Análise das influências do Processo de Bolonha no ensino superior público brasileiroA história do ensino superior brasileiro não é muito longínqua, temos em torno de 200 anos. Isso sem contar o período dos seminários jesuíticos que existiram no período colonial, que fizeram a função de ensino superior.O modelo que imperou sobretudo no ensino publico superior foi o europeu de origem francesa e alemã. Contudo, a partir do final dos anos 60 o modelo americano entra em voga como algo a ser copiado. Vimos seu reflexos pela implementação da Lei 5564/68 de Reforma do Ensino Superior, e pela LDB Lei 5692/71.O sistema sofre uma nova mudança em 1996, com a nova LDB, que teve o projeto original elaborado pelo antropólogo Darcy Ribeiro, com uma ampla influência do modelo americano, que sobrevive, com várias alterações, na versão aprovada.Em função disso inicia-se no governo FHC a reestruturação do sistema de ensino superior, tanto público como particular. A implantação das diretrizes curriculares trouxe coisas interessantes, de alguma forma alinhadas ao que o Protocolo de Bolonha coloca (apesar de que num primeiro momento aparente o contrário). Saímos dos chamados currículos mínimos nacionais, que homogeneizavam o sistema, possibilitando uma navegabilidade/mobilidade quase plena entre os cursos das diversas IES, para um currículo que possibilitava liberdade de personalização de cursos muito grande, fazendo com que essa mobilidade se reduzisse. As diretrizes trouxeram também uma estruturação dos currículos em quatro níveis; formação básica, formação instrumental, formação profissional e formação completar. Contudo, como indica Marinho (2011)[15], a maioria das IES não souberam aproveitar as oportunidade de criar algo diferente. Com a implantação do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) pela lei 6.096 de 24 de abril de 2007, objetivava-se possibilitar às universidades federais ampliar as condições de acesso e permanência dos estudantes na educação superior levando algumas IES federais a inovar as formas com que ofertavam seus cursos. No fundo, o objetivo era ampliação de vagas iniciais e diminuição da evasão nos cursos presenciais de graduação. Das 53 universidade que aderiram ao Reuni, somente 26 fizeram grandes alterações acadêmicas. As outras buscaram, sobretudo, os recursos financeiros disponíveis para reforma e investimento em infraestrutura, deixando de lado as questões pedagógicas. [16]
Via
Luciano Sathler,
Pá Ugalde