De janeiro até o início de abril, mais de 140 mil estudantes contrataram o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), de acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira pela presidente Dilma Rousseff. "Isso significa que vamos atingir quase o mesmo número de contratos, em quatro meses, do que tudo que fizemos no ano passado", disse. Atualmente, 500 mil universitários estudam graças à iniciativa.
O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa? Luciano Sathler É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática. Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing. O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais. Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho. A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados. A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar. No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes. Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador". Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante. Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos. Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano. O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.
Inteligência Artificial e Ética. Minha palestra a convite do Conselho de Ética Pública do Estado de Minas Gerais (Conset/MG), dia 10 de dezembro, durante o 15º Encontro Anual do Conset com as Comissões de Ética dos órgãos e entidades do Poder Executivo Estadual . No Auditório da Controladoria-Geral da União (CGU).
Tendo acatado total ou parcialmente 49 emendas, Eduardo Gomes apresentou parecer favorável ao Projeto de Lei (PL) 2.338/2023, na forma de um substitutivo que, ressaltou ele, prevê incentivos a serem ampliados ao longo do tempo.
O presidente da CTIA, senador Carlos Viana (Podemos-MG), defendeu uma política específica do governo federal para atrair investimentos no setor, que, segundo ele, já movimenta mais de U$ 4,5 trilhões para o armazenamento de dados.
— Apesar de nós estarmos ainda muito distantes de competirmos com aqueles que são os criadores da IA, o Brasil pode se tornar um grande receptor dessa tecnologia, pela energia limpa e pela nossa condição de segurança. Não há terremotos aqui, não há catástrofes que possam, em algum momento, levar risco a qualquer tipo de armazenamento. O Brasil precisa se posicionar como um grande player nessa área para atrair esses investimentos — disse Carlos Viana.
Ao apontar a complexidade do tema, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) elogiou a habilidade de Eduardo Gomes como relator, lembrando que, no linguajar sergipano, tal habilidade é chamada de “bordado”.
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Para além da tradicional inteligência artificial, adotada há bastante tempo, principalmente, pelo mercado financeiro, a B3 está intensificando seus projetos com IA generativa. Assim como diversas companhias, a Brasil, Bolsa, Balcão tem experimentado a tecnologia em iniciativas como de assistente virtual para educação financeira, para melhoria no atendimento ao cliente, para fazer a análise de sentimento de satisfação e na criação da plataforma B3 GPT, conforme revelou Marcos Albino Rodrigues, diretor de arquitetura, dados e inovação tecnológica da B3, em entrevista ao Convergência Digital.
Um modelo de compreensão de linguagem natural (NLU), que é a base de um sistema de IA conversacional, normalmente inclui quatro elementos-chave de medição: exatidão, precisão, recordação e algo chamado de “pontuação F1” (combinando precisão e recordação), que é considerada uma medida melhor. Vamos começar com exatidão. Isso se relaciona ao número de previsões gerais corretas. Quanto maior o número de previsões corretas, maior a classificação de precisão. A precisão, por sua vez, deriva do número de previsões positivas corretas.
Ao mesmo tempo, a recordação se relaciona a quantos dos casos positivos o classificador prevê corretamente sobre todos os casos positivos nos dados — também conhecido como sensibilidade. E, claro, a pontuação F1 surge das pontuações combinadas das classificações de recordação e precisão. Vale ressaltar que a análise de qualidade geralmente tem mais a ver com o quão bem o modelo de IA entende a linguagem natural do que com a medição de como a IA conversacional responde ao que foi perguntado.
Principal indicador usado internacionalmente para medir a desigualdade de renda, o índice de Gini mostra que o patamar se manteve sem alterações no Brasil na passagem entre 2022 e 2023, pelos dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice repetiu em 2023 a taxa de 0,518 observada em 2022. A taxa varia entre 0 e 1: quanto mais perto de 1, maior é a desigualdade. Embora mais conhecido, o Gini é apenas um dos indicadores para analisar a disparidade monetária em uma sociedade. Outras formas de mensurar as diferenças são a razão entre a renda dos 10% mais ricos e dos 10% mais pobres; a relação entre o rendimento dos 10% mais ricos e dos 40% mais pobres; a parcela da riqueza apropriada por cada grupo de renda; e a fatia da população por faixa de rendimento per capita em salários mínimos, por exemplo.
O mercado de cursos de medicina está encerrando o ano com cinco aquisições que, somadas, movimentaram em torno de R$ 2 bilhões, segundo dados divulgados pelos grupo de educação envolvidos nas transações e estimativas do mercado. Entre os compradores estão a Yduqs, Cruzeiro do Sul, Afya, Mubadala Capital e a rede europeia Galileo - representando, juntas, 1,2 mil vagas de medicina. A maioria dos ativos adquiridos vem de faculdades que abriram seus cursos de medicina por meio de liminar. Essas instituições conseguiram aprovação do Ministério da Educação (MEC) para operar fora do Programa Mais Médicos, que é o caminho oficial para ofertar essa graduação no país desde 2013. Com a judicialização, houve um aumento relevante na quantidade de cursos de medicina e hoje cada vaga é vendida por cerca de R$ 1,2 milhão - metade do valor de dois anos atrás. Nesta segunda-feira (9), a Yduqs anunciou a compra da Edufor, instituição de ensino com campi em São Luiz e Salvador e que possui 118 vagas de medicina. O valor da operação foi de R$ 145 milhões, o equivalente a R$ 1,2 milhão por vaga. Considerando que metade do negócio vai ser pago em cinco anos, o valor presente de cada cadeira de medicina cai para R$ 1 milhão. “Essa é uma operação que já gera caixa porque um dos cursos está no terceiro período. Não atrapalha nossa geração de caixa e afeta marginalmente nossa alavancagem”, disse Eduardo Parente, presidente da Yduqs, dona da Estácio. Das vagas de medicina, 58 foram autorizadas pelo MEC em junho de 2023 e as outras 60 receberam aval da pasta em agosto deste ano. Atualmente, há 179 alunos matriculados nessa graduação. Além disso, a Edufor tem mais 2,8 mil alunos de cursos presenciais, sendo 90% nas áreas de saúde e direito. Em junho, a Cruzeiro do Sul adquiriu a Fapi, de Curitiba, por R$ 184 milhões, pagando também R$ 1,2 milhão por vaga - até então, esse havia sido o menor valor já fechado no setor, mas passados poucos meses essa cifra já vem caindo. A Cruzeiro foi o primeiro grande grupo a comprar uma faculdade que entrou no mercado de cursos de medicina via liminar. Outros grupos vêm seguindo o mesmo caminho. Em outubro, dois grupos estrangeiros investiram nesse mercado. A rede europeia Galileo adquiriu o controle da Faculdade Multivix, do Espírito Santo, que possui 508 vagas de medicina. Segundo fontes, a transação foi avaliada entre R$ 750 milhões e R$ 1 bilhão, com cada vaga negociada na casa de R$ 1,5 milhão. Nesse valor, está precificada a operação de ensino a distância, um negócio que a Galileo atua e quer expandir. Questionada, a Faculdade Multivix informou que “a transação com o Grupo Galileo é privada. Nesse sentido, dados sobre valores não estão disponíveis”. Ainda em outubro, o Mubadala Capital, gestora de private equity (que compra participações em empresas) do fundo soberano de Abu Dhabi, comprou 100% da faculdade Inapós, de Pouso Alegre (MG), que tem 150 vagas de medicina, além de um tradicional curso de odontologia. Segundo fontes, a transação girou na casa de R$ 130 milhões. O Mubadala Capital nega o valor. As cifras negociadas também variam conforme o risco jurídico da operação. Em maio, a Afya - a única desse grupo que não opera com cursos abertos via liminar - pagou R$ 660 milhões pela Unidompedro, com 300 vagas na Bahia, o que representa R$ 2,2 milhões, por cadeira. A Unidompedro judicializou, mas não para driblar o Programa Mais Médicos. Ela havia pedido abertura do curso antes da aprovação da Lei dos Mais Médicos, em 2013, mas as vagas só foram autorizadas em 2020 e 2023. Em apenas seis meses, o MEC já aprovou mais de 3 mil vagas de medicina, cuja abertura foi pleiteada via liminar. Cerca de 1 mil vagas judicializadas já foram vendidas neste ano numa demonstração de que muitos entraram com pedidos de liminar com objetivo de vender os ativos e não necessariamente para operar uma faculdade de medicina. Os valores das vagas variam muito. Nos casos em que a pasta já deu o credenciamento de funcionamento, cada cadeira é negociada entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão. Mas há ainda outras centenas de vagas que aguardam autorização e já estão sendo ofertadas por R$ 600 mil, cada, em transações intermediadas por advogados, consultores e até corretor de imóveis. Essa diferença nos valores ocorre porque há o risco do curso ser negado pelo MEC. Diante da grande oferta de cursos de medicina, o valor das mensalidades vem caindo e mesmo aquelas faculdades que ainda não baixaram preço estão tendo dificuldades para preencher turmas e precisando recorrer a várias listas de chamada - algo impensável há poucos anos. Entre 2014 e 2022, a relação candidato vaga nos cursos privados de medicina caiu de 31,9 para 8,9, segundo a Associação Médica Brasileira (AMB). O valor médio da mensalidade de um curso de medicina é de R$ 10 mil, mas já é possível encontrar por menos de R$ 7 mil. Além disso, há promoções. A Faculdade de Medicina de Olinda (FMO), em Pernambuco, por exemplo, congelou o preço da mensalidades até dezembro de 2029. Até há pouco tempo, essa graduação conseguia reajustar a mensalidade acima da inflação.
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Nesta reportagem especial, desenvolvida em parceria com a Pearson, a Lupa conversou com dez especialistas no tema para que nos ajudassem a identificar tendências, expectativas e desafios da IA na educação em 2025. Entre os aspectos mais citados estão: alteração nas estruturas pedagógicas, ampliação da oferta e do interesse por letramento digital, bem como a necessidade de regulação e atenção aos riscos ligados a vieses algorítmicos.
A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) vai construir, a partir de uma doação no valor de R$ 35 milhões, um instituto de referência em ensino e pesquisa em inteligência artificial (IA). Doados pela organização filantrópica Fundação Behring, os recursos constituem a maior doação individual já feita desde a fundação da universidade, na década de 1940. Por detrás da iniciativa filantrópica está o engenheiro Alex Behring, ex-aluno da PUC-Rio e cofundador da empresa de investimentos 3G Capital, em conjunto com Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. O futuro Edifício Behring, de até seis andares, será construído no campus da Gávea, na Zona Sul do Rio, com laboratórios, salas de aula e um auditório, num total de 3.300 metros quadrados de área. Como parte do projeto, será criado um curso de bacharelado em IA que envolverá professores das áreas de matemática, informática e das engenharias elétrica e industrial. A previsão da universidade é de que a primeira turma do curso de graduação comece a ter aulas ainda no segundo semestre do próximo ano. Nos anos seguintes, a universidade planeja ofertar cem vagas por ano, com um amplo programa de bolsas de estudo. O prédio que abrigará a nova unidade só deve ficar pronto em 2027, mas enquanto as obras não são concluídas, os alunos do curso terão aulas em outras dependências da PUC-Rio. “Não é uma graduação a mais, mas é uma graduação que vai mudar as demais, porque, a partir dela, vamos estabelecer uma ligação com pesquisa em medicina, em direito”, exemplifica o reitor da PUC-Rio, padre Anderson Antonio Pedroso. O novo instituto tem como objetivo também desenvolver pesquisa avançada em inteligência artificial. “A ideia é criar um ambiente com infraestrutura de ponta formando uma comunidade interdisciplinar de pesquisadores e alunos de excelência”, explica o diretor-presidente da Fundação Behring, Lucas Giannini. Ele acrescenta que a intenção é constituir parcerias com universidades brasileiras e estrangeiras, além de empresas e outras instituições. “É uma graduação e um instituto [de pesquisa] que nascem juntos porque vão se retroalimentar. A pesquisa vai alimentar a graduação e a graduação, os alunos, também vão estar juntos da pesquisa”, diz o reitor da PUC-Rio. A ligação entre a Fundação Behring e a universidade é anterior ao projeto. Desde 2021 a organização filantrópica oferece bolsas de estudo a mais de 30 alunos da PUC-Rio. As contribuições de ex-alunos vêm sendo valorizadas (e buscadas) pela universidade, que em agosto lançou seu programa de “endowment” (doações). A meta é alcançar R$ 35 milhões no primeiro ano e R$ 500 milhões em dez anos. No caso da nova unidade, foram gastos dois anos de preparação que incluíram o trabalho de equipes pedagógicas para criar o curso de graduação em IA, assim como ajustes no ambiente jurídico e patrimonial da universidade. O projeto, que vinha sendo mantido sem qualquer divulgação ao longo dos últimos dois anos, chegou aos ouvidos do papa Francisco no fim de 2023. A novidade foi divulgada pelo reitor Anderson Antonio Pedroso num encontro no Vaticano, no fim do ano passado. “No dia 1º de janeiro de todo ano, o papa lança uma mensagem pela paz. Este ano, foi ‘Inteligência artificial e paz’. [...] Dias antes de ele lançar, em 28 de dezembro, já estava pronto o documento, e eu fui recebido por ele. Falei coisas boas, porque o papa tem de escutar coisas boas e não só problemas”, diverte-se Pedroso. Segundo ele, o papa ficou feliz com a novidade. “Vamos na linha do Pontificado do Francisco, que não tem medo da ciência”, acrescenta.
O projeto, em desenvolvimento por pesquisadores da PUC do Rio Grande do Sul, vai possibilitar a transcrição em tempo real de cada gesto feito por uma pessoa que se comunique por intermédio de Libras com um simples toque no celular. Coordenada pelo pesquisador Rodrigo Barros, da Escola Politécnica da PUC-RS, a iniciativa foi contemplada pelo Google Award for Inclusion Research, que premia pesquisas inovadoras com alto impacto social. Uma das partes do trabalho exigiu o desenvolvimento de redes neurais capazes de identificar as características dos sinais a partir de vídeos e traduzir essa representação em palavras equivalentes no português brasileiro.
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total de procedimentos clínicos e internações relacionados à ansiedade em pacientes de até 17 anos mais do que quintuplicou em oito anos no Estado de São Paulo. O número de registros passou de 2.607, em 2015, para 14.748 no ano passado, uma alta de 465%. Até setembro, último dado disponível sobre 2024, já haviam sido contabilizados 13.927 casos pela Secretaria de Estado da Saúde. Já as ocorrências ligadas a procedimentos clínicos e internações por depressão nessa faixa etária aumentaram 151%: de 1.951 para 4.903 no mesmo período.
No somatório entre 2015 e 2024, foram realizados 65.789 procedimentos clínicos ambulatoriais e registradas 992 internações por ansiedade em menores de 17 anos. A depressão foi responsável, no mesmo período, por 32.257 procedimentos clínicos e 4.756 internações.
“Esses números são assustadores, mas não surpreendem. Quem vive com criança nota isso com muita facilidade”, afirma Fausto Flor Carvalho, presidente do Departamento de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo. “Estamos em um mundo adoecido em que, muitas vezes, pais ou mães estão ansiosos ou depressivos. Com isso, há uma certa mudança de comportamento das crianças justamente por estarem em um ambiente adoecido.”
ETHIENY KAREN PEREIRA FERREIRA/ESTADÃO Uma pesquisa britânica mostrou que, especialmente quando a ansiedade e a depressão coexistem na infância e na adolescência, os efeitos podem se estender e até se agravar na vida adulta, aumentando também a ocorrência de obesidade e problemas para dormir. Publicado no Journal of Child Psychology and Psychiatry em 2023, o estudo de corte – quando os cientistas acompanham as pessoas por um longo período – analisou 8.122 crianças e adolescentes desde seus 8, 10 ou 13 anos até os 24 anos.
De acordo com o psiquiatra Fernando Asbahr, pessoas ansiosas na infância têm maior probabilidade de desenvolver problemas psiquiátricos na adolescência. “Isso torna essencial tratar precocemente, pois você pode prevenir ou reduzir a chance de prejuízos futuros relacionados a outros fatores”, explica Asbahr, que é coordenador do Programa de Transtornos de Ansiedade na Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
“Entre os fatores que contribuem para o desenvolvimento da ansiedade, a influência do ambiente externo é significativa”
Fernando Asbahr
Psiquiatra e coordenador do Programa de Transtornos de Ansiedade na Infância e Adolescência
“Uma pessoa ansiosa tende a ser menos eficiente em tomar decisões ou evitar o nervosismo. Ainda que exista um componente biológico, não conseguimos mensurá-lo com exatidão. De fato, entre os fatores que contribuem para o desenvolvimento da ansiedade, a influência do ambiente externo é significativa”, afirma o psiquiatra. “Quando tratamos, trabalhamos para reduzir a superestimulação em determinadas partes do cérebro, como a amígdala.”
A ciência ainda não sabe as consequências dessa hiperatividade cerebral, segundo Asbahr. “Não é possível afirmar com certeza que há um dano ou uma alteração específica, mas há algo que se traduz nos sintomas que surgem”, afirma o psiquiatra. “Intervenção, no entanto, não significa necessariamente medicar. Muitas vezes, trata-se de orientar os pais sobre como agir quando a criança está em crise. Isso é essencial, pois ajuda a entender a natureza do problema. Por exemplo, para mostrar que não se trata de ‘frescura’ ou ‘manipulação’ da criança ou do adolescente.”
GATILHOS EM SITUAÇÕES SIMPLES
Há cerca de dois anos, Laura e Letícia Freitas, hoje com 18 anos, começaram a perceber sintomas de ansiedade. Mesmo felizes, ativas e sociáveis na maior parte do tempo, as gêmeas não escaparam da porcentagem de 10% a 20% dos jovens brasileiros de 10 a 19 anos que enfrentam problemas de saúde mental, de acordo com os dados de 2024 da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
O acúmulo de tarefas na rotina ou a simples possibilidade de estar diante de algo novo é capaz de desencadear gatilhos de medo e desespero. Quando isso acontece, elas contam que não conseguem dormir. “Às vezes, parece que nem a respiração está funcionando direito, pesa no peito”, conta Letícia. “Fico com medo de a sensação aparecer”, complementa Laura.
Na capital paulista, existem diversos serviços gratuitos voltados ao tratamento de ansiedade em crianças e adolescentes. O primeiro passo é procurar uma Unidade Básica de Saúde (leia mais no box abaixo), onde uma equipe capacitada poderá avaliar o caso e indicar o tratamento mais adequado.
A secretaria estadual informa que também conta com o Programa Saúde na Escola, que funciona por adesão municipal. “Ele é destinado tanto a escolas municipais quanto estaduais e visa contribuir para a formação de jovens cidadãos”, explica Roberta Ricardes, da área técnica de Saúde da Criança da pasta. “Também aborda questões importantes como violência e saúde mental."
Instituições de ensino como a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a Universidade Presbiteriana Mackenzie e a Universidade de São Paulo (USP) também oferecem atendimento psicológico a baixo custo ou gratuito por meio de seus serviços-escola. Interessados devem entrar em contato diretamente com as faculdades de Psicologia dessas universidades para agendar a triagem.
ONDE BUSCAR TRATAMENTO GRATUITO EM SÃO PAULO • Rede Pública de Saúde O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento por meio dos Centros de Atenção Psicossocial Infantil (CAPS Infantil), unidades especializadas no acompanhamento de transtornos mentais. Para acessar o serviço, é necessário passar por uma triagem em uma UBS, que fará o encaminhamento adequado. 🌐 Acesse o site
• Hospital das Clínicas (HC) O Instituto de Psiquiatria (IPq), parte do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, realiza atendimentos para transtornos de ansiedade infantojuvenil. Esse serviço também requer encaminhamento por meio da UBS. 🌐 Acesse o site
• Escola Paulista de Medicina (Unifesp) O Ambulatório de Psiquiatria Infantil da Unifesp atende crianças e adolescentes com problemas de saúde mental, incluindo ansiedade. O acesso é realizado via encaminhamento pela rede SUS. 🌐 Acesse o site
No estudo britânico, o efeito que atingiu mais participantes (37%) na vida adulta foi a dificuldade em dormir bem. Boas noites de sono são essenciais para lidar com ansiedade e depressão e evitar doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como obesidade, hipertensão e diabetes tipo 2, alertam especialistas no assunto.
A neurologista infantil Rosana Cardoso, da Associação Brasileira de Sono, conta que o desenvolvimento de depressão e ansiedade em adultos com insônia é comum atualmente. “E a gente começa a ver isso um pouco mais nas crianças. Ela dorme mal, e no outro dia já está mais agitada. Fica sem paciência, mais impulsiva. Esses sintomas acabam envolvendo a saúde mental da criança também”, completa Rosana.
Essa relação direta entre sono e saúde mental é testemunhada por Aline Melo, mãe de Luís Guilherme, de 16 anos. Ele tem dificuldade para dormir desde a infância. Aos 10, foi diagnosticado com ansiedade e depressão. “As crises estão muito relacionadas com a dificuldade de conseguir dormir. Se ele está mal por alguma coisa, um dos primeiros impactos é na qualidade do sono. Muitas vezes, ele acaba trocando o dia pela noite, e eu percebo que isso atrapalha em tudo”, conta Aline.
“As crianças que dormem menos do que o esperado têm mais chances de ganhar peso e, com isso, aumentam as chances de diabetes tipo 2”
Gustavo Moreira
Pediatra e diretor clínico do Instituto do Sono
A batalha de Aline para limitar o tempo de uso do celular por Luís, especialmente à noite, é um reflexo de muitas famílias “É uma briga que tenho perdido várias vezes”, admite. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que crianças de até 2 anos não tenham aparelhos eletrônicos, entre 2 e 5 anos, que usem com tempo limitado, de 6 a 10, por até duas horas diárias, já os adolescentes de 11 até 18 anos não devem passar o limite de três horas.
Além de contribuírem para a saúde mental e o aprendizado infantil, as horas de sono consolidam a memória e proporcionam as alterações hormonais que o corpo humano precisa. É somente quando dormimos que o cérebro organiza todas as informações do dia, explica o pediatra Gustavo Moreira, diretor clínico do Instituto do Sono. “A primeira coisa que aparece é que a criança não tem um bom aproveitamento escolar. Ela pode ter alteração de comportamento e ficar mais hiperativa.”
Segundo ele, um adulto pode dormir oito horas ou menos. “Já se uma criança de 4 anos não dorme dez horas, aquilo é insuficiente. As crianças que dormem menos do que o esperado têm mais chances de ganhar peso e, com isso, aumentam as chances de diabetes tipo 2”, explica Moreira.
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Tempo suficiente: • O ideal é que bebês e crianças de até 5 anos durmam de 10 a 16 horas por dia – é nesta etapa que ocorre a maior parte das conexões cerebrais. Dos 6 aos 12 anos, a recomendação é dormir por um período entre nove e doze horas; dos 13 aos 18, a quantidade adequada fica entre oito e dez horas diárias de sono. Mais atividade de dia: • Segundo a neurologista infantil Rosana Cardoso, atividades agitadas devem se concentrar durante o dia. Quando são feitas perto da hora de dormir, dificultam o relaxamento e as crianças podem demorar para pegar no sono. No caso dos adolescentes, exercícios físicos de dia melhoram a qualidade do sono. Esse grupo tende a ser vespertino, ou seja, prefere ir dormir um pouco mais tarde e acordar mais tarde, diferentemente das crianças, que são mais matutinas. Rotina noturna: • Criar hábitos por meio de associações faz a criança entender que aquela é a hora de dormir. Um bom exemplo é ler uma história ou fazer uma massagem. Em caso de muito barulho externo, o ruído branco pode funcionar – um som tranquilo que traz relaxamento. Alimentação leve: • Outro hábito contra-indicado é fazer uma alimentação pesada, com fast-food e açúcares em excesso, antes de deitar. Isso prejudica o sono e aumenta o refluxo em crianças com problemas gastroesofágicos. Bebidas cafeinadas também devem ser evitadas, porque pioram a qualidade do sono. Menos telas à noite: • Outro fator que interfere no sono é a exposição às telas, pelo menos duas ou três horas antes de dormir. A luz dos dispositivos inibe a produção de melatonina – hormônio regulador do ritmo biológico do corpo – e estimula o cérebro.
FONTE: ROSANA CARDOSO, NEUROLOGISTA INFANTIL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SONO
A BRF está utilizando Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning no seu processo de recrutamento e seleção. A empresa desenvolveu internamente a plataforma que faz a leitura de todos os currículos recebidos e monta um ranking dos candidatos mais bem avaliados, de acordo com a descrição da vaga disponível. A solução foi implementada em abril e, em 6 meses de uso, ajudou a reduzir o tempo de recrutamento em até 25%.
A ferramenta faz a leitura de até 2,4 mil documentos por hora, e sugere o ranking dos currículos que melhor atendem os atributos da oportunidade aberta. Em seguida, o recrutador analisa as recomendações da IA e agenda as entrevistas;
“A plataforma torna o nosso processo seletivo mais inclusivo, pois consegue ler todas as candidaturas que recebemos, focando apenas na questão técnica e sem trazer eventuais vieses inconscientes que um ser humano pode ter ao fazer a seleção”, afirma Cristiane Costa, Gerente Executiva de Atração e Seleção e Diversidade, “Na prática, o candidato não percebe que quem fez a primeira leitura do currículo dele é uma Inteligência Artificial”, conclui ela.
O Colégio Santa Marcelina de São Paulo integrou a inteligência artificial ao seu currículo educacional como uma forma de preparar os estudantes para o futuro e para os desafios de um mercado de trabalho cada vez mais digitalizado. Ao longo da jornada de aprendizagem, os estudantes desenvolvem habilidades como pensamento computacional, reconhecimento de padrões em dados e informações, criatividade, inovação, design thinking e prototipagem.
Depois da CCJ, deverá ser encaminhado ao Senado, sem precisar passar pelo plenário da Câmara, pois tramita em regime de apreciação conclusiva pelas comissões. No Senado, a expectativa dos parlamentares, bem como a do governo federal, que apoia a medida, é de que a tramitação seja rápida, de modo que o banimento já esteja em vigor no início do próximo ano letivo.
A gestão financeira é o maior desafio do empreendedor brasileiro. Cerca de 45% dos negócios analisados estão com algum nível de inadimplência, revela estudo inédito “Matriz da Maturidade Empreendedora: desafios e oportunidades”, que foi produzido pela Fundação Dom Cabral (FDC), em parceria com o Estímulo, fundo que apoia pequenos empreendedores com capacitação e crédito orientado.
Na terceira das doze transmissões ao vivo da OpenAI planejadas para dezembro, a empresa anunciou, nesta segunda-feira, 9, a abertura para o público da Sora, IA que gera vídeos realistas a partir de comandos de texto. Depois de meses de espera, o produto está disponível para os assinantes do ChatGPT Plus e ChatGPT Pro em Sora.com em quase todo o mundo, exceto para a países da União Europeia e Reino Unido.
A Blip, empresa de atendimento personalizado com chatbots, anunciou nesta segunda-feira, 9, uma parceria com a Microsoft para potencializar o uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) em seus produtos. Além da tecnologia, a Blip também vai estreitar a relação da companhia com engenheiros e times de desenvolvimento dos EUA da Microsoft e mira em alavancar sua operação ao redor do mundo. O acordo entre as empresas tem duração de cinco anos - tempo estipulado para o desenvolvimento de produtos e de colaboração de conhecimento - e faz parte do movimento da Microsoft de se aproximar da Blip no País. Em meados de novembro, a gigante fez parte de um aporte Série C na empresa, liderado pelo SoftBank, no valor de US$ 60 milhões. “Já somos parceiros há bastante tempo. O que estamos fazendo é estreitar esse relacionamento, levando ele para um outro patamar de colaboração. Essa é a grande diferença”, afirma Norman Sabino, VP de Tecnologia da Blip, com exclusividade ao Estadão. Como uma empresa de IA conversacional, a Blip oferece uma espécie de atendente virtual em canais como WhatsApp, Instagram, Facebook Messenger, RCS e Apple, auxiliando nas operações de atendimento ou vendas de outras empresas. Além disso, a plataforma também oferece contextos sobre o consumidor e respostas precisas baseadas no contexto da conversa. Companhias como Coca-Cola, Casas Bahia, Netflix e Itaú são clientes da Blip atualmente. Isso faz da companhia uma espécie de “rainha dos chatbots” em território brasileiro. Expansão A Blip já está presente em 32 países, mas deseja levar seus produtos de atendimento ao cliente para ainda mais locais. Segundo Sabino, o apoio da Microsoft será fundamental para conectar parceiros que já trabalham com a gigante nessas regiões. Na parceria, a Blip também vai poder utilizar serviços de IA da Microsoft de forma antecipada, para integrar seus produtos. O principal recurso que deve ser trabalhado pelas empresas é o Copilot, modelo de IA da Microsoft capaz de alimentar os chats de conversa da empresa com linguagem natural - assim como ChatGPT, Claude AI e Google Gemini, por exemplo. E vale lembrar: a empresa fundada por Bill Gates é uma parceira muito próxima da OpenAI, que desenvolve os modelos não apenas por trás do Copilot, como também de alguns produtos da Blip. Outro pilar do acordo é a infraestrutura de informações em nuvem. De acordo com Sabino, a Blip tem quase 5 petabytes de dados, que precisam de suporte para serem administrados de acordo com as leis de privacidade e segurança - para que os dados de clientes e usuários sejam preservados de maneira eficiente no serviço. “Teremos acesso à tecnologia de ponta e acesso aos times globais para trazer isso pro nosso produto, principalmente em relação à IA, do ponto de vista mais estrutural. Temos uma expectativa de expansão e a gente sabe que a nossa operação global vai ser uma das grandes avenidas para esse crescimento”, explicou Sabino. “Por ser uma uma empresa presente em mais de 200 países com bilhões de usuários dos nossos produtos, a Microsoft consegue agregar valor, porque esse é o sonho dourado de toda startup: ter bilhões de usuários e ser usada no mundo todo. A Blip já tem milhões de usuários, já tem um número expressivo, mas agora falta a parte global”, afirmou Franklin Luzes, líder de produtos digitais para América Latina na Microsoft. Para o período de cinco anos, a Blip espera que a parceria possa continuar ajudando a reorganizar a estrutura e arquitetura dos serviços da empresa, sempre visando a experiência com IA no produto final. “De uma forma geral, acho que a gente já está tendo o fruto dessa colaboração. Ao longo deste ano a gente trabalhou muito próximo da Microsoft. Eu acredito que nos próximos anos, a gente deve ter números um pouco melhores que a gente tem hoje. Estamos crescendo, mas eu espero que nos próximos dois anos a gente possa multiplicar esses números”, apontou Sabino.
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