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Inovação Educacional
September 10, 2024 9:19 AM
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O que acontece quando a maioria faz uso de uma IA para realizar suas atividades laborais? E, no caso dos estudantes, quando os trabalhos passam a ser produzidos com o apoio de uma IA generativa? Luciano Sathler É PhD em administração pela USP e membro do Conselho Deliberativo do CNPq e do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais As diferentes aplicações de Inteligência Artificial (IA) generativa são capazes de criar novos conteúdos em texto, imagens, áudios, vídeos e códigos para software. Por se tratar de um tipo de tecnologia de uso geral, a IA tende a ser utilizada para remodelar vários setores da economia, com impactos políticos e sociais, assim como aconteceu com a adoção da máquina a vapor, da eletricidade e da informática. Pesquisas recentes demonstram que a IA generativa aumenta a qualidade e a eficiência da produção de atividades típicas dos trabalhadores de colarinho branco, aqueles que exercem funções administrativas e gerenciais nos escritórios. Também traz maior produtividade nas relações de suporte ao cliente, acelera tarefas de programação e aprimora mensagens de persuasão para o marketing. O revólver patenteado pelo americano Samuel Colt, em 1835, ficou conhecido como o "grande equalizador". A facilidade do seu manuseio e a possibilidade de atirar várias vezes sem precisar recarregar a cada disparo foram inovações tecnológicas que ampliaram a possibilidade individual de ter um grande potencial destrutivo em mãos, mesmo para os que tinham menor força física e costumavam levar desvantagem nos conflitos anteriores. À época, ficou famosa a frase: Abraham Lincoln tornou todos os homens livres, mas Samuel Colt os tornou iguais. Não fazemos aqui uma apologia às armas. A alegoria que usamos é apenas para ressaltar a necessidade de investir na formação de pessoas que sejam capazes de usar a IA generativa de forma crítica, criativa e que gerem resultados humanamente enriquecidos. Para não se tornarem vítimas das mudanças que sobrevirão no mundo do trabalho. A IA generativa é um meio viável para equalizar talentos humanos, pois pessoas com menor repertório cultural, científico ou profissional serão capazes de apresentar resultados melhores se souberem fazer bom uso de uma biblioteca de prompts. Novidade e originalidade tornam-se fenômenos raros e mais bem remunerados. A disseminação da IA generativa tende a diminuir a diversidade, reduz a heterogeneidade das respostas e, consequentemente, ameaça a criatividade. Maior padronização tem a ver com a automação do processo. Um resultado que seja interessante, engraçado ou que chama atenção pela qualidade acima da média vai passar a ser algo presente somente a partir daqueles que tiverem capacidade de ir além do que as máquinas são capazes de entregar. No caso dos estudantes, a avaliação da aprendizagem precisa ser rápida e seriamente revista. A utilização da IA generativa extrapola os conceitos usualmente associados ao plágio, pois os produtos são inéditos – ainda que venham de uma bricolagem semântica gerada por algoritmos. Os relatos dos professores é que os resultados melhoram, mas não há convicção de que a aprendizagem realmente aconteceu, com uma tendência à uniformização do que é apresentado pelos discentes. Toda Instituição Educacional terá as suas próprias IAs generativas. Assim como todos os professores e estudantes. Estarão disponíveis nos telefones celulares, computadores e até mesmo nos aparelhos de TV. É um novo conjunto de ferramentas de produtividade. Portanto, o desafio da diferenciação passa a ser ainda mais fundamental diante desse novo "grande equalizador". Se há mantenedores ou investidores sonhando com a completa substituição dos professores por alguma IA já encontramos pesquisas que demonstram que o uso intensivo da Inteligência Artificial leva muitos estudantes a reduzirem suas interações sociais formais ao usar essas ferramentas. As evidências apontam que, embora os chatbots de IA projetados para fornecimento de informações possam estar associados ao desempenho do aluno, quando o suporte social, bem-estar psicológico, solidão e senso de pertencimento são considerados, isso tem um efeito negativo, com impactos piores no sucesso, bem-estar e retenção do estudante. Para não cair na vala comum e correr o risco de ser ameaçado por quem faz uso intensivo da IA será necessário se diferenciar a partir das experiências dentro e fora da sala de aula – online ou presencial; humanizar as relações de ensino-aprendizagem; implementar metodologias que privilegiem o protagonismo dos estudantes e fortaleçam o papel do docente no processo; usar a microcertificação para registrar e ressaltar competências desenvolvidas de forma diferenciada, tanto nas hard quanto soft skills; e, principalmente, estabelecer um vínculo de confiança e suporte ao discente que o acompanhe pela vida afora – ninguém mais pode se dar ao luxo de ter ex-alunos. Atenção: esse artigo foi exclusivamente escrito por um ser humano. O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço "Políticas e Justiça" da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Luciano Sathler foi "O Ateneu" de Milton Nascimento.
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Inovação Educacional
Today, 6:44 AM
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Algumas universidades chinesas possibilitam a dupla titulação (válida nos dois países) bancando bolsa completa para estudantes brasileiros por dois anos. “Já a maior parte dos estudantes chineses que vêm para cá arcam com as próprias despesas.”
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Inovação Educacional
Today, 6:43 AM
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Com o chamativo título “Tecnofeudalismo”, o economista grego Yanis Varoufakis oferece sua resposta a uma questão não tão recente, mas ainda atual: como evolui a economia no século XXI, em que as transações ocorrem quase sempre em ambiente digital?
O ainda mais chamativo subtítulo “O que matou o capitalismo” dá bem a ideia do que o autor pretende. Porém, também embute uma concepção mais difícil de absorver: a de que o capitalismo pode estar morto, mas o capital está bem vivo, talvez mais do que nunca.
Apesar do tema denso, o livro tem um tom moderadamente leve. Está redigido em parte na forma de uma carta ao pai, que era marxista, tornou-se executivo e, ao ver pela primeira vez um computador conectado à internet, especulou se a comunicação maquínica reforçaria ou derrubaria o capitalismo.
Capa de "Tecnofeudalismo" — Foto: Reprodução O último quarto de século produziu um leque de respostas à pergunta que hoje Varoufakis enfrenta. Em 2014, o economista americano Jeremy Rifkin celebrou a “sociedade do custo marginal zero”, anunciando um tempo em que a internet das coisas tornaria os bens incrivelmente acessíveis. A possibilidade de reprodução infinita e bem mais acelerada do que sonhou Walter Benjamin tornaria a precificação inviável e o lucro impossível em muitos setores.
A partir dessa constatação, as leituras chegam a dois extremos. Um é o panglossiano, como a visão do ativista britânico Paul Mason, que em 2015 lançou o livro “Pós-capitalismo”. Ali, a revolução digital anuncia um tempo de conhecimento disseminado no corpo social, em que a economia como um todo seria coordenada como a Wikipédia.
O outro é o cenário lúgubre do tecnofeudalismo (ou neofeudalismo), já exposto pelo economista francês Cédric Durand, em livro homônimo de 2020, e agora por Varoufakis.
Nele, o trabalho assalariado se torna secundário em relação a uma série de atividades que nem parecem ser trabalho e às vezes se apresentam como lazer. É o caso dos cliques, comentários e avaliações distribuídos por redes sociais e aplicativos.
Isto ocorre no contexto do redesenho da internet ocorrido nos últimos 15 anos. A rede livre em que se “navegava” de site em site deu lugar a uma coleção de comunidades fechadas, sob domínio de um senhor digital. Isto vale tanto para Facebook e Twitter como para o gigantesco mercado da Amazon e aplicativos de transporte. Trata-se do “capital-nuvem”.
Para Varoufakis, até o capitalismo tradicional passa a ser explorado pelas plataformas, que controlam a circulação de mercadorias e informação, sobretudo os desejos dos consumidores, extraídos e vendidos, com enorme ganho, aos interessados em escoar produtos.
O argumento é que os recursos extraídos, em vez de lucro, são renda, no sentido da economia política de Adam Smith, Ricardo e Marx. É o valor obtido pelos proprietários da terra, que podiam arrendá-la aos produtores e cobrar pelo acesso. Assim, prossegue o raciocínio, somos cada vez menos clientes, consumidores ou proletários e cada vez mais servos.
O economista tem credenciais para discorrer sobre as tendências do capitalismo contemporâneo. Acadêmico respeitado e especialista em teoria dos jogos, obteve repercussão internacional com o livro “O Minotauro global”, de 2011, em que descreve a crise dos subprimes e da Europa à luz dos mecanismos de reciclagem de capital.
Mas foi em 2015 que se tornou célebre, ao assumir o cargo de ministro das Finanças da Grécia no auge da crise financeira. Fortalecido por um plebiscito que rejeitou o plano de resgate proposto por Bruxelas, Varoufakis tentou bater de frente com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI. Divisou um plano complexo para quando seu país fosse cortado do euro. Porém, o primeiro-ministro Alexis Tsipras capitulou e Varoufakis foi demitido.
Desde então, tornou-se referência da esquerda crítica ao modelo da UE, considerado pouco democrático e dominado pela mentalidade financeira. Hoje, é deputado na Grécia e, como fundador do partido europeu DiEM25 e do grego MeRA25, prognostica há uma década a ascensão de partidos ultranacionalistas e xenofóbicos.
Retornando ao livro, vale acrescentar que o conceito de tecnofeudalismo é controverso mesmo para quem concorda com sua análise do funcionamento das corporações digitais. A principal crítica diz que a metáfora do domínio feudal nada mais é do que isso: uma metáfora.
O economista grego é enfático ao afirmar que a sujeição da relação salarial à finança e à extração de renda é mais do que uma nova metamorfose do capitalismo, constituindo o fim desse sistema econômico. É uma afirmação ambiciosa, cuja demonstração exige cuidado e paciência.
Contudo, como aponta o economista da USP Eleutério Prado em sua crítica ao livro, a descrição do processo tem todas as características de mais uma metamorfose. Principalmente porque o motor da extração de renda continua sendo a valorização financeira, que, em Marx (fonte em que Varoufakis bebe), é representada na fórmula D-D’, o capital que se autovaloriza, passando pela relação salarial, pela realização no comércio mundial e a extração de renda.
Seja como for, o livro leva adiante uma discussão ainda incipiente sobre as transformações da atualidade. Incipiente, na verdade, porque as mudanças parecem ocorrer rápido demais para a teoria acompanhar. Nesse caso, o que pode estar ameaçado é bem mais do que o capitalismo.
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Today, 6:39 AM
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As ações da Alphabet, controladora do Google, fecharam em queda de 7,51% na Nasdaq nesta quarta-feira (7), após a “Bloomberg” noticiar que o depoimento de um executivo da Apple indicou que a inteligência artificial está rapidamente ganhando participação no mercado de busca tradicional.
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Today, 6:29 AM
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A unidade sem fins lucrativos se tornará uma “public benefit corporation”, ou empresas com fins lucrativos que mantêm objetivos de interesse público
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Today, 6:29 AM
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A taxa indica a parcela de trabalhadores subutilizados frente à força de trabalho ampliada do país, que soma a força de trabalho (quem está trabalhando ou em busca de vaga) com a força de trabalho potencial. O grupo de trabalhadores subutilizados reúne desempregados, pessoas que trabalham menos horas do que gostariam e trabalhadores na força de trabalho potencial, que podem buscar posição e não estar disponíveis ou nem procuram por acreditar não ter chances de conseguir a vaga, por exemplo.
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Today, 6:26 AM
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Em um momento em que a qualidade de vida mundial melhora em ritmo lento, a inteligência artificial tem o potencial de impulsionar o desenvolvimento humano. Mas para isso é necessário que os governantes tomem as rédeas do processo e direcionem as novas tecnologias para que elas ofereçam benefícios coletivos. As avaliações são do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgadas nesta terça-feira no Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH).
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Today, 6:26 AM
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Pesquisa mostra que na faixa etária entre 50 e 64 anos, mais da metade da população não consegue compreender textos básicos
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Today, 6:21 AM
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Primeiro, o lado bom dessas ferramentas é que, para usá-las, basta saber se comunicar em linguagem natural, seja português, inglês ou outro idioma. Isso reduz a barreira de entrada técnica. No entanto, a mudança de mentalidade é o principal desafio. Pessoas com habilidades gerenciais, que sabem delegar tarefas, terão mais facilidade para adotar essa mentalidade de chefe de agentes. Mas acredito que todos podem se tornar chefes de agentes, sim. Essa é uma oportunidade para cada colaborador pensar como se fosse CEO da sua própria startup, gerenciando seu trabalho com a ajuda dos agentes digitais.
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Today, 6:16 AM
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De volta à Pnad, os dados generalizam para o Brasil a realidade das Samantas, Antônios e Raissas. De 2019 pra cá, o número de trabalhadores por conta própria com CNPJ (os MEIs) cresceu 43,3% e os vínculos sem carteira assinada no setor privado subiram 21%, enquanto as vagas de domésticas “fichadas” reduziram 22%. Mesmo no grupo de trabalhadores formais privados, que expandiu expressivos 19,8% nos últimos seis anos, estudos apontam que a rotatividade da mão de obra se ampliou de forma considerável.
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Today, 6:13 AM
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Concentração ainda é elevada, e 1% mais rico tem renda 36,2 vezes superior à da parcela dos que estão entre os 40% de menor ganho
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May 11, 6:47 PM
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As escolas foram fundadas em uma época que líderes de tecnologia investiam recursos em medidas de diversidade para reduzir a desigualdade social. Por anos, moradores da Baía de São Francisco reclamaram que, com o crescimento do Vale do Silício, a chegada de profissionais altamente remunerados gerou uma crise imobiliária e expulsou pessoas de baixa renda da região.
Uma mãe disse ao San Francisco Standard que a escola havia sido amplamente divulgada “como um presente para a comunidade”, mas que agora “vão tirar isso também”.
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May 11, 6:45 PM
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A ascensão dos 'carros voadores' levanta oportunidades e também desafios para cidades ao redor do mundo
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Today, 6:45 AM
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Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) O IFDM, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), é um estudo que desde 2008 acompanha o desenvolvimento socioeconômico de todos os municípios brasileiros em três áreas: Emprego & Renda, Saúde e Educação.
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Today, 6:43 AM
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Iniciadas há 20 anos, as ações culminaram na elaboração do “Plano de Desenvolvimento de Nova Geração de Inteligência Artificial”, lançado em 2017, visando a tornar a China líder global em IA até 2030. Já em 2025, cinco anos antes da meta, a China surpreendeu o mundo com o lançamento da DeepSeek, IA generativa competitiva e de menor custo em relação ao ChatGPT.
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Today, 6:40 AM
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A renda média dos programas sociais avançou 72,7% no Brasil entre 2019 e 2024, de R$ 484 para R$ 836, o maior valor já registrado. Frente a 2023, o aumento foi de 2,2% no ano passado. Ao mesmo tempo, a parcela da população é que beneficiada por esses programas do governo saltou de 6,3% em 2019 para 8,6% em 2023 e recorde de 9,2% em 2024. As informações estão na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua Rendimento de todas as fontes 2024, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados mostram a expansão da presença dos programas sociais do governo nos últimos cinco anos no país, tanto em valores concedidos quanto em número de famílias beneficiadas. As taxas saltaram em 2020 e 2021 pelo pagamento do auxílio emergencial, especialmente no primeiro ano da pandemia, por causa da necessidade de ajuda à população na crise sanitária.
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Today, 6:37 AM
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Pela primeira vez, o Brasil tem mais da metade de seus municípios com nível de desenvolvimento moderado ou alto, mas ainda ostenta uma parcela de 47,3% em situação classificada como crítica ou baixa neste quesito, mostra o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), produzido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro desde 2008. A parcela de municípios brasileiros com nível de desenvolvimento moderado ou alto subiu de 46,4% em 2022 para 52,7% em 2023, dado mais recente da pesquisa. Naquele ano, eram 48,1% no grau moderado e 4,6% no grau alto. A proporção observada em 2023 está muito acima da vista em 2013, quando era de 22,6% (22,4% moderado e 0,2% alto).
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Today, 6:29 AM
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Educação e produtividade da economia andam juntas, e a falta de avanços maiores em uma explica a estagnação na outra. Desde 2018 não há redução no número de analfabetos funcionais no Brasil - os que mal compreendem um texto curto e têm dificuldades em resolver operações aritméticas simples, como soma e multiplicação. Após o número cair de 39% em 2001 para 27% em 2009, houve interrupção da queda, e depois uma alta apenas marginal, para 29%, em 2024, de acordo com os números do Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (Inef), com base em levantamento coordenado pela organização Ação Educativa e pela consultoria Conhecimento Social, em correalização com a Fundação Itaú e parceria com a Fundação Roberto Marinho, o Instituto Unibanco, a Unesco e o Unicef.
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Today, 6:28 AM
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Há, por fim, a emergência do microempreendedor individual (MEI), uma modalidade que empregava 6,7 milhões em fevereiro. Muitas vezes uma pejotização do vínculo empregatício - tema que voltou ao radar após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, suspender a tramitação de todos os processos sobre o assunto -, a modalidade figura nas estatísticas da Pnad como emprego formal. “Parte dos motoristas e entregadores de aplicativo são MEI, como pretende o governo. É algo mais difícil, até porque muitos prezam por esse perfil de independência e flexibilidade. Mas existem também aquelas funções que acabam optando por abrir pelo programa não apenas para poder contribuir para a Previdência e acessar a rede de proteção social, mas também programas de crédito”, nota Rodolfo Tobler, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre FGV).
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Today, 6:26 AM
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País avança cinco postos, para o 84º lugar; ONU alerta para impacto mundial de tarifaço de Trump
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Today, 6:25 AM
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A Educational Testing Service (ETS), organização privada de avaliações educacionais sediada em Nova Jersey (EUA), identificou que para 73% dos trabalhadores brasileiros, as contratações baseadas em habilidades ajudam a criar um mercado de trabalho mais justo. No mundo, 71% dos participantes concordam com a colocação. A pesquisa foi realizada na Arábia Saudita, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Emirados Árabes, Estados Unidos, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Japão, México, Nigéria, Quênia, Reino Unido e Vietnã, com um total de 18.159 profissionais entrevistados. Ainda no Brasil, 75% dos entrevistados afirmam que no futuro provar competências específicas será mais importante do que apresentar um diploma universitário. Para Rodrigo Rivera, diretor de produtos da ETS Latam, o diploma ainda é importante, mas não é suficiente por si só. “Precisamos complementá-lo com a validação das nossas aptidões, especialmente em áreas como comunicação e idiomas”, afirmou em entrevista para o Valor. Na percepção de Adriana Cubas, consultora em educação corporativa e mentora de carreira, as avaliações baseadas em habilidades ajudam a democratizar o acesso às vagas, pois incluem pessoas que não percorreram trajetórias acadêmicas tradicionais, mas desenvolveram competências sólidas por meio de experiências, cursos livres e projetos. “É uma abordagem que reconhece a pluralidade de caminhos para a construção de conhecimento”, observa. Rivera elabora que a nova forma de avaliação desloca o foco do “pedigree” e valoriza conceitos como desempenho e potencial. “Além disso, quando a remuneração está vinculada a habilidades mensuráveis, os indivíduos ficam mais motivados a crescer”, complementa o especialista. Cubas ressalta que existe resistência para aplicação da técnica por parte das organizações, “tanto por conservadorismo nos processos quanto pela falta de preparo para avaliar habilidades”. Para acompanhar o novo modelo, a consultora sugere que as empresas desenvolvam metodologias claras de avaliação por competência e repensem seus critérios de seleção estrategicamente. “Mais do que uma tendência, adotar a contratação por habilidades é uma resposta necessária à complexidade do mercado atual”, defende. Do lado do trabalhador, a ETS levanta que a maioria (58%) não tem boa compreensão de como suas habilidades se comparam às de outras pessoas no mesmo setor, além de admitirem dificuldade em determinar quais credenciais são reconhecidas e valorizadas pelos empregadores. Para a consultora, as companhias podem driblar o problema orientando os empregados com informações claras sobre o que é relevante para suas trilhas de desenvolvimento, além de mapear cursos, certificações e programas confiáveis. “O diploma acadêmico marca o fim de uma etapa, mas jamais o fim do aprendizado. A atualização de habilidades é uma condição básica para quem deseja se manter competitivo”, defende Cubas.
O relatório da ETS ainda pontuou que a taxa de requalificação e mobilidade social no Brasil é uma das mais baixas entre os países estudados, destacando que os trabalhadores do país sentem uma dificuldade considerável em crescer profissionalmente e desenvolver novas habilidades.
“O upskilling, muitas vezes, parece inacessível — muito longo, muito caro ou não claramente vinculado aos resultados do trabalho”, acrescenta Rivera. Na pesquisa, 66% dos entrevistados afirmaram que seus empregadores se concentram apenas no desempenho de curto prazo, sem considerar sua trajetória por um período prolongado. Atitude que, para o especialista, reflete em mais falta de interesse dos profissionais pelo conhecimento contínuo. “Isso cria uma cultura em que os funcionários hesitam em investir em si mesmos porque não enxergam os benefícios”, reforça.
O ensino superior brasileiro está desatualizado? Na opinião de 67% dos graduados universitários empregados, a universidade não os preparou adequadamente para o mercado. “Isso nos diz que a educação formal precisa evoluir”, reflete Rivera. Cubas, por sua vez, pontua que muitas universidades ainda operam com modelos educacionais focados em transmissão de conteúdo e negligenciam o desenvolvimento de competências práticas como pensamento crítico, resolução de problemas, comunicação e adaptabilidade.
Para Isabel Alves, diretora de recursos humanos da FF Seguros, a desconexão entre a academia e o ambiente profissional pode ser amenizada por meio de uma colaboração harmoniosa entre o setor educacional, o mercado privado e o setor público. “Parcerias estratégicas são fundamentais para moldar um futuro educacional que antecipa tendências, promovendo um ecossistema de aprendizado contínuo”, diz. A pesquisa também mostra que apesar dos graduados concordarem que a educação universitária foi um trampolim fundamental para a carreira (79%), eles também acreditam que precisaram atualizar suas habilidades nos primeiros dois anos após a formatura (72%).
FOBO - Fear of Becoming Obsolete (medo de ficar obsoleto) No Brasil, 71% dos profissionais sentem ansiedade sobre se tornarem obsoletos em suas áreas. No mundo, a porcentagem cai para 60%, divulga o levantamento da ETS. Alves acredita que esse sentimento, também mencionada pela ETS como FOBO (fear of becoming obsolete / medo de ficar obsoleto), pode ser tratado através de estratégias que promovam flexibilidade, adaptabilidade e crescimento contínuo. Ainda segundo a diretora de RH, as companhias podem amenizar o sentimento com a implantação de uma comunicação aberta e transparente, que identifica preocupações e encontra soluções conjuntas.
"Vivemos um cenário de aceleração tecnológica sem precedentes, onde habilidades que eram diferenciais ontem podem se tornar obsoletas amanhã”, avalia Cubas. Além disso, ela reconhece que muitos profissionais não foram preparados para lidar com mudanças constantes e incertezas, o que agrava o medo de se tornar obsoleto. “A chegada das IAs, automações e novas ferramentas digitais cria uma sensação real de urgência", analisa.
Rivera destaca também que 61% dos brasileiros se sentem estagnados no emprego atual e inseguros em relação aos próximos passos na carreira. "Muitos profissionais relatam não ter um caminho claro a seguir ou meios eficazes de se destacar no mercado", afirma. Ele explica, por fim, que esse cenário se agrava no Brasil, onde as credenciais tradicionais nem sempre traduzem as habilidades que as empresas realmente valorizam.
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Today, 6:19 AM
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Ainda de acordo com o levantamento, o valor médio pago por cada vaga de medicina vem caindo. Em 2024, era de R$ 1,43 milhão contra R$ 2,43 milhões em 2022. Essa queda está ligada à ampla abertura de cursos de medicina. De meados do ano passado para cá, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) permitiu que 180 processos judiciais pedindo abertura de cursos de medicina sejam analisados pelo Ministério da Educação (MEC), cerca de 4,3 mil vagas dessa graduação já foram autorizadas.
Muitas instituições de ensino que judicializaram e conseguiram o aval do MEC para abrir o curso agora colocaram seus ativos à venda. Das seis transações de 2024, cinco delas se enquadram nessa situação.
Temos grande preocupação quanto a médicos sem residência” — Eloisa Bonfá Segundo Scharam, há ainda faculdades que estão vendendo seus ativos com receio da maior concorrência e preocupação com a redução da mensalidade diante da maior oferta. Antes da pandemia, o preço médio estava em R$ 12 mil, mas hoje já é possível encontrar escolas com mensalidade de R$ 8 mil e ofertando descontos generosos para atrair alunos. Muitas faculdades já estão com dificuldades para preencher turmas, acionando dez listas de chamada.
Ele aponta que existe uma precificação diferentes dos ativos nesse mercado, algo que depende do estágio de maturidade das vagas “Ativos mais maduros transmitem mais segurança”, comenta.
Segundo o sócio da RGS, dentre as empresas em posição de consolidação do mercado, a Afya, por exemplo, segue capitalizada, com R$ 1 bilhão disponível para aquisições.
Dentre os principais consolidadores no período está justamente o grupo Afya, que desde 2018 fez 18 aquisições em medicina. A Inspirali, da Ânima, fez cinco aquisições em medicina, mesmo número da Clariens. Já a Ser, a Yduqs e a Cruzeiro do Sul fizeram três aquisições cada.
Na quarta-feira (30), foram divulgadas as projeções sobre o impacto dos novos cursos sobre a carreira do médico.
O número de médicos no país deve subir dos atuais 635,7 mil para 1,15 milhão daqui dez anos. Com isso, a relação de médicos por 1 mil habitantes passa de 2,98 para 5,25 - bem acima da média da OCDE, que é de 3,7.
Os dados são do estudo Demografia Médica do Brasil 2025, elaborado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, coordenado pelo professor e médico Mario Scheffer.
O estudo mostra ainda que a renda média do médico, em 2022, era de R$ 36,8 mil, o que representa queda 7,3% quando comparado a 2012. Os dados consideram levantamentos realizados a partir de declarações do Imposto de Renda da Pessoa Física. As regiões que tiveram os maiores rendimentos declarados foram Roraima (com renda média de R$ 50,6 mil), Distrito Federal (R$ 44,6 mil) e Amapá (R$ 42,4 mil). Na outra ponta, os menores rendimentos estão no Maranhão (R$ 29,9 mil), Bahia (R$ 31,3 mil) e Paraíba (R$ 32 mil).
Do total de médicos no país, 59,1% são especialistas e a outra fatia é formada por médicos generalistas. O estudo mostra ainda a disparidade desses profissionais no Brasil. Apenas 5,9% dos médicos especialistas estão na região Norte. No Centro-Oeste, esse percentual é de 7,5%, e no Nordeste, 14,5%. As maiores participações estão no Sudeste, com uma fatia de 55,4%, e Sul, com 16,7%. O Estado de São Paulo concentra o maior volume de médicos com 172,7 mil profissionais, o que representa razão de 3,76 médicos para cada 1 mil habitantes.
O estudo, que pela primeira vez teve apoio financeiro do Ministério da Saúde, mostra que houve aumento de cursos no interior. “Os médicos estarão mais próximos da população desassistida, mas em algumas regiões haverá superconcentração como São Paulo e Santa Catarina. Precisamos acompanhar isso”, disse Scheffer.
Eloisa Bonfá, diretora da FMUSP, chamou atenção sobre a carência de residências que não acompanhou o crescimento da graduação. “Temos uma grande preocupação sobre a crescente disparidade de médicos sem residência, sem avaliação de qualidade. É necessário ter uma supervisão adequada”, disse. Em 2024, havia 16,2 mil vagas de residência para 32,6 mil formados na graduação de medicina em 2023.
O ministro Alexandre Padilha, da Saúde, disse vai que preparar um projeto para resolver essa carência de vagas de medicina e que tem como estratégia criar mecanismos para apoiar e ter programas de residência no interior, que é fator essencial para fixação dos médicos recém formados nessas regiões. Padilha criticou a revogação da medida que autorizava a abertura de vagas de residência na mesma proporção de graduação.
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Today, 6:14 AM
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Percebo Altman transbordando confiança enquanto nossa conversa percorre temas que vão de produtos de IA à questão existencial de um futuro moldado por essa tecnologia – um caminho que um punhado de tecnólogos otimistas está traçando com firmeza, gostemos ou não. Transparecendo ambição, ele soa como um homem convencido de seu próprio destino. Ele me diz que tem “o trabalho mais legal e talvez mais importante da história” e, embora antes comparasse a IA à Revolução Industrial, agora ele acredita que a “explosão de criatividade” provocada por essa tecnologia faz da Renascença uma analogia mais apropriada.
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May 11, 6:49 PM
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Perda de habilidades Sierra Hansen, que mora em Seattle e trabalha com relações institucionais, também se recusa a usar inteligência artificial. Para ela, a preocupação é com o impacto desses sistemas na habilidade do ser humano de resolver problemas. "É o nosso cérebro que organiza a nossa rotina, e não um sistema de IA que te diz como gerenciar a programação da semana", destacou. "Nosso papel como seres humanos é usar o pensamento crítico. Se você está pedindo ao ChatGPT para executar tarefas simples, você não está resolvendo problemas por conta própria. Ele está 'pensando' por você. Se eu quiser ouvir música, eu não preciso que a IA crie um álbum perfeito de punk rock para mim." Mas nem todo mundo pode se dar ao luxo de não usar inteligência artificial. Jackie Adams (nome fictício), que trabalha com marketing digital, inicialmente resistiu ao uso da IA pelo impacto ambiental e por achar que usar esses sistemas fosse um comportamento preguiçoso. "Eu soube da quantidade de energia necessária para manter os centros de dados e o tanto de terra que eles ocupam, e aquilo não pareceu certo para mim. Eu não entendia porque nós precisávamos disso", disse. Contudo, há cerca de um ano, três de suas colegas de trabalho começaram a usar IA para realizar tarefas como copywriting e geração de ideias. Seis meses depois, Adams foi obrigada a fazer o mesmo, depois de ser avisada que precisava reduzir seu orçamento. "Fico fora do meu controle", disse. Ela acredita que se tivesse resistido, poderia prejudicar a própria carreira. "Comecei a usar mais depois que vi descrições de vagas de emprego pedindo por experiência com IA. Eu percebi que se eu não implementasse isso nos meus dias de trabalho, eu ficaria para trás." Hoje, segundo Adams, ela não vê mais o uso de IA como preguiça. "Ela pode melhorar meu trabalho", acrescentando que utiliza ferramentas para refinar o trabalho de copywriting e editar fotos.
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May 11, 6:46 PM
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Nesta nova Corrida do Ouro, os territórios vastos e férteis dos dados ainda carecem de fronteiras bem definidas e uma sociedade plenamente consciente de contrapartidas e riscos
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May 11, 6:43 PM
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Imagine acordar e descobrir que, sem sua solicitação e autorização explícita, um agente de IA remarcou sua consulta médica, transferiu dinheiro entre suas contas ou enviou um e-mail em seu nome.
Agora, reflita sobre um cenário corporativo: um agente de IA assinando contratos sem supervisão jurídica. Essas situações ainda são ficcionais, mas, à medida que os agentes de IA ganham independência, os riscos de uso indevido, vulnerabilidades de segurança e consequências imprevisíveis se tornam cada vez mais reais.
Na corrida pela liderança em inteligência artificial (IA) — intensificada pela ausência de um modelo sustentável na IA generativa —, a indústria frequentemente superestima pequenos avanços, alimentando novos hypes, reverberados pela mídia em busca de cliques. Em 2025, o hype parece ser os agentes de IA. Sam Altman, CEO da OpenAI, afirmou que “em 2025, poderemos ver os primeiros agentes de IA integrados à força de trabalho, transformando a produtividade das empresas”. Já Satya Nadella, CEO da Microsoft, sugere delegar a agentes de IA desde a triagem de e-mails até tarefas cognitivas complexas.
No entanto, assim como ocorre com outros termos em IA — inclusive a própria definição de “inteligência artificial” —, não há consenso sobre o que exatamente caracteriza um agente de IA. Essa ambiguidade, somada à aceleração desregulada, amplifica os desafios éticos e operacionais. Em termos simples, um agente de IA é um software habilitado por inteligência artificial capaz de executar tarefas que um atendente humano, funcionário de RH ou um operador de call center realizaria. Alternativamente, podemos defini-lo como um sistema automatizado que age de forma independente em nome dos usuários.
Para o Fórum Econômico Mundial (WEF), um agente de IA é um sistema “autônomo” que detecta seu ambiente por meio de sensores, processa entradas para tomar decisões e age para atingir objetivos específicos.
Noam Kolt, professor da Faculdade de Direito e da Escola de Ciência da Computação e Engenharia da Universidade Hebraica, em colaboração com Stephen Casper, doutorando no MIT, liderou a criação do primeiro banco de dados públicos sobre agentes de IA . O estudo analisou 67 agentes e revelou que, embora a maioria dos desenvolvedores publique documentação técnica detalhada, menos de 20% divulga políticas formais de segurança, e apenas 10% relatam avaliações externas.
A investigação também identificou que 67% dos desenvolvedores estão nos Estados Unidos, sendo 73% provenientes da indústria —não da academia. Kolt enfatiza a obrigatoriedade de testes sistemáticos e mecanismos de governança robustos para garantir que os agentes de IA atuem de forma segura e ética, e propõe estratégicas para mitigar riscos, como:
a) aprovação humana para ações críticas; b) monitoramento em tempo real do comportamento dos agentes; c) identificadores únicos para rastrear atividades.
Kolt reconhece, contudo, que soluções técnicas não são suficientes, argumentando sobre a relevância de procedimentos jurídicos que enderecem questões como: as ações de agentes de IA vinculam legalmente seus usuários? Quem é o responsável quando um agente de IA causa danos? Como leis como o AI Act da União Europeia endereçam esses impactos? "Estamos em um momento crítico: as decisões atuais sobre governança moldarão no futuro a integração desses sistemas à sociedade", alerta. Os riscos aumentam com os sistemas multiagentes — sistemas de IA compostos de múltiplos agentes interagindo.
Relatório da “Cooperative AI Foundation” identificou riscos únicos em comparação aos riscos de agentes operando isoladamente, tais como: má coordenação, com falha na cooperação mesmo com objetivos alinhados; conflito, com agentes atuando uns contra os outros; e conluio, com cooperação indesejada, por exemplo, manipulação de mercados.
A capacidade de agir com supervisão humana reduzida amplia desafios técnicos, socioeconômicos e éticos. Agentes de IA podem explorar brechas, aplicar objetivos incorretamente ou alinhar-se de forma enganosa. O WEF alerta para usos maliciosos, golpes ou ciberataques automatizados, destacando a necessidade de medidas de segurança robustas e mecanismos de mitigação de riscos.
Em artigo no MIT Tecnology Review, Margaret Mitchell e colaboradores advertem para o equívoco de entregar o controle total aos agentes de IA: “Quando um sistema age independentemente e acessa múltiplos aplicativos, pode manipular arquivos, personificar usuários ou realizar transações não autorizadas. A redução da supervisão humana — vendida pela indústria como vantagem — é a sua principal vulnerabilidade”, defendendo que os agentes de IA devem ser assistentes, não substitutos dos humanos: “O julgamento humano, mesmo imperfeito, é essencial para garantir que esses sistemas sirvam — e não subvertam — nossos interesses”.
Kate Crawford, em artigo para a revista Wired, amplia as críticas: “Agentes de IA geram uma falsa sensação de conforto e facilidade. Questioná-los parece absurdo, mas sua ‘conveniência’ esconde alienação. Quem ousaria criticar um sistema que oferece tudo ao seu alcance, atendendo a todos os caprichos e necessidades? Como se pode opor à infinitas remixagens de conteúdo? Os sistemas respondem a desejos, mas as cartas estão marcadas: dados, design e imperativos comerciais moldam resultados. Estamos em um jogo de imitação que, no fim, nos manipula”, pondera Crawford.
O desafio está em conciliar benefícios — como a promessa de aumento de produtividade, eficiência baseada em dados e redução de custos — com riscos como agravamento de problemas já existentes associados à IA, impactos desconhecidos no mercado de trabalho, e erosão de habilidades e autonomia humanas.
A IA hoje é um modelo estatístico sem equivalência à complexidade do cérebro humano, à cognição humana, e ao raciocínio humano. A pergunta central permanece: quanto controle estamos dispostos a abrir mão — e a que custo?
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