Em 2010, eram 8.851 estudantes superdotados matriculados em escolas públicas e privadas; e no ano anterior, 5.478, ou seja, um aumento de quase 62%. Em 2000, o total era apenas 682. Segundo a diretora de políticas de educação especial da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, Martinha Dutra, o aumento ocorreu porque os professores estão mais aptos a identificar os superdotados.
O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa? Luciano Sathler É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática. Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing. O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais. Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho. A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados. A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar. No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes. Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador". Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante. Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos. Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano. O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.
A revolução da IA na educação está apenas começando, mas seu impacto já é profundo e abrangente. Desde a personalização da aprendizagem até a otimização da administração institucional, a IA oferece inúmeras oportunidades para melhorar a educação superior. No entanto, é crucial abordar os desafios e questões éticas associados ao uso da IA para garantir que ela seja utilizada de forma justa, inclusiva e responsável.
Este estudo busca analisar a evolução e as características da sobre-educação no Brasil entre 2012 e 2023 com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC). São considerados sobre-educados os trabalhadores que desempenham funções que exigem abaixo de seu nível de escolaridade de acordo com informações da Classificação Brasileira de Ocupações (Brasil, 2010). Ademais, procura-se contribuir para a compreensão dos movimentos da sobre-educação no mercado de trabalho investigando em que medida o longo ciclo econômico recessivo atravessado desde o fim de 2014 afetou o forte crescimento da sobre-educação observado, construindo um painel de estratos geográficos (EGs) na PNADC, e usando diferentes formas de captar o ciclo econômico no mercado de trabalho. Observa-se entre 2012 e 2020 uma elevação da proporção de ocupados sobre-educados de 26% para 38%, e mostra-se um impacto significativo do ciclo na sobre-educação, porém essa ascensão parece mais associada à estrutura ocupacional da economia, como a distribuição setorial e o nível de informalidade.
Em países desenvolvidos como o Reino Unido, o percentual de jovens entre 16 e 24 anos que relatam problemas de saúde que limitam suas atividades diárias quase triplicou nos últimos anos, passando de 7% em 2008 para alarmantes 20% atualmente. Esse dado, destacado pelo jornalista John Burn-Murdoch, acende um alerta sobre uma tendência: enquanto as mulheres jovens avançam em educação, carreira e renda, uma parcela significativa dos homens jovens parece estar ficando para trás.
Nas últimas décadas, as mulheres têm superado seus pares masculinos em desempenho acadêmico e acesso ao ensino superior. A proporção delas frequentando universidades supera significativamente a de homens, em alguns países ricos. Esse fenômeno, que inicialmente parecia apenas equilibrar as disparidades históricas de gênero, agora está se traduzindo em lacunas no mercado de trabalho e na renda, com mulheres jovens assumindo a dianteira.
Silvis /Folhapress No Reino Unido, por exemplo, 2022 marcou a primeira vez em que a renda média das mulheres jovens ultrapassou a dos homens na mesma faixa etária. Essa inversão não se deve apenas ao mérito feminino, mas também ao declínio das perspectivas econômicas para homens sem diploma universitário.
Richard Reeves autor de "Of Boys and Men" aponta para uma crise de identidade masculina. Segundo ele, a falta de modelos positivos de masculinidade e a ausência de políticas que abordem suas necessidades específicas contribuem para esse cenário. Reeves ressalta que muitos desses jovens se sentem "politicamente desabrigados", o que os torna suscetíveis a discursos populistas e extremistas, como os redpill.
O aumento do apoio a partidos de extrema-direita entre homens jovens não é apenas um fenômeno político, mas também o sintoma de um sentimento de exclusão e falta de propósito. Sem perspectivas claras de carreira ou principalmente papel social, podem recorrer a comportamentos autodestrutivos ou antissociais.
Enquanto isso, as mulheres jovens enfrentam seus próprios desafios. Embora tenham avançado em educação e carreira, muitas encontram dificuldades na formação de relacionamentos estáveis, dada a escassez de parceiros em pé de igualdade socioeconômica e educacional. Essa dinâmica gera tensões nas relações interpessoais.
A transição de economias industriais para sociedades baseadas no conhecimento e em serviços tem deslocado empregos tradicionalmente ocupados por homens. Além disso, modelos ultrapassados de masculinidade, que valorizam a força física e a independência a qualquer custo, não oferecem ferramentas para que os homens jovens naveguem nas complexidades do mundo contemporâneo.
1 20 Imagens da série 'Homens?'
As aventuras de Gustavo (Gabriel Godoy), Pedrinho (Raphael Logam), Pedro (Gabriel Louchard) e Alexandre (Fábio Porchat) Rachel Tanugi RibasMAIS
VOLTARFacebookWhatsappXMessengerLinkedinE-mailCopiar link Então é necessário repensar o que significa ser homem no século 21. Reeves sugere redefinir a masculinidade como um compromisso com o serviço aos outros. Ele enfatiza valores como empatia, colaboração e responsabilidade social. Isso não significa abandonar características tradicionalmente masculinas, mas ampliá-las e adaptá-las às demandas atuais.
Alguns países desenvolvidos como Suécia, Canadá e Austrália já reconhecem que políticas públicas são fundamentais nessa transformação. Investir na educação de meninos, em programas de saúde mental e em iniciativas que promovam a inserção de homens jovens no mercado de trabalho é essencial. Líderes políticos devem abordar essas questões de forma construtiva, evitando polarizações e estereótipos.
No Brasil, também podemos começar a agir. É crucial iniciar debates sobre o papel dos homens jovens em nossa sociedade. Assim, podemos prevenir desafios futuros e promover um ambiente onde todos prosperem, independente do gênero.
o ano passado, a França inaugurou um escritório especializado no combate a crimes contra crianças e adolescentes como exploração sexual, assédio e cyberbullying.
Véronique Béchu, 50, que comanda o setor de estratégia do Escritório de Menores na Direção Nacional da Polícia Judiciária do país, trabalha há dez anos com investigação de casos de abuso online. No período, viu explosão de denúncias que ultrapassavam a capacidade de investigação.
Nesse cenário, começou a escrever o livro "Derrière l’Écran: Combattre l’Explosion de la Pédocriminalité en Ligne" (atrás da tela: combatendo a explosão dos crimes contra criança e adolescente online, editora Stock, sem tradução no Brasil), publicado em abril deste ano, para explicar a pais como predadores sexuais usam as redes para se aproximar de suas vítimas.
Em entrevista por Zoom, a autora chama a atenção para a conectividade precoce e alerta que dar um celular para crianças sem a devida orientação é como colocar um jovem na estrada sem carteira de habilitação.
Como está a situação na França em relação aos crimes online? Na França, não fazemos distinção entre as violências sexuais cometidas online e offline, porque percebemos que em 90% dos casos em que iniciamos a investigação por um conteúdo de crime contra criança e adolescente detectado online, chegamos a fatos cometidos no círculo próximo, seja familiar, de amizade ou de confiança, ou seja, pessoas com autoridade sobre a criança.
O que podemos dizer é que foi estimado pela Comissão Independente sobre o Incesto e a Violência Sexual contra Crianças, em seu relatório de novembro de 2023, que por ano 160 mil crianças na França são vítimas de violências sexuais, online ou offline, tudo combinado. Isso significa uma criança a cada três minutos.
Há números sobre os casos online? Online, na verdade, são principalmente as denúncias que recebemos das plataformas da internet que indicam ter detectado conteúdo de crimes. Na França, no ano passado, recebemos 318 mil denúncias.
Podemos dizer que essas denúncias são o aspecto online, mas incluem todas as infrações cometidas, ou seja, podem ir desde a consulta, detecção, difusão de imagens ou troca de conteúdos criminosos, até a denúncia de uma imagem que envolva uma criança sendo abusada sexualmente por um indivíduo.
A comandante de polícia francesa Véronique Béchu, especialista internacional em crimes de pedofilia online - Astrid di Crollalanza /Divulgação A tendência é de aumento ou diminuição? Online, a tendência é de aumento. Porque os casos são mais bem detectados pelas plataformas de internet e, inevitavelmente, há mais denúncias.
Mas também porque a internet e os novos meios de comunicação permitem que predadores sexuais entrem mais facilmente em contato com crianças e pratiquem atos como grooming [aliciamento], sextorsão [extorsão mediante ameaça de divulgar imagens íntimas]. Constatamos um aumento no nível das denúncias de casos de sextorsão contra menores na França entre os anos de 2022 e 2023 de 450%.
Passamos de alguns milhares de denúncias para 12 mil em 2023.
O que a motivou a escrever o livro? Escrevi esse livro há dois anos, quando o escritório de menores ainda não existia, e o lancei em abril de 2024.
Fiz um levantamento do que está acontecendo com as crianças na França, porque percebemos que elas estão cada vez mais hiperconectadas e, portanto, sujeitas à predação sexual. Eu estava em uma unidade há dez anos, e nesse período tivemos um aumento de 12.000% nas denúncias, e não estávamos em condições de investigar todas, longe disso.
Então, me pareceu imperativo conscientizar pais, profissionais de proteção à infância, cidadãos comuns sobre o que está acontecendo na internet. As crianças estão se conectando muito jovens e cada vez mais têm acesso a dispositivos digitais ultraeficientes, sem aprendizado sobre o uso seguro.
E isso era algo que víamos diariamente e que as pessoas não percebiam, especialmente os pais que confiavam essas ferramentas a seus filhos. Eu quis mostrar os perigos, explicar o que estava acontecendo, mas, acima de tudo, fornecer ferramentas para que essas pessoas possam ajudar seus filhos caso algo aconteça e, de preferência, prevenir que se tornem vítimas.
Além disso, eu queria fazer as pessoas entenderem que o abusador não é um monstro que podemos reconhecer facilmente porque tem um rosto peculiar ou uma maneira diferente de se vestir ou uma morfologia particular e que se esconde em um canto e só aparece quando quer atacar uma criança, de jeito nenhum.
Eu queria que todos entendessem que o abusador é uma pessoa que encontramos diariamente, é muito frequentemente alguém próximo, uma pessoa a quem confiamos nossos filhos.
1 5 'Dumbphone' e relógio digital infantil são opções contra smartphones na infância
Os filhos de Fernanda Estelles Martins usam 'dumbphone' (ou 'celular burro') e relógio-telefone Karime Xavier/FolhapressMAIS
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VOLTARFacebookWhatsappXMessengerLinkedinE-mailCopiar link Um relatório da SaferNet Brasil revelou que mais de um milhão de usuários do Telegram compartilham imagens de abuso sexual infantil. Como essas plataformas contribuem para esse tipo de crime?Atualmente temos na França um caso em andamento com essa plataforma e, como está na Justiça, não tenho permissão para falar.
O que posso dizer é que as plataformas criptografadas de ponta a ponta são para onde os criminosos mais experientes se voltam para trocar com segurança suas perversões. É o mesmo para a dark web, por exemplo.
A única técnica de investigação que podemos usar é realizar o que chamamos de investigações sob pseudônimo, ou seja, nos passarmos por pedófilos para integrar esses sites da dark web ou esses grupos de aplicativos criptografados.
Vimos, nos últimos anos, no entanto, a migração de membros dessa comunidade criminosa da clear net [internet tradicional] para aplicativos móveis, de aplicativos para aplicativos criptografados e para a dark web.
O que os pais e cuidadores podem fazer para evitar esses perigos para as crianças? A primeira coisa a fazer quando se confia a uma criança uma ferramenta que permita acessar a internet é, dependendo da idade, proibir o acesso a certas coisas.
E tentar ter um tempo de tela adequado à idade da criança, porque percebemos, na França, que as crianças estão extremamente conectadas. Isso é levado muito a sério, porque vemos os danos que pode causar.
Na verdade, quando se oferece um dispositivo digital a um menor, é imperativo que isso venha acompanhado de um aprendizado para o uso seguro.
Ou seja, muitas vezes fazemos o paralelo com os pais, explicando que, quando seu filho tiver 17 anos, você não o colocará atrás do volante de um carro sem ensiná-lo a dirigir e sem fazê-lo passar no teste. É o mesmo para uma ferramenta digital. Confiamos a ferramenta à criança, mas deve ser acompanhada de um aprendizado seguro. A educação digital funciona, mas é preciso que seja feita plenamente e para todos.
RAIO-X VÉRONIQUE BÉCHU, 50 Autora do livro "Derrière l’Écran: Combattre l’Explosion de la Pédocriminalité en Ligne" (atrás da tela: combatendo a explosão dos crimes contra criança e adolescente online, editora Stock, sem tradução no Brasil), e chefe do setor de estratégia do Escritório de Menores na Direção Nacional da Polícia Judiciária da França. É especialista em crimes de pedofilia online e trabalha no combate à exploração sexual de menores há 23 anos.
O Brasil caiu uma posição no Índice Global de Inovação (IGI) de 2024, alcançando o 50º lugar no ranking organizado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). A melhor marca brasileira foi o 47º lugar, em 2011. Em 2023, o país havia retornado ao top 50 após 12 anos, na 49ª posição. Entre sete critérios principais listados pela organização, o país tem melhor desempenho em "sofisticação de negócios" (39º) e pior em "instituições" (103º). Neste último, o vizinho Uruguai ocupa a 31ª posição. Os critérios são compostos por indicadores mais específicos, sendo a estabilidade política para negócios o qual em que o Brasil fica pior colocado (115º entre os 133 analisados).
Virou moda falar em pobre de direita, empreendedor, conservador etc. A hipótese aventada em diversos artigos de opinião conecta a desilusão desse grupo com governos de esquerda, que não estariam atentos às preferências pelo empreendedorismo e por formas mais flexíveis de trabalho. Esse argumento foi usado como explicação para o sucesso da candidatura de Pablo Marçal (PRTB) em São Paulo. Seu discurso, alinhado à teoria da prosperidade das igrejas evangélicas, soaria bem aos ouvidos de um estrato social que vive no "corre" diário, como autônomos, motoristas de aplicativos, entregadores etc.
De fato, muitos estudos mostram uma afinidade entre o ethos do trabalhador autônomo e políticas que preconizam a desconfiança de políticas públicas e colocam o Estado como entrave. Para esses trabalhadores, promessas de estabilidade ligadas ao regime celetista são vistas como obstáculos para oportunidades de aumento de renda.
Salão de beleza na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro - Leticia Moreira/Folhapress Entretanto, no calor dos resultados eleitorais, análises apressadas ignoram os múltiplos perfis da população de baixa renda. Cria-se uma espécie de categoria analítica denominada "pobre" a qual se associa um bloco homogêneo de ideias, valores e preferências. Em um preconceito às avessas, a diversidade existente nas classes de renda mais elevada é ignorada quando se analisa essa população.
No tocante ao empreendedorismo, são claras as evidências de uma diversidade de perfis. Estudo de 2020 estimou que 23% dos empreendedores gostariam de ter um emprego formal. Ou seja, são empreendedores por necessidade. Outro estudo, mais recente, com jovens das classes CDE na escola pública, mostrou que apenas 18% tinham o empreendedorismo como objetivo profissional —os demais sonhavam com empregos formais. Estudo do Instituto Plano CDE em conjunto com o Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da FGV sobre o uso de serviços financeiros por parte da população de baixa renda estimou a fração de empreendedores em torno de 20% dessa população.
O mesmo estudo mostrou a existência de múltiplos perfis atitudinais, com diferentes preferências por modos de trabalho. O mais comum destes perfis foi chamado de "conservador" (33% da população das classes C, D e E). O nome deriva não de preferências políticas, mas de uma predileção por segurança. São aqueles que temem se endividar, evitam o uso do cartão de crédito, controlam os gastos e tendem a preferir rendas estáveis.
1 6 Conheça o projeto Teia, rede de coworkings públicos em São Paulo
O projeto Teia disponibiliza infraestrutura para empreendedores na cidade de São Paulo. Na foto, o escritório localizado na Lapa, na zona oe Lucas Seixas/Lucas Seixas/FolhapressMAIS
VOLTARFacebookWhatsappXMessengerLinkedinE-mailCopiar link Indo aos detalhes desse universo heterogêneo, é frequente uma variabilidade de perfis dentro do próprio domicílio. Isso porque muitas pessoas moram em domicílios com "famílias estendidas", nas quais as composições familiares são mais complexas e contemplam múltiplas fontes de renda. É o avô que recebe a aposentadoria convivendo com o casal, ela CLT e ele empreendedor. Mas ela também faz bicos de manicure aos finais de semana, assim como o jovem que mora com eles e trabalha na feira alguns dias da semana. Portanto, em domicílios assim, coexistem múltiplos perfis comportamentais, vínculos de trabalho e, possivelmente, visões de mundo.
Vale dizer que os resultados dos estudos acima são condizentes com postulados da teoria econômica. Como destacou a ganhadora do Prêmio Nobel Esther Duflo, o empreendedorismo exige uma maior disposição para assumir riscos, sendo que o ser humano médio tende a exibir um grau de aversão ao risco elevado.
Em relação aos empreendedores por necessidade, outro Nobel, Amartya Sen, dizia que o bem-estar é alcançado pela liberdade de fazer o que se valoriza. Portanto, Sen diria que é possível aumentar o bem-estar real dessas pessoas através de outros tipos de vínculo de trabalho.
1 5 Mercado de trabalho está aquecido no Brasil em 2024; entenda os motivos
A taxa de desemprego do Brasil recuou para 6,8% no trimestre encerrado em julho, apontam dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Eduardo Anizelli - 25.jun.2024/FolhapressMAIS
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VOLTARFacebookWhatsappXMessengerLinkedinE-mailCopiar link Em suma, a realidade do mundo do trabalho não só é diversa como apresenta uma dinâmica que dá os contornos das preferências por diferentes formas de trabalho. Muitas pessoas buscam flexibilidade e independência, enquanto outras preferem a segurança de um emprego formal. Compreender as nuances desse universo heterogêneo é essencial para aprimorar políticas públicas e modelos de negócio.
Por fim, talvez exista uma tendência de culpar os pobres em diversas situações. Durante a pandemia, jornalistas tarimbados não hesitaram em tacar pedra na Geni. Alguém escreveu que, ludibriado pelo pagamento do auxílio emergencial, o "rebanho de gente que precisa do governo para sobreviver, até para comer", cairia no colo de Bolsonaro. Não foi o qu
As abordagens em saúde mental estão presentes no cotidiano do médico de família e comunidade. O crescente número de queixas psiquiátricas nas consultas na atenção primária, impulsiona os profissionais a buscarem o aprimoramento nessa área. Os transtornos mentais não estão restritos ao público adulto. A população de crianças e adolescentes também exibe um crescimento expressivo nas queixas em saúde mental. Assim, esse trabalho busca obter uma atualização na abordagem de saúde mental entre crianças e adolescente. Buscou-se embasamento teórico por meio de artigos científicos produzidos nos últimos dez anos que permitem reflexões relevantes aos profissionais da atenção primária, e que promovam a saúde mental na infância e adolescência.
O uso crescente das tecnologias da informação e comunicação (TICs) tem levantado preocupações sobre os possíveis efeitos na saúde mental das crianças e adolescentes, devido ao aumento de tempo frente as telas que consequentemente propiciou em efeitos prejudiciais no bem-estar. Esse estudo tem como objetivo identificar na literatura se estas tecnologias afetam a saúde mental das crianças e adolescentes devido ao uso excessivo das telas. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura composta por 20 estudos, realizada no período de 2022-2023. Os artigos mostraram fatores positivos e negativos associados ao uso da tecnologia na infância e adolescência, embora a maioria das pesquisas enfatize os aspectos prejudiciais. Evidencia-se que o uso das telas trás impactos negativos ao bem-estar mental, necessitando de abordagem dos profissionais da saúde com orientações e escuta sensível a família durante a consulta da criança e do adolescente.
O projeto Desafio Longeviver Itaú-Cebrap tem o objetivo de fomentar a produção de conhecimento científico sobre o envelhecimento da população e os desafios para o mercado de trabalho no Brasil, buscando fortalecer o tema no debate público.
Por meio de um edital são selecionados cinco candidatos com o desafio de desenvolver em seis meses um artigo acadêmico inédito sobre a temática “O envelhecimento da população e os desafios para o mercado de trabalho no Brasil”. A 3ª edição da publicação conta com artigos que relacionam o envelhecimento a outros marcadores de diferença e desigualdade como gênero, raça e classe.
Sociólogo da Guiné-Bissau fala da perda de terras agricultáveis e do avanço da insegurança alimentar por causa do impacto das mudanças climáticas na África Ocidental
É preciso estimular o atual movimento com a criação de cursos de letramento em inteligência artificial para professores, pesquisadores, funcionários e alunos, e isso é muito saudável
O impacto da transição digital sobre o desenvolvimento socioeconômico e ambiental sustentável é o foco do livro "Do Paradoxo das Habilidades à Superinteligência Pós-Humana: Como a Tecnologia da Informação e Comunicação Vem Forjando o Futuro da Relação Homem-Máquina", publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A temática compõe o quarto volume da série Nova Geração de Infraestruturas (NGI), organizado por Rosane Lourenço, especialista em políticas públicas e gestão governamental no Ipea. A série reavalia alguns dos principais setores de infraestrutura (transportes, saneamento, energia e comunicações) à luz dos avanços tecnológicos.
Propõem uma nova classificação de empregos verdes com base na atividade econômica para o Brasil (Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE) e investigam a evolução desses empregos a partir de uma perspectiva multidimensional, utilizando dados da PNAD Contínua. O estudo revela que os empregos em atividades verdes representam 17% do total de ocupados e permaneceram praticamente estáveis ao longo do período analisado (2012-2022).
O governo estuda medidas para controlar gastos e aumentar a eficiência das políticas públicas. A complementação da União ao Fundeb (Fundo do Ensino Básico) é um dos pontos sob análise. Essa despesa pulou, em termos reais, de R$ 21 bilhões para R$ 44,5 bilhões em apenas quatro anos. É resultado da aprovação da emenda constitucional 108/20, que determinou a elevação da participação da União no fundo de 10% para 23% do aporte feito por estados e municípios. Como o aumento desse percentual é gradual (atualmente estamos em 19%), o crescimento do gasto continuará pelo menos até 2026, quando chegaremos aos 23%. O objetivo inicial da emenda era meritório: redistribuir o fundo em favor de municípios mais pobres, sem aumentar a despesa. Mas incorporou o aumento de aportes da União, sob o argumento de que mais dinheiro seria fundamental para melhorar a qualidade da educação. Passados quatro anos, não se vê a revolução propalada pelos entusiastas da PEC. No exame internacional Pisa, continuamos atrás de países cujo gasto por aluno é similar ao nosso, como Colômbia, México, Turquia e Chile. Durante a discussão da PEC, argumentei em colunas, artigos e audiência pública que o problema não era pouco dinheiro, mas falta de incentivos à boa gestão. A emenda deu mais dinheiro e piorou os incentivos. Houve forte resistência, durante a tramitação, a premiar os municípios por melhoria nas notas médias dos alunos. A pequena fatia do fundo que acabou destinada para este fim não foi regulamentada até hoje. Aumentou o engessamento na alocação dos recursos: a parcela do fundo carimbada para pagar salários passou de 60% para 70%, reduzindo o espaço para gestores locais decidirem a alocação do dinheiro, conforme suas diferentes necessidades. A PEC também induziu forte crescimento do piso salarial do magistério. Em 2008, lei proposta pelo então ministro da Educação, Fernando Haddad, indexou o piso salarial ao crescimento do valor gasto por aluno. Mais dinheiro no Fundeb significou mais gasto por aluno, implicando seguidos reajustes anuais de dois dígitos no piso do magistério, que hoje está em R$ 4,6 mil. A literatura só encontra relação causal entre aumento da remuneração de professores e desempenho dos alunos quando o pagamento a maior se faz por premiação de desempenho. Além disso, é preciso que haja liberdade para demitir por mau desempenho. Condições não observadas no Brasil. Os aposentados do magistério também têm direito ao piso, mas recursos do Fundeb não podem custear aposentadorias. Logo, os municípios têm que tirar dinheiro de outras políticas para pagar os aposentados. Não é de admirar que reajam, indo a Brasília para obter desoneração de alíquotas previdenciárias e outras ajudas fiscais, propagando o custo de políticas mal desenhadas. Esses problemas eram previsíveis no momento de votação da PEC. Foram debatidos publicamente. Não obstante, ela foi aprovada por 499 x 7 na Câmara, e por 79 x 0 no Senado.
A Folha, em parceria com o Instituto Liberta, realiza a sétima edição do seminário Violência Sexual Infantil, que debate os perigos da internet.
Em 2023, a ONG Safernet, que atua na defesa dos direitos humanos na web brasileira, recebeu 71.867 novas denúncias de conteúdos de abuso e exploração sexual infantil online, entre vídeos e imagens. Trata-se do maior número registrado desde o início da série histórica, em 2006.
No formato de conferências curtas de 15 minutos, ao modo TED Talks, o evento acontece na Unibes Cultural, em São Paulo.
Logo após a abertura, com a fala da presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer, Pedro Hartung, diretor da Alana Foundation, e Érika Castro, delegada do grupo especial de combate a crimes cibernéticos relacionados ao abuso sexual infantil, apresentam suas perspectivas sobre a proteção das crianças na internet.
No segundo bloco, a promotora do Paraná Tarcila Teixeira, especializada em infrações penais contra crianças e adolescentes, e a ativista pela erradicação da violência sexual online, Sheylli Caleffi, destacam a importância de informar e promover o diálogo com os pequenos.
A primeira Avaliação Mundial das Árvores, publicada nesta segunda-feira (28) pela UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza), aponta que 38% das árvores do mundo estão ameaçadas de extinção. O levantamento foi lançado no âmbito da COP16, conferência das Nações Unidas sobre biodiversidade que acontece em Cali, na Colômbia. Ao menos 16.425 espécies, das 47.282 identificadas no trabalho, estão em risco de extinção.
Municípios que têm administração pública como principal fonte de renda são mais pobres e enfrentam dificuldade de atrair servidores mais qualificados Quase metade dos municípios brasileiros tem a administração pública como principal atividade econômica, à frente de setores como indústria, agricultura e de serviços. São cidades mais pobres, que dependem de transferências de renda por parte dos governos federal e estadual e, em sua maioria, oferecem apenas serviços básicos aos cidadãos, de acordo com especialistas. Ao todo, 43% dos municípios brasileiros se encaixam nessas condições, o equivalente a 2.409, em números absolutos. Desses, 2.286 têm menos de 50 mil habitantes, e a maior parte se encontra em estados do Norte e do Nordeste. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados no fim do ano passado e referentes a 2021. O quadro faz com que o setor público nesses locais careça de profissionais qualificados, por ter salários menores e estrutura de trabalho mais precária para servidores. Segundo especialistas, uma saída adotada por parte prefeituras das prefeituras é a adesão a consórcios, para compartilhar e, com isso, reduzir despesas com a administração pública. No Amapá, em Roraima e na Paraíba, 93% das cidades têm dependência em relação à administração pública. O Distrito Federal também está entre as unidades da federação que se encaixam nessa categoria. Amapá e Roraima são os únicos estados cujas capitais, Macapá e Boa Vista, respectivamente, têm o setor como principal fonte de renda. "A administração pública é obrigatória, mas isso não quer dizer que o município não precise ter outras estruturas que lhe garantam uma potência arrecadatória", diz Ursula Peres, professora de gestão de políticas públicas da USP. Pelo REM-F (Ranking de Eficiência dos Municípios da Folha), cidades que dependem do setor público têm os piores resultados. É o caso dos municípios paraenses de Bagre, Alenquer e Muaná, que ocupam as últimas posições no ranking. O cenário é resultado da falta de recursos próprios que existe em boa parte das cidades brasileiras. Mais de 40% dos municípios enfrentam uma situação fiscal difícil ou crítica, em que dependem de transferência de receitas do governo federal ou de estados, segundo o Índice Firjan de Gestão Fiscal divulgado no fim do ano passado. Esse quadro impede as cidades de investirem na economia municipal, que permitiria desenvolver o setor privado, elevar a empregabilidade dos habitantes e ajudar na arrecadação de impostos pela prefeitura, de acordo com especialistas. Somado a isso, são locais que enfrentam dificuldade para atrair e reter profissionais qualificados, devido aos salários menores e condições mais precárias de trabalho, de acordo com Fernando Coelho, professor da USP e integrante do Movimento Pessoas à Frente, voltado à gestão de pessoas no setor público. Essas cidades contam com estruturas precárias, onde faltam equipamentos e outros recursos mínimos para o trabalho. É uma situação que desestimula servidores, sobretudo os recém-chegados. Isso, por sua vez, gera uma alta rotatividade nos cargos, que agravar o quadro limitado nessas cidades, segundo o professor. "Muitas vezes, falta inteligência profissional nesses municípios, tanto que eles têm dificuldade para captar recursos, porque não há pessoas dentro da prefeitura capazes de elaborar um projeto", diz. "Não há técnicos ali que saibam fazer uma boa compra pública ou organizar um concurso." Ainda que o problema seja maior em cidades pequenas, existem grandes centros que também dependem da administração pública. No Rio de Janeiro, estão quatro dos dez maiores municípios nessas condições, todos na região metropolitana da capital. Entre elas, São Gonçalo, a segunda maior cidade fluminense, com quase 1 milhão de habitantes, além de Belford Roxo e São João de Meriti. Segundo especialistas, esses são casos de municípios-dormitório, em que a maior parte da população mora ali, mas trabalha em cidades maiores –no caso, o Rio de Janeiro. A migração de profissionais para cidades vizinhas afeta o desenvolvimento econômico dessas periferias. Municípios que têm a administração pública como principal atividade econômica também contam com uma população de menor PIB per capita, segundo dados do IBGE. Por isso, são as cidades que mais precisam de serviços de qualidade. No entanto, esses lugares têm apenas o mínimo para atender às demandas básicas da população, de acordo com Ursula Peres, da USP. Isso inclui, por exemplo, a estrutura do Cras (Centro de Referência de Assistência Social), escola municipal de ensino infantil, posto de saúde e ao menos uma ambulância, para transportar habitantes até hospitais em cidades maiores. Hoje, há cidades que repensam formas de investir nos serviços para reduzir custos, o que inclui consórcios. Um deles é o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião Alto Rio Verde Grande, em Minas Gerais. A iniciativa reúne 19 municípios. De acordo com Sérgio Miranda, secretário-executivo do consórcio, o objetivo do grupo é aumentar o volume das compras para reduzir os gastos. Por exemplo, médicos que cobram por consulta pediriam um valor maior para atender a menos pessoas em um município pequeno. Mas quando os gastos com esse profissional são compartilhados entre dez cidades, os valores ficam reduzidos. O mesmo funciona para insumos e exames, segundo o secretário. "Os custos para a produção de determinados serviços públicos ficaram onerosos. Por isso, juntamos municípios de pequeno porte para gerar ganho de escala e, com isso, obtemos um custo médio inferior para cada atendimento."
O uso excessivo de jogos eletrônicos por crianças e adolescentes tem sido associado a uma variedade de vulnerabilidades psiquiátricas. Estudos indicam que o engajamento prolongado em ambientes virtuais pode levar a sintomas de ansiedade, depressão e problemas de atenção. O aumento da imersão nesse universo virtual pode contribuir para o surgimento de problemas psicológicos, como ansiedade e depressão. A dependência em jogos eletrônicos se manifesta quando o controle sobre o tempo e a frequência de uso é perdido, sendo reconhecida como uma possível condição psiquiátrica moderna. O objetivo deste estudo é examinar a vulnerabilidade de crianças e adolescentes ao uso excessivo de jogos eletrônicos e os potenciais prejuízos futuros associados a essa dependência. Assim, tem-se como conclusão de que muitos jogadores dependentes enfrentam fragilidades como baixa tolerância à frustração, ansiedade e depressão, tornando-os mais propensos ao vício. O uso abusivo dos videogames pode resultar em problemas como baixo desempenho escolar, isolamento social e conflitos familiares. A adolescência, uma fase de busca por identidade, torna os jovens mais vulneráveis à dependência desses jogos.
A cartilha da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) busca orientar pais e responsáveis sobre a importância de discutir saúde mental com crianças e adolescentes. Ao abordar as emoções desde a infância, o objetivo é combater o estigma e criar um ambiente seguro para que os jovens expressem seus sentimentos sem medo de julgamento. A cartilha oferece dicas práticas para adaptar a linguagem conforme a idade, incentivar a expressão de emoções e promover a autoestima, além de reforçar a importância de buscar ajuda profissional quando necessário. A iniciativa visa promover o bem-estar emocional e prevenir o suicídio.
Identificar na literatura as estratégias utilizadas para a promoção da saúde mental de crianças e adolescentes no contexto escolar para melhora da saúde mental, diminuição dos transtornos mentais e diferenças nas avaliações após sua aplicabilidade. Revisão sistemática com registro no PROSPERO (CRD42020199811), realizada entre março de 2023 a janeiro de 2024, nas bases de dados EMBASE, Scopus, Web Of Science, Scientific Electronic Library Online (Scielo), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (PubMed/MEDLINE), LILACS, Base de Dados da Enfermagem (BDENF), Central Register of Controlled Trials (COCHRANE), utilizou estratégia PICO (estudantes dos 05 aos 19 anos; famílias; profissionais); I (estudos que tenham programas/intervenções/estratégias para a promoção da saúde mental, podendo ser online ou presencial); C (escola); O (melhora da saúde mental, diminuição dos transtornos mentais e diferenças nas avaliações após sua aplicabilidade). Foram identificados 31 estudos com os principais achados que apontam estratégias que obtém resultados positivos com relação a implementação destacando a literacia em saúde mental, abordagem universal, competências sócioemocionais, intervenções presenciais e remotas. Estudos enfatizam que investir em intervenções de promoção da saúde mental nas escolas é eficaz para melhorar o bem-estar socioemocional dos estudantes, prevenir transtornos mentais e criar ambientes escolares saudáveis e acolhedores. Essa abordagem diversificada atende às necessidades dos estudantes e promove a saúde mental e o bem-estar emocional em diversos contextos e grupos dentro da comunidade escolar.
“Esse aumento nas mortes por consumo intencional de medicamentos pode indicar uma mudança nos métodos de suicídio no país”, conta o epidemiologista Jesem Orellana, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manaus, um dos autores da pesquisa. “Isso é preocupante do ponto de vista da saúde pública e de controle de medicamentos. Aqui, em Manaus, vemos pessoas estenderem toalhas nas ruas e colocarem medicamentos à venda, inclusive os de uso controlado”, afirma.
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