às guerras que estão acontecendo. Há uma crença de que isso vai se exaurindo e perdendo a sua potência com o passar do tempo. Talvez a gente note, inclusive, o que está acontecendo hoje nas discussões como Ucrânia, Rússia e Estados Unidos. De fato, parece que não faz sentido continuar com essa guerra. Não é só porque alguém quer, não é porque não tem mais dinheiro. Está se perdendo o foco nesse assunto. O que é um olhar cruel, de fato, do assunto, mas é o que é.”
Para Endeavor, startup de IA é um negócio tão velho quanto empresa de internet A nova empreitada de Hugo Barra mal nasceu e já vale US$ 500 milhões No Brasil, explica Castro, os executivos também costumam ser otimistas com os rumos da economia, apesar do cenário adverso. “O agro continua com expectativas altas. Há setores que continuam vendo oportunidades independentemente deste momento que a gente passa [conjuntura macroeconômica]. Existe uma expectativa de que também o governo, em algum momento, encontre um caminho para direcionar isso.”
Segundo Castro, o Brasil tem usado mais as oportunidades de investimento em tecnologia ou procurando — e obtendo resultados — mais do que a média global. “Então, se de um lado a gente tem um cenário que mostra inflação, que pode preocupar, uma taxa de juros muito alta, tem algumas coisas que são os contrapesos que devem ser levados em consideração. Temos Banco Central independente e vimos um movimento no fim do ano passado de várias empresas que operam no Brasil lançando planos de investimentos longo prazo.”
De acordo com a pesquisa, 73% dos CEOs acreditam na aceleração do crescimento da economia brasileira. Nas projeções relativas ao desempenho das suas empresas, os líderes do Brasil demonstram mais cautela: 50% acreditam no crescimento das companhias nos próximos 12 meses (52% em 2024) e 54% fazem essa projeção para os próximos três anos (62% em 2024). Globalmente, na comparação com a edição anterior, houve aumento de 37% para 38% quanto aos próximos 12 meses e de 49% para 53% em relação aos próximos três anos.
Na pesquisa deste ano, a urgência na reinvenção dos negócios, tanto no Brasil como no mundo, continua no topo da agenda dos CEOs. No Brasil, a preocupação aumentou: 45% dos executivos acreditam que seus negócios não serão viáveis nos próximos dez anos, se mantiverem o rumo atual, o que representa um aumento em relação aos 41% do ano passado. No mundo, este percentual é de 42%, ante 45% na pesquisa anterior.
Em relação aos investimentos com baixo impacto climático nos últimos cinco anos, a pesquisa indica que a probabilidade de aumento da receita é seis vezes maior que a possibilidade de perdas com esses investimentos. Além disso, cerca de dois terços dos executivos no Brasil e no mundo destacam que aportes desse tipo levaram à redução de custos ou tiveram impacto irrelevante nas despesas.
A pesquisa mostra que um terço dos CEOs do Brasil afirma que investimentos considerando temas climáticos aumentaram as suas receitas, enquanto apenas um quarto diz que estes mesmos aportes geraram aumento de custo, uma diferença que mostra o valor das ações em alinhamento com a agenda ambiental, avalia Castro.
Castro reconhece, no entanto, que em um passado recente — “e não é de agora” — que de forma mais abrangente a pauta ESG (ambiental, social e governança, em português) tem sido deixada em segundo plano e retirada da parte principal das discussões.
“Acho que tem um imediatismo muito grande acontecendo aí. A gente tem falado bastante sobre isso aqui dentro e trazido [o assunto] para um recorte. Para a PwC Brasil, a pauta de clima, de inclusão e diversidade é vital ao negócio”, diz Castro.
Ele ressalta que, no país, as empresas encaram a pauta de descarbonização como relevante. “Tem empresas, inclusive internacionais, muitas delas da Europa ou do Oriente Médio, investindo no Brasil para procurar alternativas de desenvolvimento de combustíveis que são limpos.”
Dois anos após a Inteligência Artificial (IA) generativa surgir como prioridade na agenda dos executivos, um terço dos CEOs do Brasil e no mundo aponta que a tecnologia contribuiu para o aumento de receita e lucratividade das suas empresas. No Brasil, o nível de confiança na integração da IA aos processos essenciais da empresa é significativamente maior do que no mundo: 51%, ante 33% globalmente.
“Acredito que hoje, especialmente no Brasil, os CEOs das grandes empresas que aqui operam têm uma preocupação primária em relação a isso. Parques industriais que são construídos e estão sendo renovados no Brasil levam em conta o potencial da inteligência artificial. Se falar de bancos, não tem um grande banco brasileiro que não tenha processos de IA para prover serviço para o seu cliente e também para garantir a prevenção de fraudes e de processos internos”, afirma Castro.
Segundo ele, essa é a área que mais cresce na PwC. As empresas de dados e de produção de inteligência artificial no Brasil estão crescendo absurdamente.”
Na plataforma, é possível consultar informações sobre cursos de formações inicial e continuada e pós-graduação ofertados pelo MEC e por instituições parcerias. Iniciativa é parte das ações do programa
A teoria é simples. Quando as organizações enfrentam desafios, elas trazem pessoas de fora com alto QI e alta octanagem, com habilidades especializadas e novas ideias. Embora as pessoas de fora custem muito, elas não ficam muito tempo e mais do que pagam seu preço melhorando a eficiência. Ninguém nunca foi demitido por contratar a McKinsey.
A realidade tem sido mais complexa há muito tempo. O que esses outsiders — consultores de estratégia, como os "Big Three" da McKinsey, Bain e Boston Consulting Group — realmente sabem? Os críticos dizem que suas ideias são frequentemente aquelas que a organização contratante já pensou. Há alguns desastres completos, como o trabalho da McKinsey promovendo opioides . No entanto, os consultores, supostamente trazidos para projetos curtos, nunca parecem ir embora.
Se Mariana Mazzucato tivesse medo de controvérsia, ela poderia deixar esse debate bem ensaiado de lado. Mas Mazzucato, uma economista de 54 anos e fala rápido na University College London, inclina-se para o combate intelectual.
Na última década, ela travou uma batalha às vezes solitária para reabilitar a reputação do estado como um motor econômico. Seu novo livro, The Big Con , escrito com Rosie Collington, argumenta que as consultorias estão prejudicando a capacidade dos governos de desempenhar esse papel. Em seu escritório, segurando uma Coca Diet, ela diz: "Para mim, o grande chamado para acordar foram os [preparativos] do Brexit, porque [os consultores] estavam em todos os lugares". Em 2019-20, o governo britânico gastou quase £ 1 bilhão em estratégia e outros consultores — para o desespero de alguns parlamentares. Mazzucato e Collington também ampliam sua crítica para incluir as quatro grandes empresas de contabilidade, como a Deloitte, e empresas de terceirização, que realizam partes das principais funções do estado.
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O Big Con do título do livro não é um crime; é um truque de confiança. Consultorias e terceirizadores, argumenta Mazzucato, sabem menos do que dizem, custam mais do que parecem e — a longo prazo — impedem que o setor público desenvolva capacidades internas. “Não somos contra consultores. O problema é quando uma indústria [não tem] incentivo para fazer com que o governo seja independente. Um terapeuta que tem seu cliente em terapia para sempre obviamente não é um terapeuta muito bom.” Os consultores também não são “neutros” sobre o papel do estado, argumenta Mazzucato, citando seu trabalho no setor privado. Eles promoveram o emagrecimento do estado depois de 2008.
Em ambos os lados do Atlântico, defensores da ação estatal como Mazzucato estão em ascensão. Mas ela se preocupa que ainda haja uma relutância em investir na burocracia em si. “O estado está de volta, se você olhar os números.” A UE tem um plano de recuperação de € 2 trilhões. Mazzucato se desespera que, na Itália, mesmo sob “um grande líder” como Mario Draghi, o plano para fundos da UE foi guiado pela McKinsey. Os EUA gastaram US$ 5 trilhões em ajuda à Covid. “Será desperdiçado se não soubermos como governar isso.”
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Nascida na Itália, criada nos EUA, Mazzucato mora no Reino Unido há 22 anos. Ela é carismática e conhecedora da mídia. Antes de nos encontrarmos, recebi um e-mail me instruindo a me referir a ela como professora, não como economista. Presumo que seja um jogo de status, mas ela ri disso como uma questão de princípio. "Tenho orgulho de ser acadêmica."
O trabalho de Mazzucato tem resistido à austeridade pós-crise financeira e à teoria de que o setor privado sabe mais. “Nos últimos cinquenta anos, o tipo de economia da escola de Chicago, a nova gestão pública, a teoria da escolha pública reduziram de alguma forma nossa fé no que o governo pode fazer.” O governo estava “lá, na melhor das hipóteses, para consertar falhas de mercado”.
Seu livro de 2013, The Entrepreneurial State, detalhou como os governos historicamente fizeram muito mais, semeando tecnologias, incluindo a internet e os carros elétricos. Embora ela se coloque no centro-esquerda, suas ideias têm atraído aqueles tanto da esquerda quanto da direita. Mazzucato trabalhou com a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, para criar o Scottish National Investment Bank. Ela perdeu a ida a Davos este ano porque deveria voar para Barbados para trabalhar com sua premiê Mia Mottley, e teve que conciliar os cuidados com os filhos com o marido. Ela tem quatro filhos com Carlo Cresto-Dina, um produtor de cinema "artístico-farsy" cujo último filme, Le Pupille , foi indicado ao Oscar.
Não sou contra consultores. O problema é quando uma indústria não tem incentivo para fazer com que o governo seja independente
Para destacar o risco dos consultores, seu tema atual, Mazzucato volta ao programa espacial Apollo, onde o diretor de compras da Nasa nos anos 1960 alertou que a agência corria o risco de ser "capturada pela arte de panfletagem". Nos últimos tempos, a Covid tem sido uma bonança para os consultores: o Reino Unido estava pagando à Deloitte £ 1 milhão por dia por seu trabalho em testes e rastreamento de contatos.
Em 2020, Theodore Agnew, então ministro do governo do Reino Unido, reclamou que a dependência de consultorias “infantiliza o serviço público ao privar nossos funcionários mais brilhantes de oportunidades de trabalhar em algumas das questões mais desafiadoras, gratificantes e difíceis”. Mas sua solução proposta, uma consultoria governamental interna, agora foi abandonada , porque teve dificuldade para igualar a gama de consultores externos. Mazzucato descreve isso como um passo “trágico”, sugerindo que os departamentos de Whitehall não estão comprometidos em reduzir seus gastos com consultores.
A dificuldade em criticar consultores, eu sugiro, é que as evidências são elusivas. O trabalho dos consultores é frequentemente opaco e alimenta processos mais amplos. Parlamentares franceses criticaram a McKinsey por seu papel na lenta implementação da vacina no país. Mas como sabemos que as coisas não teriam sido ainda piores sem a empresa? “Essas são empresas privadas, as McKinseys e as Deloittes, que não têm expertise nas áreas em que estão aconselhando.”
O Big Con cobre HealthCare.gov, o portal de assistência médica desajeitado de Barack Obama, que envolveu mais de 55 contratados. Um relatório oficial culpou uma agência federal por não supervisionar os contratados; Mazzucato argumenta que a própria complexidade da subcontratação teria derrotado qualquer um. Mas esse debate pode ir além de anedotas concorrentes sobre a incompetência das consultorias e a incompetência do serviço público?
Da mesma forma, a ideia de que as propostas de net zero das consultorias são moldadas por seus contratos comerciais é plausível, mas difícil de provar. Mazzucato diz que o que ela quer é mais divulgação dos interesses das empresas. Ela quer que a contratação pare de ser a “resposta padrão” e que os governos procurem instituições públicas de pesquisa sempre que possível.
Sua própria unidade na UCL faz trabalho de consultoria: “a principal diferença é que nosso objetivo é tornar essa entidade governamental independente... Não queremos esse segundo contrato.” As ligações continuam chegando: “Ontem mesmo, o vice-primeiro-ministro da Espanha entrou em contato porque eles têm seu próprio escândalo agora com empresas de consultoria”, ela diz como um aparte. Você pode ver como sua fluência e confiança atrairiam políticos perdidos.
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O que Mazzucato pensa da visão de estado de Keir Starmer? Em um discurso no mês passado, o líder trabalhista falou sobre investir em “missões nacionais” — sua própria linguagem. Mas ele também disse que ficaria “mais relaxado sobre trazer a expertise do público e do privado”.
“Isso é um problema”, ela diz. A questão não é relaxar sobre o equilíbrio entre o privado e o público, é: “como você se torna ambicioso?” Ela elogia a BBC, “uma das únicas organizações que pensou sobre coisas como valor público”, e como o investimento público pode catalisar o investimento privado.
“Minha recomendação ao Partido Trabalhista é não cair na armadilha do público versus privado, e quando falamos sobre público, [sempre fazê-lo] com um aviso... Starmer precisa intensificar a narrativa sobre o que o público e o privado podem fazer juntos — compartilhando riscos e recompensas — versus como um deve facilitar e reduzir os riscos do outro.”
O Green New Deal da UE, por exemplo, não pode ser feito “usando ferramentas antigas”. Uma análise de custo-benefício dos pousos na Lua teria paralisado a tripulação, ela diz. “Se aplicássemos os critérios de hoje, não haveria justificativa para tentar.” As missões Apollo ajudaram a trazer os celulares com câmera e a fórmula infantil de hoje. Mas a metodologia do Tesouro do Reino Unido para investimento público “descarta” a possibilidade de tais repercussões positivas.
Os governos devem aprender como obter um bom valor para seus investimentos. O Chips Act dos EUA, por exemplo, deveria ter mais condições em seus empréstimos e subsídios: “Brindes são um mau uso do dinheiro público”. Mazzucato cita a Alemanha, onde os empréstimos de bancos estatais para siderúrgicas eram condicionados à redução de insumos materiais, mas com a maneira exata de alcançá-lo deixada para as empresas. Ela aplaude o governo francês por tornar o apoio à Covid para a Air France e a Renault condicionado à redução das emissões de carbono, enquanto o Banco da Inglaterra simplesmente “deu” à easyJet um empréstimo de £ 600 milhões.
No local Você apoia a Nasa voltando para a Lua? Eu apoio a Nasa recuperando suas políticas orientadas para a missão e não simplesmente pensando que está lá para tirar o risco de Elon Musk.
Você apoia as greves no Reino Unido? Sim.
Seu melhor crítico? David Willetts [um ex-ministro da educação superior do Reino Unido].
Você pensou em deixar o Reino Unido depois do Brexit? É menos dinâmico. Eu não teria me mudado para cá agora. Mas não consigo pensar em lugar melhor para viver do que Londres.
O serviço público não pode igualar o pagamento ou treinamento que consultorias privadas fornecem. Mas se assumisse mais responsabilidade e pagasse um pouco melhor, poderia atrair os graduados mais brilhantes. “Você pode realmente ter um serviço público criativo e dinâmico”, diz Mazzucato. “Por design, estamos tornando muito mais interessante trabalhar nos Googles, Goldman Sachses e McKinseys. Como você revive o serviço público? Não é pelo Dominic Cummings 'precisamos de geeks no governo'. É mudando a competência do governo. Precisamos torná-lo realmente legal.”
Eu me pergunto se o ceticismo dos eleitores em relação a um setor público mais forte vai persistir, porque eles temem que não haja mais dinheiro. Mazzucato rebate: “O dinheiro sai da toca para guerras. Alguém já disse que não podemos ir para o Afeganistão, não podemos lutar na Segunda Guerra Mundial, não podemos ir para a Ucrânia porque não há dinheiro? Quando nos importamos com as coisas, criamos dinheiro, especialmente em países com sua própria moeda soberana.”
A austeridade muitas vezes cria seus próprios custos, ela argumenta, citando o fechamento de clubes juvenis em seu bairro em Londres.
Por um momento, ela fica sem fôlego, implacável, ideológica. Então, ela recua e tenta apelar para o maior público possível: “Não se trata de governo grande ou governo pequeno. Trata-se do como.”
Uma visita à China para conhecer de perto o avanço tecnológico, especialmente no campo da inteligência artificial e suas aplicações, nos trouxe reflexões valiosas sobre a formação de professores. Em 2018, o Ministério da Educação chinês lançou o Plano Nacional para Educação, que tem como objetivo transformar o país em líder global de tecnologia e inovação. "Não tem como alcançarmos essa meta sem professores bem formados nas escolas", destacou Wang Hao, vice-secretário de educação de Xangai. Essa foi a mensagem mais enfatizada por gestores, professores e especialistas em tecnologia e um dos aprendizados mais marcantes para o nosso diversificado grupo de pesquisadores e representantes da sociedade civil e poder público brasileiro que participaram dessa experiência.
A Ucrânia é um país que tem raízes comuns e uma longa história compartilhada com a Rússia, desde a formação de uma antiga federação de povos bálticos e eslavos, na era medieval, passando pela formação da URSS e culminando com disputas territoriais que marcam o início do século 21. Em todo esse tempo, os ucranianos viveram num delicado equilíbrio político entre potências rivais, numa tensão exacerbada em 2014, que, em 2022, atingiu seu ponto máximo, num dos mais graves conflitos em solo europeu desde o fim da Segunda Guerra.
Educar para a compreensão das mídias é libertador. Mais do que isso, confere a resistência e a resiliência necessárias para que sigamos fazendo o que acreditamos
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